2. E-ternidade
"O Homem é aquilo que pensa" disse Buda, setecentos anos Antes de Cristo, ouvi eu dizer ontem.
Temos o maior respeito por todos os textos sagrados, sejam Védicos ou Hindús, venham dos Árabes ou dos Judeus, de Buda ou Lao-Tsé...
Todas as pessoas com as suas crenças e fé merecem-nos a maior atenção, e esperamos que o seu sentimento seja recíproco. Esperamos e desejamos que o tempo das fogueiras inquisitórias, da eliminação do outro só porque ousava ser diferente, pertença a um passado triste e de má memória.
Também nós temos a nossa matriz espiritual e para lá das pontes que podemos e devemos estabelecer com todos os outros povos e civilizações, devemos integrar e desenvolver o que é nosso.
Recuando, até, ao paganismo lusitano que continua vivo, mas, sobretudo, desenvolvendo a nossa matriz cristã que nos dá os instrumentos necessários para uma magnífica navegação à bolina, com vela triangular e tudo.
Creio que era a essa espiritualidade portuguesa, ou deverei dizer lusófona(?), de interesse mundial, e mais além, que Agostinho da Silva se referia quando rebuscou do fundo da nossa alma histórica o culto popular do Espírito Santo.
Ele que dizia que a melhor religião, decerto, seria aquela que conseguisse pensar todas as outras...
(o título tem música. basta clicar em cima. desta vez é dedicada ao meu Amigo Rui Augusto)
29 agosto 2008
26 agosto 2008
25 agosto 2008
Curso de Escutatória
"OUVIR É UMA ARTE DE HÁ MUITO TEMPO ESQUECIDA"
Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória. Mas acho que ninguém vai se matricular. Escutar é complicado e sutil, diz Alberto Caeiro (heterônimo de Fernando Pessoa) que não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. É preciso também não ter filosofia nenhuma". Filosofia é um monte de idéias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas. Para se ver, é preciso que a cabeça esteja vazia. Parafraseio o Alberto Caeiro: "-Não é bastante ter ouvidos para ouvir o que é dito; é preciso também que haja silêncio dentro da alma." Daí a dificuldade: a gente não agüenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor, sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer. Como se
aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração e precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor.
aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração e precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor.
Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil de nossa arrogância e vaidade: no fundo, somos os mais bonitos... Tenho um velho amigo, Jovelino, que se mudou para os Estados Unidos estimulado pela revolução de 64. Contou-me de sua experiência com os índios. Reunidos os participantes, ninguém fala. Há um longo, longo silêncio. Todos em silêncio, à espera do pensamento essencial. Aí, de repente, alguém fala. Todos ouvem. Terminada a fala, novo silêncio. Falar logo em seguida seria um grande desrespeito, pois o outro falou os seus pensamentos, pensamentos que ele julgava essenciais. É preciso tempo para entender o que o outro falou. Os pianistas, antes de iniciar o concerto, diante do piano, ficam assentados em silêncio, [...]. Abrindo vazios de silêncio. Expulsando todas as idéias estranhas.
Na nossa civilização, se eu falar logo e logo a seguir fico em silêncio, são duas as possibilidades. Primeira: "Fiquei em silêncio só por delicadeza. Na verdade, não ouvi o que você falou. Enquanto você falava, eu pensava nas coisas que iria falar quando você terminasse sua (tola) fala. Falo como se você não tivesse falado".
Segunda: "Ouvi o que você falou. Mas isso que você falou como novidade eu já pensei há muito tempo. É coisa velha para mim. Tanto que nem preciso pensar sobre o que você falou".
Em ambos os casos; estou chamando o outro de tolo. O que é pior que uma bofetada. O longo silêncio, na verdade deve querer dizer: "Estou ponderando cuidadosamente tudo aquilo que você falou". Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro. Ausência de pensamentos. E aí, quando se faz o silêncio dentro, a gente começa a ouvir coisas que não ouvia. Eu comecei a ouvir.
Fernando Pessoa conhecia a experiência, e se referia a algo que se ouve nos interstícios das palavras, no lugar onde não há palavras. A música acontece no silêncio. A alma é uma catedral submersa. No fundo do mar - quem faz mergulho sabe - a boca fica fechada. Somos todos olhos e ouvidos. Aí, livres dos ruídos do falatório e dos saberes da filosofia, ouvimos a melodia que não havia, que de tão linda nos faz chorar. Para mim, Deus é isto: a beleza que se ouve no silêncio. Daí
a importância de saber ouvir os outros: a beleza mora lá também. Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto.
Fernando Pessoa conhecia a experiência, e se referia a algo que se ouve nos interstícios das palavras, no lugar onde não há palavras. A música acontece no silêncio. A alma é uma catedral submersa. No fundo do mar - quem faz mergulho sabe - a boca fica fechada. Somos todos olhos e ouvidos. Aí, livres dos ruídos do falatório e dos saberes da filosofia, ouvimos a melodia que não havia, que de tão linda nos faz chorar. Para mim, Deus é isto: a beleza que se ouve no silêncio. Daí
a importância de saber ouvir os outros: a beleza mora lá também. Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto.
Rubem Alves
24 agosto 2008
O Largo da Graça
1-Amor e Amizade
A síntese perfeita: "Amar o Amor", li em Agostinho da Silva. Ou seja, Amor é mesmo Amar - o si, os outros e o mundo.
"Sei que a poesia está para a prosa assim como o Amor está para a Amizade. E quem há-de negar que esta lhe é superior?", ouvi numa canção do Caetano Veloso.
Um Amigo ainda é mais que o Amor (Deus)? Bem, talvez o Caetano seja ateu...
(P.S. O título do textinho tem música. Basta clicar em cima. Dedico a postagem desta música ao António Telmo, ele lá saberá porquê.)
A síntese perfeita: "Amar o Amor", li em Agostinho da Silva. Ou seja, Amor é mesmo Amar - o si, os outros e o mundo.
"Sei que a poesia está para a prosa assim como o Amor está para a Amizade. E quem há-de negar que esta lhe é superior?", ouvi numa canção do Caetano Veloso.
Um Amigo ainda é mais que o Amor (Deus)? Bem, talvez o Caetano seja ateu...
(P.S. O título do textinho tem música. Basta clicar em cima. Dedico a postagem desta música ao António Telmo, ele lá saberá porquê.)
23 agosto 2008
oceano de plástico
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Acredita-se que haja neste vórtex de lixo cerca de 100 milhões de toneladas de plásticos de todos os tipos. Pedaços de redes, garrafas, tampas, bolas , bonecas, patos de borracha, tênis, isqueiros, sacolas plásticas, caiaques, malas e todo exemplar possível de ser feito com plástico. Segundo seus descobridores, a mancha de lixo, ou sopa plástica tem quase duas vezes o tamanho dos Estados Unidos.
um velho amigo
Agora ao rever-me, passado algum tempo de ausência, e depois de lhe pedir para o fotografar, decidiu posar trepidantemente cheio de júbilo.
A vida que existe por dentro de um pinheiro... e quem distraído passa, nem vê como ele está cheio de graça.
21 agosto 2008
O líquido mais caro do mundo
Qual é o líquido mais caro do mundo? Petróleo ou derivados? Tomar champanhe francês?
Resposta: TINTA DE IMPRESSORA !
Há não muito tempo atrás, as impressoras eram caras e barulhentas. Com as impressoras a jatos de tinta, o mercado matricial doméstico mudou, pois todos foram seduzidos pela qualidade, velocidade e facilidade dessas novas impressoras.
Aí veio a grande sacada dos fabricantes: oferecer impressoras cada vez mais e mais baratas, e cartuchos cada vez mais e mais caros. Nos casos dos modelos mais baratos, o conjunto de cartuchos pode custar mais do que a própria impressora. Olha só o cúmulo: pode acontecer de compensar mais trocar a impressora do que fazer a reposição de cartuchos.
(diálogos_lusofonos@yahoogrupos.com.br )
Resposta: TINTA DE IMPRESSORA !
Há não muito tempo atrás, as impressoras eram caras e barulhentas. Com as impressoras a jatos de tinta, o mercado matricial doméstico mudou, pois todos foram seduzidos pela qualidade, velocidade e facilidade dessas novas impressoras.
Aí veio a grande sacada dos fabricantes: oferecer impressoras cada vez mais e mais baratas, e cartuchos cada vez mais e mais caros. Nos casos dos modelos mais baratos, o conjunto de cartuchos pode custar mais do que a própria impressora. Olha só o cúmulo: pode acontecer de compensar mais trocar a impressora do que fazer a reposição de cartuchos.
(diálogos_lusofonos@yahoogrupos.com.br )
17 agosto 2008
16 agosto 2008
Peso da Régua, Douro
15 agosto 2008
Carta de Agostinho da Silva
Resumo da ideologia do Povo Português nos séculos XIII e XIV, transmitida ao Brasil por seus adeptos que ali se foram acolher; passada ao futuro e, por ele, à criativa Eternidade para os que emigrem para o mais íntimo de si próprios e aí se firmem para sempre.
Missão de Portugal: Sacralizar o Universo, tornando Divina a Vida e Deus real.
Meios: Desenvolvimento dos Povos pela inteira aplicação da Ciência e da Técnica, inclusive nos sectores da Economia, da Política, da Administração Pública e da Filosofia. Conversão da pessoa à adoração da Vida.
Características do que houver no Sagrado: Criança como a melhor manifestação da poesia pura e como inspiradora e suporte, e incitadora a ser criança de todos os que existam. O gratuito da vida. A plena liberdade de todo o ser.
Dezembro de 92. Com toda a vontade de lhe ser fiel - Agostinho
Ode breve à Concepção
o dia é oito o mês doze
a vitória brilhará
àquele que tímido ouse
a vida não principia
ninguém sabe donde veio
talvez seio dê o leite
talvez leite crie o seio
vida e morte nunca estão
vão somente perpassar
naquilo que nunca passa
nem sabemos nomear
é-nos Deus o Cristo vivo
Cristo nos revela Deus
teu triunfo e meu sofrer
tanto são meus como teus
tudo o que tem de sair
sai sem vontade ou espinho
como isto que foi ditado
ao servidor Agostinho.
Missão de Portugal: Sacralizar o Universo, tornando Divina a Vida e Deus real.
Meios: Desenvolvimento dos Povos pela inteira aplicação da Ciência e da Técnica, inclusive nos sectores da Economia, da Política, da Administração Pública e da Filosofia. Conversão da pessoa à adoração da Vida.
Características do que houver no Sagrado: Criança como a melhor manifestação da poesia pura e como inspiradora e suporte, e incitadora a ser criança de todos os que existam. O gratuito da vida. A plena liberdade de todo o ser.
Dezembro de 92. Com toda a vontade de lhe ser fiel - Agostinho
Ode breve à Concepção
o dia é oito o mês doze
a vitória brilhará
àquele que tímido ouse
a vida não principia
ninguém sabe donde veio
talvez seio dê o leite
talvez leite crie o seio
vida e morte nunca estão
vão somente perpassar
naquilo que nunca passa
nem sabemos nomear
é-nos Deus o Cristo vivo
Cristo nos revela Deus
teu triunfo e meu sofrer
tanto são meus como teus
tudo o que tem de sair
sai sem vontade ou espinho
como isto que foi ditado
ao servidor Agostinho.
sub-título (ano lectivo 2007/2008)
A Vida, Luz e Tudo. Nada. Um espírito muito ecuménico e o caminho do meio.
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