30 novembro 2005

Mensagem (3 poemas). Em memória dos 70 anos da morte de Fernando Pessoa

D. FERNANDO
Infante de Portugal


Deu-me Deus o seu gládio porque eu faça
A sua santa guerra
Sagrou-me seu em honra e em desgraça,
Às horas em que um frio vento passa
Por sobre a fria terra.


Pôs-me as mãos sobre os ombros e doirou-me
A fronte com o olhar;
E esta febre de Além, que me consome,
E este querer grandeza são seu nome
Dentro em mim a vibrar.
MAR PORTUGUÊS

Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!


Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
NEVOEIRO

Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer –
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fátuo encerra.


Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso nada é inteiro.
Ó Portugal hoje és nevoeiro...


É a hora!

23 novembro 2005

Estado do Céu

Limpo e totalmente negro não fora as luzes de Lisboa. Uma massa de ar frio em viagem que passou pelo Ártico, invisível, vai-se calmamente instalando.

Felicidade Nacional Bruta" - Pequenos, mas inteligentes!

ECONOMISTAS JAPONESES DEFENDEM ÍNDICE DE "FELICIDADE NACIONAL BRUTA"

Um grupo de economistas japoneses defendeu recentemente que o seu país deveria preocupar-se menos com o crescimento do Produto Interno Bruto(PIB) e inspirar-se no exemplo do Butão, um pequeno reino dos Himalaias, quemede o seu progresso com base num outro tipo de indicador: a Felicidade Nacional Bruta (FNB).

"O Japão tem muito que aprender com o Butão nesta matéria", afirmouTakayoshi Kusago, ex-economista do Banco Mundial e professor daUniversidade de Osaka, durante o simpósio subordinado a este tema, organizado em Tóquio no início de Outubro.Apesar de o PIB do Butão ser de apenas 500 milhões de dólares, quase nove mil vezes inferior ao do Japão (4,4 mil milhões de dólares), desde 1970que o pequeno reino budista se preocupa sobretudo com o crescimento do índice que mede a felicidade individual dos cidadãos.

A "FNB" leva em conta factores como o desenvolvimento socio-económico duradouro e equitativo, a preservação do meio ambiente, a conservação e promoção da cultura e a boa governação.

"Em busca de um modelo de desenvolvimento, o Butão não encontrou qualquer índice que estivesse de acordo com os valores e aspirações do país, constatando que o mundo estava dividido entre nações ricas e em nações pobres", explicou o economista butanês Karma Galay.Os economistas japoneses admitem que no respeitante ao índice de FNB, os progressos do Butão são muito superiores aos do Japão, onde a taxa desuicídio é uma das mais elevadas do mundo e não raramente ocorrem mortes por excesso de trabalho.

Os economistas destacaram ainda o facto de as crianças do Butão serem praticamente especialistas em questões de meio ambiente, matéria que, naopinião de Shunichi Murata, professor da Universidade Kansei Gakuin, é "muito melhor do que se ensina geralmente aos meninos japoneses".Fazemos votos que o presidente do Banco de Portugal, Vítor Constâncio, selembre de ler esta notícia e dela retire algumas conclusões.

AFP - In "A Página da Educação", Nov. 2005, pg. 27

bandeiras da CPLP

19 novembro 2005

As Últimas Cartas do Agostinho - 1

Resumo da ideologia do Povo Português nos séculos XIII e XIV, transmitida ao Brasil por seus adeptos que ali se foram acolher; passada ao futuro e, por ele, à criativa Eternidade para os que emigrem para o mais íntimo de si próprios e aí se firmem para sempre.

Missão de Portugal: Sacralizar o Universo, tornando Divina a Vida e Deus real.

Meios: Desenvolvimento dos Povos pela inteira aplicação da Ciência e da Técnica, inclusive nos sectores da Economia, da Política, da Administração Pública e da Filosofia. Conversão da pessoa à adoração da Vida.

Características do que houver no Sagrado: Criança como a melhor manifestação da poesia pura e como inspiradora e suporte, e incitadora a ser criança de todos os que existam. O gratuito da vida. A plena liberdade de todo o ser.

Dezembro de 92. Com toda a vontade de lhe ser fiel - Agostinho

Ode breve à Concepção
o dia é oito o mês doze
a vitória brilhará
àquele que tímido ouse

a vida não principia
ninguém sabe donde veio
talvez seio dê o leite
talvez leite crie o seio

vida e morte nunca estão
vão somente perpassar
naquilo que nunca passa
nem sabemos nomear

é-nos Deus o Cristo vivo
Cristo nos revela Deus
teu triunfo e meu sofrer
tanto são meus como teus

tudo o que tem de sair
sai sem vontade ou espinho
como isto que foi ditado
ao servidor Agostinho

Andarilho da Paz

Dossier Galiza vs. Lusofonia - 3

Breve História da Galiza - Povos que passaram pela Galiza
(por Moncho de Fidalgo monchodefidalgo@terra.es)


A- Os galaicos: tem-se notícias deles, aproximadamente a partir do ano 39 A.C.. Acredita-se que são descendentes dos celtas.

B- Os romanos: sua presença data desde quando o general “Brutus” chega à Galiza com suas tropas, no 139-136 A.C.

C- Suevos: povo germânico procedente da região que hoje entendemos por Alemanha. No ano 409, o rei suevo Hemerico assina um pacto com o Imperador de Roma Horácio, em virtude do qual esta província se converte, de facto, num reino independente. O Reino Galego (Galliciense Regnum), que foi o primeiro reino constituído na Europa, o primeiro Estado medieval, que abrange os territórios da Galiza atual, o norte de Portugal até o rio Douro e as atuais Astúrias e Leão.
Requila, o sucessor de Hemerico, 438-448, aproveitando o desaparecimento da autoridade romana, em grande parte da Península, estendeu sua jurisdição pela província de Lusitânia, completando um espaço político desde a Cantábria (região do cantábrico após Astúrias, em direção ao Oriente, o País Vasco) até Lisboa, permanecendo inalterável até o século VII.
No ano de 449, o rei Requiario decidiu promover a conversão de todos os suevos ao catolicismo, religião praticada pelos galaicos que se mantinham em paralelo com os suevos, Após esta época já só se fala de galegos…
Entretanto, Remismundo, rei, assinou uma paz duradoura com os visigodos, mas com a contrapartida de aceitarem a sua religião “ariana”. Não se encontram notícias escritas do reino, até o ano 550, era em que Martinho (de Dumio), personagem procedente de Constantinopla, da corte do imperador Justiniano, veio com a intenção de negociar uma aliança bizantino-franco-galega. Foi naquela época que se voltou ao catolicismo e se separaram, de novo, dos “visigodos”, (curioso que nas Canárias chamam aos espanhóis “godos”), que reinou Carriarico Teodomiro (559-570).
No ano 585, desaparece o Reino Suevo da Galiza, e a Galiza passa a ser uma “província” do reino visigodo. É quando a história oficial espanhola afirma a grande união visigoda, chegando a identificar a origem da actual Espanha com aquele reino.

Mais adiante, no Século XI:
1065- Fernando Magno presenteia os seus filhos com os reinos da Galiza ( abrange também o condado de Portucale, origem do actual Portugal) a Garcia, o de Castela a Sancho e o de Leão a Afonso VI.
Após várias lutas, Sancho, rei de Castela, acabou por vencer e destruir Afonso e Garcia, mas foi morto, em 7 de Outubro de 1072, quando cercava Zamora, onde se achava sua irmã Urraca que tomara o partido de Afonso. Então, este, que se refugiara na corte do rei de Toledo,Almamune, regressou e refez a unidade dos estados cristãos do ocidente. Como Fernando Magno, AfonsoVI teve sob o seu comando os reinos de Castela e Leão, incluindo Astúrias, Galiza e Portugal.
No ano de 1128, Afonso Henriques, que reinava no condado de Portucale, venceu sua mãe Teresa que preferia os aristocratas galegos que aceitavam a vassalagem a Leão e a submissão da Galiza inteira, incluindo Portucale. Afonso Henriques queria uma Galiza independente, mas só lograria a independência duma parte da Galiza: Portucale que passou a denominar-se Portugal. e a Galiza ficou debaixo do férreo domínio do poder central de Leão e depois de Castela, o que é o mesmo que dizer espanhóis.

O primeiro rei português sabia que só poderia garantir a independência de forma duradoura, se expandisse o reino muito para além do território que recebeu de seu pai. O esforço de reconquista para Sul (Santarém, Lisboa, Évora, etc.), deixando em herança o dobro do território que tinha recebido, explica-se como forma de construir e perpetuar um país diferente da Galiza.

D- Visigodos: chegam no ano 456…

E - Árabes: chegam no ano 711, e são expulsos 866-910…

Nota:
Galiza e Astúrias fazem parte dum mesmo reino, ora galego, ora asturiano, ora castelhano, ora leonés.
Aragão é o nome que a Espanha dá ao reino onde os catalãs dominavam e onde surgiu a língua catalã.
Os Vascos formaram parte de Navarra.
O Norte de Portugal e a Galiza têm o mesmo clima, a mesma paisagem, a mesma língua e a mesma origem étnica (celtas).

Bibliografia : COMO NASCEU PORTUGAL, Damião Peres; O REINO DE GALIZA, Anselmo Lopez Carreira (A Nossa Terra).

Dossier Galiza vs. Lusofonis - 2

IRMANDADES DA FALA DA GALIZA E PORTUGAL
Rua B. Corbal, 27, 8º C-D - Apartado, 12 – 36080 PONTE VEDRA (GALIZA)Telefones: 34 986 851124 Telefax: 34 986 851632
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Apartado, 88 – 4930-999 VALENÇA DO MINHO (PORTUGAL)

APRESENTAÇÃO
A Associação Cultural Lusófona IRMANDADES DA FALA DA GALIZA E PORTUGAL e o CONSELHO INTERNACIONAL DA LUSOFONIA, integrado por ONG –Organizações não Governamentais- legalizadas nos dois estados Ibéricos, visam a defesa e promoção da Língua Portuguesa na Galiza, Portugal, Brasil e PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa).
As IRMANDADES DA FALA DA GALIZA E PORTUGAL editam as revistas de caráter técnico-científico lusófonas redigidas em português: NÓS, CADERNOS DO POVO e TEMAS DO ENSINO DE LINGUÍSTICA, SOCIOLINGUÍSTICA E LITERATURA. Abrangem a criação literária (ensaio, poesia, teatro, ficção) e estudos de linguística e literatura, assim como a BAL-Biblioteca de Autores Lusófonos, aí abrangendo autores da Galiza, Portugal, Brasil, PALOP, que escrevem em Língua Portuguesa.
Para qualquer questão relacionada com as revistas pode empregar-se os seguintes endereços:
Edição: Apartado, 12 – 36080 Ponte Vedra, Galiza, Espanha, e Apartado 1036 – 4710 Braga, Portugal. Telefones: 34 986 863286 e 34 986 866202, Telefax: 34 986 851632 (Ponte Vedra) e 351 258 332158 (Viana do Castelo) e 351 253 272746 (Braga).
Director: Dr. José Luís Fontenla. Co-directores: Orlanda Marina Correia (Universidade do Minho, Braga), António Gil Hernández (Instituto S. de Madariaga, Corunha), Cristina Mello (Universidade de Coimbra), J.L. Pires Laranjeira (Universidade de Coimbra). Secretário: Ângelo Brea (Santiago de Compostela). Publicidade: Ângelo Cristóvão (Braga e Santiago de Compostela). Distribuidores para Portugal, Brasil, PALOP: Livraria Minho, Largo Senhora-a-Branca, 66, Braga. Telefone: 271152, Telefax: 614480; Galiza, Espanha, Europa.
As IRMANDADES DA FALA DA GALIZA E PORTUGAL realizam congressos, encontros, Simpósios, etc. sobre Língua, Cultura e Literatura dos Povos Lusófonos (Galiza, Portugal, Brasil, PALOP, Timor), defendem o Acordo Ortográfico para a unificação ortográfica da Língua Portuguesa e promovem o intercâmbio cultural e científico entre os países de Língua Portuguesa, tendo colaboradores nas principais universidades galegas, portuguesas, europeias e brasileiras. Não tendo fins lucrativos recebem subsídios do Ministério de Educação e Cultura da Espanha, de Negócios Estrangeiros e da Fundação Calouste Gulbenkian de Lisboa, para poder cumprir os seus fins sociais de defesa da Língua Portuguesa na Galiza, Portugal, Brasil, PALOP, e organismos internacionais, em que o Português é língua oficial de trabalho.
O correio electrónico
lusofonia@infonegocio.com está dedicado a facilitar informação sobre as atividades culturais e linguísticas da Associação e da Comissão Galega do Acordo Ortográfico.

Dossier Galiza vs. Lusofonia - 1

ASSOCIAÇÃO DE DEFESA DA LÍNGUA (AGAL)

(...)
Agradeço que esclareças a quem puder interessar: AGAL é Associação Galega da Língua, uma entidade cultural nascida em 1982. A sua página web é
www.agal-gz.org Dedicam-se a cumprir os estatutos associativos: publicações de literatura e estudos linguísticos; aulas de língua, etc. Têm também uma boa revista trimestral de cultura, Agália, editada desde 1985 e que já está no número 80. O caso da AGAL é também o da Associação de Amizade Galiza-Portugal, criada em 1980, e da que sou secretário. Outras entidades são as Irmandades da Fala da Galiza e Portugal, com 3 revistas activas e mais de 50 publicações em português da Galiza. Podemos acrescentar outros nomes de entidades associativas mais recentes, como: Movimento Defesa da Língua, que não realiza publicações mas são muito activos na dinamização cultural; Fundação Artábria (Ferrol), do mesmo teor que a anterior mas com local próprio e biblioteca; Gentalha do Pichel (Santiago) e outras em Vigo, Lugo e Ourense. Outras associações abrirão locais nos próximos meses e anos. Contra todos os impedimentos, apesar de não recebermos ajudas públicas e sermos acossados pela imprensa espanhola e as autoridades políticas, o movimento lusófono galego está em crescimento constante.

Qual é o denominador comum destas entidades, totalmente legais? O facto de não aceitarmos a castelhanização da Galiza e do galego. Por isto nos dedicamos a estudar, promover e utilizar o português padrão ou uma norma linguística semelhante. Quer dizer, nós propomos o português como língua nacional da Galiza, e não aceitamos descontos, promoções nem meias tintas. Este movimento cultural está integrado por um grande número de professores universitários e mesmo alguns catedráticos, como Ramom López Suevos (prof. da Faculdade de Economia da Univ. de Santiago) ou Maria do Carmo Henriques (prof. na Univ. de Vigo). O grupo mais numeroso é o dos estudantes, a juventude em geral. Ninguém é excluído em função da ideologia política. Por exemplo, na AGAL há militantes do BNG, do PSOE, autonomistas e mesmo de grupos independentistas. Estes últimos são muito minoritários dentro das associações culturais. Talvez sejam só 30 pessoas, ou menos.
É evidente que a nossa proposta cultural tem implicações políticas, mas todas estas associações têm grande cuidado em não aderir a nenhuma ideologia concreta procurando manter, quanto possível, boas relações com todos os partidos políticos. Existe um grande interesse da parte do estado espanhol e de alguns elementos da comunicação social em associar o movimento cultural lusófono ao radicalismo independentista e, mais concretamente, com uma minoria violenta que em 25 de Julho (oficialmente esse é o Dia Nacional da Galiza) atentaram contra o balcão principal da Caixa Galicia de Santiago. Qualquer pessoa que tenha contacto pessoal com membros destas associações culturais citadas sabe que condenamos totalmente os métodos terroristas, e nisto sempre fomos taxativos, categóricos.

Os 2 bombistas do 25 de Julho foram apanhados aos poucos minutos da explosão, que só causou danos materiais. Esse atentado e algum vandalismo produzido no mobiliário urbano parecia ser o principal argumento para a operação policial de 14 de Novembro. Nesse dia 10 cidadãos foram levados pela polícia espanhola a dependências de Madrid. Os factos demonstram que essa operação, chamada "Operación Castiñeira" não era policial, mas política. Carecia totalmente de justificação e ficou agravada pela enorme desproporção entre os meios utilizados e a "ameaça" existente. Os 10 presos ficaram livres aos três dias: simplesmente porque não havia provas nem coisa semelhante. A operação policial foi ordenada por um juiz da "Audiencia Nacional", verdadeiro tribunal de excepção. Pretenderam com isso criminalizar não só todos os independentistas, agrupados sob as siglas de AMI (Assembleia da Mocidade Independentista), mas também as associações culturais lusófonas, pois registaram os locais de três destas entidades, cujo único delito é utilizarem e defenderem o português da Galiza. A coisa é tão clara que mesmo num jornal da direita espanhola, El Correo Gallego,
www.elcorreogallego.es, muito próximo do P.P. e editado em Santiago de Compostela, dedica grandes críticas à operação policial. Hoje, um colunista, Carlos Luís Rodríguez, afirma tratar-se de uma operação contra os direitos civis dos 10 cidadãos e pergunta como a polícia e o juiz que ordenou a operação vai compensar aos 10 cidadãos injuriados, como vai devolver-lhes a honra.

Reproduzo um parágrafo do seu artigo de hoje, na página 2: «Esto es mucho más que una equivocación. Los que ahora han quedado en libertad sin cargos, fueron presentados como alumnos de ETA, y detenidos con un despliegue similar al que se utiliza para desarticular comandos terroristas. La distancia entre el principio y el final es tan grande, y el plazo tan breve, que sólo cabe la hipótesis, tremenda, de que la frivolidad se ha instalado en importantes poderes del Estado. Tan grave es poner en la calle a violentos amateur capaces de dar el paso al terrorismo sénior, como capturar sin más a unos ciudadanos a los que después no se puede acusar de nada. Lo primero es un atendado a la seguridad; lo segundo, un insulto inasmisible a las libertades civiles»
Os detalhes da operação "Castiñeira" são arrepiantes, pois previamente vários juízes da Galiza se negaram a ordená-la, por excessiva e injustificada. O mesmo El Correo Gallego, que sempre defende a polícia espanhola, reproduz a queixa de elementos da "Guardia Civil" pelo ridículo da "Operación Castaña", que deixa em mal lugar a imagem desse corpo policial.
É triste ter que demonstrar que os lusófonos galegos não temos rabo nem comemos meninhos, mas estas são as regras do jogo: com certa frequência, o estado espanhol dedica-se a intoxicar e perseguir os cidadãos insubmissos à castelhanização obrigatória, e nós somos obrigados a demonstrar que somos pessoas normais. Depois queixam-se porque cresce o independentismo na Galiza.

Grato pela atenção,

Ângelo Cristóvão

18 novembro 2005


Amor é:

Mahatma Gandhi.



(made in, Casa de Estudos)
Mahatma significa em Português Grande Alma.

Uma lição de Gandhi

Porque GRITAMOS?


Um dia, um pensador indiano fez a seguinte pergunta aos seus discípulos:
"Porque é que as pessoas gritam quando estão aborrecidas?"
"Gritamos porque perdemos a calma", disse um deles.
"Mas, por que gritar quando a outra pessoa está ao seu lado?" Questionou novamente o pensador.
"Bem, gritamos porque desejamos que a outra pessoa nos ouça", retrucou outro discípulo.
E o mestre volta a perguntar: "Então não é possível falar-lhe em voz baixa?"

Várias outras respostas surgiram, mas nenhuma convenceu o pensador. Então ele esclareceu:
"Vocês sabem porque se grita com uma pessoa quando se está aborrecido?" O facto é que, quando duas pessoas estão aborrecidas, os seus corações afastam-se muito. Para cobrir esta distância precisam gritar para poderem escutar-se mutuamente. Quanto mais aborrecidas estiverem, mais forte terão que gritar para se ouvirem um ao outro, através da grande distância. Por outro lado, o que sucede quando duas pessoas estão apaixonadas? Elas não gritam. Falam suavemente. E por quê? Porque os seus corações estão muito perto. A distância entre elas é pequena. Às vezes os seus corações estão tão próximos, que nem falam, somente sussurram. E quando o amor é mais intenso, não necessitam sequer de sussurrar, apenas se olham, e basta. Os seus corações entendem-se. É isso que acontece quando duas pessoas que se amam estão próximas."
Por fim, o pensador conclui, dizendo: "Quando vocês discutirem, não deixem que os vossos corações se afastem, não digam palavras que os distanciem mais, pois chegará um dia em que a distância será tanta que não mais encontrarão o caminho de volta".

Mahatma Gandhi

15 novembro 2005

Diálogos Lusófonos

Tanto quanto sei, Agostinho da Silva esteve ligado à fundação de várias Universidades no Brasil e a alguns Centros de Estudos, como o Centro de Estudos Afro-Brasileiros da Universidade de São Salvador da Baia.

Viveu 26 anos no Brasil, entre 1944 e 1970, devido a problemas com o regime fascista português, acabando por adquirir dupla nacionalidade. Foi figura de proa na vida cultural da Baia na década de 50/60, tal como refere António Risério no seu livro "avant-garde na Bahia", publicado pelo instituto lina bo e p. m. bardi, com apresentação de Caetano Veloso.

A sua vasta obra tem vindo a ser publicada em Portugal, com coordenação da Associação Agostinho da Silva, pelas Edições Âncora.

É uma das grandes figuras do século XX da cultura lusófona, tido por muitos como o continuador das obras do Padre António Vieira, Fernando Pessoa, entre outros. O dia 13 de Fevereiro de 2006 constitui a data oficial das comemorações do 1º centenário do seu nascimento.

abç.
luis santos

13 novembro 2005

Estado do Céu...

Debruça-se sobre a cidade das luzes que parecem estrelas e carrega-a no ventre.

"As Últimas Cartas do Agostinho..."

Dez anos atrás, a Cooperativa de Animação Cultural de Alhos Vedros publicou o livrinho cujo título se anuncia. Foi uma publicação caseira, mas muito bonita, de 50 volumes que voaram num ápice. Agora a Casa de Estudos propõe-se republicá-las, uma de cada vez. Fica para já o textinho do Agostinho escolhido na altura para servir de Introdução.

“Meu caro amigo:
Do que você precisa, acima de tudo, é de se não lembrar do que eu lhe disse; nunca pense por mim, pense sempre por você; fique certo de que mais valem todos os erros se forem cometidos segundo o que pensou e decidiu do que todos os acertos se eles foram meus, não seus. Se o criador o tivesse querido juntar muito a mim não teríamos talvez dois corpos distintos ou duas cabeças também distintas. Os meus conselhos devem servir para que você se lhes oponha. É possível que depois da oposição venha a pensar o mesmo que eu; mas nessa altura já o pensamento lhe pertence. São meus discípulos, se alguns tenho, os que estão contra mim; porque esses guardaram no fundo da alma a força que verdadeiramente me anima e que mais desejaria transmitir-lhes: a de se não conformarem.” (Agostinho da Silva, in sete cartas a um jovem filósofo, ulmeiro).

10 novembro 2005

1º Centenário do Nascimento de Agostinho da Silva

O dia 13 de Fevereiro de 2006 assinala o dia do 1º Centenário do nascimento do Professor Agostinho da Silva. Sensivelmente 3 meses antes a Casa de Estudos de Alhos Vedros junta-se ás comemorações que irão decorrer.

Estado do Céu

Marejado de nuvens brancas. Pouco espessas. Descrevem nuances.
Uma em forma de pássaro, outra que espicha céu adentro e outra com formas de seta de Cupido é travada pelo gesto decidido de um Deus.
Por baixo escorre uma leve brisa, fria, mas calma, a anunciar um final de tarde outonal.