20 maio 2006

"Amargos Doces Sucessivos Agoras"


Vi palavras iradas saídas de certas bocas
Como chamas ardentes
Chamuscando as orlas de meus ouvidos
Apanhados despreparados...

Ouvi passos trocados à toa mal dados
Tão desgovernadamente direccionados
Que até a mim confundiam
Desorientando-me por completo...

Captei intenções dúbias
Contidas de duplo sentido
Que tanto resultariam em bem ou em nada
Podendo construir ou arruinar visões...

Senti pensamentos profundos
Postos a descoberto pela sina
Lidos na palma da mão
Por uma leitora de destinos incertos...

Rompi com o preconceito
Rasgando a pele do corpo inteiro
Cortando aos pedaços cada conceito
Rasurando preceito ante preceito...

Provei o gosto amargo da tristeza
Adociquei os momentos com mel
Cobri o passado com chantili
Recordando-me tão somente dos agoras avante...

Saboreei o trago do futuro ainda porvir
Bebi-o de uma só vez em só golada
Inclinando a botija de barro cozido garganta abaixo
Como se ainda recordasse o Mistério da Taça do Graal...

Por onde todos beberemos todos os momentos de Glória...

Em Homenagem aos Homens que só pensam na Paz como o aspecto mais importante e prioritário, para o Planeta Terra e para a População Humana, cada vez menos armada...

Escrito por manuel de sousa, em Luanda, Angola, a 19 de Maio de 2006...

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