29 dezembro 2006

Desejos de um bom ano para ti também...

Os Portugueses e a Abissínia


O Preste João, segundo uma gravura veneziana di século XVI.




As primeiras notícias sobre o Prestes João chegaram à Europa no ano de 1145, quando Hugo de Gebel, Bispo de uma colónia cristã no Líbano, informou o Papa da existência de um reino cristão situado "para lá da Pérsia e da Arménia", governado por um rei-sacerdote denominado Iohannes Presbyter (João, o Presbítero, i.e. sacerdote ou ancião) e que seria descendente de um dos Reis Magos.


Este soberano teria derrotado recentemente os reis dos Medos e dos Persas e avançado com o seu exército, a fim de levar auxílio a Jerusalém, ameaçada pelos muçulmanos, tendo, contudo, esbarrado no rio Tigre, por falta de embarcações para a travessia e, por fim, sido forçado a regressar ao seu país.

Estas notícias lançaram grande entusiasmo na corte papal e causaram sensação entre os líderes europeus que, informados pela mesma via da queda de Edessa em poder dos muçulmanos, se preparavam para ir em socorro dos reinos cristãos no Oriente, no que viria a ser a 2ª Cruzada. Aquela expedição acabou, porém, num rotundo fracasso, não tendo sido registada a chegada de qualquer providencial auxílio aos cruzados.

Durante algum tempo não mais se ouviu falar no misterioso monarca, até que em 1165, chegou às mãos do Papa e dos imperadores Manuel Comneno, de Constantinopla, e Frederico Barba-Ruiva, da Alemanha (os três maiores governantes da cristandade), uma carta dirigida simultaneamente aos imperadores romanos do Ocidente e do Oriente, cujo remetente se intitulava "João, Presbítero, pela Omnipotência Divina e pelo poder de Nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor dos Senhores".

Proclamava-se o autor da carta "Senhor das Três Índias" (no conceito geográfico medieval, as Três Índias subdividiam-se em Próxima Índia, Extrema Índia e Média Índia, correspondendo respectivamente às partes Norte e Sul do subcontinente indiano e à região africana hoje denominada Etiópia) e vangloriava-se de ser "superior em virtude, riquezas e poder a todos os que caminham sob os Céus", habitando um palácio de ébano e cristal com tecto de pedras preciosas e colunas de ouro, sendo servido por reis e por bispos. Os seus guerreiros percorriam os céus cavalgando dragões selados e uma fonte da juventude estava acessível a todos os seus súbditos, contando, já, o rei 562 provectos anos. Afirmava ainda que o seu reino era povoado, entre outras espécies, por "homens com cornos, homens com um só olho, homens com olhos à frente e atrás, centauros, faunos, sátiros, pigmeus, gigantes de 40 côvados de altura, ciclopes machos e fêmeas, o pássaro chamado Fénix e quase todas as espécies de animais que vivem sob o Sol".

(...)
A lenda do Prestes João foi alimentada pela existência de dois grandes grupos cristãos primitivos isolados da cristandade ocidental e jamais submetidos à autoridade papal: os coptas, na região da Abissínia (a actual Etiópia, cristianizada desde o século IV) e os nestorianos que se implantaram na Ásia, atingindo algumas zonas da Índia (os famosos "cristãos de S. Tomé", da costa do Malabar, cujas comunidades teriam, segundo a lenda, sido fundadas por aquele apóstolo) e da Tartária, onde foram convertidos os turcos Kereitas e algumas tribos mongóis. Em todas estas regiões o lendário rei foi procurado, tendo sido, na verdade, encontrado um pouco por todas elas.


(...)
Mas, tendo sido real ou um mero produto da imaginação medieval, o rei-sacerdote acabou por ser um verdadeiro aliado da cristandade, pois a busca do seu reino foi, sem dúvida, um incentivo e um catalizador da expansão europeia para Oriente.

Jorge Manuel Moreira Silva


(texto enviado por Chrys CHRYSTELLO,
dialogos_lusofonos@yhaoogrupos.com.br )

A Queda da Índia Portuguesa

Ao longo de 14 anos, desde a primeira vez que os indianos reivindicaram Goa, a tensão cresce e no ano de 1961 dá-se a invasão do Estado da Índia pelas tropas da União Indiana

No conturbado ano 1961 um acontecimento entre muitos outros vem abalar profundamente as fundações do regime salazarista: a invasão do Estado da Índia pelas tropas da União Indiana, a 17 de Dezembro. Ao longo de 14 anos, desde a primeira vez que os indianos reivindicaram Goa, a tensão cresce entre Portugal e a União Indiana, apesar da mediação da ONU e de outras instâncias internacionais. Na crença de que Nehru, o "pacifista", não usaria da força contra o "solo sagrado" da pátria portuguesa, Salazar fica profundamente abalado com o ataque. Uma força de 50 000 homens com equipamentos modernos cercaram as colónias portuguesas de Goa, Damão e Diu defendidas apenas por um efectivo de 3 500 militares portugueses.
"Vitória ou Morte, a Queda da Índia Portuguesa" é um documentário realizado por Pedro Madeira e produzido por Pedro Efe.

dialogos_lusofonos@yahoogrupos.com.br

25 dezembro 2006

Musidanças na RTP/ÁFRICA

Recordamos com muito carinho e saudade a passagem do Musidanças pelo Moinho de Maré, de Alhos Vedros, então na sua 4ª edição. Agora, de novo em Lisboa, assinalamos de bom grado a sua realização pelo 6º ano consecutivo e com promessa de novas edições. É obra. Parabéns Firmino.

22 dezembro 2006



foto enviada por Toninho Lima
mensagemdedomingo@grupos.com.br

(...) Há jornalismo livre em Portugal?

Jornalismo é um saco muito grande onde cabe muita coisa distinta. Tão grande que torna muito difícil uma resposta objectiva, embora se possa divagar eternamente à volta do tema proposto. Não tem interesse o tema? Tem, e muito.

Costumamos ouvir dizer que a comunicação social é o 4º poder, logo a seguir ao governo, ao parlamento e aos tribunais. Se é o 4º ou não, não tem muito interesse, mas lá que tem muito poder é verdade. Ou não vivessemos nós numa sociedade cada vez mais globalizada, onde a informação e a comunicação tem uma importância decisiva para vários tipos de sucesso: político, económico, religioso, desportivo, em que muitas vezes os interesses particulares se sobrepõem aos interesses colectivos.

Portanto, não deixa de ser uma prática corrente, habitual, a utilização da comunicação social para a consecução de determinados fins. Legais e ilegais. Na política, na economia, na religião, no desporto...

Pode o jornalismo ser livre quando se tentam atingir interesses particulares que muitas vezes são lesivos dos interesses colectivos? Claro que sim. No mundo democrata liberal, capitalista, não somos todos iguais, nem temos todos os mesmos direitos, não é verdade? Mas será isso desejável?
(...)

rodrigues dos santos
in, http://lagra.blogspot.com/

IMPREVISÍVEL É... A DESCOBERTA



'A montanha vista num sonho apenas parece existir no tempo e no espaço. Não ocupa nenhum espaço, nem leva qualquer tempo para aparecer e desaparecer. Também assim é o caso do mundo' (Grande Sábio Vashistha).

'A nossa mente olha o Eterno e o faz Tempo'(...) 'A nossa mente olha o Vazio e o faz Espaço' (Grande Sábio Agostinho da Silva).

Enamoramento aos Mestres e um Natal em ILUMINAÇÃO
eduardo espírito santo (gualdim)
bjis
Verdade, amor, razão, merecimento
Qualquer alma farão segura e forte,
Porém, fortuna, caso, tempo e sorte
Têm do confuso mundo o regimento.

Efeitos mil revolve o pensamento,
E não sabe a que causa se reporta;
Mas sabe que o que é mais que vida e morte
Que não o alcança humano entendimento.

Doutos varões darão razões subidas
Mas são experiências mais provadas,
E por isto é melhor ter muito visto.

Coisas há que passam sem ser cridas,
E coisas cridas há sem ser passadas
Mas o melhor de tudo é crer em Cristo.

(Luís de Camões)

15 dezembro 2006

Paco De Lucia, John Mclaughlin y Al Di Meola - Mediterranean

"Dobrando Pedaços De Tanto e Tão Pouco"


Viro esquinas
Revolvo lixo
Devolvo sorrisos
Relevo aspectos
Revelo mistérios
Busco verdades
Procuro sentidos
Chuto bolas
Restauro memórias
Relembro detalhes
Recordo pormenores
Ligo casos
Fico atento
Ganho juízo
Perco algo
Resolvo assuntos
Embrulho preocupações
Afasto problemas
Detesto terror
Desgosto horrores
Lamento medos
Desejo positividades
Anseio sonhos
Necessito olhar
Preciso ver
Venho fresco
Repleto de coragem
Cheio de tormentas findas
Carregado de esperanças renovadas
Completo com mil retalhos de vidas passadas e futuros
Ocupado com mil pensamentos que me assolam o eterno presente...

Escrito por manuel de sousa, em Luanda, Angola, a 14 de Dezembro de 2006, saído das brumas Poeirentas do Tempo Intemporal e regressado à Luz do Sol da Mente Cósmica...num processo constante de movimento rodopiante e de vai-e-vem helicoidal ascensional permanente e continuamente infinito..., em Homenagem a todos os Seres que existem ao nosso redor, mas que nossa vista material-física não enxerga, e que eventualmente nos apoiam e guiam em nossa ascensão à Inteligente Central Luz Maior...da Consciência Criadora...

Novo Restaurante Vegetariano em Setúbal

Celeiro do Campo

Av Luísa Todi, 123 -2900 Setúbal

Telef.: 265233482

Musidanças 2006


http://www.musidancas.com/cd.htm

RTPi e a Língua Portuguesa

12 Dez (Lusa) -
Os canais internacionais da emissora lusa RTP (RTP Internacional e RTP África) vão transmitir, a partir de sábado (16) o primeiro curso de português para televisão com o objetivo de "ensinar, promover e divulgar a língua portuguesa", divulgou a RTP nesta terça-feira.

O programa "Falamos Português", uma co-produção com a Universidade Aberta (instituição pública de ensino a distância), será constituído, em uma primeira fase, por 25 programas de 25 minutos que serão adaptados para transmitir também na RDP Internacional e RDP África.

Os conteúdos vão ser disponibilizados, de forma gratuita, para os distribuidores do Canadá e dos Estados Unidos que pretendam colocar o formato em Video On Demand (VOD).

Com este projeto, a RTP pretende contribuir "para o ensino do português à distância e para a satisfação das necessidades educativas e culturais" do grande universo de falantes em língua portuguesa, diz o grupo em comunicado. A emissora destaca, neste universo, os emigrantes portugueses, os luso-descendentes, os telespectadores dos Palop (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa) e do Timor Leste, além de um crescente número de estudantes de outras nacionalidades.

A RTP foi a responsável pelo conceito, desenho e gravações do curso, enquanto à Universidade Aberta coube a orientação científica do projeto, a produção em estúdio, a pós-produção e a disponibilizaçã o de conteúdos pedagógicos.

Actualmente, cerca de 30 milhões de lares em um total aproximado de 100 milhões de pessoas recebem, através de assinatura mensal, a RTPi através das diferentes plataformas de cabo e DTH em todo o mundo.Neste número não estão contabilizados os milhões de antenas apontadas aos seis satélites da rede de distribuição da RTPi, também em todo o mundo, em sinal aberto.

Segundo estimativas da Asiasat, cerca de 96 milhões de casas têm antenas do Asiasat 2, o satélite que a RTP utiliza para difusão do seu sinal internacional na Ásia Oceânia, totalizando aproximadamente 360 milhões de pessoas.

in, dialogos_lusofonos@yahoogrupos.com.br

LUGAR DA ROSA (Música à Capella)

http://failentejo.multiply.com/music

Baixa Mortalidade Infantil em Portugal

Portugal é um dos países do Mundo com mais baixa taxa de mortalidade infantil ao registar, no ano passado, cinco mortes em cada mil crianças, revela um relatório da UNICEF hoje divulgado.
De acordo com o relatório «Situação da Infância 2007», do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Portugal é o 13º país (em mais de 180) com a mais baixa taxa de mortalidade infantil.

Suíça, Eslovénia, Finlândia, Itália, Japão, Liechtenstein, Noruega, República Checa, Suécia, Andorra, Singapura, Islândia e San Marino são os países que aprestam uma taxa de mortalidade infantil mais baixa do que Portugal.

Segundo o documento da UNICEF, em 1990 registaram-se em Portugal 14 mortes por cada mil crianças, enquanto em 2005 o número de mortes desceu para cinco em cada mil.

O mesmo relatório indica ainda que em 2005 nasceram em Portugal 111 mil bebés e morreram mil crianças até aos cinco anos de idade.

O documento acrescenta ainda que nesse ano, oito por cento dos bebés em Portugal tinham baixo peso (menos de 2,5 quilos) quando nasceram.

A UNICEF destaca que a taxa de natalidade no país tem vindo a diminuir, tendo-se apenas registado um aumento de 0,3% da população entre 1990 e 2005.

O relatório indica igualmente que Portugal é um dos países do mundo com a esperança média de vida mais elevada, 78 anos.


A esperança média de vida só é mais alta na Suíça, Suécia, Noruega, Nova Zelândia, Finlândia, Holanda, Islândia, Itália, Israel e Luxemburgo.

O relatório da UNICEF refere ainda que em Portugal há um maior número de raparigas matriculadas no ensino secundário do que rapazes.


De acordo com o documento, menos de dois por cento da população portuguesa vive com menos de um dólar por dia (cerca de 80 cêntimos).

Diário Digital / Lusa
10-12-2006

11 dezembro 2006

Corcovado - Rio de Janeiro, Brasil


Aguarela de Francisco Amorim

08 dezembro 2006

O aborto em referendo

A pergunta em referendo será: “Sim ou Não, à despenalização da IVG (Interrupção Voluntária da Gravidez) quando feito durante as dez primeiras semanas de gravidez em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?”

Em princípio, pela despenalização - SIM!

Mas votar Sim pela despenalização não é equivalente a votar a favor da prática do aborto. O referendo a que vamos ser chamados é sobre a questão da despenalização criminal e não sobre a legitimidade da prática do aborto.Existem casos em que se poderá compreender muito bem a decisão de abortar como serão o caso das violações, grandes degenerações genéticas verificadas no feto em tempo útil, etc. Nestes casos a decisão, parece-me, deve caber unicamente aos próprios.De resto, tenho dificuldade em julgar alguém que em consciência própria, esclarecida, se decida por fazer um aborto. Por isso estou inclinado a votar pelo SIM à despenalização, embora esteja aberto a ser convencido do contrário.

Se der para fazer uma lista extensa de casos em que seja razoável aceitar a prática do aborto e outra em que a questão deixa de ser admissível, então aí, talvez possa mudar o sentido do meu voto.Também acho que não é só a questão da despenalização que deve ser debatida. O problema deve ser aberto a um debate o mais amplo possível, mais que não seja para se perceber melhor os prós e os contras.
Mas nitidamente me parece que um debate sobre a prática do aborto não poderá deixar de passar pela primazia da defesa da Vida.

Enfim, satisfaz-me pensar que a emancipação cívica face aos poderes partidários instituídos está a passar por aqui. Bem hajam.


cf., Carlos, A Despenalização do Aborto em Debate, http://pauga.blogspot.com , Dez. 2006.

O Microcrédito e o Prémio Nobel da Paz

No próximo dia 10 de Dezembro, quando em Portugal forem 12 horas, realiza-se em Oslo a cerimónia de entrega do Prémio Nobel da Paz ao Prof. Muhammad Yunus, o que significa o reconhecimento de que o microcrédito é um instrumento eficiente na promoção do desenvolvimento e na luta contra a pobreza; o trabalho desenvolvido pelo laureado e pelo Grameen Bank em favor dos mais desprotegidos das sociedades é uma luta pela paz e pelo desenvolvimento; a Paz só é possível se existir justiça e que o verdadeiro desenvolvimento se encontra estreitamente ligado a ambas.

Esta distinção é também o reconhecimento da importância que o microcrédito granjeou em todo o mundo, tanto em países do Terceiro Mundo como em países desenvolvidos. Para as organizações, como a ANDC, que desenvolve a sua actividade na área do microcrédito este é um momento de grande estímulo e, simultaneamente, de incentivo a continuarem na procura de soluções que possam contribuir para a erradicação da pobreza e uma maior justiça económica e social.

A Associação Nacional de Direito ao Crédito, fundada em Dezembro 1998 e tendo iniciado a sua actividade de microcrédito em Abril 1999, quis associar-se ao evento promovendo várias iniciativas, entre as quais se destaca a realização de uma sessão/debate subordinada ao tema: «Microcrédito, Justiça, Paz e Desenvolvimento», na qual serão intervenientes o Dr. Fernando Medina (Secretário de Estado do Emprego e Formação Profissional), o Prof. Mário Murteira e a Profª Manuela Silva. O debate terá lugar no dia 14 de Dezembro, às 21h 30mn, no ISCTE - Auditório Afonso de Barros.

contactos:
José Centeio
Secretário-geral
Tel. 21 315 52 71
j.centeio@microcredito.com.pt
MICROCRÉDITO
www.microcredito.com.pt
Associação Nacional de Direito ao Crédito
Praça José Fontana, 4 – 5º, 1050-129 LISBOA
Tel. 21 315 62 00. Fax. 21 315 62 02
microcredito@microcredito.com.pt

Ainda Outono

Poema de Natal

Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.

Assim será nossa vida
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos
Por isso precisamos velar,
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.

Não há muito que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez, de amor
Uma prece por quem se vai
Mas que essa hora não esqueça
E que por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.

Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.

(Vinicius de Morais)

dialogos_lusofonos@yahoogrupos.com.br
Caetano Veloso - Jorge Mautner - Todo Errado

O silêncio dos bons...

" O que mais preocupa não é nem o grito dos violentos, dos corruptos, dos desonestos, dos sem-carácter, dos sem-ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons"
Martin Luther King

Há muito que desliguei os canais de recepção do ruído político nacional ou regional e dedico-me, apenas, a viver os anos que me restam devolvendo à sociedade parte daquilo que aprendi. Não posso, porém, deixar passar em branco que - mais do que nunca - é preciso emular a célebre frase de John Fitzgerald Kennedy “Não perguntes o que o teu país pode fazer por ti, mas o que podes fazer pelo teu país”. E que vejo eu senão deputados, administradores de bancos e outras empresas públicas com reformas chorudas e pouquíssimos anos de descontos para a reforma? Que vejo senão lucros exorbitantes de todos os bancos portugueses e das grandes empresas onde os seus administradores (na maioria ex-ministros, ex-deputados, ex-qualquer coisa) recebem dividendos ainda mais desmedidos? As frotas ao dispor dos ministérios são renovadas assiduamente, os motoristas fardados especializados em quebrar todas as barreiras de velocidade, continuam a proliferar. Os professores foram escolhidos para bode expiatório da crise e têm as carreiras congeladas, mas então, todos os outros podem prosseguir nas suas carreiras? Os alunos – esses não precisam de estudar ou aprender – porque lhes garantem a passagem automática para não estragar as estatísticas em Bruxelas. As pontes caem mas a culpa é do Divino ou da Mãe-Natureza, as estradas ficam cortadas com as primeiras chuvas porque nunca ninguém se preocupou em arranjá-las (ah! Que saudade dos cantoneiros da minha infância!) ou mantê-las. Como eu gostava de ver políticos a pensarem no verdadeiro país e não no bem-estar futuro deles e dos seus correligionários, capazes de criarem um parlamento com uma centena ou menos de deputados, capazes de legislarem, de simplificarem a burocracia (essa teia invisível que tolhe toda a iniciativa) e de pensarem no progresso da Nação sem equacionarem esse progresso com betão ou alcatrão. Sonhei um dia que o centro do país tinha deixado de ser Lisboa, e lá apenas estava a sede do governo, nada mais, mas depressa vi que isso nunca seria possível a menos que houvesse um novo terramoto como o de 1755. Sonhei com as aldeias cheias de crianças e as escolas reactivadas, os campos de novo cultivados e os mais idosos a aproveitarem os últimos anos de vida. Gostava de ver os senhores todos poderosos que mandam no povo a estarem horas à espera em qualquer hospital, repartição pública, tribunal, como os comuns mortais. A apanharem os péssimos transportes públicos colectivos em vez de serem conduzidos aos seus gabinetes almofadados e condicionados, a tirarem o seu número na fila para isto ou para aquilo, sem privilégios nem mordomias. Ah! Como eu gostava de os ver abastecerem as suas viaturas na bomba de gasolina e de gasóleo e insurgirem-se com o excesso de impostos que sobre aqueles produtos recaem. A viverem sem um médico de família como não sei quantos milhões de portugueses. Gostava, por último de os ver a falar português (em vez de os escutar no seu novo-riquismo saloio a provarem que falam línguas) e a fazerem férias em Portugal. Foi, então, que entendi porque é que uma recente sondagem dizia que havia gente a querer unir-se à Espanha à revelia de todos os nossos antepassados, o que eles querem é a vida fácil e sem esforço, que as vantagens de uma união traria, sem terem de se esforçar ou trabalhar, pois sabem que os subsídios de Bruxelas já não são o que eram e para isso troca-se a nacionalidade e novecentos anos de história por umas esmolas do país vizinho. Uma boa solução dentro da politica nacional do desenrascanço. Por isso tudo, não posso continuar silente e tenho de erguer aqui o meu grito de revolta porque aquilo que todos ouvimos é apenas o grito dos violentos, dos corruptos, dos desonestos, dos sem-carácter, dos sem-ética.

Chrys CHRYSTELLO, 03-12-2006
ACL Mentor (Information Technology Research Institute), University of Brighton, UK.
Reviewer Helsinki University (Translation Studies Department Publications) Finland
Jornalista [International Press Card AU 0306, Australian Journalists' Association – MEEA, member 2977131]
Preside aos Comités Executivos dos Colóquios da Lusofonia e dos Encontros Açorianos da Lusofonia
chryschrystello@journalist.com

Casa de Estudos

02 dezembro 2006

um altar em construção

É verdade ou não
que inventaste uma nova religião
nunca foste a uma missa, nunca fizeste comunhão
depressa largaste a lei do Tao
a pureza matemática macrobiótica,
meditação transcendental, o Induismo, os Vedas
a primeira abandonaste, os outros nunca tentaste.
Arreda Satanás,

É verdade que te ligaste aos espíritos antepassados
aos mortos que continuam vivos
princípios gerais de primitivos animismos
vagueiam-te pelos pensamentos
elementos simples de livres budismos,
tu amante de diárias leituras cristãs
que tal como todos os jurados caminhos
de místicos, profetas e videntes, em ascensão
procuram as portas da libertação, da carne
anúncios de uma outra proeminência.
Arreda Satanás,

Sentes-te um Português de longe, não é?
conquistador, navegante, templário
de cruz vermelha em manto branco ao peito,
combatente não activo de Dinis
militante pacifista universal
de um lugar para a Língua Portuguesa,
um mensageiro de Isabel
que te trouxe a coroa de Rei dos Judeus
a coroa dos eleitos, do Espírito Santo
a lembrar as insígnias no alto da cruz,
um cavaleiro de Jorge
um vencedor de dragões
um sinaleiro de pombas.
Arreda Satanás,

Agora que todos juntaste é verdade ou não
que temos uma nova religião?
A religião das religiões.

Assente em rudimentar filosofia, é certo
numa pretensão de ser tudo
aprendiz de Deus entre deuses
quando se é pouco mais que nada
de fracos poderes entre os vivos
entre firmes pilares de limitados horizontes
todavia, um ser nada que não é vazio
um nada absoluto sedento de liberdade
troca-tintas de exercícios orientais, físicos e mentais
praticante de preces locais
com poderes especiais no jogo da vida

De uma Vida que em si é tudo
em curtes vegetarianas a meio tempo
curioso de práticas reikianas
buscador de apostólicas energias de cura
de revelados óleos essenciais
ou de naturais essências
que também vêm através das ciências
e do que mais estará por vir
porque tudo isto é tanto muito pouco

Luis Santos

01 dezembro 2006

Todo errado.

MUSIDANÇAS 2006

MÚSICA DO MUNDO LUSÓFONO
As terças-feiras em Lisboa nunca mais serão as mesmas

Convidamo-vos a estarem presentes no MUSIDANÇAS 2006
no ONDAJAZZ , Rua Arco de Jesus, 7 ao Campo das Cebolas,
Programação em
www.musidancas.com

PROGRAMA PARA ESTA TERÇA-FEIRA
entrada 6 €
5 Dezembro – LINDU MONA – Angola
FRANCISCO NAIA – Portugal

FOTOGRAFIA - de 5 DEZEMBRO A 19 DEZEMBRO com Pedro Silva
VENDA DE CD COMPILAÇÃO “MUSIDANÇAS 2006” no local
e no site
www.musidancas.com com músicas de vários artistas presentes no Festival
Bilhetes á venda no local ou pelo número 218873064 ou bar@ondajazz.com

Captação e Edição de Som – Cláudio Silva
Realização de Imagem – Ricardo Pastor
Som – Ondajazz e Musidanças
Apoio logístico – Ondajazz
Design Gráfico – escaja.design

Jorge, de Caetano Veloso

(Ouvir Música)
http://www.breastfeedingfortheworld.net/Denise/Salve%20Jorge.mp3

Jorge sentou praça na cavalaria
e eu estou feliz porque eu tambem sou da sua companhia
eu estou vestido com as roupas e as armas de Jorge
para que meus inimigos tenham pés, mas não me alcancem
para que meus inimigos tenham mãos e não me toquem
para que meus inimigos tenham olhos, e nao me vejam
e nem mesmo um pensamento eles possam ter para me fazerem mal
armas de fogo, meu corpo nao alcançarão
facas e espadas se quebrem, sem o meu corpo tocar
cordas, correntes arrebentem, sem o meu corpo amarrar
pois eu estou vestido com as roupas e as armas de Jorge
Jorge é de Capadócia,
salve Jorge, salve Jorge!
salve Jorge, salve Jorge!
salve Jorge, salve Jorge!

Culto de São Jorge


O culto a S Jorge no Brasil
representa um dos elos mais fortes entre Brasil e Portugal

Das capelas da realeza para o catolicismo do povo, sobre o corcel, matando o dragão, o culto a São Jorge revela sua vitalidade. Poucos santos representam tão bem quanto ele os laços entre Brasil e Portugal. No Brasil ele está presente nos altares das Igrejas, nos gongás de Umbanda, nos nichos domésticos, na fachada das lojas, nas oficinas mecânicas.São Jorge conquistou os reis portugueses, desde a fundação de Portugal, seus suditos mais humildes e com eles atravessou o Atlântico.A partir do reinado de D João I , século XIV, São Jorge passou a representar o compromisso de Portugal com a fé católica. Mas foi a introdução do Santo na procissão do Corpo de Cristo, em 1837, a grande causa de o santo se ter tornado uma figura popular.

A devoção a S Jorge junto com a festa do Corpo de Cristo é uma das mais tradicionais festas do Brasil e é comemorada no país desde a chegada dos portugueses.

Também a confeção de tapetes de rua é uma manifestação de arte popular que tem origem na comemoração do Corpo de Cristo. A tradição de enfeitar as ruas surgiu em Ouro Preto, cidade histórica do interior de Minas Gerais

Tapete para receber a procissão de Corpus Christi na cidade de Ouro Fino - MG
Foto de Dorival Junior
Em Portugal continental e insular ocorrem várias formas de comemorar o Corpo de Deus. Em Monção, Portugal continental, no Norte, no dia do Corpo de Deus, a festa inclui um pitoresco «combate» ritual entre São Jorge e o dragão.
in,

entre nós e as palavras
para mário cesariny no dia da sua morte


um dia
entre os meus dedos frios
saberei segurar um cigarro com o amor
com que deixavas refulgente no éter
a rosa imensa do poema ou da pintura
(tanto faz)

um dia – (já)
o amor que perdeste
esse homem – esse único ser que amaste
voltará para os teus braços
e todos os poemas terão valido a pena
todas as rosas respirarão ao alto
e a chuva escorrerá entre os dedos amantes
ainda possíveis

um dia
os meus dedos serão como os teus
amarelos de um fumo construtor
:o teu amor

um dia
o mar não terá navios
nem espelhos
nem mastros
nem corações desfeitos

esta noite o teu corpo gastou-se
mas não se esgotou
corre o perfume do teu olhar
como um pássaro de asas imensas
e garras ferozes – hoje
mário
poderás ver-nos de cima
e rir de tudo voando só cabeça
enquanto o corpo se aninha na pele
amorosa do homem-luz que há tanto esperavas

26 de Novembro de 2006

Frederico Mira George


http://saudadesdeantero.blogspot.com/

25 novembro 2006

"A Minha Pátria é a Língua Portuguesa" - Uma opinião

1.
Quando Pessoa diz que a sua "Pátria é a Língua Portuguesa" está nitidamente a definir as fronteiras daquilo que para si é o 5º Império. E o Império existia.Mas se o Império Pátrio se esboroou, o "Império" da Língua é bem real e têm sido dados alguns passos bem concretos para a sua consolidação, na política, no desporto, na crescente participação cívica, etc.

Uma maior consciencialização do devir da Língua Portuguesa, decerto, trará novos equilíbrios ao mundo, tal como aconteceu com todo o movimento de expansão ultramarina que se iniciou no século XV. E que novos equilíbrios serão esses?
Só que agora já não é só de Portugal que se trata, mas antes da Língua Portuguesa. E aqui, embora com outro sentido, a máxima pessoana não podia ser mais actual. Mas qual será a importância da afirmação da Língua Portuguesa para Portugal e para o Mundo?
Quanto à relação que uma lìngua pode ter com a Alma, isso já é outra conversa, porventura, não menos importante. Pois como sabemos para Pessoa (e para nós) Língua e Alma caminham (ou deverão caminhar) de mãos dadas. Mas que relação é essa?

2.
Pessoa profere a sua famosa máxima na década de 20/30 do século passado. Na altura, a Pátria estendia-se pelo Ultramar. O Brasil já se tornara independente (1822), mas os territórios indianos, Timor, Macau, mais as colónias africanas, tudo fazia parte da Pátria do Pessoa.

Mas agora que a Nação está entregue a si própria, cabe-nos perguntar o que fazemos dessa herança enorme que advém do facto da Língua Portuguesa ser uma das mais representativas a nível mundial, com mais de 200 milhões de falantes.
Secundarizada nos grandes Fóruns Internacionais, como por exemplo na ONU e na UE, onde não tem estatuto de língua escolhida na comunicação interna e externa, também nas políticas nacionais, tal como na sociedade civil, pouco se tem feito por uma afirmação digna da Língua Portuguesa.
Um exemplo ridículo: Faz pouco tempo, nas rádios nacionais, apenas 3% da música que passava era Portuguesa.
É verdade que nos últimos anos a situação tem tido ligeiras alterações, com a criação da CPLP (que comemorou o seu 10º aniversário), mas sobretudo com as potencialidades trazidas pela internet que tem permitido uma maior consciencialização sobre a questão da Lusofonia.
Muito está por fazer. E, decerto, que a Mensagem sobre a importância que Fernando Pessoa dava à sua Língua não tem nos dias de hoje menos sentido, bem pelo contrário.

Luis Santos, Conversa Lusófona, O Largo da Graça (blog), Nov. 2006.

Prodigiosa Imaginação - Ora aí está uma maneira eficaz de reduzir a sinistralidade nas estradas

Agentes de trânsito loiras com os seios desnudos “acalmam” o trânsito na capital da Dinamarca.
Uma campanha do Departamento de Trânsito da cidade de Copenhague está causando controvérsias, na sua tentativa de, em vias de maior movimento de pedestres e locais perigosos, alertar os motoristas de que em toda a zona urbana a velocidade máxima permitida é de 50 km/h. A emissora de televisão RFSF, do Canadá, realizou uma matéria de repercussão mundial. Mostra vias da cidade e, em destaque, bonitas loiras dinamarquesas sem blusa, levantando placas de alerta. Os seios, naturalmente, estão desnudos. Veja em:


http://5x5m.com/files/speedbandits/

Vozes do Mar


Quando o sol vai caindo sobre as águas
Num nervoso delíquio d'oiro intenso,
Donde vem essa voz cheia de mágoas
Com que falas à terra, ó mar imenso?...

Tu falas de festins, e cavalgadas
De cavaleiros errantes ao luar?
Falas de caravelas encantadas
Que dormem em teu seio a soluçar?

Tens cantos d'epopeias? Tens anseios
D'amarguras? Tu tens também receios,
Ó mar cheio de esperança e majestade?!

Donde vem essa voz, ó mar amigo?......
Talvez a voz do Portugal antigo,
Chamando por Camões numa saudade!

Florbela Espanca
Remember Shakti: Giriras Sudha

18 novembro 2006

Remember Shakti: La Danse du Bonheur

...que coisa boa.

Filmes - Quebra Mar

Um pequeno filme por detrás de um copo com restos de cerveja da noite que passou:

http://www.youtube.com/watch?v=GPorI2Qiius

Uma Linha Recta

Comemoração do Centenário do Nascimento do Professor Agostinho da Silva
In Memoriam, Luis Carlos dos Santos

UMA LINHA RECTA

1. Memórias de uma viagem ao Brasil

Um belo dia, numa reunião ordinária da Cooperativa de Animação Cultural de Alhos Vedros, alguém propôs que se convidasse o Professor Agostinho da Silva para proferir uma palestra a integrar o Programa do 5º aniversário. E a palestra acabaria por se fazer, no dia 9 de Maio, à tarde, no ido ano de 1989, no Centro de Reformados da Vila. Já não me recordo do título preciso da oratória, mas era qualquer coisa como “A Cultura Portuguesa e a Preparação do Futuro”. Quando mais tarde a publicámos em livro, a partir de registo gravado, chamámos-lhe “Namorando o Amanhã”.

Deste encontro, entre Alhos Vedros e o Professor Agostinho da Silva, haveria de nascer uma amizade profícua que não mais terminou. Depois da palestra, o Professor começou a enviar umas cartinhas que nunca ficaram sem resposta. Era um hábito seu manter correspondência escrita com todos os amigos.

E foi na sequência desta troca de cartas que decidimos de novo fazer-lhe uma visita. Sabíamos que ele tinha por costume receber em sua casa amigos que se prestassem à conversa e, se bem o pensámos, mais depressa o fizémos. Infelizmente, essa visita não foi bem sucedida, porque o professor tinha sido apanhado por uma traiçoeira intoxicação alimentar que o levara a internamento hospitalar.

Mas o encontro com o Professor estava marcado pelo destino e teve até bastante graça como aconteceu. Algum tempo depois dessa frustrada visita, e quando o ano de 1991 já caminhava para o seu término, haveríamos de fazer uma viagem até ao Brasil. Quando saíamos de Manaus para São Salvador da Baia, ao entrarmos no avião, embora os lugares estivessem quase todos vazios, havia um indivíduo sentado no lugar que me pertencia. Ali estava, disse-me ele, porque tinha bilhete de “não fumadores” e como lhe dera vontade de fumar um cigarro ajeitara-se ali. Conversa puxa conversa, viémos a saber que se tratava de Cláudio da Costa Lima, companheiro em viagem de seu tio, Epaminondas da Costa Lima, proprietários da empresa que fabricava a Jurubeba, Leão do Norte, uma bebida com fórmula de vários frutos que começou a ser produzida, em tempos idos, pelo avô do primeiro e muito consumida em várias partes do Brasil.

Ora, viémos também a saber que os dois cavalheiros tinham convivido bastante com Agostinho da Silva e referiam-se a ele com muita familiaridade. Um dos irmãos de Epaminondas, antropólogo, terá até trabalhado no Centro de Estudos Afro Orientais e, se não nos falha a memória, feito trabalho de campo no norte de África ao abrigo desta instituição que como sabemos foi criada pelo Professor. Por sua vez, Epaminondas que devia ter uma idade próxima à de Agostinho, era professor universitário e poeta, actividades que tinha partilhado com ele durante muito tempo. De regresso a Portugal, depois de termos visitado a dita empresa e do Cláudio nos ter gentilmente guiado pelas ruas de São Salvador, ficámos portadores de uma carta, de umas garrafas de Jurubeba e de um livro de poesia do próprio Epaminondas para Agostinho da Silva, Do Simples Viver (Editora Pasárgada, São Paulo, 1983), livrinho que, diga-se, tem um poema lindíssimo que lhe é dedicado.

Claro que, chegados a Portugal, lá fomos entregar a encomenda à casa do Professor, tendo-se constituído esta como a primeira visita efectiva de mais uma quantas, ao nº 7 da Travessa do Abarracamento de Peniche. Primeiro à casa do Professor e, depois, à casa da sua vizinha e companheira de muitos anos, Maria Violante Vieira, Presidente da Unicef em Portugal e primeira Presidente da Associação Agostinho da Silva.

De Maria Violante, entre uma mão cheia de boas recordações, ficou-nos um livro por ela oferecido, “avant-garde na bahia”, de António Risério, (Edições instituto lina bo e p. m. bardi, São Paulo, 1995), onde se dá conta da importância que um grupo de intelectuais e artistas terá tido na vida cultural do Brasil, e da Baía em particular, nos anos 50, onde aparece em lugar de relevo o nome de Agostinho da Silva. Aparece-nos esse grupo no livro, como os percursores de reconhecidos movimentos culturais e artísticos que haveriam de se desenvolver nas décadas de 60-70 no Brasil, como foram a Bossa Nova, o Cinema Novo e a Tropicália, onde encontramos nomes como os de João Gilberto, Glauber Rocha, Caetano Veloso, Gilberto Gil, entre muitos outros.

2. A Livraria Uni Verso, em Setúbal

Em determinada altura, por indicação do Professor, contactámos com uns amigos de Setúbal, João Raposo Nunes e Maurícia Teles, proprietários da Livraria Uni Verso, que mantinham com ele uma relação especial de amizade. Agostinho gostava de apresentar os amigos. Recordo-me de uma visita que fiz a sua casa. Quando entrei já lá estava outro visitante e, logo a primeira coisa que o Professor fez, foi promover a troca de correspondências, porque, dizia ele, nunca se sabia se por detrás daquele encontro não se escondia uma qualquer intenção do destino.

A Livraria Uni Verso era bem frequentada e fizémos mais amigos. Nesses primeiros tempos, lembramo-nos particularmente da professora Maria Eduarda da Rosa e do escritor Luiz Pacheco. Percorríamos, então, o ano de 92 e, naquela altura, decorria na Livraria um Ciclo de Estudos Gerais Gratuitos, dinamizado por diversas pessoas de várias áreas que iam desde as “Invenções” do António Doroteia, até aos poemas do Camilo Pessanha, ditos pela Eunice Munoz, entre outros.

Outro grande acontecimento que passava, e ainda passa, pela Livraria Uni Verso, são as Festas do Espírito Santo, sempre comemoradas todos os anos no Domingo de Pentecostes e que, tanto quanto sabemos, também foram impulsionadas por Agostinho da Silva, conjuntamente com o João Nunes e a Maurícia Teles. Sabemos que também António Quadros, nesse tempo, por lá andava (e ainda anda!...). Pela nossa parte, já participámos várias vezes na Festa e lá temos encontrado outros amigos da Associação Agostinho da Silva, de Lisboa, e do CADA (Círculo de Amigos do Agostinho), do Porto, este sempre representado pelo inesquecível amigo Ilídio de Sousa. Mas muitos outros poderiam ser referidos.

Foi a partir de convite do Professor Ilídio de Sousa que participámos, no Porto, no Colóquio Vida e Obra de Agostinho da Silva, em Junho de 1997, onde tivemos a honra de ter como parceiros de mesa os Professores Paulo Borges e Pedro Teixeira da Mota.

Desde a primeira ida à Livraria Uni Verso até hoje, muitas foram as iniciativas e os encontros que juntos levámos a cabo, sempre marcadas também pela participação dos amigos da Cooperativa de Animação Cultural de Alhos Vedros. Desde logo, a começar pelas minhas visitas frequentes, onde ainda delas fazemos uma vida conversável e se continua a poder desfrutar da omnipresença de Agostinho da Silva. Depois foi lá que fizémos a publicação de dois livrinhos, Do Convento (1996) e O Estandarte da Paz (2003), sem dúvida, também eles marcados, aqui e ali, pelas influências que o Professor nos deixou. E, por agora, fiquemos por aqui.

3. A Cooperativa de Animação Cultural de Alhos Vedros

Temos vindo a participar, faz já muito tempo, no projecto que a Cooperativa de Animação Cultural de Alhos Vedros tem vindo a delinear para a região envolvente. Desde que Agostinho da Silva por cá passou, em 1989, foi tão boa a semente deixada que não mais parou de se desenvolver. De facto, são já inúmeras as actividades ocorridas na região que trazem consigo o nome e o pensamento do Professor.

Para referenciar todos esses acontecimentos podemos começar por assinalar a troca de correspondência que ele impulsionou.
Depois lembramo-nos de uma noite de Lua-Cheia, um evento que a Cooperativa organiza periodicamente, que foi dedicada a Agostinho da Silva e ao Culto Popular do Espírito Santo, onde participaram o João Nunes e a Maria Eduarda da Rosa.
Na área dos livros, já que vai também a Cooperativa promovendo algumas edições, lembramo-nos do Bolinando (1994), uma antologia poética ilustrada que se constituiu também como uma singela homenagem ao professor; do Namorando o Amanhã (1996), o livro que contém a palestra do Agostinho, como já foi dito; e, ainda, uma brochura, As Últimas Cartas do Agostinho (s/d), onde foram editadas as cartinhas que ele nos foi enviando.
Foram também muitas as Conferências que a Cooperativa foi organizando, ao longo do tempo, sobre a vida e a obra de Agostinho da Silva. Abdul Cadre, Helena Briosa e Mota, Maurícia Teles, Risoleta Pinto Pedro e José Flórido, foram alguns dos autores dessas palestras que prontamente se dignaram a colaborar connosco.
Por fim, pôs a Cooperativa a funcionar uma Escola assente num espírito de livre aprendizagem que se denomina, precisamente, Escola Aberta Agostinho da Silva, onde se tentam pôr em prática algumas das ideias que o Professor tinha sobre como deveria funcionar uma Escola. Este ano lectivo tivémos sessões de Filosofia para Todos, um Ciclo de Estudos de História Local, um Atelier do Optimismo e um ciclo de Estudos Gerais, coordenados respectivamente pelo Professor Luis Mourinha, Professor Joaquim Raminhos, Psicólogo José Miguel Oliveira e Professor Luis Carlos dos Santos. Já existem novos cursos propostos para o próximo ano lectivo.

A herança é imensa, os amigos agradecem. Mas o Projecto precisa de continuar porque é da doce e paradoxal alegria de viver que se trata, mais uns pozinhos de eternas essências. Vocês não acham?

Alhos Vedros, Junho de 2005


SANTOS, Luis Carlos dos - Uma Linha Recta, in EPIFÂNIO, Renato (outros) (orgs.), In Memoriam de Agostinho da Silva (100 anos, 150 nomes). Corroios: Zéfiro, Nov.2006, pp.299-302.



Algarve, 1987

aguarela s/ cavalinho, 29x21

Chagas Vinagre

A obra Línguas de Fogo - Paixão, Morte e Iluminação de Agostinho da Silva da autoria de Paulo Borges e com a chancela da Ésquilo terá a sua apresentação no auditório 3 da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, terça-feira, 21 de Novembro, às 18,30h, logo depois do lançamento do Livro Tibetano dos Mortos.

O livro, cuja apresentação estará a cargo do Professor António Cândido Franco, narra a vida post mortem de Agostinho da Silva no período sagrado das sete semanas que antecedem o Pentecostes.

"Se o que conhecemos como o Professor Agostinho ainda fosse um ser humano ou um ser comum, preso à ilusão do ego, teria de se metamorfosear e renascer, o mais tardar, quarenta e nove dias após a data da sua morte, num dos seis mundos... Vamos começar hoje mesmo, dia particularmente auspicioso, a estudar isso no Bardo-Thödol, conhecido como o Livro Tibetano dos Mortos, um tesouro espiritual do grande Padmasambhava revelado por Karma Lingpa... fundamental para se saber morrer, ou seja, para se saber viver... Mas não me parece, como disse, que ele seja ainda um ser comum..." (in, Línguas de Fogo, Paulo Borges).

Musidanças 2006

MÚSICA DO MUNDO LUSÓFONO
as terças-feiras em Lisboa nunca mais serão as mesmas

Convidamo-vos a estarem presentes no
MUSIDANÇAS 2006 no ONDAJAZZ , Rua Arco de Jesus, 7 ao Campo das Cebolas,

PROGRAMAÇÃO: www.musidancas.com
Hoje venham curtir connosco
21 Novembro – FERNANDO TERRA
1 Pessoa 5 €

PINTURA – de 14 de NOVEMBRO A 3 DE DEZEMBRO com Firmino Pascoal

VENDA DE CD COMPILAÇÃO “MUSIDANÇAS 2006” no local e no site
www.musidancas.com com músicas de vários artistas presentes no Festival
Bilhetes á venda no local ou pelo número 218873064 ou
bar@ondajazz.com

PRODUÇÃO E PROMOÇÃO
MUSIDANÇAS
prodmusidancas@musidancas.com
968972450-919337275
Firmino Pascoal
Rua dos Lírios, 26, 2º C
2725-360 Mem Martins
Portugal

Olivença back to Portugal

Está em curso na Net um «abaixo-assinado», em inglês, da autoria de Sam Gomes, de Londres, dirigido a «The Ambassador of Spain», em que se denuncia a actual situação de Olivença. Pelo interesse da iniciativa, e deixando ao critério de cada um subscrevê-la, transcreve-se:

"Olivenza is a Portuguese territory illegaly occupied by Spain. Portugal does not recognize the Spanish sovereignty over the Olivenza territory. Therefore, the border between these two countries in the Olivenza region has never been defined- in the delimitation of the border between the two Iberian states 100 landmarks have not yet been placed.

The rigths of sovereignty that Portugal possesses over Olivenza are unarguable and no expert in International Law can question it. The Portuguese Constitution, in Article 5, number 3, makes it impossible for that territory to be given to Spain. Thus the only solution to this peninsular litigation lies in the fulfilment of the Vienna Treaty of 1815, whereby Spain pledged to return Olivenza to Portugal, which has not happened so far.»

Created by Sam Gomes
Olivença É Terra Portuguesa!
Lx., 12-11-06.> SI/
Grupo dos Amigos de Olivença

Assinar petição em:
<http://www.petitionspot.com/petitions/Olivenca_back_to_Portugal>

12 novembro 2006

Somos mesmo muito co-criadores do Espaço -Tempo (...)

Eduardo Esp. Santo

"Tendo Tudo, Tampouco ou Nada

Tenho pena mas não tenhas asas
Tenho caminho mas minhas patas são pés
Tenho cabeça mas ela não é de lagarto
Tenho cabelo mas ele está sempre despenteado

Tenho tempo às vezes mas não tenho tinha
Tenho vagar por vezes mas não tenho ondas
Tenho tido coisas mas nem tudo tenho
Tenho muita paciência mas nem sempre serve

Tenho casos mas muitos sem causa
Tenho assuntos mas muitos completamente vazios
Tenho vontade mas não sei por onde começar
Tenho a imaginação colorida mas cadê o arco-íris

Tenho visto tanto e tão pouco mas quero ver o fim do túnel
Tenho experimentado o suficiente mas preciso de mais experiência
Tenho pressentido muito mas necessito de sentir muito mais
Tenho sonhado que nunca mais acaba mas há que materializar a realidade

Tenho sido demasiado distraído mas terei que me concentrar melhor
Tenho partido em longas viagens mentais mas sem grande efeito
Tenho viajado pelo pensamento em busca constante mas para nada
Tenho vestido a pele do avesso mas porque ando abstracto em demasia...

Mas quando o que tenho é que andar o mais sensato e consciente possível!...

Escrito em Luanda, Angola, por manuel de sousa, a 11 de Novembro de 2006, em Homenagem ao Dia da Independência de Angola e ao Grandioso Povo de Angola, que por tanto sofrimento, hoje merece estar em bem estar e feliz..., festejando a Dipanda (Festa da Independência)...com os Amigos e com os Restantes Povos Irmãos do Mundo..

11 novembro 2006

Índice Mundial de Desenvolvimento Humano

O índice de desenvolvimento humano das Nações Unidas, que no relatório de 2006 se baseia em números de 2004, avalia os países não apenas pelo seu Produto Interno Bruto mas também a partir de indicadores de bem-estar como a esperança de vida, a educação e a saúde.

Para se perceberem as diferenças, o relatório dá como exemplo os primeiro e último classificados, indicando que a Noruega é cerca de 40 vezes mais rica do que o Níger, que o norueguês médio vive o dobro do tempo que o nigerino médio e que todos os noruegueses passam pelo sistema de ensino, contra apenas um quinto (21 por cento) dos nigerinos.

Por outro lado, lê-se no documento, a riqueza dos países não gera necessariamente um desenvolvimento humano elevado, sendo exemplo disto os Estados Unidos, que sendo o segundo país mais rico do mundo está classificado em oitavo lugar no índice de desenvolvimento humano.
O relatório, elaborado anualmente pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), conclui do estudo realizado este ano que "aumenta o fosso entre países pobres e países ricos", uma vez que o desenvolvimento na África subsaariana "estagnou e não apresenta qualquer sinal de melhoria", apesar de no resto do mundo ter aumentado.

A estagnação africana deve-se, segundo o PNUD, "em parte ao retrocesso económico mas, principalmente, às consequências catastróficas do VIH/Sida na esperança média de vida", que na África subsaariana é actualmente inferior à que se registava há 30 anos.

A descida de Portugal na tabela é explicada não por uma diminuição do índice de desenvolvimento que lhe foi atribuído - que cresce de 0,902 para 0,904 -, mas pelo aumento do índice da Coreia do Sul, que ultrapassou Portugal (e a Eslovénia) ao subir do 28º para o 26º.

No conjunto dos 25 países da União Europeia (UE), 15 estão à frente de Portugal e os nove que têm piores classificações pertencem todos ao grupo de dez países que aderiu à União em 2004. Neste grupo, a única excepção é a Eslovénia, que ultrapassou Portugal em 2005.

Os mais bem classificados da UE são, este ano, a Irlanda, que subiu do oitavo para o quarto lugar, a Suécia, que passou do sexto para o quinto, e a Holanda, que subiu do 12º para o 10.
O Luxemburgo, que no relatório de 2005 era o país da UE com a melhor classificação, desceu este ano do quarto para o 12º lugar. Em contrapartida, a Letónia continua a ser o país da União com a pior classificação, apesar de ter subido três lugares - do 48º para o 45º - em relação ao relatório anterior.

Os dois países que vão aderir à UE em 2007, Bulgária e Roménia, ocupam respectivamente o 54º e o 60º lugar, sendo que a Roménia passou este ano a integrar os países com um desenvolvimento humano elevado (índice superior a 0,800), quando no ano passado estava no grupo dos países com um desenvolvimento humano médio.

À excepção de Moçambique, que mantém a mesma posição de 2005 (168ª) embora continue a apresentar um índice baixo de desenvolvimento humano, todos os países de língua oficial portuguesa desceram na tabela.

Depois de Portugal, o mais bem classificado é o Brasil, no 69º lugar, que se mantém como sexto classificado do grupo de países com um desenvolvimento humano considerado médio (da 64ª à 146ª posição) mas desceu seis lugares em relação a 2005.

O pior classificado é a Guiné-Bissau, no 173º lugar, a apenas quatro do último e um abaixo do alcançado no relatório de 2005.

Pelo meio estão Cabo Verde, que desceu do 105º para o 106º, São Tomé e Príncipe, que desceu do 126º para o 127º e Timor-Leste, que depois de subir 18 lugares em 2005 desce dois em 2006, classificando- se agora na 142ª posição.

Angola, Moçambique e Guiné-Bissau estão no fundo da tabela, respectivamente nos lugares 161, 168 e 173, no grupo de países com um índice de desenvolvimento humano considerado baixo (inferior a 0,500).
Angola e Moçambique, por exemplo, estão entre os dez países do mundo com a mais baixa esperança média de vida à nascença: 41 e 41,6 anos, respectivamente.
Atrás deles, nesta matéria, estão a Serra Leoa (41 anos), Malaui (39,8), República Centro-Africana (39,1), Zâmbia (37,7 anos), Zimbabué (36,6), Lesoto (35,2), Botsuana (34,9) e Suazilândia (31,3).

No pólo oposto, estão o Japão, com uma esperança média de vida à nascença de 82,2 anos, Hong Kong (81,9) e Islândia (80,9). Em Portugal a esperança média de vida é de 77,5 anos e em Cabo Verde, o país africano de língua portuguesa mais bem colocado nesta matéria, de 70,7.

Em termos globais, as diferenças no índice de desenvolvimento humano de 2005 para 2006 traduzem-se também num aumento de 57 para 63 do número de países com um desenvolvimento humano elevado. Entraram nesta classificação, de desenvolvimento humano médio, Omã, Antígua e Barbuda, Roménia, Malásia, Bósnia-Herzegovina e Maurícia.

Oitenta e dois países estão no grupo dos que apresentam um índice de desenvolvimento humano médio e 30 no grupo do desenvolvimento humano baixo, entre os quais Angola (161º lugar), Moçambique (168º) e Guiné-Bissau (173º).

Agência LUSA

(enviado por Margarida Castro
dialogos_lusofonos@yahoogrupos.com.br )

Musidanças no Programa Latitudes

Terça-Feira dia 14 de Novembro por volta das 21.15 horas na RTP África

Sexta – feira dia 17 de Novembro por volta das 18.00 horas na RTP África

Sábado dia 18 de Novembro por volta das 11.00 horas da manhã na RTP INTERNACIONAL.

PORQUE O FUTURO ESTÁ NA MISTURA.

MUSIDANÇAS

Firmino Pascoal

A LUZ, o Tempo e a Sagração

Se soubesses que tinhas três horas para viver nesta dimensão não pouparias o bem que tens a cumprir e farias tudo para saldar os teus débitos.

Tens muitos anos de vida, mas porque não fazê-lo nos próximos tempos? Limpa a janela. Dá brilho ao teu mundo. Alegria de tudo e todos sê. Muda a relação com o Senhor do Tempo e com a Mãe do Espaço.

Ficarás enfim livre da albarda de que te encarregou o tempo, que te tem retido frente ao Adamastor, passa por ele com Amor pelo tempo que passou, saúda-o e chegarás ao Quinto Império (coração) e daí em diante, desfardado para a tua Sagração, embora já não tu, recuperas a Memória entre a Espuma e os Rochedos. A obra prima és tu, de Todas as Coisas infinitamente lembrado.

E os Amores desdobram-se recitados pelos poetas cantores, viajam pela luz deliciosa em maneira de navegar, há que tempos e planos.

Na tua sacralidade transbordaste do futuro a defesa da ideia de máscara. Era um pequenino medo que não te deixava falar como as crianças o fazem na paragem de um autocarro.

Quando abranda a fervura maquinal dos dias O que É Suave descende sobre o coração e todos os objectos resplandecem e falam conscientes a partir da sua estonteante pureza. Todos me dão os seus recados e entre eles este.

Gualdim

Irresistible Attraction



(foto de Raul Costa)

http://www.pbase.com/raulcosta/image/69751548

07 novembro 2006

Quinta da Regaleira - Sintra









(fotos enviadas por Abdul Cadre)

06 novembro 2006

Será?


Espécies pescadas actualmente poderão desaparecer em 2050

Biodiversidade oceânica em causa.
Falta de peixe poderá chegar já em meados do século. Todas as espécies selvagens actualmente pescadas terão entrado em colapso, em 2050, revela um estudo sobre a biodiversidade nos oceanos que a revista "Science" publica hoje. O termo "colapso" significa que terão desaparecido 90 por cento dos exemplares de cada uma das espécies que o homem pesca. O estudo, dirigido pelo investigador Boris Worm, do departamento de Biologia da Universidade Dalhousie, no Canadá, e que reuniu académicos canadianos e dos Estados Unidos, assinala ainda que, com a perda da biodiversidade oceânica, estão a surgir outros problemas.

in, Ciência Hoje (revista digital)
Ler mais...

05 novembro 2006

04 novembro 2006

Visita de Estudo

Museu de Arqueologia e Etnografia de Setúbal










01 novembro 2006

Cidadania Liberal vs. Cidadania Democrática

(…)
A concepção liberal de cidadania, que remonta à Revolução Francesa e que culmina na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789, é já muito diferente daquela que caracterizava o início da Idade Moderna. Nessa altura consideravam-se cidadãos todos os que estavam sobre a protecção soberana do príncipe e, portanto, cidadão era o sujeito da soberania, o que implicava sujeição. Na moderna concepção liberal, a cidadania assenta na igualdade de todos os homens perante a lei e traduz-se em primeiro lugar pela ideia de liberdade. “Contra a publicidade do Estado afirmava-se a privacidade cívica do indivíduo, possuidor dos direitos de liberdade (de consciência, de expressão, de imprensa, de livre opinião), de propriedade, de segurança.”

No entanto, num primeiro período, o exercício desta liberdade dizia, sobretudo, respeito aos proprietários, à burguesia, não sendo ainda uma cidadania democrática. Mas ao longo do século XIX vai-se assistindo a um alargamento da noção de cidadania, ou seja, à sua democratização. O direito de sufrágio, o direito de associação profissional e sindical, o direito à greve e o direito de igual acesso de todos os cidadãos a cargos políticos são premissas que garantem uma cada vez maior democraticidade. De um entendimento elitista da cidadania passa-se a uma cidadania de massas. Assim, na transição do século XIX para o século XX o direito de cidadania, além do valor de liberdade, ganha também o valor de participação e de solidariedade social. O Estado deixa de ser um simples árbitro para passar a ser interventor dos direitos do cidadão.

Boaventura Sousa Santos designa-a como a emergência da “cidadania social” que sucede a uma cidadania cívica e política, assente na conquista de significativos direitos sociais, no domínio das relações de trabalho, de segurança social, de saúde, de educação e habitação, por parte das classes trabalhadoras.

A tradição democrata traz uma mais valia à tradição liberal. Uma concepção democrática de cidadania representa um refinamento da liberdade e, simultaneamente, da responsabilidade dos cidadãos.


(in, SANTOS, Luis – A Educação Nova, A Escola Moderna e a Construção da Pessoa (tese de mestrado). Monte das Caparica: FCT da Universidade Nova de Lisboa, 2003).

30 outubro 2006

"Alma Viva de Facto"


Não sou feito de pedra...
...Ou de ferro
...Ou de palha
...Ou de água
...Ou de barro
...Ou de pressupostos vagos
...Ou de sonhos
...Ou de razões
...Ou de causas estéreis
...Ou de ossos
...Ou de carne
...Ou de simples ambições
...Ou de sentimentos ignóbeis
...Ou de cimento
...Ou de tijolos
...Ou de egocentrismo puro
...Ou de egoísmo pleno
...Ou de excentricismo exagerado
...Ou de infelizes expressões
...Ou de invejas múltiplas
...Ou de raios de estrelas
...Ou de poeira galáctica
...Ou de desejos sensacionalistas
...Ou de ar e núvens
...Ou do brilho da Lua
...Ou do calor intenso do Sol
...Nem do namoro dos dois...
...Nem sou corpo nem o efeito...
Mas sou a própria Alma Viva!...

Escrito em Luanda, Angola, por manuel de sousa, a 25 de Outubro de 2006, em tom de Comemoração e Homenagem à própria Força Omnipresente da Vida...que através de nossos Corpos e Mente fluí..., vinda dos confins do Pensamento Vivo da Alma Cósmica..., comum a todos nós, ao fim e ao cabo, queira-se ou não!...

Nanotecnologia: um admirável mundo novo

O físico norte-americano Richard Feynman previu a sua chegada há 50 anos. Hoje está por todo o lado e promete revolucionar o fu turo da humanidade: é a nanotecnologia ou a capacidade de manipular materiais à escala molecular. Quando se fala em nanotecnologias e nanomateriais, fala-se em manipulação de materiais com uma dimensão da ordem dos nanómetros, explica Tito Trindade, especialista em síntese química de nanoestruturas, da Universidade de Aveiro.

Um nanómetro é um milionésimo de milímetro, o mesmo é dizer que é 80 mi l vezes mais pequeno do que a espessura de um cabelo humano ou o equivalente a um centímetro numa estrada de dez quilómetros. A origem da nanotecnologia remonta a meados do século XX, com Richard F eynman, que antecipou a possibilidade de fazer máquinas e dispositivos à escala molecular, tendo ganho anos mais tarde o Nobel da Física.


(...)

por Ana Leiria, LUSA
in, Ciência Hoje
http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=9488&op=all

25 outubro 2006

Coitadinhos dos Bancos...

Legumes ajudam a preservar a memória



É a conclusão de um estudo liderado por Martha Clare Morris2006-10-24
O consumo de legumes, e não de fruta, contribui para diminuir a neuro-degenerescência cerebral nas pessoas idosas, indica um estudo hoje publicado nos Estados Unidos. Segundo a investigação, "as pessoas que consomem pelo menos 2,8 porções de legumes por dia retardam em cerca de 40 por cento o ritmo de diminuição das suas capacidades de memorizar, em comparação com as que consomem menos de um porção por dia". Esta travagem da neuro-degenerescência é equivalente a "um prolongamento por cinco anos das capacidades mentais plenas", escreve a principal autora do estudo, Martha Clare Morris, na edição de hoje da revista Neurology.

(in, Ciência Hoje, http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=9381 )

24 outubro 2006

Visitas de Estudo


Figueira da Foz, de Tomás Santos


Portugal dos Pequeninos, Coimbra (ceav)

Idanha-a-Velha (ceav)

Toledo, Praça de S. Jorge (ceav)

23 outubro 2006

Musidanças 2006

MÚSICA DO MUNDO LUSÓFONO
as terças-feiras em Lisboa nunca mais serão as mesmas

Convidamo-vos a estarem presentes no MUSIDANÇAS 2006 no ONDAJAZZ , Rua Arco de Jesus, 7 ao Campo das Cebolas,
Programação
www.musidancas.com

PROGRAMAÇÃO
24 Outubro – CANELA com MINGO RANGEL - Moçambique
DAMA BETE – Hip Hop Tuga –
bilhete 1 pessoa -7,5 €
2 pessoas – 10 €


Firmino Pereira

22 outubro 2006

21 outubro 2006

18 outubro 2006

Série provérbios eruditos


O que é não parece,

e o que parece não é.

Ou seja, afinal, não é o que parece...




17 outubro 2006

Hoje é dia de Arco-Íris

"Cósmico Roseiral"

Sou a Rosa
Sou a União
Sou a Perfeição
Sou a Cruz
Sou o Pensamento
Sou a Alma
Sou o Ápice das quatro direcções cardinais
Sou o Horizonte dividido em quatro linhas
Sou o Nada e a Força da Matemática Decimal
Sou o Som Invisível da Estrutura musical das Esferas
Sou o Portal Sagrado para o Campo das Dimensões
Sou a Escala de todas Medidas
Sou o Escopro e a Mão do Pedreiro da Pedra de Toque
Sou a Régua e o Escopro do Quinto Elemento
Sou a base do Quadrilátero Elíptico
Sou o imaginário ângulo impossível do Arco Fundamental
Sou o Aprendiz de Mestre Guardião da Abóbada Celestial
Sou o ocasional Estudante do Acaso e de todos os Levantes diários
Sou o Atento Auscultador do raiante Sol abstracto
Sou o Venerador Contemplativo dos Velados Mistérios da Luz
Sou o Caminho
Sou a Ascensão
Sou o Ser
Sou a Assunção
Sou a Pirâmide da Essência Existencial
Sou o Vértice da espiritual energia vital
Sou o Planisfério Cósmico da aparência
Sou a Consciência Virtual do formato real
Sou a Manifesta Ideia da abstracção formal
Sou o Verbo Luminoso formatado pela evidência
Sou o Pó que o Vento tem transformado em Carne
Sou o Cerne que o Tempo imaginado tem convencionado

Sou Aquele que é Filho de Deus e de todas as Misturas...

Sou o Eterno Ovo Divino da infinita prenhez material...

Sou o Fulcral Centro Criador da permanente transmutação alquímica...

Sou a mais ínfima e poderosa partícula atómica do Inteligente Roseiral Filosófico...

Sou a Espiral Apocalíptica e o Génesis Ordeiro de cada Particular Momento Universal...


Escrito em Luanda, Angola, a 12 de Outubro de 2006, por manuel de sousa, em Homenagem a Extraordinários Pensadores como Akhenaton, Moisés, Sócrates, Platão, Lao-Tzé, Confúcio, Cristo, Buda, Maomé, Shakespeare, Luis de Camões, Thomas Edison, Einstein, Fernando Pessoa e tantos outros, desde Cientistas, Filósofos, Poetas, Líderes Espirituais, Teólogos, etc, etc, etc...

16 outubro 2006

Padre António Vieira


Sermão da Sexagésima

I - "Ter nome de pregador, ou ser pregador de nome não importa nada; as ações, a vida, o exemplo, as obras, são as que convertem o mundo.O melhor conceito que o pregador leva ao púlpito, qual cuidais que é?É o conceito que de sua vida têm os ouvintes. Antigamente convertia-se o mundo, hoje porque se não converte ninguém?Porque hoje pregam-se palavras e pensamentos, antigamente pregavam-se palavras e obras. Palavras sem obras, são tiros sem bala; atroam, mas não ferem.A funda de Davi derribou ao gigante, mas não o derribou com o estalo, senão com a pedra: Infixus est lapis in fronte ejus. As vozes da harpa de David lançaram fora os demonios do corpo de Saúl, mas não eram vozes pronunciadas com a boca, eram vozes formadas com a mão: (... ) Por isso Cristo comparou o pregador ao semeador. O pregar, que é falar, faz-se com a boca; o pregar que é semear, faz-se com a mão.
Para falar ao vento, bastam palavras; para falar ao coração, são necessárias obras."


in, dialogos_lusofonos@yahoogrupos.com.br

Barreiro-Lisboa




07 outubro 2006

Dignificar o Mundo, Dignificando Alhos Vedros

Cá vai um tema para debate. Desta vez de âmbito local. Estamos em Alhos Vedros, Concelho da Moita, e como cidadãos que tentam participar na vida local, vamos formando opiniões sobre vários assuntos, e expressá-los é uma forma, pensamos nós, de contribuirmos para o aumento da qualidade de vida da região.

Hoje o que nos trás aqui são algumas reflexões feitas sobre o ordenamento do território deste lugar onde vivemos.

Passou, mais ou menos, um ano desde que o poder autárquico concretizou um projecto de intervenção que se estendeu por parte da Rua 5 de Outubro e pela Praça da República, de forma a recuperar esta parte da zona histórica de Alhos Vedros, dado o seu envelhecimento e degradação.

O resultado final dessa intervenção camarária, quanto à avaliação feita pelos munícipes à obra, não foi pacífica. Alguns elogios, algumas críticas, alguns disparates, algumas opiniões com sentido, mas é natural que assim fosse. Afinal, não se pode agradar a todos, o projecto concluiu-se e a zona intervencionada foi recuperada para melhor.

Mas soube-nos a pouco. Está muito para fazer em Alhos Vedros que, recordemos, é a vila mais antiga do Concelho, por exemplo, com um riquíssimo património histórico que por inépcia de quem governa, em vez de ganhar destaque, o que traria benefícios para todos, se vai perdendo aos poucos.

Não é, todavia, sobre história que hoje queriamos escrever. Reflectimos sobre a intervenção que foi feita e que deve ser continuada. Pensamos que, com a máxima urgência possível, ela se deve estender em direcção à Avenida Humberto Delgado, a principal avenida de Alhos Vedros, que vai do centro da vila até ao Bairro das Morçoas e que, a ser reabilitada, em muito embelezaria o nosso Concelho e muito dignificaria quem por aqui vive.

E que tipo de reabilitação deverá ser realizado?

Decerto que desta vez já se devem contar com as apreciações críticas que foram feitas, e ás que estão por fazer.

Nós daqui deste ponto em que nos encontramos vemos uma avenida viva, com frondosas árvores de belas flores, com muita arte (poemas, pinturas, esculturas...), com interessantes dinâmicas culturais (a edilidade poderia adquirir e transformar a mansão do Caiaido num espaço público, rentabilizando-o, o que não constituiria grande esforço financeiro) e até introduzindo um espaço desportivo, como poderia ser o caso de um parque de jogos ao ar livre defronte do infantário Charlot, aproveitando simultaneamente o lugar para prolongamento da mancha verde que lá existe e que, de resto, tanto quanto sabemos já está prevista.

Vocês não acham?

06 outubro 2006

Chico Buarque - Ela Faz Cinema - Carioca

05 outubro 2006

Flowers of Winter, de João Martinho

http://sorryformusic.blogspot.com/2006/10/flowers-of-winter-sound-of-rocks.html

(neste endereço pode ouvir uma das músicas do interessante projecto musical de João Martinho, Alhos Vedros).

Cadeira a andar na neve

desenho a esferográfica, de Maria Luis, 3 anos (prenda ao pai)