" Um dia, o lagarto e a Coruja, de cima de um tronco seco, nas barrancas do São Francisco, contemplavam o grande rio.
Êta rio bonito! - exclamou o Lagarto.
- E que bela história ele tem!
- disse a Coruja.
O Lagarto se interessou. Gostava de ouvir a Coruja contar histórias. Ela sabia de tudo.
(...) A Coruja, então, contou esta história ao Lagarto, que depois contou ao Tucano, que contou ao Papagaio e o Papagaio me contou e agora eu conto para vocês.
Tudo nasce neste mundo em algum lugar. Seja ave, seja peixe, seja bicho, seja árvore, gente ou rio. O Rio São Francisco nasce na Serra da Canastra, no Estado de Minas Gerais. De lá desce e cresce. É o mais brasileiro dos rios. Da nascente ao Atlântico percorre mais de três mil quilômetros, banhando os estados de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas. Por isso também é chamado de rio da unidade nacional. O rio ajudou os bandeirantes em suas entradas em nossa terra. Na proa dos barcos deles havia figuras de meter medo, chamadas carrancas que até hoje são vistas nas canoas de lá.
Como o rio lhes dava tudo, de beber e de comer, e os ajudava a viajar, os bandeirantes diziam:
- É um rio santo!
E de São Francisco ficou sendo.
Santo é de verdade, e faz muitos milagres. Nas regiões por onde passa, quase não chove e a terra é muito seca. Mas nas margens do São Francisco nasceram cidades e surgiram fazendas e campos de criação.
O rio leva e traz gente e mercadorias nas barcas de rodas gigantes, que são chamadas "gaiolas".
De Pirapora a Juazeiro, sobem e descem os "gaiolas" lentamente...é uma viagem encantada. (...)
- Êêê, boi! - gritam os vaqueiros, jogando seus laços. Vida rude de gente forte, a dos vaqueiros do São Francisco.
Antigamente o rio era livre e fazia tudo o que queria. Às vezes secava; outras, enchia demais. Isso era ruim para quem vivia perto dele e dele dependia. Foi preciso educar o rio.
Chegaram engenheiros e técnicos com milhares de trabalhadores. Represaram o rio. A barragem de Três Marias é coisa nunca vista. Quando vem a enchente, as águas são contidas e as inundações evitadas. Quando vem a seca, abrem-se as comportas e o rio continua cheio. Os engenheiros fizeram mais ainda. Aproveitaram a força fantástica da Cahoeira de Paulo Afonso e construíram uma hidroelétrica. E agora, obedecendo a vontade do homem, o rio faz girar turbinas que movimentam dínamos, criando eletricidade para iluminar campos, cidades e fazer trabalhar fábricas e usinas. E com a hidroelétrica do São Francisco o desenvolvimento e o progresso entraram por todo o Nordeste, tornando a vida melhor para milhões de brasileiros. (...)
Oranice Franco
c/ um abraço
Therezinha
25 novembro 2007
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário