24 outubro 2008

O Largo da Graça


10. Dalai Lama e Tibete

Tenho andado com o livro " O Ensinamento do Dalai Lama", escrito por Ele mesmo. Nele se diz que o Budismo é uma doutrina que visa a eliminação do sofrimento - de si próprio e de todos os seres. Como se poderá lá chegar? Através da meditação, da contemplação, da reflexão, respeitando todo um conjunto de princípios e de práticas que não vou enunciar para não tornar muito longo o comentário.


Talvez se possa dizer que a principal orientação dada nesses ensinamentos é de que se deve amar mais os outros do que a si próprio. Servir os outros constitui-se no Budismo como a principal regra de vida.

Logo aqui, a clara relação que se pode estabelecer com uma dos mandamentos da mensagem cristã, "Ama o próximo como a ti mesmo", permite perceber que a mensagem budista tem infinitos pontos de contacto com a mensagem de Cristo.

Faz pouco tempo, ouvimos na televisão o nosso Presidente da República, o senhor Aníbal Cavaco Silva, dizer que não recebeu Sua Santidade, porque não lhe chegou nenhum pedido nesse sentido. Também não disse que se o pedido chegasse o receberia. Mas lá que ele perdeu uma boa oportunidade de conhecer uma pessoa especial com quem poderia aprender mais alguma coisa como, por exemplo, abrir mais levemente o sorriso, e de mostrar ao país que os Portugueses sabem bem receber os ilustres visitantes que se dignam cá vir, disso parece não haver dúvidas.

As estrelas da companhia para o protagonismo neo-liberal são os ronaldos e companhia, sem ofensa para com o jovem futebolista. Mas quando se ignora um Homem que preza acima de tudo a compaixão, o amor e o serviço em prole da elevação comum, e se sobrevaloriza o pontapé na bola, então está tudo dito.


Quanto à causa do povo tibetano, devo confessar que não conheço muito bem a sua história, mas reconheço-lhe alguns pontos semelhantes aos da causa que guiou o povo Maubere à sua independência. Quer dizer, o direito de um povo poder decidir sobre o seu destino, num território que lhe foi usurpado pela força, parece-me uma causa de direito inalienável.

Ou será que estamos enganados?

Luis Santos

3 comentários:

Anónimo disse...

Paulo Borges disse...
Caro Luís, o senhor Presidente da República mentiu com todos os dentes que tem na boca, porque o pedido de recepção de Sua Santidade foi-lhe feito pessoalmente por mim, com muitos meses de antecedência, num almoço em que ele recebeu em São Bento os responsáveis religiosos portugueses. Posteriormente, o mesmo pedido foi várias vezes formalizado através dos assessores para os quais nos remeteu. Esta é a pura verdade.

26 de Outubro de 2008 9:02


lc disse...
A demagogia, a retórica e a mentira, são aliados próximos das práticas partidárias. Bem, pelo menos de algumas, para não meter tudo no mesmo saco. É triste.

A.Tapadinhas disse...

Que desfaçatez! E cobardia!
É incrível!
Abraço.
António

Estudo Geral disse...

Pois é!