Queridos Amigos
Parece que tôda a gente está de acôrdo em que o mundo inteiro se encontra em crise. Como isto me parece demasiado vasto para eu poder ser util, decidi que sou eu quem está em crise e talvez consiga sair dela com três princípios: O de me ver livre do supérfluo, o de não confundir o verbo amar com o verbo ter, o de prestar voto de obediência ao que for servir, não mandar. Nestes termos comunico a todos os Amigos que não imporei a ninguém a leitura de textos meus, a começar pelas Folhinhas , e que só responderei a quem me escreva, pedindo (para aumentar o supérfluo...) que cada carta venha com selinho de resposta, mas um apenas, para me não obrigar a escriturações administrativas. Para tudo o que fordes e fizeres rogarei perfeito empenho e boa sorte, bom vento de navegar.
Setembro de Lua Cheia e de 93
Agostinho
POETAS DE FORA EM LINGUAGEM DE DENTRO
Catulo, latino, séc. I a.C.
Amigos, êste barco que ora vedes
nos diz ter sido o mais veloz de todos;
nenhum jamais o pôde ultrapassar,
quer a remos viesse, quer à vela;
não dirão o contrário êste Adriático,
a nobre Rodes ou as ilhas Cíclades,
a hórrida Propôntida ou o Pôntio,
lá onde outrora foi só fronde em bosque.
Muitas vezes, no cume do Sitoro
os seus ramos ao vento sibilaram,
como tu sabes bem, Amastris Pôntica,
e tu Citoro de abundante bucho.
Esteve no teu cimo, em tuas águas
os remos mergulhou e trouxe o dono
por violentas vagas, quer o vento
o levasse de esquerda ou de direita,
quer o sôpro de Júpiter teimasse
sôbre uma ou outra escota, sem que nunca
prece elevasse aos deuses litorais,
desde que ele chegou de mar remoto
às tão límpidas águas deste lago.
Tudo isto foi, passou; repousa agora
e velho vai ficando. Num refúgio,
o mais calmo de todos, se consagra
a Castor gémeo do seu próprio gémeo.
04 junho 2006
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