29 setembro 2007

Uma Língua de Fogo

5.

A Ilha

Neste nobre estremenho lugar
onde vêm as águas do Tejo
trazidas pelo vaivém do mar
existe uma pequena vila
em si, tão só e tranquila
dando forma aos pensamentos
desde o princípio dos tempos

Nesta vila há uma ilha
que a voz mansa dessas águas
chama de eterna maravilha,
num momento mais insensato
chamaram-lhe "Ilha do Rato",
mas eu nos meus sonhos a cores
chamo-lhe de "Ilha dos Amores"

Foi ela que em tempos de outrora
sussurrou aos ouvidos do rei
que se tinha chegado a Hora,
sentira curiosidade ao pensar
em quais os caminhos do mar,
e o João I, também por causa do Dinis,
lá foi fazer o que ela quis

E à nossa ilha em homenagem
o Camões escreveu um canto
deixou Pessoa uma mensagem,
e um dia através dela, por certo,
se há-de revelar o Encoberto
como nos contou com carinho
o bom amigo Agostinho

Esta ilha tem uma vila
e esta vila tem um grupo
que vai em direcção ao Absoluto,
ela em si lá vai estando
os amigos a vão rendilhando
e quem distraído passa
nem vê que ela está cheia de Graça.

2 comentários:

philos disse...

Continue.

Estudo Geral disse...

Continuarei.