30 novembro 2008

28 novembro 2008

O Largo da Graça

15. José Afonso

O Zeca Afonso não é da minha geração, nem faz parte da minha cultura musical.

Todavia, encontro nas minhas liberdades fundamentais uma dívida para os que como ele deram a vida pela liberdade, pelo fim da guerra colonial, contra a pobreza e a injustiça social.

É boa a criação do símbolo que nos permite recordar que alguém teimou em ter-nos amarrados, mão-de-obra para uso privado e não nos queria a voar. Eram mais ou menos assim, os fascistas do Estado Novo. Mas há muitos mais…

Creio igualmente que muitos há, que levantam o punho com o José Afonso, mas embora nem suspeitem são parecidos com os outros.

Como conheço mais o ícone José Afonso do que a pessoa não vou duvidar da sua generosidade na partilha. Sei que naquele tempo, se confundiam facilmente intenções totalitárias com liberdade. De maneira alguma me atrevo a dizer que tenha sido o caso. Mas não é que ainda hoje acontece com muito boa gente...

Luis Santos

26 novembro 2008

O Palacete da Quinta da Fonte da Prata


O palacete da Quinta da Fonte da Prata deve ser uma das peças públicas mais bonitas do nosso património arquitectónico. Ao passar por lá fiquei absolutamente desmoralizado com o estado de abandono a que o edifício está votado. Dentro em breve, a vandalização será absoluta. A forma como se cuida do património neste Concelho é, por demais, confrangedora. É urgente fazer qualquer coisa.

Luís Santos

24 novembro 2008

21 novembro 2008

O Largo da Graça

14. Democracia e Poder Local

O Poder Autárquico, uma das conquistas populares do 25 de Abril, tal como está instituído, tem-se revelado nestes 34 anos mais uma fonte de despesas inúteis, de impostos sacados do nosso bolso que começam a ultrapassar a razoabilidade, do fortalecimento do caciquismo local, de compadrios partidários pouco democráticos, corrupção desmedida, especulação imobiliária, ordenamento urbano vergonhoso, entre um conjunto também imenso de coisas boas, porque como dizia ontem um amigo meu não existem só coisas más.

Não se contesta o direito que as populações têm à auto-organização, cultural, social, política, no que isso se traduz em descentralização do poder e capacidade de decisão nas formas de desenvolvimento local. Agora este "regabofe" a que temos vindo a assistir, é que não dá.

É necessário pensarmos numa re-organização mais eficaz e menos dispendiosa da Lei do Poder Autárquico. Mas será que ainda existe por aqui alguém que consiga pensar sem complicar e sem burocratizar?

De facto, os partidos políticos, muito particularmente a nível autárquico, vão servindo, sobretudo, as suas clientelas, em vez de servirem a população em geral, e tudo fazem para evitar que os grupos ideologicamente adversos conquistem prestígio. Temos ainda que contar muitas vezes na administração política local, com a má formação e incompetência dos líderes políticos e de muitos que os rodeiam.

É também assim que se vai definindo o espírito democrático, embora saibamos que a Democracia é um saco muito grande onde cabe muita coisa distinta, onde se misturam ideais de tendência mais liberal ou mais democrática, mais ou menos capitalista, mais na esfera do público ou do privado.

Todo este conjunto de promiscuidades e incompetências provocam o cansaço e a desilusão face à partidocracia. Mas não nos resta alternativa que não seja ir participando no jogo democrático, ainda que reflectindo em instâncias que o complementem, tentando a máxima contribuição possível para a melhor organização colectiva.

Luis Santos

18 novembro 2008

16 novembro 2008


Agora é que é!...

Eu não gosto de fotografia.
Nunca gostei; detesto fotografia.
Gosto é de Estórias vividas, por mim e pelos outros!
A fotografia foi um pretexto para conseguir uma grande colecção de Estórias que aconteceram em todos os lugares onde vivi, ou por onde passei para fotografar, expor, ublcar em jornais, revistas, editar os meus livros, etc, etc.
Em todos esses lugares aconteceram Estórias, algumas hilariantes, e...
Agora chegou o momento de as contar, porque eu não sou fotógrafo, mas sim, um contador de Estórias.

Guilherme Silva
"fotógrafo"

Planeta Terra, Primavera de 2008
(Em Março fiz 60 anos)

TEXTO DE DESPEDIDA

Quase sempre tive entre mim e a realidade uma "fronteira" que se chama CÂMARA FOTOGRÁFICA e uma curiosidade sem limites por conhecer todos, ou quase todos, os universos particulares dos habitantes (miseráveis incluídos) desta coisa a que chamam planeta Terra.

Achei quase tudo desinteressante e, se não tivesse interesse por documentar fotograficamente uma parte do planeta onde nasci, nunca teria "mergulhado" na maioria desses lugares que acho nojentos.

Passei os últimos 40 anos a observar a luz, o movimento dos corpos, a decidir a composição e o momento decisivo em que pressionava o obturador da câmara; e raras vezes participava nos acontecimentos que fotografei.

Desde muito jovem que me fui "afastando" das realidades que considerava desinteressantes.

No dia 11 de Março de 2008 fiz 60 anos, dos quais 40 dediquei à fotografia; e, neste momento acho que 99% da realidade não me interessa para nada. Reata-me um por cento de tudo o que acontece em Portugal e no resto do Mundo.

Mas acho mais do que suficiente para me entreter até morrer.

Em todos os lugares onde vivi, ou por onde passei para fotografar, expor, publicar em jornais, revistas, editar os meus livros, etc., etc, percebi que esses "mundos" eram (são) maioritariamente controlados por uns patetas que não entendiam nada do que estava a acontecer... sem nenhum, ou muito pouco, sentido estético, e sem falar (também) muito da parte económica - Esses abutres pensavam que os artistas (os ricos incluídos) não precisavam de comer e que os materiais usados nas artes em geral, caíam das nuvens.

Não vou alongar-me muito mais, porque decidi contar a história da minha vida ao meu amigo Guilherme Silva. Ele vai ser o meu biógrafo e também impressor da minha obra fotográfica.

E para finalizar, desejo esclarecer-vos que também nunca fiz parte de nenhum desses rebanhos que andam por todo o lado ao serviço dos poderes religiosos, políticos, económicos, etc., etc., porque sou...

Livre como o vento!

Planeta Terra, Primavera de 2008

Guilherme Silva
(fotógrafo)

13 novembro 2008

O Largo da Graça

13. Salazar

Dizer que Salazar foi bom Governante só pode ser admissível por comparação com as sofríveis políticas destes 30 anos de Democracia. Sobretudo, no que isso significa de mau funcionamento da justiça, da educação, da segurança, do ordenamento catastrófico do território urbano, etc., porque das renovadas crises económicas em que andamos submergidos faz muitos anos, isso já se lhes vai dando de barato.

Dizer que foi o melhor português de sempre, sabendo nós tratar-se de um velho, cinzento, decrépito, tirano, fascista, líder de um regime autoritário, opressor, sem permitir a liberdade de expressão, de reunião, onde imperava o lápis azul da censura, rodeado por uma polícia política feroz capaz das técnicas de tortura mais inadmissíveis, responsável por uma guerra colonial sem sustentação histórica que ia destruindo vidas atrás de vidas, no corpo e na alma, com muitos ed-cétera, porque agora não há tempo para mais.

Enfim, dizer que Salazar foi o melhor Português de sempre só é possível num povo inculto, pouco esclarecido, com enorme défice de compreensão da nossa História, que troca o acessório pelo fundamental, num concurso promovido por uma televisão mentecapta que vai servindo telenovelas e futebol no horário de maior audiência.

E depois queriam o quê?

Luis Santos

10 novembro 2008

Paisagens da Minha Terra

Conforme podem ver a Minha Terra tem dois sóis que nos iluminam.

Reciclagem de Óleos Alimentares Usados

O óleo alimentar que não serve para si pode ainda ajudar muita gente. Por isso é importante que pense bem antes de o deitar fora. Até hoje, o principal destino dos óleos usados em Portugal tem sido o despejo na rede de esgotos e este é um dos maiores erros que pode cometer.
Porquê?
Porque, quando lançados nas redes de drenagem de águas residuais, os óleos poluem e obstruem os filtros existentes nas ETAR’s, tornando-se assim um grande obstáculo ao seu bom funcionamento.
Simples gestos fazem a diferença
Ao aderir ao projecto de Recolha de Óleos Alimentares Usados não só evita a poluição da água como está a transformar o óleo em Biodiesel, uma fonte renovável de energia que diminui as emissões de CO2. Além disso, cada litro de óleo será transformado num donativo para ajudar a AMI na luta contra a exclusão social em Portugal.
Os restaurantes ou entidades que pretendam participar deverão utilizar o número de telefone 800 299 300 (chamada gratuita).

09 novembro 2008

O Largo da Graça

12. Espaço Público

As ruas, os Edifícios, os Jardins, pertencem a quem? Porque não estão melhor cuidados? Que podemos fazer para que esses espaços sejam tratados como a nossa própria casa?

Temos um país muito bonito, de grande diversidade e beleza paisagística. Cores de tonalidades Mil como no arco-íris. Mas no que toca ao planeamento da generalidade das nossas vilas e cidades, é uma desinspiração e das grandes. Falta de zonas verdes e espaços naturais, os edifícios na generalidade são feios, os equipamentos de desporto e lazer são escassos, e poderíamos continuar por aí fora que a descrição do mau gosto duraria.

Será da pouca formação dos nossos líderes políticos, em particular, ao nível do poder autárquico? Será da incapacidade dos nossos engenheiros e arquitectos? Será devido ao clientelismo partidário? Será porque na construção civil se coloca o lucro individual muito à frente do bem comum? Enfim, será fruto da nossa fraca consciência colectiva? Porque será?

Dá-me ideia que planear uma vila, uma cidade, um país, de certa forma é como fazer uma pintura. O resultado final depende da capacidade e do bom gosto do artista ou, se a obra for colectiva, dos artistas. E o que pensamos para o nosso país, de maneira idêntica o fazemos para todo o espaço lusófono e para o mundo.

Naturalmente que a emancipação social passa por um cada vez maior incremento da democracia participativa em detrimento da democracia representativa. Por uma opinião pública que se quer o mais esclarecida possível, capaz de ajudar a esclarecer as opiniões dos gestores políticos, em direcção a uma cada vez maior e efectiva qualidade de vida.

Mas o que é ser esclarecido? E o que é uma efectiva qualidade de vida? Quais são os princípios que a devem nortear? Aqui é que está o busílis da questão, não é verdade?
E depois, “quantas vezes falar pouco é fazer muito”, ouvi eu dizer numa altura em que o Dalai Lama se ia passeando pelas ruas de Lisboa.

Nunca a participação social foi tão ampla. Desde a Revolução Francesa, com a implantação do liberalismo, que a democratização das sociedades se vem consolidando cada vez mais.

Hoje são conhecidos todo um conjunto de movimentos sociais, transversais a toda a sociedade, de raça, sexo, género, ambientais, pacifistas, sindicais, religiosos, e sei lá que mais. Portanto, a participação social não está de todo mal de saúde, mas claro que mais se recomenda.

Será ainda demasiadamente representativa a nossa democracia? Decerto.

E deverá ser menos? Creio que sim, mas tenho algumas dúvidas. A mim já me bastava que os gestores políticos fossem Bons e não têm sido tanto. Temos de exigir maior responsabilidade ética aos nossos representantes políticos.

Será necessário reformar o sistema político? Claro.

E apostaremos mais em democracias plurais e radicais, em socialismos de mercado, ou em anarquismos pacifistas?… Que dê para todos, e bem, é o que se deseja.

Mas como? Teremos artistas que dê para tanto? Sem dúvida. Mas é preciso calma, entreajuda e esperança na Vida. Precisamos aprender a conversar, em vez de discutir.

Apressemo-nos devagar.

Luis Santos

05 novembro 2008