08 fevereiro 2007

V Ciclo Agostiniano - Açores

CONCLUSÕES

- seguir e continuar Agostinho da Silva é simultaneamente (1) comentar a sua obra e (2) testemunhar o nosso sentimento e vivência do seu legado

(1) Quanto à primeira, foram apresentadas as seguintes ideias da antropologia e da filosofia da história agostinianas:
- tal como Agostinho da Silva nos ensinou, as grandes potencialidades do ser humano são o CONTEMPLAR, o AMAR e o CRIAR
- estas três potencialidades concretizam a emancipação global de todos os homens e do homem todo
- este projecto é simultaneamente exterior, envolvendo as dimensões económica, social e política, mas é sobretudo uma revolução interior: como dizia o professor Agostinho da Silva, o mais importante não são as ideias que temos, mas podermos SER essas ideias
- nisso consiste a compreensão do ser humano como centelha do divino e que se concretiza na Ilha dos Amores, no 5º Império e no Império do Espírito-Santo
- a concretização deste projecto de renovação manifesta-se simbolicamente nos 3 momentos fundamentais no culto popular do Espírito-Santo: o bodo, a coroação do menino e a libertação dos presos
- Agostinho da Silva é um futurista, ou seja, um homem que propõe uma nova utopia: o fim da “era do emprego”, o fim do trabalho como obrigação e a proposta do trabalho como vocação; para que isso seja possível, o ensino deveria ser permanente e gratuito, envolvendo todas as fases e envolvendo todas as actividades humanas
- ensinar é promover condições para aprender, “conhecer o mundo que há”; educar é possibilitar condições para SER, ou seja, “criar o mundo que ainda não há”
- o que distingue o homem da restante natureza é precisamente a capacidade de criar

(2) Quanto à segunda: foram dados vários testemunhos acerca das mais diversas temáticas, sugeridas implícita ou explicitamente pela obra de Agostinho
- ideia de uma consciência ecológica: necessidade de repensarmos as nossas atitudes diante do ambiente que nos cerca
- a insubmissão a todas as formas de totalitarismo ou de violência, desde a imposição de ideários políticos até à indiferença social
- o modo como a aprendizagem de certas técnicas de trabalhos manuais nos conduz à construção da nossa própria pessoa, contribuindo assim para o auto-conhecimento e a auto-superação que nos propunha o projecto agostiniano de educação e de vida
- a valorização da cultura popular e da experiência de vida, que se sobrepõe a uma pura e estéril erudição
- o século XXI será o século da queda do tabu da morte, assim como o século XX foi o da queda do tabu do sexo: a ideia de que quem ama bem, morre bem

Projectos para o futuro: definição e concretização de tempos e de espaços de SER
- instituir na Horta o costume do Cantar às Estrelas: criação artística popular e a fruição dessa criação
- promover “Encontros do Silêncio”, especialmente nas zonas da Ilha mais propícias a uma interiorização e a uma vivência íntima: vivência dos espaços, oportunidade de comunhão com a natureza e com o cosmos.
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Porto Pim, 3 de Fevereiro de 2007

Bem Haja!
FaiAlentejo
Eduarda e Francisco
http://ciclo-agostiniano.blogspot.com/

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