20 maio 2009

O legado de Agostinho da Silva

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Sobre o legado que Agostinho da Silva nos deixou, neste período de 15 anos que sucedeu ao seu desaparecimento físico, e em que de uma forma, mais ou menos, activa, fomos participando, quantificaremos algumas instituições que por cá se foram desenvolvendo.

Em primeiro lugar, fazer referência à Associação Agostinho da Silva e deixar uma palavra a uma das suas fundadoras, Maria Violante Vieira, Presidente da UNICEF em Portugal, com a qual tivemos oportunidade de privar depois que Agostinho da Silva faleceu, e com a qual algumas vezes conversámos sobre a criação da Associação, na qual se constituímos como um dos seus associados.

Em segundo lugar, umas palavras sobre a Livraria Uni Verso, de Setúbal. O Professor Agostinho da Silva, numa das cartas que trocámos, corria o ano de 1992, disse-nos que tinha uns amigos em Setúbal, proprietários da dita Livraria e que seria bom que por lá passássemos a levar cumprimentos seus. Assim fizemos.

Verificámos que na altura dinamizavam-se na Livraria Uni Verso uns Cursos Livres, designados por Estudos Gerais, subordinados a vários temas, talvez em recordação da primeira Universidade Portuguesa e seu Estudo Geral, iniciados em Portugal sete séculos antes, pelo Rei D. Dinis.

Foi também na Livraria Uni Verso que se iniciaram as comemorações de uma Festa que se realiza todos os anos em Setúbal, desde 1990, a Festa do Culto Popular do Espírito Santo, apadrinhada por Agostinho da Silva e cujas raízes históricas remontam em Portugal ao século XIII, então instituídas pela Rainha Santa Isabel. Em Setúbal, sempre as Festas se comemoram no Domingo de Pentecostes decorrendo, portanto, este ano no dia 31 de Maio.

Em terceiro lugar, mencionar a existência desde 2004, da Escola Aberta Agostinho da Silva, em Alhos Vedros, com vários tipos de cursos e actividades, a funcionar num ambiente de educação não formal e inspiradas a partir do espírito pedagógico do Professor.

Por fim, uma última referência para o (MIL) Movimento Internacional Lusófono e para a “Nova Águia”, revista que lhe está associada, e nos quais integramos, respectivamente, a Comissão Coordenadora e o Conselho Editorial.

O MIL, um movimento cívico e cultural, fundado no início do ano transacto, nasceu no interior da Associação Agostinho da Silva, inspirando-se na ideia do Professor que em meados do século passado já falava da necessidade de juntar os países de Língua Portuguesa numa manifestação de vontade comum. Mas para lá de Agostinho da Silva, muitos outros reflectiram sobre o tema. Já Fernando Pessoa, por exemplo, dizia que “A minha pátria é a Língua Portuguesa”.

Como sabemos, esta ideia ganhou materialização política com a criação da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), em Julho de 1996.

Luis Santos

(in, Jornal o Rio nº232, de 19/5/2009)

2 comentários:

Anónimo disse...

É bom navegar por aqui. Gosto de aprender/conhecer dados/coisas novas.

Anónimo disse...

Que bom ser bom para alguém. Volte sempre... que lhe apeteça.