De tudo há, ou pode haver, vários, muitos, registos e, como tal, a foto poderá ser uma imagem fixada no Alentejo. Creio, contudo, que no caso se tratará de um registo pessoal e pontual de um lugar alentejano que nunca o Alentejo. O alentejo será menos contraditório, menos "guerreiro", menos "competitivo". O céu tenderá a ser mais azul, as casas mais próximas e aproximadas e haverá, concerteza, a presença incontornável de pessoas, gente. Enfim, é certo que a vida é feita de momentos e, no caso, o momento é indubitavelmente "real" o que não quer dizer, necessariamente, realista. Do que parece não haver dúvidas é que é óptimo haver lugares assim, onde se insinua como um apelo o desafio de nos espraiarmos e dizermos o que nos apetece dizer mesmo que isso não represente nada mais do que a vontade de registar o facto de que estávamos lá, assistimos, e temos vontade de assinalar a nossa presença (ou passagem). O Alentejo é, como provavelmente tudo, um lugar na alma e um lugar cintilante no seu-meu roteiro afectivo. Gracias tantas, a brisa embala ...
Património Histórico e Museologia. Para aceder clique na imagem.
O Pássaro Azul
António Tapadinhas, óleo s/ tela
O Pintor
Numa doce manhã um suave regresso qualquer coisa que há no ar, um passarinho azul está pairando, esvoaçando a cantarolar, dá uma volta uma volta e meia e quando volteia pousa no seu olhar
No coração que meigo e terno bate está uma ideia feita uma aguarela, amarela que volteia na tela e do meio do branco vazio que era nada um passarinho azul que sai correndo através da manhã
Feito um pedacinho de lã vai voando, cantarolando da fantasia que foi um dia da suadade de partir, do regresso até que encontra uma outra tela um outro olhar uma ideia feita um arco íris qualquer coisa que está no ar.
Luis Santos
P.S.: Foi a partir deste poema que o António Tapadinhas pintou o Pássaro Azul.
LUZ
Procuram as palavras o sentido que não podem explicar. Como se pode entender, ao escrever, Branca Luz Puríssima?
Luz Azul
foto lcs
Passar o Azul
Céu de azul pinta o pássaro ao voar, Acrobacias do seu cantar entoa, Mais alto estende-se o areal em baixo, Que em jacto falcão faz deslumbrar quem olha.
Percorrida a sorte, ser ave é: Transpor ao homem o delírio voador, No nu cintilante do desvio humano.
Poça de água que brilha Em ritual de garça chama. E pouso do pássaro á luz resplandece, A quem lhe dá de beber.
Suor de quem voa Não suam criaturas do céu, Trespassando no horizonte Pessoas que em sonhos se elevam, E que em terra, transpiram Ao ver o pássaro que dentro delas preserva.
2 comentários:
foto grandiosa!!!
simplesmente espetacular.
De tudo há, ou pode haver, vários, muitos, registos e, como tal, a foto poderá ser uma imagem fixada no Alentejo. Creio, contudo, que no caso se tratará de um registo pessoal e pontual de um lugar alentejano que nunca o Alentejo. O alentejo será menos contraditório, menos "guerreiro", menos "competitivo". O céu tenderá a ser mais azul, as casas mais próximas e aproximadas e haverá, concerteza, a presença incontornável de pessoas, gente. Enfim, é certo que a vida é feita de momentos e, no caso, o momento é indubitavelmente "real" o que não quer dizer, necessariamente, realista. Do que parece não haver dúvidas é que é óptimo haver lugares assim, onde se insinua como um apelo o desafio de nos espraiarmos e dizermos o que nos apetece dizer mesmo que isso não represente nada mais do que a vontade de registar o facto de que estávamos lá, assistimos, e temos vontade de assinalar a nossa presença (ou passagem).
O Alentejo é, como provavelmente tudo, um lugar na alma e um lugar cintilante no seu-meu roteiro afectivo.
Gracias tantas, a brisa embala ...
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