31 maio 2008
26 maio 2008
23 maio 2008
Magia: Poemas que dão música.
13. O louco aventureiro
Na festa
com a Senhora dos Anjos,
no palco
no início da noite de gala,
no murmúrio da noite
as gentes,
o vento morno e quase quente
quase nada.
A viagem por dentro, interestelar
os olhos fechados
e de joelhos postados,
o sangue que corre e acende o fogo.
A videoconferência
um écran gigante em cada esquina
num domingo de manhã,
as alcofas que vão nas mãos à praça
os anéis que vão nos dedos à missa
e um banco de reformados sentados,
cinzentos.
E eu a filmar e a vê-los mais velhos
muito mais velhos,
genética milenar,
e alguém que nos écrãs aparece
caminha decidido e multiplicado por dez
anuncia o triunfo do louco sonhador.
homenagem à memória e à alma de
Vasco Óscar Batista Soares.
(P.S.: O poema tem música. Basta clicar em cima)
22 maio 2008
"O fogo é, dos quatro elementos, o meio de transformação mais radical; nada lhe resiste. Por isso, a tradição iniciática ensina que, para se transformarem, os humanos devem passar pelo fogo, não pelo fogo físico, é claro, mas pelo fogo psíquico. E, no plano psíquico, há o fogo do sofrimento e o do amor divino. Pelo fogo do sofrimento, devem passar obrigatoriamente todos aqueles que se endureceram tanto que só as provações poderão fazê-los reflectir e obrigá-los a mudar de comportamento. Para escaparmos ao fogo do sofrimento, nós devemos trabalhar com o fogo do amor, que nos transformará tornando-nos luminosos e irradiantes; ele envolver-nos-á com as suas chamas sem nos queimar. E, mesmo que ainda tenhamos de sofrer, pois ainda estamos na terra, saberemos como atravessar esses sofrimentos. O fogo do sofrimento constrange e submete o homem, o fogo do amor divino liberta-o."
Omraam Mikhael Aivanhov
Omraam Mikhael Aivanhov
18 maio 2008
Solidariedade com as vítimas das catástrofes naturais na China e na Birmânia
Numa hora em que os direitos humanos são cada vez mais assumidos como exigência universal de toda a humanidade e em que crescentemente se difunde a percepção de que todos os homens e sociedades são interdependentes, a vida deve ser por todos encarada como um bem frágil e cuja defesa a todos compete. Somos responsáveis pela construção de sociedades justas e fraternas, desprovidas de quaisquer formas de opressão e em que todos possam revelar o seu melhor. Sobretudo num momento em que a facilidade das comunicações globais permitiria colocar ao serviço de todos o melhor que o património científico, técnico, cultural e espiritual da humanidade tem para oferecer.
Apelamos assim a que todos se unam, num encontro de meditação ou oração comum pelas vítimas das catástrofes naturais que têm assolado a Birmânia e a China, na plena consciência que os nossos bens, as nossas vidas e o nosso próprio planeta, sendo preciosos, são impermanentes.
Apelamos também a que os governos e a sociedade civil dos nossos países se mobilizem para que sejam canalizadas todas as formas de ajuda para as populações carenciadas e que as autoridades desses países saibam e possam disponibilizar todos os recursos para minimizar o sofrimento das populações nesta tristíssima ocasião.
Saibamos partilhar a dor dos povos vítimas destes acontecimentos e que, pela visão da impermanência, a nossa lucidez e sabedoria cresça e, através da partilha da dor e do auxílio prático a quem sofre, a nossa compaixão sempre se intensifique !
União Budista Portuguesa
Songtsen - Casa da Cultura do Tibete
Grupo de Apoio ao Tibete
Apelamos assim a que todos se unam, num encontro de meditação ou oração comum pelas vítimas das catástrofes naturais que têm assolado a Birmânia e a China, na plena consciência que os nossos bens, as nossas vidas e o nosso próprio planeta, sendo preciosos, são impermanentes.
Apelamos também a que os governos e a sociedade civil dos nossos países se mobilizem para que sejam canalizadas todas as formas de ajuda para as populações carenciadas e que as autoridades desses países saibam e possam disponibilizar todos os recursos para minimizar o sofrimento das populações nesta tristíssima ocasião.
Saibamos partilhar a dor dos povos vítimas destes acontecimentos e que, pela visão da impermanência, a nossa lucidez e sabedoria cresça e, através da partilha da dor e do auxílio prático a quem sofre, a nossa compaixão sempre se intensifique !
União Budista Portuguesa
Songtsen - Casa da Cultura do Tibete
Grupo de Apoio ao Tibete
17 maio 2008
Flores do meu quintal
(...)
Lembro-me que um dia fui passear
até por perto do mar
num lugar em que ele se junta com o rio.
Um passeio habitual,
da minha casa até ao rio
há toda uma parte ainda natural.
É onde eu falo com os pássaros
e canto com as árvores
e convivo com o meu amigo vento,
braços abertos para o sol
deixo fluir o pensamento,
e é dali que eu vejo tudo.
Lembro-me que um dia fui passear
até por perto do mar
num lugar em que ele se junta com o rio.
Um passeio habitual,
da minha casa até ao rio
há toda uma parte ainda natural.
É onde eu falo com os pássaros
e canto com as árvores
e convivo com o meu amigo vento,
braços abertos para o sol
deixo fluir o pensamento,
e é dali que eu vejo tudo.
(...)
in, SANTOS, Luis Carlos dos - O Espírito dos Pássaros (no prelo).
16 maio 2008
Tudo - Poemas que dão música
12. L'Infinit
Parce que un jour
Parce que l'amour
Parce que mes amis
Parce que l'esprit
Depuis qui toute a écrit
Depuis qui toute si a dit
Depuis qui a vénu la disencontre
Depuis qui arrivée le fin du monde
Je mon vais à changer
Je mon vais à parler
Je mon vais à l'écrire un poéme
Je mon vais à la même chose
(poemas que dão música: basta clicar em cima do poema. Há qualquer coisa de magia neste clique, não acham?).
Parce que un jour
Parce que l'amour
Parce que mes amis
Parce que l'esprit
Depuis qui toute a écrit
Depuis qui toute si a dit
Depuis qui a vénu la disencontre
Depuis qui arrivée le fin du monde
Je mon vais à changer
Je mon vais à parler
Je mon vais à l'écrire un poéme
Je mon vais à la même chose
(poemas que dão música: basta clicar em cima do poema. Há qualquer coisa de magia neste clique, não acham?).
Descoberta a mais jovem supernova na Via Láctea
Astrónomos norte-americanos descobriram a mais jovem supernova, uma estrela que explode no final da vida, conhecida na nossa galáxia, a Via Láctea, segundo trabalhos publicados ontem.
A idade desta supernova foi estimada em 140 anos, talvez menos, o que significa que esta é, pelo menos, 200 anos mais nova do que a supernova até agora conhecida como sendo a mais jovem dentro desta categoria de objectos celestes da Via Láctea.
O astrofísico Stephen Reynols, da Universidade do Estado da Carolina do Norte, principal autor desta descoberta, já suspeitava que este objecto, baptizado G1.9+0.3 e observado pelos astrónomos há mais de 50 anos, era uma supernova muito recente. Reynolds examinou fotografias do objecto, tiradas em 2007 pelo telescópio espacial norte-americano Chandra X-Ray Observatory, e comparou-as com as que tinham sido obtidas em 1985 pelo telescópio "National Radio Astronomy Observatory's Very Large Array", da Nasa.
As imagens do telescópio Chandra confirmaram, não só que se tratava de um fenómeno de supernova recente mas também que esta apenas tinha aumentado o seu tamanho em 16 por cento nos últimos 22 anos.
Estas medidas permitiram estabelecer que esta estrela explodiu há 140 anos, ou mais recentemente se a velocidade da explosão tiver diminuído, explicou Reynolds. “Se não houvesse tantos detritos inter-estelares entre nós e este objecto, as pessoas poderiam ter visto esta supernova e teriam pensado que seria uma nova estrela, na constelação de Sagitário no período entre 1870 e 1900”, afirma.
Uma supernova descreve o conjunto de fenómenos directamente ligados à explosão de uma estrela e é acompanhada de um aumento, breve mas extremamente intenso, da sua luminosidade.
in, Revista Digital "Ciência Hoje".
A idade desta supernova foi estimada em 140 anos, talvez menos, o que significa que esta é, pelo menos, 200 anos mais nova do que a supernova até agora conhecida como sendo a mais jovem dentro desta categoria de objectos celestes da Via Láctea.
O astrofísico Stephen Reynols, da Universidade do Estado da Carolina do Norte, principal autor desta descoberta, já suspeitava que este objecto, baptizado G1.9+0.3 e observado pelos astrónomos há mais de 50 anos, era uma supernova muito recente. Reynolds examinou fotografias do objecto, tiradas em 2007 pelo telescópio espacial norte-americano Chandra X-Ray Observatory, e comparou-as com as que tinham sido obtidas em 1985 pelo telescópio "National Radio Astronomy Observatory's Very Large Array", da Nasa.
As imagens do telescópio Chandra confirmaram, não só que se tratava de um fenómeno de supernova recente mas também que esta apenas tinha aumentado o seu tamanho em 16 por cento nos últimos 22 anos.
Estas medidas permitiram estabelecer que esta estrela explodiu há 140 anos, ou mais recentemente se a velocidade da explosão tiver diminuído, explicou Reynolds. “Se não houvesse tantos detritos inter-estelares entre nós e este objecto, as pessoas poderiam ter visto esta supernova e teriam pensado que seria uma nova estrela, na constelação de Sagitário no período entre 1870 e 1900”, afirma.
Uma supernova descreve o conjunto de fenómenos directamente ligados à explosão de uma estrela e é acompanhada de um aumento, breve mas extremamente intenso, da sua luminosidade.
in, Revista Digital "Ciência Hoje".
Acordo Ortográfico foi aprovado no Parlamento
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1328984&idCanal=12
Acordo Ortográfico foi aprovado no Parlamento
16.05.2008 - 14h59 Lusa
O Parlamento aprovou hoje, com os votos favoráveis do PS, PSD, Bloco de Esquerda e sete deputados do CDS, o Segundo Protocolo do Acordo Ortográfico, mas Manuel Alegre (PS) e dois deputados do PP e Luísa Mesquita votaram contra.
Três deputados do PSD, Henrique Freitas, Regina Bastos e Zita Seabra – que invocou "conflito de interesses" por ser editora –, além de Matilde Sousa Franco, do PS, abandonaram o hemiciclo antes da votação. Apesar de não o ter anunciado em plenário, o deputado do Movimento Partido da Terra (MPT) Pedro Quartin Graça, eleito pelas listas do PSD, disse posteriormente à Lusa que também se ausentou do hemiciclo para não participar na votação.
O acordo teve a abstenção das bancadas do PCP, PEV e dos deputados Paulo Portas, José Paulo Carvalho e Abel Baptista (CDS-PP).Contra votaram Manuel Alegre, PS, Nuno Melo e António Carlos Monteiro (CDS) e a deputada não inscrita Luísa Mesquita (ex-PCP). Paulo Portas e o deputado João Oliveira anunciaram declarações de voto.O protocolo abre a possibilidade de adesão da República Democrática de Timor-Leste, que à data do Acordo (1990) ainda não era um Estado soberano.
Acordo Ortográfico foi aprovado no Parlamento
16.05.2008 - 14h59 Lusa
O Parlamento aprovou hoje, com os votos favoráveis do PS, PSD, Bloco de Esquerda e sete deputados do CDS, o Segundo Protocolo do Acordo Ortográfico, mas Manuel Alegre (PS) e dois deputados do PP e Luísa Mesquita votaram contra.
Três deputados do PSD, Henrique Freitas, Regina Bastos e Zita Seabra – que invocou "conflito de interesses" por ser editora –, além de Matilde Sousa Franco, do PS, abandonaram o hemiciclo antes da votação. Apesar de não o ter anunciado em plenário, o deputado do Movimento Partido da Terra (MPT) Pedro Quartin Graça, eleito pelas listas do PSD, disse posteriormente à Lusa que também se ausentou do hemiciclo para não participar na votação.
O acordo teve a abstenção das bancadas do PCP, PEV e dos deputados Paulo Portas, José Paulo Carvalho e Abel Baptista (CDS-PP).Contra votaram Manuel Alegre, PS, Nuno Melo e António Carlos Monteiro (CDS) e a deputada não inscrita Luísa Mesquita (ex-PCP). Paulo Portas e o deputado João Oliveira anunciaram declarações de voto.O protocolo abre a possibilidade de adesão da República Democrática de Timor-Leste, que à data do Acordo (1990) ainda não era um Estado soberano.
14 maio 2008
"Nova Águia"
Como é sabido, a revista A Águia foi uma das mais importantes do início do século XX em Portugal, em que colaboraram algumas das mais relevantes figuras da nossa Cultura, como Teixeira de Pascoaes, Jaime Cortesão, Raul Proença, Leonardo Coimbra, António Carneiro, António Sérgio, Fernando Pessoa e Agostinho da Silva. A ideia de relançar a revista, agora sob o nome de NOVA ÁGUIA, pretende ser uma homenagem a essa tão importante revista da nossa História, procurando recriar o seu "espírito", adaptado aos nossos tempos. Não se trata, nessa medida, de fazer uma revista voltada para o passado, meramente revivalista. Trata-se, antes, de fazer uma revista para os tempos de hoje, para o século XXI.
Tal como n' A Águia, procuraremos o contributo das mais relevantes figuras da nossa Cultura, que serão chamadas a reflectir sobre determinados temas. O tema do primeiro número é a ideia de Pátria. Orgulhamo-nos de ter conseguido o contributo de gente tão ilustre como Agustina Bessa Luís, António Cândido Franco, António Telmo, Ariano Suassuna, Dalila Pereira da Costa, Joaquim Domingues, Mário Cláudio, Miguel Real e Pinharanda Gomes, a par de muitos outros.
Primeiro Lançamento: 19 de Maio, 21h30 (Fundação José Rodrigues, Porto)
Ver lista completa de lançamentos em: www.novaaguia.blogspot.com
Para mais informações: 967044286
O Manifesto da Revista já foi subscrito por mais de meio milhar de pessoas de todo o espaço lusófono.
DIRECÇÃO: Paulo Borges, Celeste Natário e Renato Epifânio
EDITOR: Alexandre Gabriel/ Zéfiro
CONSELHO DE DIRECÇÃO
Adriano Moreira
Alfredo Ribeiro do Santos
Anna Maria Moog (Brasil)
António Braz Teixeira
António Cândido Franco
António Cardoso
António Gomes da Costa (Brasil)
António Jacinto
António José de Brito
António José Queiroz
António Paim (Brasil)
António Reis
António Telmo
Augusto Santos Silva
Balkrishna
Baptista Bastos
Bento Domingues
Branco Rodrigues
Carlos Henrique do Carmo Silva
Carlos Magno
Carlos Vargas
Constança Marcondes César (Brasil)
Dalila Pereira da Costa
Eduardo Lourenço
Elias Torres Feijó (Galiza)
Eugénio Lisboa
Fernando Echevarría
Fernando Nobre
Gilberto Mendonça Teles (Brasil)
Guilherme de Oliveira Martins
F.M. Palma-Dias
Hélder Macedo (Inglaterra)
João Ferreira (Brasil)
João Medina
José Adelino Maltez
José Flórido
José Santiago Naud (Brasil)
José Rodrigues
Luís Garcia Soto (Galiza)
Manuel Cândido Pimentel
Manuel Ferreira Patrício
Manuel J. Gandra
Manuel Pina
Mário Cláudio
Miguel Real
Paulo Ferreira da Cunha
Paulo Teixeira Pinto
Pedro Agostinho da Silva (Brasil)
Pedro Calafate
Pinharanda Gomes
Roberto Carneiro
Roberto Pinho (Brasil)
Xosé Luís Barreiro Barreiro (Galiza)
Tal como n' A Águia, procuraremos o contributo das mais relevantes figuras da nossa Cultura, que serão chamadas a reflectir sobre determinados temas. O tema do primeiro número é a ideia de Pátria. Orgulhamo-nos de ter conseguido o contributo de gente tão ilustre como Agustina Bessa Luís, António Cândido Franco, António Telmo, Ariano Suassuna, Dalila Pereira da Costa, Joaquim Domingues, Mário Cláudio, Miguel Real e Pinharanda Gomes, a par de muitos outros.
Primeiro Lançamento: 19 de Maio, 21h30 (Fundação José Rodrigues, Porto)
Ver lista completa de lançamentos em: www.novaaguia.blogspot.com
Para mais informações: 967044286
O Manifesto da Revista já foi subscrito por mais de meio milhar de pessoas de todo o espaço lusófono.
DIRECÇÃO: Paulo Borges, Celeste Natário e Renato Epifânio
EDITOR: Alexandre Gabriel/ Zéfiro
CONSELHO DE DIRECÇÃO
Adriano Moreira
Alfredo Ribeiro do Santos
Anna Maria Moog (Brasil)
António Braz Teixeira
António Cândido Franco
António Cardoso
António Gomes da Costa (Brasil)
António Jacinto
António José de Brito
António José Queiroz
António Paim (Brasil)
António Reis
António Telmo
Augusto Santos Silva
Balkrishna
Baptista Bastos
Bento Domingues
Branco Rodrigues
Carlos Henrique do Carmo Silva
Carlos Magno
Carlos Vargas
Constança Marcondes César (Brasil)
Dalila Pereira da Costa
Eduardo Lourenço
Elias Torres Feijó (Galiza)
Eugénio Lisboa
Fernando Echevarría
Fernando Nobre
Gilberto Mendonça Teles (Brasil)
Guilherme de Oliveira Martins
F.M. Palma-Dias
Hélder Macedo (Inglaterra)
João Ferreira (Brasil)
João Medina
José Adelino Maltez
José Flórido
José Santiago Naud (Brasil)
José Rodrigues
Luís Garcia Soto (Galiza)
Manuel Cândido Pimentel
Manuel Ferreira Patrício
Manuel J. Gandra
Manuel Pina
Mário Cláudio
Miguel Real
Paulo Ferreira da Cunha
Paulo Teixeira Pinto
Pedro Agostinho da Silva (Brasil)
Pedro Calafate
Pinharanda Gomes
Roberto Carneiro
Roberto Pinho (Brasil)
Xosé Luís Barreiro Barreiro (Galiza)
10 maio 2008
08 maio 2008
Tudo - Poemas que dão música
11. The morning star
for a celtic girl
The morning star is coming
on this place of grace
easy air envolves her
clear eyes around me
All she knows about the future
tomorrow is just a past
loveness is just over there
she never take a mistake
In a very secret way
maybe she gonna stay
some time with me
on our prayer mind
(Poemas que dão música
basta clicar em cima
Enya - Angels)
for a celtic girl
The morning star is coming
on this place of grace
easy air envolves her
clear eyes around me
All she knows about the future
tomorrow is just a past
loveness is just over there
she never take a mistake
In a very secret way
maybe she gonna stay
some time with me
on our prayer mind
(Poemas que dão música
basta clicar em cima
Enya - Angels)
ZÉ NABO!, ZÈ NABO!, ZÈ NABO!
Diziam que viera do Bié, à boleia na carga de um camião. Mas ao certo, ao certo, ninguém em Nova Lisboa sabia quem ele era efectivamente: onde nas-cera, que idade tinha, onde morava, o que fazia para além de vaguear o dia inteiro pelas ruas da cidade. Vê-lo uma vez era vê-lo todas as outras: calças e casaco coçados, camisa no fio, sapatilhas de lona, olhos no chão, braços cru-zados sobre a barriga, matando talvez a fome à custa da caridade alheia.
Chamava-se José. Mas para a miudagem daquele tempo, que estudava nos Colégios Alexandre Herculano, Adamastor e Dom João de Castro, era o Zé Nabo.
— Zé Nabo! Zé Nabo! Zé Nabo!
Ele não gostava nada de ser chamado assim. Como que desperto de re-pente do torpor em que vivia, fitava com raiva os que gritavam a alcunha detestável, corria-lhes no encalço, atirava-lhes pedras, bradando obscenidades de envergonhar um cabo de esquadra.
Quem estava sempre no grupo a gritar «Zé Nabo!, Zé Nabo!», tão destem-perada e persistente como os companheiros, era a Catarina.
Catarina da pele branca e macia, dos olhos azuis cor do céu, dos lábios vermelhos como flores de buganvília, dos dentes certinhos como contas de missanga; Catarina das tranças louras, linda, atrevida, provocante, que repetia continuamente:
— Zé Nabo! Zé Nabo! Zé Nabo!
Ligeira como uma gazela, saia esvoaçando ao vento, sacola a dar a dar, corria aos saltos e aos ziguezagues, para não apanhar com as pedras que zu-niam de lado.
***
Um dia, melhor, uma manhã, José estava parado à porta do Dispensário.
Era a hora do almoço. Catarina e os colegas de classe saíam das aulas e preparavam-se para regressar a casa.
Alguém do grupo gritou, como de costume:
— Zé Nabo! Zé Nabo! Zé Nabo!
Foi a cena habitual: os insultos e os palavrões obscenos que não podiam faltar, José a correr e à pedrada, tentando agarrar qualquer um.
O grupo atravessou a avenida: Catarina atrás (que se deixara atrasar dessa vez), José ganhando vantagem, já quase colado a ela.
Um buzinão imenso, um sopro de estarrecer, e o machimbombo que vinha da Alta passava desenfreado a caminho da Baixa.
Num ápice, com as mãos nodosas e grandes, José agarrou Catarina, apertou-a contra as pernas, manteve-a junto de si, salvando da morte o seu algoz.
— Menina sem coração, que ias sendo atropelada... — disse depois, tam-bém assustado, mas sem rancor.
Catarina olhou-o de alto a baixo (as calças e o casaco coçados, a camisa no fio, as sapatilhas de lona); com os olhos azuis cor do céu, olhou-o demo-radamente, mas já sem medo, já confiante, já segura. Ainda com o coração a bater no peito como um tambor, pôs-se nos bicos dos pés, estendeu-lhe os braços, cobriu-o de beijos.
Os dois continuaram a encontrar-se: ela cada vez mais linda, ele cada vez mais só; ela sorrindo nos dentes certinhos como contas de missanga, ele descobrindo finalmente o conforto de um afecto.
Cumprimentavam-se de longe:
— Olá, Senhor José.
— Olá, Catarina.
Inácio Rebelo de Andrade, in Quando o Huambo Era Nova Lisboa, Vega, Lisboa, 1998 (Colecção «Palavra Africana) (versão revista pelo autor)
Chamava-se José. Mas para a miudagem daquele tempo, que estudava nos Colégios Alexandre Herculano, Adamastor e Dom João de Castro, era o Zé Nabo.
— Zé Nabo! Zé Nabo! Zé Nabo!
Ele não gostava nada de ser chamado assim. Como que desperto de re-pente do torpor em que vivia, fitava com raiva os que gritavam a alcunha detestável, corria-lhes no encalço, atirava-lhes pedras, bradando obscenidades de envergonhar um cabo de esquadra.
Quem estava sempre no grupo a gritar «Zé Nabo!, Zé Nabo!», tão destem-perada e persistente como os companheiros, era a Catarina.
Catarina da pele branca e macia, dos olhos azuis cor do céu, dos lábios vermelhos como flores de buganvília, dos dentes certinhos como contas de missanga; Catarina das tranças louras, linda, atrevida, provocante, que repetia continuamente:
— Zé Nabo! Zé Nabo! Zé Nabo!
Ligeira como uma gazela, saia esvoaçando ao vento, sacola a dar a dar, corria aos saltos e aos ziguezagues, para não apanhar com as pedras que zu-niam de lado.
***
Um dia, melhor, uma manhã, José estava parado à porta do Dispensário.
Era a hora do almoço. Catarina e os colegas de classe saíam das aulas e preparavam-se para regressar a casa.
Alguém do grupo gritou, como de costume:
— Zé Nabo! Zé Nabo! Zé Nabo!
Foi a cena habitual: os insultos e os palavrões obscenos que não podiam faltar, José a correr e à pedrada, tentando agarrar qualquer um.
O grupo atravessou a avenida: Catarina atrás (que se deixara atrasar dessa vez), José ganhando vantagem, já quase colado a ela.
Um buzinão imenso, um sopro de estarrecer, e o machimbombo que vinha da Alta passava desenfreado a caminho da Baixa.
Num ápice, com as mãos nodosas e grandes, José agarrou Catarina, apertou-a contra as pernas, manteve-a junto de si, salvando da morte o seu algoz.
— Menina sem coração, que ias sendo atropelada... — disse depois, tam-bém assustado, mas sem rancor.
Catarina olhou-o de alto a baixo (as calças e o casaco coçados, a camisa no fio, as sapatilhas de lona); com os olhos azuis cor do céu, olhou-o demo-radamente, mas já sem medo, já confiante, já segura. Ainda com o coração a bater no peito como um tambor, pôs-se nos bicos dos pés, estendeu-lhe os braços, cobriu-o de beijos.
Os dois continuaram a encontrar-se: ela cada vez mais linda, ele cada vez mais só; ela sorrindo nos dentes certinhos como contas de missanga, ele descobrindo finalmente o conforto de um afecto.
Cumprimentavam-se de longe:
— Olá, Senhor José.
— Olá, Catarina.
Inácio Rebelo de Andrade, in Quando o Huambo Era Nova Lisboa, Vega, Lisboa, 1998 (Colecção «Palavra Africana) (versão revista pelo autor)
07 maio 2008
Segredo da longevidade poderá não estar nos genes
Um estudo sobre a saúde óssea de uma das pessoas mais idosas do mundo, falecida recentemente em Espanha com 114 anos, não encontrou factores genéticos que contribuíssem para a sua longevidade. O grupo de investigação, dirigido por Adolfo Diéz Pérez, da Universidade Autónoma de Barcelona, atribuiu a excelente saúde do centenário ao estilo de vida saudável, à dieta mediterrânica, ao clima temperado e à actividade física regular. Os cientistas estudaram a massa óssea e analisaram a genética de um homem com uma saúde invejável que na altura da investigação tinha 113 anos.
O estudo envolveu quatro familiares, nomeadamente um irmão com 101 anos, duas filhas com 81 e 77, e um sobrinho com 85, todos eles nascidos e ainda residentes numa pequena localidade da ilha de Menorca, nas Baleares.
Os resultados, publicados no Journal of Gerontology, referem que os ossos do homem estavam em excelentes condições: tinha massa óssea normal, não tinha curvaturas anómalas e nunca sofrera fracturas.
Em relação à análise genética, os investigadores não encontraram quaisquer mutações no gene KLOTHO, geralmente associado a um bom nível de densidade mineral e por isso a ossos saudáveis, nem no gene LRP5, associado à longevidade. Nenhum dos familiares estudados apresentou quaisquer mutações nestes genes.
Embora os resultados do estudo não excluam a possibilidade de outras mutações genéticas terem influenciado a longevidade, os investigadores consideram que a excelente saúde desta família, e a do homem de 113 anos em particular, se deveu provavelmente à dieta mediterrânica, ao clima temperado da ilha, à ausência de stress e à actividade física regular.
O estudo assinala que até aos 102 anos o homem ia todos os dias de bicicleta cuidar do pomar da família.
(in, Revista digital "Ciência Hoje")
O estudo envolveu quatro familiares, nomeadamente um irmão com 101 anos, duas filhas com 81 e 77, e um sobrinho com 85, todos eles nascidos e ainda residentes numa pequena localidade da ilha de Menorca, nas Baleares.
Os resultados, publicados no Journal of Gerontology, referem que os ossos do homem estavam em excelentes condições: tinha massa óssea normal, não tinha curvaturas anómalas e nunca sofrera fracturas.
Em relação à análise genética, os investigadores não encontraram quaisquer mutações no gene KLOTHO, geralmente associado a um bom nível de densidade mineral e por isso a ossos saudáveis, nem no gene LRP5, associado à longevidade. Nenhum dos familiares estudados apresentou quaisquer mutações nestes genes.
Embora os resultados do estudo não excluam a possibilidade de outras mutações genéticas terem influenciado a longevidade, os investigadores consideram que a excelente saúde desta família, e a do homem de 113 anos em particular, se deveu provavelmente à dieta mediterrânica, ao clima temperado da ilha, à ausência de stress e à actividade física regular.
O estudo assinala que até aos 102 anos o homem ia todos os dias de bicicleta cuidar do pomar da família.
(in, Revista digital "Ciência Hoje")
05 maio 2008
“Acreditando num Universo sacralizável ou de que se descobriria o Sagrado, na possibilidade de uma vida gratuita, numa defesa e desenvolvimento contínuos do Poeta que nasce com cada Criança e numa desejável inteira liberdade de cada ser, o melhor é não o andarmos pregando, mas o pormos em prática.”
Agostinho da Silva, Carta, Lua Cheia de 8.3.93
Agostinho da Silva, Carta, Lua Cheia de 8.3.93
01 maio 2008
Árvore de Natal
Árvore de Natal, com Estrela.
Desenho e Pintura (a marca-dor), de Maria Luis dos Santos - 5 anos.
Feita para o irmão Tomás para curar uma dor que lhe dá na anca quando espirra! 1 de Maio de 2008.
Elogio ao Silêncio
Todos os dias o progresso nos chega num ritmo vertiginoso e alarmante. Até mesmo nas pequenas e longínquas cidades rurais as novidades elétrico-eletrônicas da era tecnológica aparecem com muito estardalhaço e ruído.
A mais nova geração, a digital, gosta de barulho e movimento, como se quisesse ocupar com eles, de fora para dentro, o espaço interior. São os carros “envenenados” que, com o som ligado às alturas (com muito mais dos 80 decibéis aconselháveis), emitem um ruído ensurdecedor. É a música eletrônica, batida, em ritmo tribal, repetitivo, que entra pelos ouvidos, mexe com o corpo e aliena a alma, a ponto de acharmos que estamos num estado surreal quando ela acaba ou pára.
O frenesi da vida em sociedade faz esquecer o valor e a necessidade do silêncio. O lema da TV nossa de cada dia nos ensina que se comunicar é preciso. Durante a semana trabalho e compromissos empresariais, no final dela as reuniões festivas ou “baladas”.
Lá se foi o tempo em que o silêncio era apreciado e respeitado como uma forma inteligente de manter a saúde, quando as pessoas rotineiramente se refugiavam no aconchego e tranqüilidade dos seus lares ao fim do dia. Poucos e privilegiados são aqueles que podem ou vão, nos finais de semana e férias, à calma e dormência de uma florida casa no campo, ou ao sossego paradisíaco de alguma praia isolada, em busca de paz, à procura de momentos de silêncio e recolhimento, para simplesmente descansar e repor o equilíbrio e as energias vitais.
É na quietude profícua da contemplação, longe do tumulto e do barulho, que ouvimos as nossas vozes interiores, que entendemos as nossas necessidades, que surgem as idéias e as palavras que abrem a mente. É no silencio que ouvimos a natureza, o rolar das pedras do caminho, o vento, o murmurar das águas, a verdadeira música, a que vem de dentro, a que nos descobre e sensibiliza. É ainda em silencio que crescemos interiormente, que apreciamos a beleza e admiramos a magnificência do céu numa noite estrelada. Enfim, é em silêncio que sentimos a onipresença de Deus, que desvendamos os mistérios da vida e encontramos a força para vencer os obstáculos cotidianos, para que possamos renascer a cada novo dia.
Uberaba, 26/04/08
Maria Eduarda Fagundes
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