28 dezembro 2009

Somos aquilo que comemos

É muito delicada a questão da alimentação. Provavelmente, o princípio de vida de que mais directamente depende a conduta de vida humana.

A cultura portuguesa, por exemplo, tem raízes que se perdem nos tempos e tudo vai assentando, largamente, num determinado tipo de alimentação. E tal como a cultura portuguesa, toda a civilização ocidental e, por aí fora, embora não se possa generalizar a toda a humanidade.

Transformar um hábito alimentar com séculos e séculos, por exemplo, num regime vegetariano, produz tantas transformações a nível pessoal (físico e mental), familiar, social, cultural, que não vemos como aconselhar uma ruptura súbita com as profundas raízes que carregamos em comum com os nossos conterrâneos.

Nascemos num determinado lugar e a ele estamos ligados por natureza e cultura. E, desta forma, se caracteriza largamente a existência humana no planeta azul...

Mas dizer que as coisas têm sido sempre assim, não significa dizer que, assim, terão de ser eternamente. Existem variadas razões (económicas, ecológicas, éticas, religiosas), como sabemos, que justificam a adopção de um regime alimentar que possa sair fora do tradicional. Desde logo, por questões de saúde como ouvimos alguns especialistas incansavelmente repetirem. Até porque o tradicional é um saco muito grande, onde cabe muita coisa distinta.

Neste sentido, para começar, vemos como desejável um regime alimentar que, pelo menos, tenda a uma redução significativa do consumo de carne animal. Podemos utilizar várias estratégias, como sejam, deixar de comer carne animal ao pequeno almoço e ao lanche, ou consumi-la só uma vez por dia, ou deixar de o fazer um dia por semana...

Quem sabe gostemos da experiência e, assim, tendamos a uma mudança mais radical do que por tradição e inércia temos assumido.

27 dezembro 2009


desenho no pc
Maria Luís

26 dezembro 2009


autor desconhecido

Morre lentamente quem não viaja

Morre lentamente quem não viaja,
Quem não lê,
Quem não ouve música,
Quem destrói o seu amor-próprio,
Quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente quem se transforma escravo do hábito,
Repetindo todos os dias o mesmo trajecto,
Quem não muda as marcas no supermercado,
não arrisca vestir uma cor nova,
não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente quem evita uma paixão,
Quem prefere O "preto no branco"
E os "pontos nos is" a um turbilhão de emoções indomáveis,
Justamente as que resgatam brilho nos olhos,
Sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho,
Quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho,
Quem não se permite,
Uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da Chuva incessante,
Desistindo de um projecto antes de iniciá-lo,
não perguntando sobre um assunto que desconhece
E não respondendo quando lhe indagam o que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves,
Recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior do que o
Simples acto de respirar.
Estejamos vivos, então!

Pablo Neruda

Boas Festas


Pintura em Azulejo,
Luís Guerreiro

21 dezembro 2009

"Quem sou eu?"

Frequentemente, ao longo das nossas vidas, nos perguntamos "quem sou eu?" A maior parte das vezes, este tipo de interrogação corresponde a um anseio ou necessidade interna de irmos mais longe no conhecimento que temos de nós próprios ou de obtermos maior compreensão sobre a nossa natureza.

No meio da sociedade que criámos cheia de facilidades tecnológicas que nos roubam igualmente tempo, sossego e silêncio, raros são os momentos de paragem interna em que ouvindo esse suspiro interior, nos quedamos na necessidade de nos encontrarmos connosco próprios. Nesse poucos momentos, a mente tanto nos pode levar à origem do nosso nome, à terra onde nascemos, a vidas passadas ou a um breve e reconfortante encontro com a nossa alma. Podemos ir do mais óbvio ao menos evidente e as eternas questões "quem sou eu?", "de onde vim?", "porque cá estou?" podem ter lampejos de respostas mas podem também ficar na penumbra da espera.

O homem toda a vida se questionou e há-de questionar. Enquanto não se encontrar, não se reconciliar consigo mesmo, não se sentir inteiro em si e no universo que habita há-de aspirar sempre a desvendar o mistério da sua essência.
Todos os momentos são bons para esse encontro interior mas, assim como ao longo do dia a madrugada e o fim da tarde são os momentos mais propícios à meditação, ao longo do ano encontramos também (seja a nível de calendário, seja a nível energético) momentos mais propícios à interiorização. Aproxima-se um deles, o Natal. Correspondendo ao Inverno, ao frio, ao signo de Capricórnio, ao Elemento Água, à semente que germina na terra... para de novo renascer.
Assim, quando os anseios nos assaltam e nos encontramos no coração do desconhecido, acreditem que estamos num lugar muito humano e num espaço muito divino. "Quem sou eu?" torna-se num mantram intemporal que nos pode levar a casa, ao local de onde partimos, àquela parte da nossa mente onde, finalmente, se liberta a necessidade de perguntas e respostas e, em vez disso, encontramos a capacidade de apenas ser.

Em tempo natalício referir que sejamos solidários, compreensivos, seres de boa vontade, generosos, etc., é tão lugar comum como desejar que a guerra acabe e ela não acabar.
É tempo de Natal, sim, mas é tempo de olhar para dentro.
Urge que cada um saiba quem é e o que anda cá a fazer.
Esse é o único caminho espiritual e a chave que abre todas as portas.
O Universo apenas quer que cada um seja aquilo que é.

Desejo-vos a todos boas descobertas!
Sorrisos e Alegria para os vossos Corações!

Paula Soveral
(publicado no Boletim Vida Sã, da S.P.N. de Dez. 2009)

19 dezembro 2009

O Luís e a São cuida da Maria e do Tomás.
A Vitória e a Dulce e a torneira.
É a Mena e o Nuno.
É Natal.
É Natal.
A São gosta do Luís.

Maria Luís
(assim se começa a escrever...)

18 dezembro 2009

Contrato de Amizade Renovado


Nunca desvalorize ninguém
Guarde cada pessoa perto do seu coração
Porque um dia pode acordar
E perceber que perdeu um diamante
Enquanto estava muito ocupado a coleccionar pedras.

17 dezembro 2009

Hominídeos chegaram à Europa antes do que se pensava





A descoberta traz novas luzes sobre o povoamento da Europa por hominídeos.

Numa pedreira de basalto em Cèbe Lézignan foram encontrados, há 15 anos, 20 instrumentos de pedra talhada de estilo Olduvaiense, a primeira indústria humana conhecida. Esses instrumentos eram utilizados para esquartejar animais.

Quem os encontrou foi um morador local, Jean Rouvier, que o ano passado divulgou o achado a Jérôme Ivorra, um arqueólogo do Centro Nacional de Investigação Científica francês.

Escavações posteriores revelaram uma grande variedade de ossos de animais e, debaixo da camada de basalto, a dez metros de profundidade, estavam mais de 20 ferramentas, a maior parte das quais com sinais de utilização.

A datação por potássio-argónio revelou que o sítio tinha 1,57 milhões de anos. Esta descoberta no Vale de Herault representa uma oportunidade, acreditam os investigadores, para entender melhor a Europa neste período.

Até agora, só se tinha encontrado restos de povoações humanas na Europa datadas entre 1,2 e 1,4 milhões de anos, na Bulgária, em Espanha e Itália.

Mais a leste, no sítio arqueológico Dmanisi, na Geórgia, já tinham sido encontrados hominídeos com 1,8 milhões de anos. A nova descoberta vai ajudar a traçar a rota que levou os hominídeos fabricantes de ferramentas a espalhar-se pela Europa.

Até agora não se encontraram os ossos dos “autores” das ferramentas encontradas. No entanto, os investigadores acreditam que podem aparecer. Assim, já estão previstas novas escavações no mesmo sítio para o próximo ano. Este estudo é agora publicado na revista «Comptes-Rendus Palevol».

in, Revista Digital "Ciência Hoje"

15 dezembro 2009

(título para quê?...)

"Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que
um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta.

Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não discriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira à falsificação, da violência ao roubo, donde provém que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral,
escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro.

Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do País.

A justiça ao arbítrio da Política,torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas.

Dois partidos sem ideias, sem planos, sem convicções,incapazes, vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos,
iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se malgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar."

Guerra Junqueiro, 1896.

13 dezembro 2009

Das fragâncias do Lago Ao Reino de LYS...

(...)
Inicia-se agora o ciclo de Lis-Lourdes, a pétala dobrada do lado direito. Esta pétala representa a segunda iniciação e a travessia do deserto existencial que nos levará à consagração final.

Lis-Lourdes é a nudez de Francisco despido diante de seu pai terreno, é a simplicidade de uma acção humilde e transparente que nos impulsiona para o verdadeiro contacto com a essência. É o falar com os pássaros sem os querer instruir, é o acolher a Vida em toda a sua plenitude sem a querer direccionar ou julgar. É a entrega plena nas mãos do Pai, certos que nada faltará que seja essencial para a manifestação do propósito.   

O novo ciclo pede-nos, por isso mesmo, que larguemos toda a nossa bagagem espiritual. Que deixemos pelo caminho tudo aquilo que julgamos saber sobre os mundos internos e as realidades superiores, para que o Novo possa ser tecido na carne que nos acolheu e através desta possamos alcançar a consagração final.   

Não são tempos para procurar mais conhecimentos, para ler ou escrever sobre novas realidades internas, mas o tempo certo e exacto de expressar o SER no silêncio da radiação plena. Essa é a proposta de Lourdes, agora que termina o ciclo de Fátima.   

Se no ciclo anterior todo um manancial de novas sementes chegou até nós, no novo ciclo é necessário começar a plantar essas sementes, tanto nos indivíduos que somos enquanto seres encarnados, como nos novos grupos a serem criados. Se continuássemos a receber sementes sem as plantar, todas acabariam por apodrecer. É, por isso mesmo, o tempo certo de fazer descer o conhecimento estabilizado no plano mental, para o plano físico, limpando o mental desse mesmo conhecimento, e com isso permitindo abrir os condutos de ligação da Alma com a personalidade para a diluição suave da acção do ego sobre nós.  

Mas Lis-Lourdes traz também a formação de novos grupos. Não mais os grupos do ciclo anterior, onde as pessoas se juntavam, muitas vezes, por questões emocionais, movidas pela carência, e outras vezes por questões mentais, movidas pela curiosidade, mas a criação dos verdadeiros grupos que nascem da sintonia do contacto entre Almas. São grupos reservados, não publicitados nos meios espirituais, onde o verdadeiro trabalho de plantar e germinar as sementes do ciclo anterior poderá acontecer silenciosamente de forma despojada e despretensiosa. Serão estes grupos que servirão de base, no terceiro ciclo, para a manifestação de LYS no plano físico.
(...)

(in, http://www.horiah.org/)     

06 dezembro 2009

Aquele que interroga engana-se,
Quem responde engana-se.


O Buda

04 dezembro 2009

02 dezembro 2009

Evangelho segundo S. Mateus 15,29-37.

Partindo dali, Jesus foi para junto do mar da Galileia. Subiu ao monte e sentou-se. Vieram ter com Ele numerosas multidões, transportando coxos, cegos, aleijados, mudos e muitos outros, que lançavam a seus pés. Ele curou-os, de modo que as multidões ficaram maravilhadas ao ver os mudos a falar, os aleijados escorreitos, os coxos a andar e os cegos com vista. E davam glória ao Deus de Israel. Jesus, chamando os discípulos, disse-lhes: «Tenho compaixão desta gente, porque há já três dias que está comigo e não tem que comer. Não quero despedi-los em jejum, pois receio que desfaleçam pelo caminho.» Os discípulos disseram-lhe: «Onde iremos buscar, num deserto, pães suficientes para saciar tão grande multidão?» Jesus perguntou-lhes: «Quantos pães tendes?» Responderam: «Sete, e alguns peixinhos.» Ordenou à multidão que se sentasse. Tomou os sete pães e os peixes, deu graças, partiu-os e dava-os aos discípulos, e estes, à multidão. Todos comeram e ficaram sacia-dos; e, com os bocados que sobejaram, encheram sete cestos.

Da Bíblia Sagrada