O descanso do guerreiro..... A vitória do cansaço.... Num mero instante no tempo ! Porque um guerreiro de honra nunca ataca durante o repouso do inimigo. Salvé exército da vida .
Isso parece quase Fernando Pessoa. Mário de Sá Carneiro é que não... Ora deixe lá ver:
Que bom é não cumprir um dever nada fazer apenas ficar de papo para o ar e pensar na boa vida nos anjos nos mistérios.
Vou à janela e vejo um homem na tabacaria, logo se vê que não tem mistérios compra o jornal mete o mundo debaixo do braço e manda um pontapé numa pedra que lhe enfrenta o caminho sem que perceba da dimensão do gesto
há uma borboleta que voa um alarme que dispara um ciclista que olha para trás e cai...
Mas deixemos o homem da tabacaria desvio a cara e deixo os meus olhos pousarem no rio que passa ao largo da minha janela há um veleiro que passa um arrais que assobia e por cima, o sol do meio dia.
Mais ao fundo há um navio que aguarda a sua oportunidade de chegar...
(e etc. etc. por aí fora... mas sinceramente não sei em qual dos heterónimos).
Património Histórico e Museologia. Para aceder clique na imagem.
O Pássaro Azul
António Tapadinhas, óleo s/ tela
O Pintor
Numa doce manhã um suave regresso qualquer coisa que há no ar, um passarinho azul está pairando, esvoaçando a cantarolar, dá uma volta uma volta e meia e quando volteia pousa no seu olhar
No coração que meigo e terno bate está uma ideia feita uma aguarela, amarela que volteia na tela e do meio do branco vazio que era nada um passarinho azul que sai correndo através da manhã
Feito um pedacinho de lã vai voando, cantarolando da fantasia que foi um dia da suadade de partir, do regresso até que encontra uma outra tela um outro olhar uma ideia feita um arco íris qualquer coisa que está no ar.
Luis Santos
P.S.: Foi a partir deste poema que o António Tapadinhas pintou o Pássaro Azul.
LUZ
Procuram as palavras o sentido que não podem explicar. Como se pode entender, ao escrever, Branca Luz Puríssima?
Luz Azul
foto lcs
Passar o Azul
Céu de azul pinta o pássaro ao voar, Acrobacias do seu cantar entoa, Mais alto estende-se o areal em baixo, Que em jacto falcão faz deslumbrar quem olha.
Percorrida a sorte, ser ave é: Transpor ao homem o delírio voador, No nu cintilante do desvio humano.
Poça de água que brilha Em ritual de garça chama. E pouso do pássaro á luz resplandece, A quem lhe dá de beber.
Suor de quem voa Não suam criaturas do céu, Trespassando no horizonte Pessoas que em sonhos se elevam, E que em terra, transpiram Ao ver o pássaro que dentro delas preserva.
4 comentários:
O descanso do guerreiro.....
A vitória do cansaço....
Num mero instante no tempo !
Porque um guerreiro de honra nunca ataca durante o repouso do inimigo. Salvé exército da vida .
EF
"Que bom que é não cumprir um dever, nada fazer, apenas ficar de papo para o ar!..."
Isso parece quase Fernando Pessoa. Mário de Sá Carneiro é que não...
Ora deixe lá ver:
Que bom é não cumprir um dever
nada fazer
apenas ficar de papo para o ar
e pensar
na boa vida
nos anjos
nos mistérios.
Vou à janela
e vejo um homem na tabacaria,
logo se vê que não tem mistérios
compra o jornal
mete o mundo debaixo do braço
e manda um pontapé numa pedra
que lhe enfrenta o caminho
sem que perceba da dimensão do gesto
há uma borboleta que voa
um alarme que dispara
um ciclista que olha para trás
e cai...
Mas deixemos o homem da tabacaria
desvio a cara e deixo os meus olhos pousarem no rio
que passa ao largo da minha janela
há um veleiro que passa
um arrais que assobia
e por cima, o sol do meio dia.
Mais ao fundo há um navio
que aguarda a sua oportunidade de chegar...
(e etc. etc. por aí fora... mas sinceramente não sei em qual dos heterónimos).
Mário de Sá Carneiro por aqui ?
Eu saudei a vida....
Há sempre um navio que espera por um cais. Pode não ser o melhor; mas tem de caber lá dentro !
EF
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