12. Espaço Público
As ruas, os Edifícios, os Jardins, pertencem a quem? Porque não estão melhor cuidados? Que podemos fazer para que esses espaços sejam tratados como a nossa própria casa?
Temos um país muito bonito, de grande diversidade e beleza paisagística. Cores de tonalidades Mil como no arco-íris. Mas no que toca ao planeamento da generalidade das nossas vilas e cidades, é uma desinspiração e das grandes. Falta de zonas verdes e espaços naturais, os edifícios na generalidade são feios, os equipamentos de desporto e lazer são escassos, e poderíamos continuar por aí fora que a descrição do mau gosto duraria.
Será da pouca formação dos nossos líderes políticos, em particular, ao nível do poder autárquico? Será da incapacidade dos nossos engenheiros e arquitectos? Será devido ao clientelismo partidário? Será porque na construção civil se coloca o lucro individual muito à frente do bem comum? Enfim, será fruto da nossa fraca consciência colectiva? Porque será?
Dá-me ideia que planear uma vila, uma cidade, um país, de certa forma é como fazer uma pintura. O resultado final depende da capacidade e do bom gosto do artista ou, se a obra for colectiva, dos artistas. E o que pensamos para o nosso país, de maneira idêntica o fazemos para todo o espaço lusófono e para o mundo.
Naturalmente que a emancipação social passa por um cada vez maior incremento da democracia participativa em detrimento da democracia representativa. Por uma opinião pública que se quer o mais esclarecida possível, capaz de ajudar a esclarecer as opiniões dos gestores políticos, em direcção a uma cada vez maior e efectiva qualidade de vida.
Mas o que é ser esclarecido? E o que é uma efectiva qualidade de vida? Quais são os princípios que a devem nortear? Aqui é que está o busílis da questão, não é verdade?
E depois, “quantas vezes falar pouco é fazer muito”, ouvi eu dizer numa altura em que o Dalai Lama se ia passeando pelas ruas de Lisboa.
Nunca a participação social foi tão ampla. Desde a Revolução Francesa, com a implantação do liberalismo, que a democratização das sociedades se vem consolidando cada vez mais.
Hoje são conhecidos todo um conjunto de movimentos sociais, transversais a toda a sociedade, de raça, sexo, género, ambientais, pacifistas, sindicais, religiosos, e sei lá que mais. Portanto, a participação social não está de todo mal de saúde, mas claro que mais se recomenda.
Será ainda demasiadamente representativa a nossa democracia? Decerto.
E deverá ser menos? Creio que sim, mas tenho algumas dúvidas. A mim já me bastava que os gestores políticos fossem Bons e não têm sido tanto. Temos de exigir maior responsabilidade ética aos nossos representantes políticos.
Será necessário reformar o sistema político? Claro.
E apostaremos mais em democracias plurais e radicais, em socialismos de mercado, ou em anarquismos pacifistas?… Que dê para todos, e bem, é o que se deseja.
Mas como? Teremos artistas que dê para tanto? Sem dúvida. Mas é preciso calma, entreajuda e esperança na Vida. Precisamos aprender a conversar, em vez de discutir.
Apressemo-nos devagar.
Luis Santos
09 novembro 2008
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4 comentários:
Muito bem amigo.
E já agora dou-te uma pequena informação: o Chefe do Staff de Obama chama-se Ram Emanuel, significativo da nova política que vem aí. RAM significa em sânscrito: - a liderança da Era de Satyuga, a Idado do Ouro, eu digo da Luz interior, que se diz (B)rahma.
O nosso amigo Ram...... também.
A mudança vem apressada de forma lenta...
E Portugal tem a sua importância devido a ter vivido durante dois séculos em estado de Iluminação.
Isto não é nada comum na história das Nações...
Houve a Antiga Grécia durante seis séculos, todo o Antigo Egipto, A área da Índia durante 3.500 anos, China, e pouco mais.
Como o grande Amigo Agostinho me disse um dia:-"NÓS - vamos vencer" e por isso te saúdo do fundo do meu coração.
Então, caro amigo, saudações do fundo do coração.
Luís,
Gosto do tema cidadania. Mas sei que é assunto difícil e complexo.Difícil avançarmos no concreto. E cidadania pode ter diversas interpretações. Nos bairros periféricos ou nos bairros das mansões.O conceito de Cidadania é o mesmo? Temos que discutir muito a respeito! Eu não estou certa que seja preferível conversar a discutir! ?
Importante que se aprenda a partir da divergência de pontos de vista e da cedência. Nem sempre o nosso ponto de vista vença, mesmo que seja o que pareça mais adequado. Há que aprender a consolidar consensos. Não desistir mas também não impor. E sobretudo não agredir por palavras. Não se avança nada assim. Democracia é exigência e diálogo. Mas o processo é lento. Tem sociedades mais avançadas na prática da partilha de decisões e de ações. E daí? Vamos acreditar que podemos contribuir para um mundo melhor. Mas não é com certeza com o facilitismo que os jardins ou os espaços públicos vão ficar mais de " todos" com qualidade. Tem que haver normas, educação e ética. Diálogo com discussão.
Um abraço,
Margarida
Margarida, de acordo com tudo, excepto com o discutir ser preferível ao con-versar. Conversar pode muito bem implicar divergência. Discutir está mais perto do conflito e eu prefiro a Paz. Mas se acaso um dia for indispensável discutir, cá estaremos. Abraço. Lúis.
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