23 novembro 2007

Problemas na Galiza

Independentistas em Portugal suspeitos de pôr bomba na Galiza

PAULO JULIÃO, Viana do Castelo

A região da Galiza voltou, ontem, a ser alvo de um ataque bombista, que não causou vítimas, sendo já o terceiro caso registado naquela comunidade espanhola desde Maio, suspeitando as autoridades do envolvimento de um grupo independentista galego que opera a partir de Portugal.A explosão da madrugada de ontem (02.30, hora local) ocorrida no município de Cangas (Pontevedra), fez "numerosos danos materiais" nas instalações de uma imobiliária, que ficou "completamente destruída", anunciou a polícia espanhola. Tudo aponta para que se trate de um engenho composto por "quatro a cinco quilos de material explosivo", apesar de ainda se esperar a confirmação através do relatório final de peritagem. A explosão provocou ainda danos nos edifícios mais próximos, alguns dos quais foram evacuados, mas não foi recebido nenhum telefonema a reivindicar o atentado.A 25 de Setembro um outro artefacto explodiu na localidade de Mugardos, que provocou também avultados danos em várias vivendas próximas. A autoria desta acção foi reivindicada mais tarde através de um comunicado anónimo escrito em "galego luso", como descrevem as autoridades locais, mas sem especificar a autoria. Já a 09 de Maio, no município de Cangas, a Guardia Civil procedeu à detonação controlada de uma bomba, cuja autoria foi reivindicada pelo grupo independentista Resistência Galega, conhecido por operar a partir do norte de Portugal.Junto aos explosivos as autoridades encontraram panfletos reivindicativos do auto-denominado grupo "Resistencia Galega", onde se podia ler: "Os inimigos do noso povo non devem durmir tranquilos. Ningunha agressom sem resposta". Segundo um relatório da Europol, divulgado em Abril pelo DN, é crescente a actividade de grupos separatistas galegos no Norte de Portugal, e no Minho em concreto, alguns representando facções e dissidentes do núcleo de guerrilheiros inicial: O Exército Guerrilheiro do Povo Galego que, entre 1986 e 1991, espalhou o terror em nome da independência daquela região espanhola. O auto-intitulado GZ Resistência Galega é um dos "mais activos", reconhece a Polícia Judiciária, admitindo a sua operação em Portugal, sobretudo com a distribuição de propaganda em defesa da independência galega. Este mesmo grupo foi alvo de uma investigação, pela PJ, na sequência da detecção, a 16 de Setembro de 2006, de 26 bombas de fabrico caseiro, juntamente com panfletos de propaganda independentista, numa casa em Viera do Minho, distrito de Braga. A actividade do Resistência Galega é conhecida das autoridades espanholas.

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