19 setembro 2007

"Virando Terra E Céu do Avesso"


Não se me cabem os pés no Céu
Não se me cabem as asas na Terra
Não se me cabem as barbatanas em tantos Aquários

Não sei se hei de esconder a cabeça no Subsolo
Não sei se hei de pregar sermões aos Peixes
Não sei se hei de andar sem eira nem beira pelo Deserto

Não quero sentir-me sozinho no meio do total Nada-Tudo
Não quero sentir-me obscuro por entre a Escuridão da Noite
Não quero sentir-me ensombrado pelo som dos Batuques Místicos

Não viajarei em vão ao centro da Mente Cósmica
Não viajarei em vão para além da Razão Divina
Não viajarei em vão pela palma da Mão da Criação

Não atravessarei barreiras nem entraves de um Muro Invisível
Não atravessarei barreiras impenetráveis sem Orientação Astral
Não atravessarei barreiras inexistentes no fundo da Mente Interior

Não serei eu quem porá o primeiro dedo no ar ou sequer na água
Não serei eu quem dissipará as dúvidas e as nuvens carregadas
Não serei eu quem entornará o caldo da sopa primordial…

Porque quero ser eternamente cordial e ser mais um no fim…

Escrito a 17 de Setembro de 2007, em Luanda, Angola, por manuel de sousa, em Homenagem a Sua Eminência, o Honorável Dalai Lama, por altura de sua recém terminada visita de 2 dias a Portugal, onde, ao aceitar o convite do Íman da Grande Mesquita de Lisboa, e ao lado a lado com Judeus, Cristão de diversas confissões, Budistas e com os anfitriões Muçulmanos e outros, que durante alguns instantes, juntos, oraram virados para Meca, dando um grande exemplo de tolerância religiosa e ecuménica ao Mundo, mostrando que sempre é possível Homens de Boa Vontade viverem em harmonia, compreensão e em paz…
Este acto solene, ficou ainda marcado por um especial momento de emotividade, quando um praticante da crença/rito do Espírito Santo, praticada essencialmente nos Açores (prática não aceite pela Igreja Católica), ofereceu ao Honorável Dalai Lama, uma Coroa encimada de uma Pomba em prata, representando o Espírito Santo.

Sem comentários: