Espreito com as mãos
Mexo e remexo com os olhos
Provo e reprovo com o juízo
Ajuízo e reflicto com os pés
Sinto e pressinto com a imaginação
Vibro ao mais pequeno vislumbre
Acanho-me ao mais leve toque
Envergonho-me com qualquer embaraço
Viro-me para onde sopra o vento
Largo o objecto a qualquer tremor da paisagem
Saio de cena logo que o tempo aquece
Regresso ao cenário assim que cai o pano do entardecer
Vejo-me e revejo os reflexos das superfícies espelhadas
Agarro a ocasião assim que as circunstâncias o propiciam
Arrasto o corpo como se lagarto da horta seja
Enfio-me no buraco da fechadura de eventuais portais
Enrolo-me no interior de uma casca dura
Encolho-me dentro do ovo primordial
Uno-me nos mais profundos confins da alma central
Regresso à consciência de si e ao pensamento essencial original…
Ciente de que em momento algum dele me separei ou desliguei!...
Escrito para aqueles que estão cientes de que nós somos mais do que um simples corpo físico-material, em Luanda, Angola, aos 10 de Junho de 2007, por manuel de Sousa, no Dia de Camões e de Portugal…
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