Tirar a pedra que junta a fundura da tristeza à lonjura do esperar o fim da pedra o fim da adstringência e do pesar de tanta pedra de pedra que é pura perda ou pedra dura no olhar: porque o horror é pesado porque o desgosto é de pedra porque em ir-se nesse lado (pelo negrume poente de um poente despenhado em pedra omnipresente) nem o riso se preserva nem cresce o som e a erva nem desce a luz que no alto nenhum peso tem de pedra porque é estar-se atormentado com a vida que se empedra com trave e treva de pedra num horizonte fechado com a pedra que se carrega.
José Sócrates diz que "“Ainda está para nascer um primeiro-ministro que faça melhor do que eu”. Novo artigo sobre essas declarações do nosso PM e acerca das propostas do seu "amiguinho do Seixal", Samuel Cruz. Tudo no blogue O Flamingo.
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O Pássaro Azul
António Tapadinhas, óleo s/ tela
O Pintor
Numa doce manhã um suave regresso qualquer coisa que há no ar, um passarinho azul está pairando, esvoaçando a cantarolar, dá uma volta uma volta e meia e quando volteia pousa no seu olhar
No coração que meigo e terno bate está uma ideia feita uma aguarela, amarela que volteia na tela e do meio do branco vazio que era nada um passarinho azul que sai correndo através da manhã
Feito um pedacinho de lã vai voando, cantarolando da fantasia que foi um dia da suadade de partir, do regresso até que encontra uma outra tela um outro olhar uma ideia feita um arco íris qualquer coisa que está no ar.
Luis Santos
P.S.: Foi a partir deste poema que o António Tapadinhas pintou o Pássaro Azul.
LUZ
Procuram as palavras o sentido que não podem explicar. Como se pode entender, ao escrever, Branca Luz Puríssima?
Luz Azul
foto lcs
Passar o Azul
Céu de azul pinta o pássaro ao voar, Acrobacias do seu cantar entoa, Mais alto estende-se o areal em baixo, Que em jacto falcão faz deslumbrar quem olha.
Percorrida a sorte, ser ave é: Transpor ao homem o delírio voador, No nu cintilante do desvio humano.
Poça de água que brilha Em ritual de garça chama. E pouso do pássaro á luz resplandece, A quem lhe dá de beber.
Suor de quem voa Não suam criaturas do céu, Trespassando no horizonte Pessoas que em sonhos se elevam, E que em terra, transpiram Ao ver o pássaro que dentro delas preserva.
6 comentários:
A PEDRA
Tirar a pedra da vida
tirar a pedra do olhar.
Tirar a pedra que junta
a fundura da tristeza
à lonjura do esperar
o fim da pedra o fim
da adstringência e do
pesar de tanta pedra
de pedra que é pura perda
ou pedra dura no olhar:
porque o horror é pesado
porque o desgosto é de pedra
porque em ir-se nesse lado
(pelo negrume poente
de um poente despenhado
em pedra omnipresente)
nem o riso se preserva
nem cresce o som e a erva
nem desce a luz que no alto
nenhum peso tem de pedra
porque é estar-se atormentado
com a vida que se empedra
com trave e treva de pedra
num horizonte fechado
com a pedra que se carrega.
Tirar a pedra do mundo
tirar o mundo da pedra.
João Rui de Sousa (um amigo)
Afunda-se o medo
arregalam-se os olhos
abrem-se os lábios
Acalma-se a mente
aviva-se o espírito
anima-se a alma
Esquenta-se o peito
fende-se a testa
para-se a funda
eleva-se o corpo
cruzam-se as pernas
fecham-se os olhos
unem-se as mãos
curva-se o tronco
venera-se a fé
Retarda-se o pensamento
respira-se a compasso
Silencia-se tudo
Alarga-se a consciência
intensifica-se a paz
adensa-se o amor
Relaxam-se os músculos
pousa-se a pedra
vigia-se o mal
Alonga-se a vida
amplia-se o espaço
eterna-se o tempo
aPedra-se e aFunda-se.
fiquei "pedrada"...
parabéns aos poetas - claro!
ABAIXO as tradições que geram sofrimento.
kisses
... puxa !!!
m.j.
O melhor do vídeo são as poesias...
Abraços.
António
José Sócrates diz que "“Ainda está para nascer um primeiro-ministro que faça melhor do que eu”. Novo artigo sobre essas declarações do nosso PM e acerca das propostas do seu "amiguinho do Seixal", Samuel Cruz. Tudo no blogue O Flamingo.
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