07 outubro 2006

Dignificar o Mundo, Dignificando Alhos Vedros

Cá vai um tema para debate. Desta vez de âmbito local. Estamos em Alhos Vedros, Concelho da Moita, e como cidadãos que tentam participar na vida local, vamos formando opiniões sobre vários assuntos, e expressá-los é uma forma, pensamos nós, de contribuirmos para o aumento da qualidade de vida da região.

Hoje o que nos trás aqui são algumas reflexões feitas sobre o ordenamento do território deste lugar onde vivemos.

Passou, mais ou menos, um ano desde que o poder autárquico concretizou um projecto de intervenção que se estendeu por parte da Rua 5 de Outubro e pela Praça da República, de forma a recuperar esta parte da zona histórica de Alhos Vedros, dado o seu envelhecimento e degradação.

O resultado final dessa intervenção camarária, quanto à avaliação feita pelos munícipes à obra, não foi pacífica. Alguns elogios, algumas críticas, alguns disparates, algumas opiniões com sentido, mas é natural que assim fosse. Afinal, não se pode agradar a todos, o projecto concluiu-se e a zona intervencionada foi recuperada para melhor.

Mas soube-nos a pouco. Está muito para fazer em Alhos Vedros que, recordemos, é a vila mais antiga do Concelho, por exemplo, com um riquíssimo património histórico que por inépcia de quem governa, em vez de ganhar destaque, o que traria benefícios para todos, se vai perdendo aos poucos.

Não é, todavia, sobre história que hoje queriamos escrever. Reflectimos sobre a intervenção que foi feita e que deve ser continuada. Pensamos que, com a máxima urgência possível, ela se deve estender em direcção à Avenida Humberto Delgado, a principal avenida de Alhos Vedros, que vai do centro da vila até ao Bairro das Morçoas e que, a ser reabilitada, em muito embelezaria o nosso Concelho e muito dignificaria quem por aqui vive.

E que tipo de reabilitação deverá ser realizado?

Decerto que desta vez já se devem contar com as apreciações críticas que foram feitas, e ás que estão por fazer.

Nós daqui deste ponto em que nos encontramos vemos uma avenida viva, com frondosas árvores de belas flores, com muita arte (poemas, pinturas, esculturas...), com interessantes dinâmicas culturais (a edilidade poderia adquirir e transformar a mansão do Caiaido num espaço público, rentabilizando-o, o que não constituiria grande esforço financeiro) e até introduzindo um espaço desportivo, como poderia ser o caso de um parque de jogos ao ar livre defronte do infantário Charlot, aproveitando simultaneamente o lugar para prolongamento da mancha verde que lá existe e que, de resto, tanto quanto sabemos já está prevista.

Vocês não acham?

13 comentários:

Anónimo disse...

Força,

É claro que achamos, amigo Luís. Se quisermos podemos fazer um abaixo-assinado. Qualidade de Vida é assunto de Todos, não só dos burocratas.

A Vida e os cidadãos activos representam a formação da massa crítica indispensável para a irreversibilidade de recriação de um Lindo Portugal - Obra Colectiva de todos aqueles 'que se recusam a escarrar para cima dos passeios'.

como sempre O QUE FAZ FALTA É AVISAR A MALTA

Eduardo

Anónimo disse...

Força,

É claro que achamos, amigo Luís. Se quisermos podemos fazer um abaixo-assinado. Qualidade de Vida é assunto de Todos, não só dos burocratas.

A Vida e os cidadãos activos representam a formação da massa crítica indispensável para a irreversibilidade de recriação de um Lindo Portugal - Obra Colectiva de todos aqueles 'que se recusam a escarrar para cima dos passeios'.

como sempre O QUE FAZ FALTA É AVISAR A MALTA

Eduardo

Anónimo disse...

Moro na Av. Humberto Delgado e desde sempre vi carros estacionados do lado direito quando se vai para as Morçoas, apesar de ser proibido estacionar e das respectivas multas que ultimamente a GNR já quase desistiu de passar. A verdade é que não há parques de estacionamento em nº suficiente para todas as viaturas dos morsdores e estes vão contando com a benevolência das autoridades.
Para acabar com esta situação o melhor seria retirar os sinais de proibição de estacionar.

Carlos (Brocas) disse...

A vontade existente é de colocar a Moita no mapa delegando para 2º. ou 3º. plano as restantes vilas do Concelho.
Cerca de uma semana antes da Biofesta que se realizou junto ao coreto, pintaram 3 passadeiras na zona junto à Dinis Ataide e depois partiram em passos apressados para a Baixa da Banheira onde pintaram mais meia duzia delas, esquecendo-se de pintar algumas bem mais utilizadas.
Vejamos também o caso do cruzamento da estrada nacional junto ao apeadeiro, olhem com olhos de ver para a coisa e digam-me por favor onde é seguro, nesse cruzamento, atravessar a estrada.
Só para quem se desloca do centro da vila existe sinais para peões, passadeira pelo menos? não, nada.

Anónimo disse...

1. Ordenamento do transito; criar ruas de sentido único e com um bom plano de acesso aos diversos lugares do centro da Vila e criar espaços de estacionamento público para onde os veículos serão coagidos a estacionar sob pena de multas e outras penalizações.
2. Ainda dentro desta questão do estacionamento, construir um siloauto com níveis subterrâneos onde agora está um pequeno parque de estacionamento na Humberto Delgado; porque não criar aí espaços de aluguer, serviços de limpeza automóvel e entregar a gestão do espaço a empresas privadas?
3. Uma vez que estamos a falar de uma avenida que já está fora do núcleo histórico da Vila, repavimentar todos os passeios com alternativas à calçada, para tanto utilizando materiais com menores custos de manutenção e mais fácil actuação para o mesmo objectivo e que ao mesmo tempo facilitem a mobilidade das pessoas, com os desnivelamentos apropriados para carrinhos de bebés e afins.
4. Para alindar árvores, em todas as áreas disponíveis quer de um lado quer do outro da via; tílias, por exemplo ficariam muito bem, mas as laranjeiras são tão tradicionais no sul de Portugal e embelezam tanto as praças e jardins que não se perderia nada por contribuirmos para o cognome de Alhos Vedros das laranjeiras. Não seria bonito de ver?
5. Há edifícios que são peças únicas de arquitectura; em qualquer outro país normal e decente, seriam decretadas património, neste caso, local e as autoridades aplicar-se-iam em elaborar programas que impedissem a sua demolição e, ao mesmo tempo, promovessem as respectivas recuperações e manutenções. Falam da casa do Caiado que não sei qual é, mas suponho que se referem a uma pequena Vila de primeiro andar que tem um letreiro a referenciar a contrução de não sei quantos fogos o que significa, vai abaixo e faz mais um prédio igual aos outros, provavelmente com mais umas mãos cheias de carros para ajudar a melhorar o ordenamento da zona.
6. E já agora, uma poção mágica para dar aquilo que vocês sabem a quem decide sobre estas coisas.

Parabéns pelo fórum, tudo o que possa concorrer para o esclarecimento do povo é de louvar. Não precisamos de algazarras nem radicalismos, basta que se faça aquilo que aqui está a ser feito; o tempo encarregar-se-à de elevar a qualidade da educação cívica que não se transmite aos berros, por muito bem que isso nos possa fazer à alma.

Anónimo disse...

"Para alindar árvores, em todas as áreas disponíveis quer de um lado quer do outro da via; tílias, por exemplo ficariam muito bem, mas as laranjeiras são tão tradicionais no sul de Portugal e embelezam tanto as praças e jardins que não se perderia nada por contribuirmos para o cognome de Alhos Vedros das laranjeiras. Não seria bonito de ver?"

Caro amigo, permita-me que destaque esta parte do seu texto, embora tenha gostado dele na íntegra. Houve um amigo que tinha falado na luz própria dos jacarandás, mas por mim, tílias ou laranjeiras está bem.

Quanto ao estacionamento dos carros e às passadeiras por mim também está bem.

Fiquei a pensar na sugestão do amigo Eduardo sobre a possibilidade de um abaixo assinado. Veremos.

Anónimo disse...

Os portugueses não estimam os seus patrimónios. Estou agora a estudar em Lisboa e vou lá muitas vezes e vejo que no centro da capital as ruas estão sujas e os edifícios estão velhos e em mal estado. Depois há prédios antigos e novos numa mistura sem gosto nem critério.
Vivo em Alhos Vedros há quase três anos e gosto de ver as casas pintadas mas também aqui há ruínas ao lado de casas de pessoas. É pena. Não sei se é por causa do clima mas há poucas árvores e não há jardins com flores. Os carros param em todo o lado e as pessoas às vezes andam mal e tem que ir para a estrada. Faltam transportes rápidos.
As pessoas podiam ser mais cuidadosas. As ruas estão sujas porque atiram as coisas para o chão e já vi donos de cães deixarem os animais sujarem os passeios e as paredes das casas.
O meu irmão diz que na escola dele também é assim, os alunos atiram tudo para o chão e não acontece nada.
Os governantes não podem fazer tudo, o povo também é responsável. Devia ser neste caso.
Obrigada por me deixarem participar.

Anónimo disse...

Caros Senhores
Não tenho dúvidas que é positivo fazer estas discussões, pois são uma das vias que as pessoas têm para se fazerem ouvir e, ao mesmo tempo, são um dos canais que aqueles que estão nos orgãos de poder podem usar para auscultar o sentir e o querer das populações. Assim, felicito-os pela iniciativa e acrescento que há outros problemas locais que também devem merecer a vossa atenção.
Quanto a uma das questões que colocam que é a necessidade de preservar certas casas que, pela sua beleza e/ou singularidade poderemos considerar património da Vila, permitam-me que venha aqui contrariar o sentido das vossas palavras.
Falam da casa do Caiado e sugerem que a Câmara poderia adquiri-la para aí instalar um qualquer equipamento público mas não é muito difícil de ver que não poderia ser esse o caminho, pois se essa casa terá o seu valor arquitectónico, outras existem com essa mesma importância e compreensivelmente o Município não teria como fazer face aos despesismo que se geraria se quisesse salvar a todas do modo em causa.
O caminho a seguir terá que passar necessariamente pela monitorização dos edifícios que têm feito o rosto da Vila neste último século, a sua classificação como objectos de interesse patrimonial e o recurso a programas que em parceria com os proprietários viabilizassem a utilização das construções tal como tem acontecido até agora ou, ém hipótese alternativa, a preservação das fachadas.
Contudo, partilho a opinião que o património arquitectónico deve merecer a melhor das atenções por parte dos munícipes, pois é assim que se dá personalidade às terras e com isso se criam potencialidades de atracção turística. Por motivos profissionais tenho que viajar entre muitos países da Europa e é isso que acontece e permite que muito boa cidade europeia receba mais turistas que o nosso Algarve das praias onde nos vemos forçados a fazer bichas para esperar pela mesa do restaurante ou da esplanada onde pretendemos beber o café que, no meio de tanta confusão, dificilmente conseguimos tomar em sossego.
Mais uma vez, parabéns pela ideia deste debate.

Anónimo disse...

O concelho da Moita tem potencialidades turísticas e Alhos Vedros, naturalmente, está nesse roteiro.
Para tanto é preciso que as terras estejam arranjadas e devidamente ordenadas para que as suas características estejam bem à vista e sejam capazes de atrair e agradar aos visitantes.
Este género de debates podem servir para chamar a atenção para estes problemas.
Assim se faz a democracia. A "Casa de Estudos" está de parabéns.

Anónimo disse...

Caro Rui Forquilha, obrigado por nos contrariar. Temos ideia que a casa do Caiado é um caso singular no património arquitectónico da vila, embora existam outras com importância equivalente, ou até superior. Pensamos, por exemplo, na casa contígua ao Moinho de Maré de Alhos Vedros que está em avançado estado de degradação, o que é lamentável.
A casa do Caiado veio a talho de foice, porque estávamos a falar da dignificação da artéria principal de Alhos Vedros, onde ela se situa. E o nosso receio é que um qualquer construtor civil a possa comprar para fazer terceiros andares, e aí lá se vai mais um boa parcela do nosso património.
Na dita avenida, poucos metros mais acima, lá vemos uma belíssima casa, já com projecto aprovado para ser demolida e substituída por mais um prédio.
E é assim, que aos poucos nos vão lapidando toda a nossa identidade patrimonial, tão distraídos que temos andado. Os exemplos são tantos que nem vale a pena mencioná-los.
Aproveitamos também para agradecer ao Acácio e à Larissa pela participação, pelos bons testemunhos que nos trouxeram e pela força que juntaram às nossas modestas intenções de dignificação da qualidade de vida da região.

Anónimo disse...

Eu quero viver numa terra decente!
Eu não cuspo para o chão; não sujo nada que não limpe; digo bom dia ao vizinho e quando entro numa loja; pago todos os impostos e nunca colaborei em falcatruas; cumpro os meus deveres para com a sociedade e o semelhante.
Por tudo isto repito:
EU QUERO VIVER NUMA TERRA DECENTE!

Anónimo disse...

Caros Amigos,

A casa de João Franco Caiado, segundo sei não se encontra a venda, e mesmo que tivesse não pode ser alterada, pois foi classificada pelo IPPAR.
Quanto ao trabalho de embelezamento de Alhos Vedros eu concordo , são necessarias intervenções urgentes, nos Palacios do Cais, nomeadamente o Palacio do Conde de Barcelos, no Palacio dos Marqueses de São Payo, fundadores da nossa velhinha, a Quinta de São Pedro, que tem as ruinas de um Solar, que brevemente vão ser supermercados, o Palacio da Quinta da Fonte da Prata, os Palacetes dos Corticeiros do seculo XIX E XX, unicos no Concelho, na rua dos Correios, a Quinta da Graça...meus amigos tanto teria aqui para escrever sobre o patrimonio arquitectonico e urbanistico e o que fazer para ele ser melhorado.
Proponho um serão, em Alhos Vedros, com um debate. A minha familia tem pelo menos 500 anos em Alhos Vedros, aluno de Mestrado em Arquitectura em Lisboa, Sinto Alhos Vedros como uma Mãe, tenho orgulho de ser daqui, e quero contribuir.
se quizerem uma conferencia/debate, estou disponivel a organizar, com arquitectos, com os amigos da historia local, moradores e adorava ter presente claro o poder concelhio.

deixo o meu e-mail: joaogaspar@nyc.com

cumprimentos

Regedor

Estudo Geral disse...

João Gaspar, em primeiro lugar dou-lhe os parabéns pela persistência familiar em escolher Alhos Vedros como lugar para viver. É um bom sítio, aqui mesmo junto ao Tejo, mais a serra da Arrábida ao fundo, mas reconheçamos que pode melhorar, e muito.
Com o interesse, a informação e o conhecimento que o amigo revela em relação a Alhos Vedros e, porventura à região envolvente, seria uma pena que a conferência/debate não se fizesse.
Eu proponho o auditório da Velhinha, ou a Biblioteca de Alhos Vedros, já que por agora o Moinho de Maré ainda não está disponível.

Também gostei da poesia anónima sob o título "Eu quero viver numa Terra decente". Aprender a viver sem que os outros tenham que levar com os nossos escarros parece-me, de facto, essencial. E, então, repito com o amigo anónimo, eu quero AJUDAR A CONSTRUIR UMA TERRA DECENTE PARA SE VIVER. Ou, pelo menos, tentar.
Naturalmente que a montante dos escarros, dos impostos, da corrupção, da atenção para com os outros, há muito mais. Mas, a pouco e pouco, degrau após degrau, lá chegaremos.