18 março 2009

O Interno Feminino (prosa), 2003


(desenho de autor desconhecido)

(...)
Uma das razões que sustentaram a nossa amizade foi, sem dúvida, o facto de gostarmos de conversar. Sobre coisas das ciências, é certo, mas particularmente sobre temas metafísicos, esotéricos, a que sempre dávamos uma atenção especial.

Pois bem, hoje tive um sonho que me trouxe de volta algumas das nossas conversas. Eu e a Sónia, no século XVI, quando do achamento e colonização do Brasil pelos Portugueses, também andámos por lá. Eu que tinha ido de Portugal, ela uma índia brasileira.

Mantivémos uma relação amorosa que acabara por cair em desgraça. Eu dadas algumas obrigações tivera de voltar, ela porque não podia vir teve de ficar. O fim haveria de ser trágico, mas essa parte da história vou isentar-me de contar.

Essa uma das razões porque nos voltámos a reencontrar por aqui, nesta transição de século, eu ainda com um ar bem Português, ela já Portuguesa, mas ainda uma nítida ìndia, no corpo, na cara, nos cabelos. É essa uma das razões que nos trouxe de novo a estar juntos. Agora já com os corações quase pacificados, por termos fincado a Amizade em vez do amor e pelo que ela lhe tem de superior.

Assim seja.

11 comentários:

Anónimo disse...

Muito interessante!
Acredita que existam pessoas que noutros tempos, noutras vidas se cruzaram?

Anónimo disse...

Como você sabe, muito se poderá dizer sobre a reencarnação no budismo ou no Induismo, ou sobre a ressurreição cristã, por exemplo.

Quando passar pela nossa Livraria encontrará material com suficiente abundância sobre a temática.

Anónimo disse...

adivinho!!!

Anónimo disse...

Gau, reparou que tem um novo comentário na sua pintura?

Anónimo disse...

Não tinha reparado. Eu sou assim mesmo "cabeça no ar".
"Árvore de Ouro", parece um nome mágico. É bonito, não é??

Anónimo disse...

Mais bonito ainda quem a pintou.

Anónimo disse...

Existe uma pintura da Árvore de Ouro? E quem foi que a pintou???

Anónimo disse...

Não percebeu. Foi uma maneira de adjectivar o construtor do Blogue.

Anónimo disse...

Ahhhhhhhhhhh....

Adriana Silva disse...

Olá,
Ao andar aqui a passear pelo pássaro azul, li esta história tão bonita, tão bonita mesmo!
E pensei que na outra vida eu se calhar fui um desenho animado, e depois lembrei-me do Tom Sawyer, e não foi por acaso, ele tá muito presente na minha vida,às vezes até brinco com o meu namorado que eu sou o Tom e ele o Huckleberry Finn, outras vezes sou eu o Huckleberry Finn e ele o Tom...
Mas, será que...(para quem percebe destas coisas), è possível ter-se sido um desenho, um poema, uma pedra, um boneco de trapos...?
Alguém sabe dizer?
Jo

Anónimo disse...

Antes de mais dizer que tive saudades das tuas palavras.

"Do pó vieste ao pó regressarás." Quer dizer, o pó também vem dos restos dos desenhos, dos trapos, dos bonecos... Portanto, nesta perspectiva muito mais que uma possibilidade é uma realidade evidente. Não achas Hucleberry?

Hoje na aula de Filosofia em Portugal pensei em ti e retive uma frase de Antero de Quental que te ofereço. Diz Assim: Acima de tudo é-se Homem (ou Mulher). E a história processa-se no sentido de cada um ser mais plenamente Homem - o desvendamento do Deus interior. Civilizações e Impérios se fazem para sermos Homem um pouco mais.

E para rematar, agora já com Pessoa, "As Índias Espirituais não existem nos mapas".

beijinho,
Luis

P.S.: Porque será que quando apareces tem de aparecer sempre o Pessoa. Será casualidade?