Os rios, donde nascem, vão correndo,
Seu repouso no mar alto buscando,
Com suas doces agoas nele entrando,
Que em salgadas (se) ficam convertendo.
Então seu claro engano conhecendo,
De novo a correr tornam, murmurando
Do mal com que lhes fica o mar pagando
As voltas, que por vê-lo vão fazendo.
Doces rios, deixai de murmurar,
Senão de vós, tão mal considerados,
Que correndo vos is lançar no mar.
De cima para baixo ides errados,
De baixo para cima sem errar,
Os caminhos do ceo vão acertados.
in, CRUZ, Agostinho da - Sonetos e Elegias. Lisboa: Hiena Editora, 1994.
Agostinho da Cruz, o poeta místico da Arrábida, viveu eremiticamente na dita cuja os últimos anos da sua vida, entre 1605 e 1619.
13 maio 2007
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2 comentários:
Maravilha ...
Posso levar ?
Abraço
Como não?...
Abraço
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