16 janeiro 2008

Uma Língua de Fogo

19.

Abraço

Prometes
que se eu abrir o coração contigo
tu não vais rir?
se eu me desinibir e disser coisas sem sentido,
coisas que só se dizem a um amigo,
que não vais ser frio, e vais até tentar gostar?
E mesmo que seja um poema tolo
que pareça coisa de louco,
de alguém que não está no estado certo,
prometes que não vais fazer pouco?
Prometes?

E se eu te entregar o meu pobre olhar?
se eu disser que é longe
e estar-se mesmo a ver que é perto?
não me vais tentar dizer
que estou estranho, e que não percebo
a dimensão nem o tamanho?
Prometes?

E se eu não conseguir falar,
se disser as coisas a gaguejar?
Vais tentar compreender?
Vais tentar ouvir, a sorrir
sem pensar mal de mim?
Mesmo se eu fizer um ar de entendido
prometes, mesmo assim que poderei ser teu amigo?
Prometes?

3 comentários:

Anónimo disse...

Prometo, amigo!

Estudo Geral disse...

O prometido é de-vidro.

Anónimo disse...

... de-vidro, plástico, diamante... tem dias!