30 abril 2009

22 abril 2009

Sarah Brown recusa vitela e foie gras durante banquete da OTAN

A esposa do primeiro ministro inglês, Sarah Brown, recusou vitela e foie gras em um banquete durante a reunião da Nato no palácio de Rohan na França semana passada.

A decisão da primeira dama inglesa ganhou elogios da Peta (Pessoas Pelo Tratamento Ético dos Animais). Uma porta-voz disse: “Por recusar dois dos pratos mais cruéis imaginados pelos franceses ... Sarah Bown merece respeito e admiração em todo o mundo”.

Toda exploração animal por sua carne ou excrementos é injustificável, mas o caso da vitela e do foie gras atraem opiniões mais fortes pelos requintes de crueldade envolvidos no processo de sua produção. No caso da vitela (ou baby beef), o bezerro é retirado da mãe com apenas alguns dias de nascido, presos em baias praticamento do tamanho do seu corpo, mantidos no escuro e em uma dieta baixa em ferro para que fiquem anêmicos. Por volta de quatro meses de idade são mortos.

Já o foie gras (literalmente, fígado gordo) é o produto da super-alimentação de gansos e patos que são forçados a comer até dois quilos de grãos por dia para desenvolver a doença hepática que caracteriza o produto. A produção de foie gras já é proibida em vários países, inclusive a Inglaterra, onde a maioria dos estabelecimentos comerciais se recusa a vendê-lo.
(Lobo Pasolini, da Redação. In Agência de Notícias de Direitos dos Animais, 14 de Abril de 2009, http://www.anda.jor.br/noticiaDetalhe.php?idNoticia=2972)

A esposa do primeiro ministro inglês, Sarah Brown, recusou vitela e foie gras em um banquete durante a reunião da Nato no palácio de Rohan na França semana passada.

A decisão da primeira dama inglesa ganhou elogios da Peta (Pessoas Pelo Tratamento Ético dos Animais). Uma porta-voz disse: “Por recusar dois dos pratos mais cruéis imaginados pelos franceses ... Sarah Bown merece respeito e admiração em todo o mundo”.

Toda exploração animal por sua carne ou excrementos é injustificável, mas o caso da vitela e do foie gras atraem opiniões mais fortes pelos requintes de crueldade envolvidos no processo de sua produção. No caso da vitela (ou baby beef), o bezerro é retirado da mãe com apenas alguns dias de nascido, presos em baias praticamento do tamanho do seu corpo, mantidos no escuro e em uma dieta baixa em ferro para que fiquem anêmicos. Por volta de quatro meses de idade são mortos.

Já o foie gras (literalmente, fígado gordo) é o produto da super-alimentação de gansos e patos que são forçados a comer até dois quilos de grãos por dia para desenvolver a doença hepática que caracteriza o produto. A produção de foie gras já é proibida em vários países, inclusive a Inglaterra, onde a maioria dos estabelecimentos comerciais se recusa a vendê-lo.

(In Agência de Notícias de Direitos dos Animais, 14 de Abril de 2009, http://www.anda.jor.br/noticiaDetalhe.php?idNoticia=2972)

15 abril 2009

Amor se Faz na Cozinha


Depois das refeições, Vitalina recolhia-se à cozinha. Lavava a louça, enxugava os pratos, arrumava os talheres na gaveta, sacudia a toalha de mesa e pendurava o pano de prato no varal do quintal. Depois, servia-se de um cálice de vinho do Porto, acendia um cigarro, sentava-se à velha mesa e ligava o rádio.
As notas de Moon Light Serenade aninhavam-se no bolso de seu avental que não era sujo de ovo, mas guardava estrelas. Sílvio Caldas, talvez por ciúmes de Duke Ellington ou por não resistir a um regaço moreno, aveludava ainda mais a voz e cantava só para ela. Vitalina gostava desses galanteios.
Cresci dentro de uma cozinha que cantava e recitava trechos de antigas novelas. Por premonição estética ou por vergonha de não saber ler, Vitalina tinha na cozinha (para ser usado no futuro) um grosso volume de poesias de Cruz e Souza. Não sabia decifrar as letras, mas aprendera a gostar do moço que morava dentro do livro . Ah, o livro. Um livro que aprendeu a falar à medida que na escola eu conhecia as letras. E, quando cheguei ao Z e ao domínio dos verbos, dos pronomes, das conjunções, dos hiatos e dos objetos diretos e indiretos, o moço do livro soltou a fala. Disse que era um poeta. Vitalina gostou tanto de suas palavras, que lhe pediu para trazer os amigos "para uma prosinha". O moço não se fez de rogado e trouxe um animado bando que, num piscar de olhos, transformou a velha cozinha num recanto boêmio.
Todos os dias, enquanto Vitalina refogava o feijão ou assava um bolo, lá se reuniam Neruda, Eluard, Camões, Castro Alves, Gregório de Matos, Rimbaud, Allen Ginsberg, Baudelaire, Elisabeth Bishop, Pound, Augusto dos Anjos, Dorothy Parker, Lorca... para beber licor de jenipapo ao som da Rádio Nacional e das histórias que Vitalina tão bem narrava.
O endereço da boemia espalhou-se, e vieram os pintores. Picasso ficou maluco com os potes de barro que Vitalina ganhara de Mestre Vitalino. Dali levou Gala. Goya chegou desacompanhado. Degas apareceu com umas bailarinas. Vieram muitos, aos bandos.
Os atores chegaram por último (trabalhavam até tarde), acompanhados por amigos cantores. Maria Callas chegou com Theda Bara, uma chegada triunfal; Callas nas vestes de Medéia, e Theda nas de Cleópatra. Procópio Ferreira surgiu com um querubim baixinho chamado Grande Otelo; Cacilda Becker com Pixinguinha e Donga; Fernanda Montenegro com uma nereida chamada Chiquinha Gonzaga. E foram tantos que lá foram, que eu poderia jurar que Eurípedes e Shakespeare também por lá apareceram.
Aos domingos, as mulheres da minha família se reuniam, e Vitalina narrava as artes da boemia. Ninguém se espantava. Afinal, eram bruxas, e se bruxas podiam voar em vassouras por que seria impossível poetas saírem dos livros, pintores surgirem das telas, atores representarem à mesa e cantores fugirem dos discos? Não, as "artes" não eram nada improváveis.Os anos se passaram e a boemia cresceu. Vieram os vizinhos e em pouco tempo o bairro inteiro. Vitalina cozinhava e o improvável acontecia. Os noivos se casavam, os feios embelezavam, os malvados adocicavam, e os velhos rejuvenesciam.
Um dia, Deus, que já estava cansado - e com ciúmes - de ouvir as histórias da tal boemia, não resistiu ao cheirinho do bolo que Vitalina assava e a chamou para viver com Ele.Vitalina aceitou o convite e fez de Deus sua última conquista. Dizem que ela foi a primeira a conquistá-Lo pela boca.

Marcia Frazão http://www.marciarfrazao.blogspot.com/

obs¹: se você gostou de Vitalina, de sua cozinha, de seus amores,de seus feitiços, de seus amigos e de seu "caso" divino , ela está inteirinha no meu livro "Amor se Faz na Cozinha", publicado pela Editora Bertrand.

na foto, Vitalina e sua filha, Nazir.

13 abril 2009

Queres um mantra?...

Conta uma história yogue que havia um jovem e imaturo aprendiz de "SWAMI" que morava nos contrafortes do Himalaia aprendendo e praticando a ciência do Yoga.
- A ciência de se tornar perfeito.
Seu mestre, um poderoso e renomado SWAMI, vez por outra mandava o jovem swami aprender com outros swamis mais adiantados.
Certa vez o mestre do jovem swami o mandou ir ter com um outro swami que morava no mais profundo Himalaia, entre Uttarkasha e Harsil.
O jovem foi vê-lo, e quando chegou ele perguntou:
-Qual o propósito da tua visita?
- Quero receber uma mantra - respondeu o jovem swami.
-Terás de esperar.
Quando os ocidentais se dirigem a a alguém em busca de uma mantra, estão preparados para gastar muito dinheiro, se preciso for, mas não querem esperar. O jovem com este mesmo espírito argumentou:
-Swamiji, tenho pressa.
-Então volta no ano que vem.
-Mas se eu ficar agora, quantos dias terei que esperar?
-Terás de esperar o tempo que eu quiser que esperes - replicou o sábio.

Diante disto, o jovem swami teve que esperar pacientemente, um, dois, três, quatro dias. Mas mesmo assim o velho swami não lhe dava a mantra.
No final do quarto dia, ele disse ao jovem swami:
-Quero dar-te uma mantra, mas tens de prometer que te lembrarás dela o tempo todo.
-Prometo! - disse-lhe o jovem swami.
Ao chegarem a beira do Ganges o sábio o fez prometer de novo.
-Prometo nunca esquecer esta mantra. - repetiu o jovem.
Mas o velho mestre continuou a contemporizar e o fez prometer por várias vezes.
Após repetir dezenas de vezes por fim o mestre disse:
-Onde quer que vivas, vive alegremente. Esta é a mantra. Sejas alegre em todos os momentos de tua vida, ainda que estejas por trás de grades. Onde quer quer que tu vivas, ainda que tenhas de ir a um lugar infernal, cria ali o céu. Lembra-te, meu rapaz, a alegria é obra tua. Requer tão somente o esforço humano. Tu mesmo tens de criá-la. Lembra-te da minha mantra.
O jovem swami se sentia muito feliz e muito triste ao mesmo tempo. Pois esperava que o velho swami lhe desse um som inusitado para repetir. Mas o velho foi mais prático.
E até hoje o swami aplica esta mantra em sua vida, e consta que ele em tido êxito em tudo que faz em toda parte.
Sua receita espiritual parece ser o melhor dos médicos que um ser humano pode dispor. Verdadeira chave da nossa própria cura.

07 abril 2009

A Comédia Latina

Havia entre os Gregos a ideia que, em tempos idos, teria havido uma Idade do Ouro, período em que os homens viviam na Terra como se do Paraíso se tratasse: a felicidade conhecia as formas mais apuradas entre os Deuses, as guerras inexistiam, os interesses do grupo sobrepunha-se aos individuais, alimentavam-se sobretudo a partir dos frutos que colhiam das árvores. E, assim, poderiam ter prolongado este modo de vida na Terra, se não se tivesse verificado uma corrupção dos costumes, tendo-se entrado num outro período histórico designado por Idade do Ferro.
(...)

cf. SILVA, Agostinho - A Comédia Latina. Brasil: Edições de Ouro, 1946?/1947?

05 abril 2009

Andar de Metro

autor desconhecido