I
Sou da Raça Brasil
antes, e depois
do apagão da história.
II
Sou da Raça Brasil
antes, e depois
quando tempo d' avô Tupinambá
não tinha “Mercosul”
mas andava
do Ipiranga ao Pará
da Bolívia ao Uruguai,
da Argentina ao Paraguai.
A língua era franca
mas Marquês português
neto de pajé e bis de africana
de Lisboa proibiu.
III
Sou da Raça Brasil
antes, e depois
quando bandeirante europeu
pegou no laço meu povo.
IV
Sou da Raça Brasil
antes, e depois
quando Áfricos chegaram
acorrentados no corpo e alma.
V
Sou da Raça Brasil
antes, e depois
do afago dos nossos sangues:
guarani, euro e afro
misturados na marra.
VI
Sou da Raça Brasil
antes, e depois
de nossas veias canais
de rios de sangue
Amazonas e Tejos,
Zambezes e Congos das quitandeiras
e de mares mediterrânicos
de pão sírio e pizza marguerita
e outros mais a norte, rios Danúbios
e Renos de Bavieras “Deutschland”.
Uberlândia acima de tudo!
VII
Sou da Raça Brasil
antes, e depois
da chegada de outros Íguaçus
mais além de Hokaído
e do golfo de Tonkim
(adiando meu fim)
VIII
Sou da Raça Brasil
antes, e depois
quando espoliados do céu e da terra
(e do nome)
insistem e me chamam indígena ou de índio
(e nem sou da Índia)
meu canto e acalanto é Guarani
e sou da Raça Brasil!
João Craveirinha
Brasília - 19.11.2009
20 novembro 2009
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