Algum dia um novo Papa anunciará altivo que Deus é raiz quadrada de um quantum negativo e o Deus que tanto procuro em que atingido me afundo é aquele ser-não-ser do que acontece no mundo da matéria mais que densa é que é divertido ser ali se nada acontece tudo pode acontecer. A. da Silva (in Uns Poemas de Agostinho) bjs gau
Olá Gau. Agostinho da Silva igual a Fernando Pessoa. O Nada que é tudo. Nos extremos os opostos tocam-se. Eu também gosto de "quase Tudo, quase Nada". Tive para pôr este título num livrinho de poemas...
Hoje vi com os meus alunos uma entrevista que o Agostinho da Silva deu a António Escudeiro. Saiu em dvd e em livro. A certa altura perguntaram-lhe se havia vida para lá da morte. Ao que ele respondeu: "Não sei, nunca morri. Mas quando morrer, se houver, logo lhe direi, pois se eu sou seu amigo, porque não havia de lhe dizer?".
"quase Tudo, quase Nada" - belo título para um livro de poemas. Parece uma contradição, um jogo e entre uma coisa e outra, o quase faz a diferença. Muito se pode filosofar em torno de estes opostos...
Esta mistura entre Poesia que vem do coração e a dúvida metódica da Ciência que vem do intelecto, encontraram Nele um Mestre que nos indica como a unidade entre a intuição e a razão são uma das prementes vias que nos anuncia o Futuro.
Património Histórico e Museologia. Para aceder clique na imagem.
O Pássaro Azul
António Tapadinhas, óleo s/ tela
O Pintor
Numa doce manhã um suave regresso qualquer coisa que há no ar, um passarinho azul está pairando, esvoaçando a cantarolar, dá uma volta uma volta e meia e quando volteia pousa no seu olhar
No coração que meigo e terno bate está uma ideia feita uma aguarela, amarela que volteia na tela e do meio do branco vazio que era nada um passarinho azul que sai correndo através da manhã
Feito um pedacinho de lã vai voando, cantarolando da fantasia que foi um dia da suadade de partir, do regresso até que encontra uma outra tela um outro olhar uma ideia feita um arco íris qualquer coisa que está no ar.
Luis Santos
P.S.: Foi a partir deste poema que o António Tapadinhas pintou o Pássaro Azul.
LUZ
Procuram as palavras o sentido que não podem explicar. Como se pode entender, ao escrever, Branca Luz Puríssima?
Luz Azul
foto lcs
Passar o Azul
Céu de azul pinta o pássaro ao voar, Acrobacias do seu cantar entoa, Mais alto estende-se o areal em baixo, Que em jacto falcão faz deslumbrar quem olha.
Percorrida a sorte, ser ave é: Transpor ao homem o delírio voador, No nu cintilante do desvio humano.
Poça de água que brilha Em ritual de garça chama. E pouso do pássaro á luz resplandece, A quem lhe dá de beber.
Suor de quem voa Não suam criaturas do céu, Trespassando no horizonte Pessoas que em sonhos se elevam, E que em terra, transpiram Ao ver o pássaro que dentro delas preserva.
9 comentários:
Porque não???...
Algum dia um novo Papa
anunciará altivo
que Deus é raiz quadrada
de um quantum negativo
e o Deus que tanto procuro
em que atingido me afundo
é aquele ser-não-ser
do que acontece no mundo
da matéria mais que densa
é que é divertido ser
ali se nada acontece
tudo pode acontecer.
A. da Silva
(in Uns Poemas de Agostinho)
bjs
gau
Olá Gau. Agostinho da Silva igual a Fernando Pessoa. O Nada que é tudo. Nos extremos os opostos tocam-se. Eu também gosto de "quase Tudo, quase Nada". Tive para pôr este título num livrinho de poemas...
Hoje vi com os meus alunos uma entrevista que o Agostinho da Silva deu a António Escudeiro. Saiu em dvd e em livro. A certa altura perguntaram-lhe se havia vida para lá da morte. Ao que ele respondeu: "Não sei, nunca morri. Mas quando morrer, se houver, logo lhe direi, pois se eu sou seu amigo, porque não havia de lhe dizer?".
Sábio(como sempre), o professor.
"quase Tudo, quase Nada" - belo título para um livro de poemas. Parece uma contradição, um jogo e entre uma coisa e outra, o quase faz a diferença. Muito se pode filosofar em torno de estes opostos...
Não exagere. Mas, por exemplo, o que se pode filosofar?
Sim, talvez seja exagero....este mau hábito de tudo e nada pensar, dá-me sempre que falar.
Não falemos então de tudo, porque tudo pode ser muita coisa, qualquer coisa...
E o nada? O nada implica um fundamento de liberdade para o homem....
O Universo é feito essencialmente de coisa nenhuma.
Intervalos, distâncias, buracos, porosidade etérea.
Espaço vazio, em suma.
O resto, é a matéria.
Daí, que este arrepio,
este chamá-lo e tê-lo, erguê-lo e defrontá-lo,
esta fresta de nada aberta no vazio,
deve ser um intervalo.
A. Gedeão
que maravilha o Gedeão.
Esta mistura entre Poesia que vem do coração e a dúvida metódica da Ciência que vem do intelecto, encontraram Nele um Mestre que nos indica como a unidade entre a intuição e a razão são uma das prementes vias que nos anuncia o Futuro.
Uma pergunta: o poema do Gedeão tem todas as palavras do comentário, ou começa só em "O Universo..."? E tem título o poema?
Tem título pois, e começa justamente em "O Universo (...)".
O antes, é "conversa da treta" da gau.
Bjs
Quanto ao título, o poema chama-se: - O UNIVERSO
Enviar um comentário