30 agosto 2005

Voltou outra vez...



O Pintor e o Pássaro Azul


Numa doce manhã
um suave regresso
qualquer coisa que há no ar,
um passarinho azul
está pairando, esvoaçando
a cantarolar, dá uma volta
uma volta e meia
e quando volteia pousa no seu olhar

No coração que meigo e terno bate
está uma ideia
feita uma aguarela, amarela
que volteia na tela
e do meio do branco vazio
que era nada
um passarinho azul que sai
correndo através da manhã

Feito um pedacinho de lã
vai voando, cantarolando
da fantasia que foi um dia
da saudade de partir, do regresso
até que de novo encontra um papel
um outro olhar
uma ideia feita um arco íris
qualquer coisa que está no ar

P.S.: Este Pássaro azul, bem real, usufrui de uma constante capacidade de mutação. Primeiro pássaro verdadeiro, depois poema e música, um outro poema a seguir que o tranforma na tela, e de novo bem real vem comer milhos à mão. Está inscrito num livro de contos, de seu nome "O Espírito dos Pássaros", que tem uns meses de acabado e, talvez, acabe publicado um destes dias, provavelmente, pela Editorial CÊAV. Aguardemos. Para já está disponível em word e será gentilmente cedido a quem por ele se interessar.

A pintura é do António Tapadinhas e o poema é do Luis carlos dos Santos.

28 agosto 2005

O Pássaro Azul

O Galego e o Português

O galego era considerado até há algum tempo como um co-dialecto do português, isto é, uma variedade da nossa língua desenvolvida além-fronteiras (neste caso concreto além-Minho e Trás-os-Montes) e sofrendo, por isso, certa influência do espanhol (ou castelhano) e, sobretudo, nos primeiros tempos, do dialecto leonês. Era desta opinião, por exemplo, o grande sábio Prof. Doutor José Leite de Vasconcelos. Actualmente há quem o considere, com certo exagero, na minha opinião, como mais uma língua românica, pretendendo assim acentuar as poucas diferenças existentes entre ele e o português propriamente dito, que, na sua fase mais antiga, com aquele constituía a chamada fala galaico-portuguesa, em que floresceu a lírica medieval do lado ocidental da Península. Os Galegos falam-no, evidentemente, em especial os dois extremos da população: os cultos, os mais eruditos, para se oporem à supremacia do espanhol, e o povo das aldeias, porque é o seu falar natural, embora também possam saber o castelhano. Grande parte da população da Galiza, porém, mesmo quando sabe exprimir-se em galego, chega até a ter vergonha de empregá-lo, o que constitui grande falta de consciência cívica.

Fernando V. Peixoto da Fonseca

Sintomas de paz interior

. Tendência a pensar e agir espontaneamente em vez de o fazer com base no medo e nas experiências do passado;
. Uma habilidade imensa de valorizar e aproveitar cada momento;
. Perda pelo interresse de julgar pessoas;
. Perda pelo interesse de interpretar a acção alheia;
. Perda pelo interesse de participar em conflitos;
. Perda da habilidade de se pré-ocupar;
. Frequentemente dominado por episódios de imensa apreciação;
. Sentimentos de satisfação pela conexão com os outros e com a natureza;
. Frequentes ataques de sorrisos;
. Uma incrível tendência a deixar as coisas acontecerem ao invés de as forçar a acontecer;
. Uma incrível susceptibilidade ao amor recebido de outros, tanto quanto à incontrolável necessidade de estendê-lo a esses outros.

11 agosto 2005

do Brasil, Francisco G. de Amorim

Um encontro com Cristo

Já, tantas vezes, nos foi dito que Cristo anda por aí, neste mundo, disfarçado, em cada um dos nossos semelhantes, sobretudo naqueles a quem a sorte menos favoreceu, ou no princípio, ou no meio, ou no fim da vida. “Aquilo que fizerdes a cada um dos mais pequeninos...”
Apesar de ver os anos a carcomerem-me o físico, um desafio irrecusável, feito há dias por um sobrinho do coração, filho dum enorme amigo, infelizmente já fora desta terra, veio reacender a esperança de ver realizado um sonho que, talvez infantilmente, fui acalentando desde a mais tenra mocidade: sair um dia, à vela, atravessar esse “mar salgado que é português”, sondar o insondável, e sentir o que os nossos avós sentiram quando se aventuraram ao desconhecido, a unir povos, o mundo, que apesar de tanta aproximação, muitos teimam em querer manter afastados.
O desafio, para um “jovem” da minha idade: acompanhá-lo numa ida de barco à vela, entre o Rio de Janeiro e Luanda, e com a ajuda da Senhora dos Navegantes, regressar! Meu Deus! Que sensação fantástica! Como o físico não dá já para grandes esforços fui “designado” cozinheiro, navegador e contador da história! Porque esta história tem que ser contada.
Preparativos, estudos de marés, correntes, ventos, navegação astronômica, apesar de obsoleta, aprendida há mais de trinta anos e quase toda esquecida, esmiuçar a necessária segurança, mantimentos, primeiros socorros, distração a bordo, etc.. Uma tarefa grande que deve ser precisa e meticulosa.
Entre os afazeres, encontrar uma bandeira de Angola, para envergar, como cumprimento e cortesia ao entrar em águas territoriais daquele saudoso país. A bandeira de Angola, há anos que estará para ser alterada, mas as discussões sobre o assunto não acabaram ainda. Para me certificar de que não encomendaria a bandeira errada, e obter informações sobre o visto de entrada, fui ao Consulado de Angola, no Rio de Janeiro, e encaminharam-me ao Adido Cultural.
Jovem - da idade dos meus filhos - filho de muxiluandos, foi dizendo que tinha sido educado na Casa dos Rapazes de Luanda! Um tremendo baque me atingiu! Há quase quarenta anos o acaso me levou a visitar aquela instituição, que albergava cento e sessenta rapazes, a maioria dos quais não tinha família.Dediquei algumas horas e dias do meu tempo livre a colaborar para alegrar um pouco a vida daquelas crianças, sempre levando junto os meus filhos para que com eles brincassem e sentissem os seus problemas. Por uma brincadeira (que descrevi no meu livro “Contos Peregrinos a Preto e Branco” de 1998) fiquei conhecido no meio da garotada pelo apelido de “O caçador”! Atrevi-me a perguntar ao Adido se ele se lembrava de ter ouvido falar num indivíduo a quem tinham posto este nome! Lembrava, sim. “Parece-me que tinha um Volvo... e morava ali... perto da Igreja da Sagrada Família!” Fiquei sem fala; e as lágrimas não puderam deixar de aflorar. Naquele tempo rapazinho de talvez oito ou dez anos, lembrava-se de tudo, e até de ter estado em minha casa, para onde às vezes eu levava alguns daqueles rapazes a almoçar com conosco!
Quando lhe disse que “o caçador” era eu, foi a vez dele se emocionar!
Num abraço muito forte, muito amigo, senti que estava a abraçar o próprio Cristo, já não num menino, mas num homem a quem a vida acabara transformando num homem consciente e orgulhosamente reconhecido à Obra que o ajudou a crescer! Um orgulho humilde!
Que belo começo da nossa, em breve, navegação.
9-ago-05

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05 agosto 2005

A Ilha dos Amores


A Ilha dos Amores foi uma criação multimédia apresentada em formato pps. (power point show) durante o Exporádico 2005.

Pai Nosso (versão em Aramaico)

Ó Fonte da Manifestação! Pai-Mãe do Cosmo
Focaliza Tua Luz dentro de nós, tornando-A útil.
Estabelece Teu Reino de unidade agora.
Que Teu desejo uno actue com os nossos,
assim como em toda a luz e em todas as formas.
Dá-nos o que precisamos cada dia, em pão e percepção;
desfaz os laços dos erros que nos prendem,
assim como nós soltamos as amarras que mantemos da culpa dos outros.
Não deixes que coisas superficiais nos iludam.
Mas liberta-nos de tudo o que nos aprisiona.
De Ti nasce a vontade que tudo governa,o poder e a força viva da acção,
a melodia que tudo embeleza e de idade a idade tudo renova.
Amém.