13 novembro 2005

"As Últimas Cartas do Agostinho..."

Dez anos atrás, a Cooperativa de Animação Cultural de Alhos Vedros publicou o livrinho cujo título se anuncia. Foi uma publicação caseira, mas muito bonita, de 50 volumes que voaram num ápice. Agora a Casa de Estudos propõe-se republicá-las, uma de cada vez. Fica para já o textinho do Agostinho escolhido na altura para servir de Introdução.

“Meu caro amigo:
Do que você precisa, acima de tudo, é de se não lembrar do que eu lhe disse; nunca pense por mim, pense sempre por você; fique certo de que mais valem todos os erros se forem cometidos segundo o que pensou e decidiu do que todos os acertos se eles foram meus, não seus. Se o criador o tivesse querido juntar muito a mim não teríamos talvez dois corpos distintos ou duas cabeças também distintas. Os meus conselhos devem servir para que você se lhes oponha. É possível que depois da oposição venha a pensar o mesmo que eu; mas nessa altura já o pensamento lhe pertence. São meus discípulos, se alguns tenho, os que estão contra mim; porque esses guardaram no fundo da alma a força que verdadeiramente me anima e que mais desejaria transmitir-lhes: a de se não conformarem.” (Agostinho da Silva, in sete cartas a um jovem filósofo, ulmeiro).

5 comentários:

Anónimo disse...

Luís,

Excelente iniciativa. Uma forma de divulgar o pensamento de Agostinho da Silva, um pensador que liga o Brasil, Portugal e o Senegal. Parabéns.

Margarida

Estudo Geral disse...

Margarida, o Agostinho da Silva não liga só o Brasil, Portugal e o Senegal. Agostinho e o seu amigo José Aparecido de Oliveira, ex-embaixador do Brasil em Portugal, foram os pioneiros da ideia da criação de uma comunidade lusófona que os políticos transformaram na actual CPLP. Releia o texto de José Aparecido que nós publicámos na revista Humanidades. Mas o Agostinho liga muitas outras coisas relacionadas com o espírito lusófono que estão por desencobrir... As comemorações do 1º Centenário do seu nascimento trarão, decerto, revelações interessantes.

jm disse...

Finalmente!Deixa sair essa boa energia que te anima.

Estudo Geral disse...

caro jm, se acaso houve alguma vez que retive esta "minha energia que me anima", nunca dei conta. Queres explicitar?

jm disse...

É verdade, desculpa o meu entusiasmo, talvez pelo excelente artigo.