11 fevereiro 2008

Uma Língua de Fogo

22. (e última)

Paz e Liberdade

Tenham dó.
Parem.
Metam a cabeça entre as mãos
e chorem
chorem, chorem
até que lhes nasça um sinalzinho
um ressentimento, qualquer coisa
que acabe a matança.

Os americanos adoram brincar ás guerras
meter a paz na ponta das baionetas.
os alemães, os ingleses, os franceses
e até os portugueses
quase todos, coitados
andam enervados.

Fazer e vender armas
Para depois comprar a paz, que estranho...
que falta de consciência
que paciência é preciso ter
para os senhores da guerra.

Quanto amor se tem de arranjar
de inventar, de descobrir
para que não se percam todos de vez?
Quantas lágrimas será preciso deitar?
Quantas cruzes e quantos pregos
a espetar e a estalar o osso?
E quantas coroas de espinhos?

Que sofrimento é este?
Porquê?
Quem és tu senhor da guerra?
Sou eu? É parte de mim?
É a minha imperfeição? É a minha doença?
Arreda daqui Satanás.
Vai-te. Não te quero por perto.

Pela paz e pela liberdade
sem que sofrimento sobre.

Sem comentários: