É verdade ou não
que inventaste uma nova religião
nunca foste a uma missa, nunca fizeste comunhão
depressa largaste a lei do Tao
a pureza matemática macrobiótica,
meditação transcendental, o Induismo, os Vedas
a primeira abandonaste, os outros nunca tentaste.
Arreda Satanás,
É verdade que te ligaste aos espíritos antepassados
aos mortos que continuam vivos
princípios gerais de primitivos animismos
vagueiam-te pelos pensamentos
elementos simples de livres budismos,
tu amante de diárias leituras cristãs
que tal como todos os jurados caminhos
de místicos, profetas e videntes, em ascensão
procuram as portas da libertação, da carne
anúncios de uma outra proeminência.
Arreda Satanás,
Sentes-te um Português de longe, não é?
conquistador, navegante, templário
de cruz vermelha em manto branco ao peito,
combatente não activo de Dinis
militante pacifista universal
de um lugar para a Língua Portuguesa,
um mensageiro de Isabel
que te trouxe a coroa de Rei dos Judeus
a coroa dos eleitos, do Espírito Santo
a lembrar as insígnias no alto da cruz,
um cavaleiro de Jorge
um vencedor de dragões
um sinaleiro de pombas.
Arreda Satanás,
Agora que todos juntaste é verdade ou não
que temos uma nova religião?
A religião das religiões.
Assente em rudimentar filosofia, é certo
numa pretensão de ser tudo
aprendiz de Deus entre deuses
quando se é pouco mais que nada
de fracos poderes entre os vivos
entre firmes pilares de limitados horizontes
todavia, um ser nada que não é vazio
um nada absoluto sedento de liberdade
troca-tintas de exercícios orientais, físicos e mentais
praticante de preces locais
com poderes especiais no jogo da vida
De uma Vida que em si é tudo
em curtes vegetarianas a meio tempo
curioso de práticas reikianas
buscador de apostólicas energias de cura
de revelados óleos essenciais
ou de naturais essências
que também vêm através das ciências
e do que mais estará por vir
porque tudo isto é tanto muito pouco
Luis Santos
02 dezembro 2006
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
5 comentários:
Luís, Não conhecia a sua veia poética. Parabéns.Um altra em construção! As patrias da língua portuguesa? muito por fazer.
Margarida
Luís, Escrevo de novo.
Corrijo a palavra que escrevi errado no texto anterior.
Um altar em construção! As pátrias da língua portuguesa? Muito por fazer. Sim, porque para mim temos diferentes pátrias com o elo comum na língua portuguesa. Precisamos de nos conhecer...
Margarida
Quase tudo por fazer e, simultaneamente, quase tudo feito... que vida curiosa esta. Beijinhos, beijinhos.
Vim retribuir a visita (uma óptima desculpa para vir espreitar :O) ).Tem aqui um espaço ecléctico a que vou voltar com tempo.
Gi
Obrigado Gi, volte sempre.
Enviar um comentário