27 setembro 2008

O Largo da Graça

6. Pobreza

Ao cruzar-me com o "Prós e Contras" da rtp1 tive a possibilidade de ouvir um conjunto de bons comentários sobre a pobreza, um problema gravíssimo do País que envergonha o Presidente da República!!!

Pude concluir que há unanimidade quanto à necessiade de combater e resolver o problema. Mas como?

É aqui que surgem algumas diferenças políticas entre os agentes sociais... Todos de acordo que a solução é multi-factorial: necessiade de compromisso do Estado, políticas sócio-económicas (e macroeconómicas) adequadas, maior consciência cívica de todos - e logo também de políticos, patrões e sindicatos (necessidade de investimento na educação).

Constatar que 19% da população é pobre e 2/3 dos pobres são desempregados e empregados de baixos salários (o que é espantoso). Dizer que não fazem parte destas estatísticas os endividados pelo crédito bancário, o que no dizer da DECO são muitos.

Reconhecer que se faz um bom esforço no país em termos de solidariedade social, mas que não existe alternativa a ter de se fazer um esforço maior. Temos de resolver o problema desses 2/3 o mais rápido possível para logo atacar os outros. É, em grande parte, um problema de agenda política.

Saber que no mundo o problema assume contornos muito maiores entre os países menos desenvolvidos e que devemos participar activamente na definição de políticas macro-económicas (como ajudar a concretizar os objectivos das Nações Unidas que pretendia em 2000 a redução, a curto prazo, da pobreza para metade...).

Nós por cá, estamos como estamos, e não há milagres. Temos muitas limitações e muito por crescer. Mas lá chegaremos, creio. Temos é que nos pôr a caminho... mas como? E para onde? Onde queremos chegar?E já agora, enquanto vamos pensando nos pobres do mundo e do país, digam-me lá algumas coisas que possamos fazer para ajudar os pobres que temos aqui ao pé da porta. Por onde devemos começar? Qual é o caminho mais curto?

Luis Santos

Notinha: Como sempre o título tem música... vale a pena. A pena?

1 comentário:

Anónimo disse...

Luis Santos

Não sou especialista, mas penso que, se a macroeconomia está ajustada, o próximo passo é investir na micro, na infra estrutura: educação, saúde, saneamento, agricultura, habitação, cultura. Deve haver outros aspectos.
Para tanto, é preciso vontade política, ação! A macro e a microeconomia equilibradas conduzem ao desenvolvimento e assim a pobreza será eliminada. Mas só mesmo os especialistas para nos explicar mais adequadamente. Alcançar o objetivo final é possível. Requer mobilização, esforço conjunto.
Para os que batem à nossa porta, o que faço é paliativo. Apenas alivia a necessidade do momento: uma peça de roupa em bom estado de conservação, algum tipo de alimento. Outra alternativa seria encaminhar a pessoa para um posto de atendimento, se existir.
Aqui no Brasil é comum não só o pedinte como também pessoas deitadas no chão, imundas, sem a mínina condição. É muito triste, mas ainda é a nossa realidade. A ONU declarou recentemente que um número significativo de brasileiros passaram para a classe média, mas que persistem graves problemas sociais. Eu discordo. Os números não retratam a nossa verdade. Bolsa família não restitui a dignidade da pessoa. Basta olhar ao nosso redor, visitar a periferia das grandes cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife e outras. Em Belo Horizonte existem várias favelas( locais onde são construídas habitações precárias e normalmente o índice de criminalidade é alto, há o consumo de drogas, as famílias deixam os seus filhos nas ruas onde aprendem e veem de tudo; uma escola, um passo para a marginalidade). Convivemos com assaltos, sequestros, miséria estampada aos nossos olhos, rebeliões em presídios e ao mesmo tempo desfrutamos de conforto. É na classe social mais baixa que o índice de nascimento é alto. Não existe controle de natalidade e nem investimento suficiente na área da educação. A educação e a saúde pública funcionam precariamente. Tudo isto para exemplificar alguns dos nossos graves problemas. Você, comparativamente, "vive no céu".

Gostei de ouvir Adriana Calcanhoto e Toquinho. Existe o lado bom da vida e ele nos sustenta, apesar de acreditar que, quem me sustenta mesmo é Deus. Ele deseja tudo de bom para nós. O HOMEM é que atrapalha e nos faz conviver com as dificuldades desse mundo. Apesar de tudo devemos continuar otimistas.

Um abraço
Therezinha B. de Figueiredo
Belo Horizonte, 27 de setembro de 2008