04 setembro 2005

Flamingos

Já me tinham dito que os tinham visto por cá. Para mim foi a primeira vez. Numa das minhas habituais passeatas ao Moinho da Encharroqueira, no meio de alguns exercícios físicos, eis que de repente, como se de uma visão se tratasse, eles lá estavam.

Bem perto de mim, a uma distância de cinquenta metros, nas suas fogueantes cores, brilhantes, entre os brancos e os rosas, um bando de doze, calmamente ia estando, sem que revelassem medo da presença humana. De muita calma se tratava, de facto, porque devia estar fora da hora da refeição. Até parece que em repouso meditavam. Pareciam anjos.


(...)

in,

Luis Carlos dos Santos

O Espírito dos Pássaros

(livro de contos, no prelo)

Pintura em aguarela, Flamingos, Fancisco Amorim, Rio de Janeiro, Brasil.



2 comentários:

Anónimo disse...

Nas terras circundantes à terra em que nasci (Benguela, Angola), havia bandos de centenas de flamingos descansando sobre uma pata só nas baixas águas de algum pântano. Cada vez que viajávamos de carro, o meu pai abrandava e eu, atrás, cuja cabeçita mal chegava à janela do velho Chevrolet, ficava extasiada a ver aquela imensa mancha côr de rosa que sobressaía no meio da terra seca e vermelha. Todos os animais são bonitos, o flamingo ainda hoje exerce (em mim) um fascínio especial. Pela côr, pela forma, pela postura.... pelo sonho que inspira!

Estudo Geral disse...

Paula, acabaste também por ter qualquer coisa de flamingo.