31 janeiro 2010
Agradecimento do Dia!
A cada dia temos algo pelo que agradecer.
Hoje, podemos agradecer porque o fotógrafo não estava de frente.
(autor desconhecido)
29 janeiro 2010
Evangelho segundo S. Marcos 4,26-34.
Dizia ainda: «O Reino de Deus é como um homem que lançou a semente à terra. Quer esteja a dormir, quer se levante, de noite e de dia, a semente germina e cresce, sem ele saber como. A terra produz por si, primeiro o caule, depois a espiga e, finalmente, o trigo perfeito na espiga. E, quando o fruto amadurece, logo ele lhe mete a foice, porque chegou o tempo da ceifa.» Dizia também: «Com que havemos de comparar o Reino de Deus? Ou com qual parábola o representaremos? É como um grão de mostarda que, ao ser deitado à terra, é a mais pequena de todas as sementes que existem; mas, uma vez semeado, cresce, transforma-se na maior de todas as plantas do horto e estende tanto os ramos, que as aves do céu se podem abrigar à sua sombra.» Com muitas parábolas como estas, pregava-lhes a Palavra, conforme eram capazes de compreender. Não lhes falava senão em parábolas; mas explicava tudo aos discípulos, em particular.
Da Bíblia Sagrada
in, Evangelho Quotidiano, 29/1/10
Da Bíblia Sagrada
in, Evangelho Quotidiano, 29/1/10
24 janeiro 2010
Brothers in Arms
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Companheiros de Batalha
Estas montanhas cobertas de névoa
são um lar para mim agora
Mas meu lar são as planícies
E sempre serão
Algum dia vocês voltarão para
seus vales e suas fazendas
e não mais arder o desejo
de ser um companheiro de batalha
Por estes campos de destruição
Batismos de fogo
Assisti a todo o seu sofrimento
enquanto a batalha se acirrava
e apesar de terem me ferido gravemente
em meio ao medo e ao pânico
vocês não me desertaram
meus companheiros de batalha
Há tantos mundos diferentes
Tantos sóis diferentes
e nós temos apenas um
mas vivemos em mundos distintos
Agora o sol foi para o inferno
e a lua está alta
deixe-me dizer adeus
todo homem tem de morrer
mas está escrito nas estrelas
e em todas as linhas de sua mão
somos tolos de guerrear
contra nossos companheiros de batalha
Dire Straits
Composição: Mark Knopfler
para o amigo Diogo Correia
20 janeiro 2010
17 janeiro 2010
Um texto sem a letra "a"
É possível sim...
Sem nenhum tropeço posso escrever o que quiser sem ele, pois rico é o português e fértil em recursos diversos, tudo isso permitindo mesmo o que de início, e somente de início, se pode ter como impossível.
Pode dizer-se tudo, com sentido completo, como se isso fosse mero ovo de Colombo, desde que se tente. Sem se inibir, pode muito bem o leitor empreender este belo exercício dentro do nosso fecundo e peregrino dizer português, puríssimo instrumento dos nossos melhores escritores e mestres do verso, instrumento que nos legou monumentos dignos de eterno e honroso reconhecimento.
Trechos difíceis resolvem-se com sinónimos.
Observe-se bem: é certo que, em se querendo, esgrime-se sem limites com este divertimento instrutivo.
Brinque-se mesmo com tudo.
É um belíssimo desporto do intelecto, pois escrevemos o que quisermos sem o "E" ou sem o "I" ou sem o "O" e, conforme meu exclusivo desejo, escolherei outro, discorrendo livremente, por exemplo sem o "P", "R" ou "F", o que quiser escolher. Podemos, em corrente estilo, repetir um som sempre ou mesmo escrever sem verbos.
Com o concurso de termos escolhidos, isso pode ir longe, escrevendo-se todo um discurso, um conto ou um livro inteiro sobre o que o leitor melhor preferir.
Porém, mesmo sem o uso pernóstico dos termos difíceis, muito e muito se prossegue do mesmo modo, discorrendo sobre o objeto escolhido, sem impedimentos.
Deploro sempre ver moços deste século inconscientemente esquecerem e oprimirem hoje o nosso português, culto e belo, querendo substituí-lo pelo inglês. Porquê?
Cultivemos o nosso polifónico e fecundo verbo, doce e melodioso, porém incisivo e forte, messe de luminosos estilos, voz de muitos povos, escrínio de belos versos e de imenso porte, ninho de cisnes e de condores.
Honremos o que é nosso, oh moços estudiosos, escritores e professores!
Honremos o digníssimo modo de dizer que nos legou um povo humilde, porém viril e cheio de sentimentos estéticos, púgil, de heróis e de nobres descobridores de mundos novos!
Autor: Desconhecido.
Sem nenhum tropeço posso escrever o que quiser sem ele, pois rico é o português e fértil em recursos diversos, tudo isso permitindo mesmo o que de início, e somente de início, se pode ter como impossível.
Pode dizer-se tudo, com sentido completo, como se isso fosse mero ovo de Colombo, desde que se tente. Sem se inibir, pode muito bem o leitor empreender este belo exercício dentro do nosso fecundo e peregrino dizer português, puríssimo instrumento dos nossos melhores escritores e mestres do verso, instrumento que nos legou monumentos dignos de eterno e honroso reconhecimento.
Trechos difíceis resolvem-se com sinónimos.
Observe-se bem: é certo que, em se querendo, esgrime-se sem limites com este divertimento instrutivo.
Brinque-se mesmo com tudo.
É um belíssimo desporto do intelecto, pois escrevemos o que quisermos sem o "E" ou sem o "I" ou sem o "O" e, conforme meu exclusivo desejo, escolherei outro, discorrendo livremente, por exemplo sem o "P", "R" ou "F", o que quiser escolher. Podemos, em corrente estilo, repetir um som sempre ou mesmo escrever sem verbos.
Com o concurso de termos escolhidos, isso pode ir longe, escrevendo-se todo um discurso, um conto ou um livro inteiro sobre o que o leitor melhor preferir.
Porém, mesmo sem o uso pernóstico dos termos difíceis, muito e muito se prossegue do mesmo modo, discorrendo sobre o objeto escolhido, sem impedimentos.
Deploro sempre ver moços deste século inconscientemente esquecerem e oprimirem hoje o nosso português, culto e belo, querendo substituí-lo pelo inglês. Porquê?
Cultivemos o nosso polifónico e fecundo verbo, doce e melodioso, porém incisivo e forte, messe de luminosos estilos, voz de muitos povos, escrínio de belos versos e de imenso porte, ninho de cisnes e de condores.
Honremos o que é nosso, oh moços estudiosos, escritores e professores!
Honremos o digníssimo modo de dizer que nos legou um povo humilde, porém viril e cheio de sentimentos estéticos, púgil, de heróis e de nobres descobridores de mundos novos!
Autor: Desconhecido.
15 janeiro 2010
13 janeiro 2010
Tormenta Adulta
Em aliança com a natureza;
O menino brinca criando,
Em seu quarto fica sonhando,
É feliz não acorda tristeza.
Mãe de que o criaste?
Seus sonhos são efeitos celestes,
A paixão da essência que lhe deste,
Criança guerreira de um futuro agreste.
Ao mundo, ingénuo desabrochou;
Uma realidade em criação natural,
Vê-de menino, nos teus olhos o céu chorou.
Que fantasia transcendental!!!
Espelho presente, a minha face mudou,
Espera criança pelo teu vendaval.
do Amigo Diogo Correia
O menino brinca criando,
Em seu quarto fica sonhando,
É feliz não acorda tristeza.
Mãe de que o criaste?
Seus sonhos são efeitos celestes,
A paixão da essência que lhe deste,
Criança guerreira de um futuro agreste.
Ao mundo, ingénuo desabrochou;
Uma realidade em criação natural,
Vê-de menino, nos teus olhos o céu chorou.
Que fantasia transcendental!!!
Espelho presente, a minha face mudou,
Espera criança pelo teu vendaval.
do Amigo Diogo Correia
11 janeiro 2010
Trio da Fraternidade Natalina
O Caranguejo há muito era amigo da Lagosta, ambos vivendo numa Ilha deserta do Atlântico, que mais parecia um isolado Atol de areias brancas, coqueiros e límpidas águas azul-turquesa.
O primeiro lembrou à segunda de que já era hora da Tartaruga vir do mar para a habitual sazonal desova. A Tartaruga era tambem uma velha amiga de ambos os crustáceos, e trazia sempre notícias, algumas novas outras antigas, de tudo o que testemunhava no mar, ao longo do ano em que ficava ausente da Ilha, onde aliás, tambem havia nascido.
Combinaram nessa noite, ficar de alerta perto da praia, uma vez que esperavam ambos a Lua cheia e a chegada a qualquer momento, da Tartaruga, que decerto seria mais fácil de detectar à luz daquele astro.
Dito e feito. A Tartaruga acabava de nadar vagarosamente para terra e subia agora areal acima, até lugar mais afastado e alto, a salvo das ondas do mar.
Correram ambos para ela e abraçaram-na com entusiasmo e felicidade, sobretudo pela saudade que sua ausência havia causado aos dois Amigos.
Estavam novamente reunidos e juntos na Ilha que vira nascer a todos eles, e que, deles fizera Amigos de vida e circunstância.
Deixaram que a Tartaruga cavasse o buraco para a postura de seus ovos e lá os pusesse dentro e em segurança, e os tapasse com uma boa quantidade de areia, assim ocultando-os dos olhares e cobiça de outros animais predadores.
De todas as histórias que a Tartaruga contou, desta vez, houve uma que a todos atraiu mais, incluindo à propria Tartaruga que a contou, sobre uma forte Luz que observou em certa parte do fundo do mar, quando em sua passagem de regresso à Ilha. Esta chamou-lhe fortemente a atenção, pois, a tal fenómeno nunca assistira antes. E tambem, por ter observado que dela saiam estranhas formas, que nao conseguiu identifcar ou explicar, nem mesmo a si mesma. A curiosidade que ficara desde então era tão grande que, só ansiava lá voltar novamente, mas pelo medo que sentira, somente se acompanhada de alguem que com ela quisésse ir!
Não demorou muito que os dois Crustáceos se oferecessem para tal efeito. Assim, usando a carapaça da Tartaruga como boleia, partiram os três mar adentro, rumo à tal Luz misteriosa, no meio do oceano. Atravessaram mares agitados e depois de meses a enfrentar ondas encrespadas, veio a bonança de águas mais calmas, onde haviam enormes e frondosas florestas marinhas de sargaços e outras algas gigantescas.
Quase foram comidos por ameaçadores tubarões e outros monstros predadores dos mares, e aos vários perigos, o destino ajudou a escapar por um triz e a chegar ao objectivo de sua épica aventura.
Depois de um profundo e longo mergulho, a Luz que os motivara a tantas atribulações, via-se agora nítidamente no fundo do oceano. Rápidamente se aproximaram dela, e logo sentiram uma força inevitável, que os atraia e impelia irremediavelmente em sua direcção. O medo e a ânsia faziam-lhes os corações batucarem descompassados nos peitos, fazendo a água vibrar à volta.
Em um instante, viram um ser humano imponente no seio da Luz, portando um garfo luminoso, feito aparentemente de fogo, que ardia apesar do ambiente aquoso. Em vez de pés, aparentava ter algo parecido com um rabo de peixe na extremidade inferior do corpo, como é comum às sereias, que contudo, poderia muito bem ser uma espécie de dispositivo natatório.
Uma voz apareceu na cabeça dos três. A voz dizia, que muitos o conheciam como o Rei dos Mares, o lendário Neptuno, um Deus das Tradições Teológicas Romanas, mas que, na verdade, não passava de um ser humano adaptado às profundezas dos mares e que ali, de onde vinha a Luz, a qual era simplesmente uma entrada, um Portal para um mundo subterrâneo subaquático, haviam muitos outros semelhantes, a si. Na verdade, continuou a voz, ele era sómente um guardião de uma das entradas principais para a mítica Atlantida, que havia afundado após um brutal cataclisma vulcânico.
A voz do estranho homem marinho, a que as lendas do mar apontavam como Neptuno e que afinal, nada mais era que um homem comum, contudo, adaptado ao meio submarino, disse-lhes que poderiam penetrar a Luz. Contudo, que não poderiam adentrá-la por completo, até ao desconhecido mundo subterrâneo subaquático, por não ser permitido a outros seres, devido a prováveis maravilhas ali existentes. De seguida, orientou-os a entrar numa câmara seca, onde o ar era um ar respirável para todos eles, pois, tinha chegado o momento que toda a Civilizacao Atlante aguardava há muito. Sendo a visita dos três, sinónimo de uma profecia e de ocasião especiais há muito previstas. Os três animais amigos entreolharam-se em tom de admiração, por afinal, não passando de simples animais marinhos, como tantos milhões que vieram antes, que existiam no presente e como os que haveriam de vir depois deles, estarem a ser alvo de tal misteriosa e particular recepção.
De repente, a câmara transformou-se em uma profusão de tons de luz muito intensos, mais ainda mais brilhante e intensa do que aquela que haviam penetrado à entrada, começando a transformar-se em um turbilhao de côres e brilhos, com tudo à volt,a a embrenhar-se numa espécie de bruma densa e opaca. Para num momento seguinte, naquilo que havia parecido uma eternidade, seus corpos marinhos não mais existirem, pelo menos, nas formas com se que haviam conhecido a si mesmos como seres vivos...
Estavam em lugar completamente diferente, no espaço, no tempo e na concepção física, naquilo que parecia ser uma manjedoura. Até suas mentes, estavam ora mais claras e tudo à volta, mais parecia um sonho surreal. Cada um deles era, na ora mágica ocasião, um ser humano distinto. A Lagosta, era agora uma linda Senhora, de olhar doce, vestida com panos de algodão e uma manto sedoso e violeta a cobrir-lhe os longos e luzídios cabelos entrançados. A Tartaruga, essa, passou a ver-se como um Homem humilde, mas de movimentos firmes e tom nobre. No centro dos dois e um pouco mais atordoado e consfuso com toda aquela transmutação ocorrida, o Caranguejo, era agora um bébé Menino, de pele leitosa e perfumada, de rostinho sereno, envolto em alguns panos de lã judaica, que o protegiam do fresco da noite que tinha como pano de fundo, a Via Láctea.
Apresentavam-se os três com outra forma, muito diferente e distinta da dos seus corpos anteriores. Nada fazia supôr que, cada um deles, continuava sendo o mesmo ser. Até o pensamento de cada um havia evoluído em complexidade e continha agora na memória. Cenas de passados nunca antes vividos, continham muitas caras de outros seres humanos e até de paisagens, que pareciam ter com cada qual deles, uma relação próxima e íntrinseca, especial...
Podiam sentir um calor de magia por todo o lado a envolvê-los, havendo outros animais que nunca antes haviam visto, à volta. À frente, encontravam-se três homens ricamente vestidos com cetins e sêdas finas, trazendo cada um nas mãos, algo que parecia serem ofertas...
No céu, uma cintilante estrela candente, brilhava com intensidade anormal, como que a assinalar algum evento histórico excepcional ...
...Acordando, olharam para um lado e para o outro e de uns para os outros, e, sómente viram a habitual areia da praia, sentiram a calmaria da leve brisa do vento e o ribombar suave das ondas do mar, que lhes batia devagarzinho nos corpos marinhos de Tartaruga, de Lagosta e de Caranguejo, que sempre haviam sido...
Estória/Conto de Natal feito em Luanda, aos 22 de Dezembro de 2009, por manuel de sousa, que como actual Presidente e em nome do Rotary Club de Luanda, em tom de desejo de Festas Felizes, o dedica a todos os Amigos, Irmãos, Companheiros e à Humanidade em geral, em Paz, Fraternidade e Harmonia com a Natureza Mãe...e com os Animais, Florestas, os Oceanos, as Terras e os Semelhantes Humanos...e com todos os Seres Existênciais do Universo...seja Mental, Espiritual e/ou Físico...
Nota do Editor: Escrito em resposta a conto enviado pelo escritor Paulo Coelho.
O primeiro lembrou à segunda de que já era hora da Tartaruga vir do mar para a habitual sazonal desova. A Tartaruga era tambem uma velha amiga de ambos os crustáceos, e trazia sempre notícias, algumas novas outras antigas, de tudo o que testemunhava no mar, ao longo do ano em que ficava ausente da Ilha, onde aliás, tambem havia nascido.
Combinaram nessa noite, ficar de alerta perto da praia, uma vez que esperavam ambos a Lua cheia e a chegada a qualquer momento, da Tartaruga, que decerto seria mais fácil de detectar à luz daquele astro.
Dito e feito. A Tartaruga acabava de nadar vagarosamente para terra e subia agora areal acima, até lugar mais afastado e alto, a salvo das ondas do mar.
Correram ambos para ela e abraçaram-na com entusiasmo e felicidade, sobretudo pela saudade que sua ausência havia causado aos dois Amigos.
Estavam novamente reunidos e juntos na Ilha que vira nascer a todos eles, e que, deles fizera Amigos de vida e circunstância.
Deixaram que a Tartaruga cavasse o buraco para a postura de seus ovos e lá os pusesse dentro e em segurança, e os tapasse com uma boa quantidade de areia, assim ocultando-os dos olhares e cobiça de outros animais predadores.
De todas as histórias que a Tartaruga contou, desta vez, houve uma que a todos atraiu mais, incluindo à propria Tartaruga que a contou, sobre uma forte Luz que observou em certa parte do fundo do mar, quando em sua passagem de regresso à Ilha. Esta chamou-lhe fortemente a atenção, pois, a tal fenómeno nunca assistira antes. E tambem, por ter observado que dela saiam estranhas formas, que nao conseguiu identifcar ou explicar, nem mesmo a si mesma. A curiosidade que ficara desde então era tão grande que, só ansiava lá voltar novamente, mas pelo medo que sentira, somente se acompanhada de alguem que com ela quisésse ir!
Não demorou muito que os dois Crustáceos se oferecessem para tal efeito. Assim, usando a carapaça da Tartaruga como boleia, partiram os três mar adentro, rumo à tal Luz misteriosa, no meio do oceano. Atravessaram mares agitados e depois de meses a enfrentar ondas encrespadas, veio a bonança de águas mais calmas, onde haviam enormes e frondosas florestas marinhas de sargaços e outras algas gigantescas.
Quase foram comidos por ameaçadores tubarões e outros monstros predadores dos mares, e aos vários perigos, o destino ajudou a escapar por um triz e a chegar ao objectivo de sua épica aventura.
Depois de um profundo e longo mergulho, a Luz que os motivara a tantas atribulações, via-se agora nítidamente no fundo do oceano. Rápidamente se aproximaram dela, e logo sentiram uma força inevitável, que os atraia e impelia irremediavelmente em sua direcção. O medo e a ânsia faziam-lhes os corações batucarem descompassados nos peitos, fazendo a água vibrar à volta.
Em um instante, viram um ser humano imponente no seio da Luz, portando um garfo luminoso, feito aparentemente de fogo, que ardia apesar do ambiente aquoso. Em vez de pés, aparentava ter algo parecido com um rabo de peixe na extremidade inferior do corpo, como é comum às sereias, que contudo, poderia muito bem ser uma espécie de dispositivo natatório.
Uma voz apareceu na cabeça dos três. A voz dizia, que muitos o conheciam como o Rei dos Mares, o lendário Neptuno, um Deus das Tradições Teológicas Romanas, mas que, na verdade, não passava de um ser humano adaptado às profundezas dos mares e que ali, de onde vinha a Luz, a qual era simplesmente uma entrada, um Portal para um mundo subterrâneo subaquático, haviam muitos outros semelhantes, a si. Na verdade, continuou a voz, ele era sómente um guardião de uma das entradas principais para a mítica Atlantida, que havia afundado após um brutal cataclisma vulcânico.
A voz do estranho homem marinho, a que as lendas do mar apontavam como Neptuno e que afinal, nada mais era que um homem comum, contudo, adaptado ao meio submarino, disse-lhes que poderiam penetrar a Luz. Contudo, que não poderiam adentrá-la por completo, até ao desconhecido mundo subterrâneo subaquático, por não ser permitido a outros seres, devido a prováveis maravilhas ali existentes. De seguida, orientou-os a entrar numa câmara seca, onde o ar era um ar respirável para todos eles, pois, tinha chegado o momento que toda a Civilizacao Atlante aguardava há muito. Sendo a visita dos três, sinónimo de uma profecia e de ocasião especiais há muito previstas. Os três animais amigos entreolharam-se em tom de admiração, por afinal, não passando de simples animais marinhos, como tantos milhões que vieram antes, que existiam no presente e como os que haveriam de vir depois deles, estarem a ser alvo de tal misteriosa e particular recepção.
De repente, a câmara transformou-se em uma profusão de tons de luz muito intensos, mais ainda mais brilhante e intensa do que aquela que haviam penetrado à entrada, começando a transformar-se em um turbilhao de côres e brilhos, com tudo à volt,a a embrenhar-se numa espécie de bruma densa e opaca. Para num momento seguinte, naquilo que havia parecido uma eternidade, seus corpos marinhos não mais existirem, pelo menos, nas formas com se que haviam conhecido a si mesmos como seres vivos...
Estavam em lugar completamente diferente, no espaço, no tempo e na concepção física, naquilo que parecia ser uma manjedoura. Até suas mentes, estavam ora mais claras e tudo à volta, mais parecia um sonho surreal. Cada um deles era, na ora mágica ocasião, um ser humano distinto. A Lagosta, era agora uma linda Senhora, de olhar doce, vestida com panos de algodão e uma manto sedoso e violeta a cobrir-lhe os longos e luzídios cabelos entrançados. A Tartaruga, essa, passou a ver-se como um Homem humilde, mas de movimentos firmes e tom nobre. No centro dos dois e um pouco mais atordoado e consfuso com toda aquela transmutação ocorrida, o Caranguejo, era agora um bébé Menino, de pele leitosa e perfumada, de rostinho sereno, envolto em alguns panos de lã judaica, que o protegiam do fresco da noite que tinha como pano de fundo, a Via Láctea.
Apresentavam-se os três com outra forma, muito diferente e distinta da dos seus corpos anteriores. Nada fazia supôr que, cada um deles, continuava sendo o mesmo ser. Até o pensamento de cada um havia evoluído em complexidade e continha agora na memória. Cenas de passados nunca antes vividos, continham muitas caras de outros seres humanos e até de paisagens, que pareciam ter com cada qual deles, uma relação próxima e íntrinseca, especial...
Podiam sentir um calor de magia por todo o lado a envolvê-los, havendo outros animais que nunca antes haviam visto, à volta. À frente, encontravam-se três homens ricamente vestidos com cetins e sêdas finas, trazendo cada um nas mãos, algo que parecia serem ofertas...
No céu, uma cintilante estrela candente, brilhava com intensidade anormal, como que a assinalar algum evento histórico excepcional ...
...Acordando, olharam para um lado e para o outro e de uns para os outros, e, sómente viram a habitual areia da praia, sentiram a calmaria da leve brisa do vento e o ribombar suave das ondas do mar, que lhes batia devagarzinho nos corpos marinhos de Tartaruga, de Lagosta e de Caranguejo, que sempre haviam sido...
Estória/Conto de Natal feito em Luanda, aos 22 de Dezembro de 2009, por manuel de sousa, que como actual Presidente e em nome do Rotary Club de Luanda, em tom de desejo de Festas Felizes, o dedica a todos os Amigos, Irmãos, Companheiros e à Humanidade em geral, em Paz, Fraternidade e Harmonia com a Natureza Mãe...e com os Animais, Florestas, os Oceanos, as Terras e os Semelhantes Humanos...e com todos os Seres Existênciais do Universo...seja Mental, Espiritual e/ou Físico...
Nota do Editor: Escrito em resposta a conto enviado pelo escritor Paulo Coelho.
10 janeiro 2010
06 janeiro 2010
05 janeiro 2010
Paulo Coelho
Conto de Natal
Conta uma antiga e conhecida lenda, que há cinco mil anos três cedros nasceram nas lindas florestas do Líbano. Como todos nós sabemos, os cedros levam muito tempo para crescer, e estas árvores passaram séculos inteiros pensando sobre a vida, a morte, a natureza, os homens.
Presenciaram a chegada de uma expedição de Israel, enviada por Salomão, e mais tarde viram a terra coberta de sangue durante as batalhas com os assírios. Conheceram Jezabel e o profeta Elias, inimigos mortais.
Assistiram a invenção do alfabeto, e deslumbraram-se com as caravanas que passavam, cheias de tecidos coloridos.
Um belo dia resolveram conversar sobre o futuro.
- Depois de tudo o que tenho visto - disse a primeira árvore - quero ser transformada no trono do rei mais poderoso da terra.
- Eu gostaria de ser parte de algo que transformasse para sempre o Mal em Bem - comentou a segunda.
- Por meu lado, queria que toda vez que olhassem para mim pensassem em Deus - foi a resposta da terceira.
Mais algum tempo se passou, e lenhadores apareceram. Os cedros foram derrubados, e um navio os carregou para longe.
Cada uma daquelas árvores tinha um desejo, mas a realidade nunca pergunta o que fazer com os sonhos; a primeira serviu para construir um abrigo de animais, e as sobras foram usadas para apoiar o feno. A segunda árvore virou uma mesa muito simples, que logo foi vendida para um comerciante de móveis. Como a madeira da terceira árvore não encontrou compradores, foi cortada e colocada no armazém de uma cidade grande.
Infelizes, elas se lamentavam: “ Nossa madeira era boa, e ninguém encontrou algo de belo para usá-la”.
Algum tempo se passou e, numa noite cheia de estrelas, um casal que não conseguia encontrar refúgio resolveu passar a noite no estábulo que tinha sido construído com a madeira da primeira árvore. A mulher gritava, com dores do parto, e terminou dando a luz ali mesmo, colocando seu filho entre o feno e a madeira que o apoiava.
Naquele momento, a primeira árvore entendeu que seu sonho tinha sido cumprido: ali estava o maior de todos os reis da Terra.
Anos depois, numa casa modesta, vários homens sentaram-se em torno da mesa que tinha sido feita com a madeira da segunda árvore. Um deles, antes que todos começassem a comer, disse algumas palavras sobre o pão e o vinho que tinham diante de si.E a segunda árvore entendeu que, naquele momento, ela sustentava não apenas um cálice e um pedaço de pão, mas a aliança entre o homem e a Divindade.
No dia seguinte, retiraram dois pedaços do terceiro cedro, e o colocaram em forma de cruz.
Deixaram-no jogado em um canto, e horas depois trouxeram um homem barbaramente ferido, que cravaram em seu lenho. Horrorizado, o cedro lamentou a herança bárbara que a vida lhe deixara.
Antes que três dias decorressem, porém, a terceira árvore entendeu seu destino: o homem que ali estivera pregado era agora a Luz que tudo iluminava. A cruz feita com sua madeira tinha deixado de ser um símbolo de tortura, para transformar-se em sinal de vitória.
Como sempre acontece com os sonhos, os três cedros do Líbano tinham cumprido o destino que desejavam - mas não da maneira que imaginavam.
Prenda de Natal do Escritor Paulo Coelho, partilhada pelo amigo Manuel de Sousa.
Conta uma antiga e conhecida lenda, que há cinco mil anos três cedros nasceram nas lindas florestas do Líbano. Como todos nós sabemos, os cedros levam muito tempo para crescer, e estas árvores passaram séculos inteiros pensando sobre a vida, a morte, a natureza, os homens.
Presenciaram a chegada de uma expedição de Israel, enviada por Salomão, e mais tarde viram a terra coberta de sangue durante as batalhas com os assírios. Conheceram Jezabel e o profeta Elias, inimigos mortais.
Assistiram a invenção do alfabeto, e deslumbraram-se com as caravanas que passavam, cheias de tecidos coloridos.
Um belo dia resolveram conversar sobre o futuro.
- Depois de tudo o que tenho visto - disse a primeira árvore - quero ser transformada no trono do rei mais poderoso da terra.
- Eu gostaria de ser parte de algo que transformasse para sempre o Mal em Bem - comentou a segunda.
- Por meu lado, queria que toda vez que olhassem para mim pensassem em Deus - foi a resposta da terceira.
Mais algum tempo se passou, e lenhadores apareceram. Os cedros foram derrubados, e um navio os carregou para longe.
Cada uma daquelas árvores tinha um desejo, mas a realidade nunca pergunta o que fazer com os sonhos; a primeira serviu para construir um abrigo de animais, e as sobras foram usadas para apoiar o feno. A segunda árvore virou uma mesa muito simples, que logo foi vendida para um comerciante de móveis. Como a madeira da terceira árvore não encontrou compradores, foi cortada e colocada no armazém de uma cidade grande.
Infelizes, elas se lamentavam: “ Nossa madeira era boa, e ninguém encontrou algo de belo para usá-la”.
Algum tempo se passou e, numa noite cheia de estrelas, um casal que não conseguia encontrar refúgio resolveu passar a noite no estábulo que tinha sido construído com a madeira da primeira árvore. A mulher gritava, com dores do parto, e terminou dando a luz ali mesmo, colocando seu filho entre o feno e a madeira que o apoiava.
Naquele momento, a primeira árvore entendeu que seu sonho tinha sido cumprido: ali estava o maior de todos os reis da Terra.
Anos depois, numa casa modesta, vários homens sentaram-se em torno da mesa que tinha sido feita com a madeira da segunda árvore. Um deles, antes que todos começassem a comer, disse algumas palavras sobre o pão e o vinho que tinham diante de si.E a segunda árvore entendeu que, naquele momento, ela sustentava não apenas um cálice e um pedaço de pão, mas a aliança entre o homem e a Divindade.
No dia seguinte, retiraram dois pedaços do terceiro cedro, e o colocaram em forma de cruz.
Deixaram-no jogado em um canto, e horas depois trouxeram um homem barbaramente ferido, que cravaram em seu lenho. Horrorizado, o cedro lamentou a herança bárbara que a vida lhe deixara.
Antes que três dias decorressem, porém, a terceira árvore entendeu seu destino: o homem que ali estivera pregado era agora a Luz que tudo iluminava. A cruz feita com sua madeira tinha deixado de ser um símbolo de tortura, para transformar-se em sinal de vitória.
Como sempre acontece com os sonhos, os três cedros do Líbano tinham cumprido o destino que desejavam - mas não da maneira que imaginavam.
Prenda de Natal do Escritor Paulo Coelho, partilhada pelo amigo Manuel de Sousa.
04 janeiro 2010
01 janeiro 2010
Receita de Ano Novo
Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)
Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
Carlos Drummond de Andrade
(in, dialogos_lusofonos@yahoogrupos.com.br )
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)
Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
Carlos Drummond de Andrade
(in, dialogos_lusofonos@yahoogrupos.com.br )
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