9. Cidadania
Se amesquinharmos a vida, amesquinhamos o eterno, diz Agostinho da Silva.
Vivemos tempos de neo-liberalismos triunfantes, mas lá virão socialismos de mercado. Iremos continuar a democratizar as democracias.
Generalizadas ideias de competição e de concorrência entre as nações são palavras limitadas que hoje os economistas muito utilizam, mas não todos, porque lhes facilitam as contas...
Enfim, o que é, é. Estamos como estamos.
A torneira roda e lava-se o rosto, o esquentador liga-se e aquece a água, o frigorífico é omni-presentemente frio, a hélice gira e partimos a voar. Milagres da capacidade de pensar. Só a utilização que se dá à indústria militar era dispensável, mas lá chegarão os primos dos rabudos lémures, na justa medida que descobrirem os caminhos do espírito.
Assim, melhoraremos as nossas capacidades de participação social, cooperando em vez de competir, equilibrando mecanismos de troca em vez de concorrer.
De barriguinha bem cheia, aprenderemos melhor a aprender, organizaremos melhor o trabalho (toda a gente sabe que o trabalho dá trabalho de mais, mas pouco se fala nisso, porque ainda não chegou lá a consciência dominante), descobriremos novos e mais interessantes caminhos de cura, abrir-se-ão os caminhos dos anjos.
Na organização política temos de arranjar maneira de instituir o Conselho dos Sábios em vez do Conselho de Estado. Mas o que é um sábio? Será que existem homens sábios capazes de nos ajudar a traçar o caminho?
Se amesquinharmos a vida, amesquinharemos o eterno.
Se amesquinharmos a vida, amesquinhamos o eterno, diz Agostinho da Silva.
Vivemos tempos de neo-liberalismos triunfantes, mas lá virão socialismos de mercado. Iremos continuar a democratizar as democracias.
Generalizadas ideias de competição e de concorrência entre as nações são palavras limitadas que hoje os economistas muito utilizam, mas não todos, porque lhes facilitam as contas...
Enfim, o que é, é. Estamos como estamos.
A torneira roda e lava-se o rosto, o esquentador liga-se e aquece a água, o frigorífico é omni-presentemente frio, a hélice gira e partimos a voar. Milagres da capacidade de pensar. Só a utilização que se dá à indústria militar era dispensável, mas lá chegarão os primos dos rabudos lémures, na justa medida que descobrirem os caminhos do espírito.
Assim, melhoraremos as nossas capacidades de participação social, cooperando em vez de competir, equilibrando mecanismos de troca em vez de concorrer.
De barriguinha bem cheia, aprenderemos melhor a aprender, organizaremos melhor o trabalho (toda a gente sabe que o trabalho dá trabalho de mais, mas pouco se fala nisso, porque ainda não chegou lá a consciência dominante), descobriremos novos e mais interessantes caminhos de cura, abrir-se-ão os caminhos dos anjos.
Na organização política temos de arranjar maneira de instituir o Conselho dos Sábios em vez do Conselho de Estado. Mas o que é um sábio? Será que existem homens sábios capazes de nos ajudar a traçar o caminho?
Se amesquinharmos a vida, amesquinharemos o eterno.
Luis Santos
Nota: Ciclo imagens que dão poemas. Basta clicar em cima da foto.
2 comentários:
Cidadania (do latim,civitas,"cidade"), é o conjunto de direitos e deveres ao qual um indivíduo está sujeito em relação à sociedade em que vive.
Dentro de uma democracia, a própria definição de Direito, pressupõe a contrapartida de deveres, uma vez que em uma coletividade os direitos de um indivíduo são garantidos a partir do cumprimento dos deveres dos demais componentes da sociedade. Cidadania implica, direitos e deveres.
E isto só acontece quando se dá prioridade à formação cidadã em todos os espaços: escola, meios de comunicação, instituições públicas, autarquias, meios de transporte, serviços hospitalares, comportamento dos transeuntes verso motoristas, etc.
Se a formação cidadã não é prioridade para onde vai a Democracia e a «nossa» Civilização ?
Estamos definitivamente numa encruzilhada e daí para nos amesquinharmos é um pequeno passo. A vida torna-se monótona, passamos a ser repetitivos. Tudo isso para garantirmos a nossa sobrevivência, esquecendo que as nossas vidas não se resumem apenas no sucesso individual, mas sobretudo do coletivo. É isso que vai mal neste nosso mundinho. Pena que não se dê mais valor à solidariedade e à amizade. Tudo é descartável.Para onde vamos?
Homens sábios? Só nós mesmos.
Civilização, Valores, Alma e Eterno são palavras associadas. Era isso que Agostinho da Silva queria dizer com o “Se amesquinharmos a vida, amesquinhamos o eterno”
Mas a «luz» pode contrariar a mesquinhez como bem poetisa Eucanaã Ferraz:
FIGURA
A sorte
precária de uma luz
em meio à sombra
que tudo amesquinha.
Cada coisa sabe disso - o livro,
o prato, a fruta - e diz.
in, Martelo, 1997.
Eucanaã Ferraz é autor de "Martelo" (1997), "Desassombro" (2002), "Rua do Mundo" (2004), entre outros livros de poesia. Organizou "Letra Só", livro de letras de Caetano Veloso (2002), e "Poesia Completa e Prosa", de Vinicius de Moraes (2003). Tem poemas publicados em revistas especializadas (Brasil, França e Portugal).
Espero ter respondido aos seus questionamentos
Margarida
Obrigado, Margarida. Uma resposta sólida, sábia, de alguém que ousa ser.
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