06 junho 2008

O Primeiro Contacto

Ao sobrevoar a floresta, indigenistas encontram no Acre as malocas de uma tribo indígena até hoje desconhecida, por Klester Cavalcanti


Há poucos dias ocorreu na divisa do Brasil com o Peru uma dessas descobertas que alimentam o fascínio e a curiosidade a respeito da Amazônia no mundo inteiro. Depois de sobrevoar durante quatro dias uma área de floresta densa e inacessível por terra, uma equipe da Funai vislumbrou entre a copa das árvores doze construções alongadas, com cerca de 15 metros de comprimento cada. Observadas do alto, pareciam enormes casulos. Eram as malocas de uma tribo indígena até então completamente desconhecida. Por enquanto, toda a informação que se tem a respeito desses índios são as fotos aéreas de suas malocas. Estima-se que ali viva um grupo de 200 pessoas, mas ninguém sabe que nome dão à tribo, que língua falam, a que etnia pertencem e quais são seus hábitos e costumes.

Achados dessa natureza são quase inacreditáveis numa época em que satélites em órbita da Terra conseguem esquadrinhar cada metro quadrado da superfície. A Amazônia é a última região do planeta onde ainda vivem grupos humanos completamente desconhecidos. Até o começo do século era comum a descoberta de novas tribos na África, na Austrália e em ilhas do Pacífico. Hoje, muitas delas continuam bastante isoladas, mas são todas conhecidas e bem estudadas pelos antropólogos. Na Amazônia é diferente. Ali ainda existem comunidades cujo único conhecimento da chamada civilização tecnológica se limita ao ronco dos motores dos aviões que, esporadicamente, sobrevoam suas áreas. Vivem em estágio bastante primitivo, caçando, pescando e, em alguns casos, cultivando pequenas roças. As estimativas indicam que dos 270 grupos indígenas existentes no Brasil 55 nunca tiveram um contato formal com indigenistas. Essas tribos recebem da Funai a vaga denominação de "índios isolados". As poucas informações disponíveis sobre elas são relatos feitos por colonos ou caboclos ribeirinhos que vivem em áreas relativamente próximas ou por equipes da Funai que sobrevoam a área das tribos para confirmar sua existência.

leia mais em http://veja.abril.com.br/100698/p_076.html

Sem comentários: