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16 agosto 2009
Apontamentos Filosóficos
José Marinho, Teoria do Ser, 1961
. Um Absoluto que está para lá de toda a experiência da relação: não cria, nem é criado. Como a experiência de alguma que é constante, vertical, sem princípio nem fim, sem nascimento nem morte. Uma visão universalista.
A Visão Unívoca - Os olhos com que se vê é os olhos com que se está cego. O Espírito ou a Visão Unívoca é de uma união e cisão simultânea - o uno que cinde e a cisão que une. A ambiguidade da Visão Unívoca como intrínseca à própria existência.
Agostinho da Silva, A Comédia Latina, 1952
. A experiência mística como aparecimento da unidade absoluta, onde a dualidade existia. A experiência religiosa como a possibilidade de um A-deus, eventualmente, como um abandonar de Deus para chegar a Deus. A transcensão da própria religião.
Eudoro de Sousa, Origem da Poesia e da Filosofia (...?), Imprensa Nacional - Casa da Moeda, (?)
. Os primeiros homens, os primitivos, caracterizavam-se por uma indistinção entre 3 planos: Divindade, Humanidade, Animalidade. Há uma expriência religiosa primordial em que não há nomeação. Os primeiros rituais não têm relação com o intelecto, mas sim com o corpo. A experiência primordial é dançante.
O Homem que procura mediações é um homem que está no plano do profano, que está ainda separado e que se quer religar. Valoriza-se essa maneira de ser do homem primitivo.
(aulas de Filosofia em Portugal I, Prof. Paulo Borges)
03 agosto 2009
Eduardo Lourenço - "Tempo e Poesia"
A experiência do instante como alguma coisa que escapa ao tempo, que pertence ao eterno, ou melhor, algo que transcende tempo e eternidade - só o instante é real. Tempo e eternidade, passado e futuro esbatem-se no instante. O instante não tem história, nem projecto. O instante é inacessível a nós próprios, não se pode agarrar - agarrar é perdê-lo.
A saudade é esta ânsia de agarrar o inapreensível, o eminentemente fugaz. Inacessível e próxima. Enganam-se os que pretendem fazer da saudade algo de exclusivamente português. Existe sim, uma predisposição sensível para a apreensão da saudade.
Não podemos estar exilados de uma ideia de Paraíso, nós somos o Paraíso, portanto, não podemos sair de lá. Quanto mais procuro, mais me afasto. Não é na procura para fora, mas na procura para dentro que me devo buscar. A saudade é a reversão da própria busca.
Temos aqui uma Saudade tal como é definida por Pascoaes, mas fora de um espírito estritamente nacional. Só a experiência poética nos permite aceder a esta saudade ( e não a ciência, religião, filosofia...). A vitória real é a experiência poética. Na mais idealista das filosofias nós continuamos ainda prisioneiros do mundo. Só a forma poética é a libertação do mundo. Poesia é igual a Criação, anterior à experiência artística, ou à apreciação estética.
A experiência do tempo reduzido a um ponto só. Nós somos a grande imensidão.
(aulas de Filosofia em Portugal I, Prof. Paulo Borges)
A saudade é esta ânsia de agarrar o inapreensível, o eminentemente fugaz. Inacessível e próxima. Enganam-se os que pretendem fazer da saudade algo de exclusivamente português. Existe sim, uma predisposição sensível para a apreensão da saudade.
Não podemos estar exilados de uma ideia de Paraíso, nós somos o Paraíso, portanto, não podemos sair de lá. Quanto mais procuro, mais me afasto. Não é na procura para fora, mas na procura para dentro que me devo buscar. A saudade é a reversão da própria busca.
Temos aqui uma Saudade tal como é definida por Pascoaes, mas fora de um espírito estritamente nacional. Só a experiência poética nos permite aceder a esta saudade ( e não a ciência, religião, filosofia...). A vitória real é a experiência poética. Na mais idealista das filosofias nós continuamos ainda prisioneiros do mundo. Só a forma poética é a libertação do mundo. Poesia é igual a Criação, anterior à experiência artística, ou à apreciação estética.
A experiência do tempo reduzido a um ponto só. Nós somos a grande imensidão.
(aulas de Filosofia em Portugal I, Prof. Paulo Borges)
02 agosto 2009
Eduardo Lourenço - " O Labirinto da Saudade"
O autor faz uma "Psicanálise Mítica do Destino Português":
- Nascimento milagroso de Portugal: "Quero estabelecer para mim um Império em ti e na tua descendência" (palavras de Cristo a Afonso Henriques a anteceder a batalha de Ourique). Portugal terá como destino fundar um Reino de Cristo que o padre António Vieira interpreta como o V Império (e último) sobre a Terra.
- Há um traço marcadamente providencialista na cultura portuguesa, ambivalente, marcada por uma fragilidade e protecção absoluta, um complexo de inferioridade e superioridade, uma relação irrealista que mantemos connosco próprios.
- Durante quase um século a Língua Portuguesa foi a Língua Franca no mundo, à semelhança do que foi o Latim, à semelhança do que é o Inglês.
- A fase do Sebastianismo representa a carência irrealista e tresloucada nacional. A nossa razão de ser passou a estar no passado, "quando nós fomos grandes".
- Com a "geração de 70" no séc. XIX, começa-se a questionar pela decadência e atraso do país que em termos de desenvolvimento jaz na cauda da Europa. Sucede-se o Saudosismo, misticismo nacionalista, uma leitura irrealista da nossa realidade, um patriotismo republicano que corrobora este cenário.
(...)
(aulas de Filosofia em Portugal I, Prof. Paulo Borges)
- Nascimento milagroso de Portugal: "Quero estabelecer para mim um Império em ti e na tua descendência" (palavras de Cristo a Afonso Henriques a anteceder a batalha de Ourique). Portugal terá como destino fundar um Reino de Cristo que o padre António Vieira interpreta como o V Império (e último) sobre a Terra.
- Há um traço marcadamente providencialista na cultura portuguesa, ambivalente, marcada por uma fragilidade e protecção absoluta, um complexo de inferioridade e superioridade, uma relação irrealista que mantemos connosco próprios.
- Durante quase um século a Língua Portuguesa foi a Língua Franca no mundo, à semelhança do que foi o Latim, à semelhança do que é o Inglês.
- A fase do Sebastianismo representa a carência irrealista e tresloucada nacional. A nossa razão de ser passou a estar no passado, "quando nós fomos grandes".
- Com a "geração de 70" no séc. XIX, começa-se a questionar pela decadência e atraso do país que em termos de desenvolvimento jaz na cauda da Europa. Sucede-se o Saudosismo, misticismo nacionalista, uma leitura irrealista da nossa realidade, um patriotismo republicano que corrobora este cenário.
(...)
(aulas de Filosofia em Portugal I, Prof. Paulo Borges)
17 julho 2009
Leonardo Coimbra (1883-1936) - O Criacionismo
Fundador e Professor da 1ª Faculdade de Letras do Porto. Formado em Matemática e Filosofia. Grande sensibilidade literária e poética. Deputado. Duas vezes Ministro da Educação.
Faz uma hermenêutica oobre todos os pensadores contemporâneos (Antero, Bruno, Pascoaes, Junqueiro), mas afasta-se de todos eles.
Até 1923, tenta unir o pensamento libertário com o Criacionismo. Depois, aproxima-se cada vez mais do Cristianismo, até aderir ao catolicismo pouco tempo antes de morrer em acidente de viação. Passagem de livre pensador a cristão ortodoxo.
Nele, o Homem é fundamentalmente um ser saudoso: uma saudade imanente e transcendente. Uma nostalgia da realidade, onde o Amor é a nota de Unidade com Deus. Quanto mais Amor mais consciência. A matéria não é senão o soro do espírito. Há vários níveis de amor e de consciência.
O homem vive com saudade do Paraíso (o Mito do Génesis). É saudoso de um estado em que a sua consciência ainda não se tinha precipitado para a exterioridade e materialidade. Uma saudade metafísica.
O Criacionismo:
A realidade é sempre pensamento. A realidade está sempre a ser determinada. A actividade mental vai determinando a realidade. O espírito determina-se a si próprio na medida em que vai determinando a realidade.
(aulas de Filosofia em Portugal I, Prof. Paulo Borges)
Faz uma hermenêutica oobre todos os pensadores contemporâneos (Antero, Bruno, Pascoaes, Junqueiro), mas afasta-se de todos eles.
Até 1923, tenta unir o pensamento libertário com o Criacionismo. Depois, aproxima-se cada vez mais do Cristianismo, até aderir ao catolicismo pouco tempo antes de morrer em acidente de viação. Passagem de livre pensador a cristão ortodoxo.
Nele, o Homem é fundamentalmente um ser saudoso: uma saudade imanente e transcendente. Uma nostalgia da realidade, onde o Amor é a nota de Unidade com Deus. Quanto mais Amor mais consciência. A matéria não é senão o soro do espírito. Há vários níveis de amor e de consciência.
O homem vive com saudade do Paraíso (o Mito do Génesis). É saudoso de um estado em que a sua consciência ainda não se tinha precipitado para a exterioridade e materialidade. Uma saudade metafísica.
O Criacionismo:
A realidade é sempre pensamento. A realidade está sempre a ser determinada. A actividade mental vai determinando a realidade. O espírito determina-se a si próprio na medida em que vai determinando a realidade.
(aulas de Filosofia em Portugal I, Prof. Paulo Borges)
11 julho 2009
Renascença Portuguesa
Renascença Portuguesa foi um movimento cultural português surgido em 1912 no Porto que se manteve activo durante o primeiro quartel do século XX. O movimento tinha subjacente um ideal nacionalista ligado, no plano literário e filosófico, ao neo-garrettismo e a um sebastianismo quase messiânico. Enquanto agrupamento de acção sócio-cultural, a Renascenças Portuguesa desenvolveu uma notável actividade, com aspectos originais, obedecendo ao propósito de "dar conteúdo renovador e fecundo à revolução republicana" (Jaime Cortesão). Teve como principal mentor, sobretudo até 1916, Teixeira de Pascoaes, com a sua teoria do saudosismo e, numa segunda fase, Leonardo Coimbra. Tinha como órgão a revista A Águia — Órgão da Renascença Portuguesa, publicado no Porto de 1910 a 1932, e o quinzenário Vida Portuguesa.
in, Wikipédia, Enciclopédia Livre.
in, Wikipédia, Enciclopédia Livre.
08 julho 2009
Fernando Pessoa (1888-1935)
"A Filosofia é a arte de imaginar universos falsos".
"No plano do pensamento estamos sempre entre uma tese e uma antítese, uma tomada de opinião e o seu contrário, posição e oposição. Embora haja sempre uma tentativa de transgressão, de solução, desta antinomia."
Pessoa coloca-se muito num plano de descartamento, de desilusão, do que foi construído - todas as opiniões são igualmente justificáveis e não justificáveis. Tal como em Agostinho da Silva, há lugar para um pensamento paradoxal.
in,
Fernando Pessoa, Textos Filosóficos I e II, Ed. Nova Ática.
Aulas de Filosofia em Portugal, Prof. Paulo Borges.
19 junho 2009
Luz em Raul Brandão
Depois de desperto
está tudo certo,
é pois esta a condição
ser escolhido para iniciação.
Quando nos iniciámos, acertámos.
Luz em Raul Brandão, Aulas de Filosofia em Portugal I.
Texto trabalhado por uma colega trouxe-me a ideia certa.
13 junho 2009
Teixeira de Pascoaes (1877-1952)
Saudosismo - proposta feita por Pascoaes que a partir da definição de Saudade propõe uma doutrina para regeneração de Portugal que devia ser transmitida às novas gerações. Esta proposta é desenvolvida entre 1910-1919. Depois deste período, só vai voltar ao tema da saudade nos últimos 2 anos da sua vida (1950-1952).
Pátria - unidade orgânica, psíquico-física, com vida própria que têm um corpo e uma alma. São as características da alma que devem dirigir o corpo. As populações urbanas estão corrompidas, Portugal tem uma alma doente. É sobretudo nas populações rurais que mais se espelha, a nú e a limpo, a almejada alma do país que é naturalista e mística. Adjectiva-a também como panteísta, à maneira de Espinoza.
Portugal devia libertar-se daquilo que o oprime: o regime monárquico, as visões europeístas, a hegemonia católica. O renascer do espírito de Portugal viria sob a forma de uma nova religião que mistura Pan (Paganismo) e Cristo.
Há que descobrir uma nova vida social, mais bela, mais justa, mais digna - a descoberta da "Índia" ideal que permanece encoberta no nosso sonho. A Educação deve ser lusitana e não estrangeira, tal como as artes e a religião. Um sentimento originário que realize o nosso destino civilizador - O Saudosismo. Uma ideia de Saudade que é, todavia, simultaneamente nacional e universal, alma de nação e do próprio mundo.
Apontamentos das aulas Filosofia de Portugal I, Prof. Paulo Borges.
Pátria - unidade orgânica, psíquico-física, com vida própria que têm um corpo e uma alma. São as características da alma que devem dirigir o corpo. As populações urbanas estão corrompidas, Portugal tem uma alma doente. É sobretudo nas populações rurais que mais se espelha, a nú e a limpo, a almejada alma do país que é naturalista e mística. Adjectiva-a também como panteísta, à maneira de Espinoza.
Portugal devia libertar-se daquilo que o oprime: o regime monárquico, as visões europeístas, a hegemonia católica. O renascer do espírito de Portugal viria sob a forma de uma nova religião que mistura Pan (Paganismo) e Cristo.
Há que descobrir uma nova vida social, mais bela, mais justa, mais digna - a descoberta da "Índia" ideal que permanece encoberta no nosso sonho. A Educação deve ser lusitana e não estrangeira, tal como as artes e a religião. Um sentimento originário que realize o nosso destino civilizador - O Saudosismo. Uma ideia de Saudade que é, todavia, simultaneamente nacional e universal, alma de nação e do próprio mundo.
Apontamentos das aulas Filosofia de Portugal I, Prof. Paulo Borges.
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Pascoaes
11 junho 2009
Apontamentos Filosóficos
Guerra Junqueiro (1850-1923), amigo de Sampaio Bruno e do pai de Teixeira de Pascoaes. É um dos pensadores da Portucalidade e uma referência para Pascoaes. Neste autor, tal como em Eduardo Lourenço, Portugal surge associado à figura de Jesus Cristo...
Raul Brandão (1867-1930), amigo de Pascoaes, é o pensador da dor. É a dor que nos empurra para a frente. Só sofrendo se abre cada vez mais a consciência...
Teixeira de Pascoaes (1877-1952), o autor do Saudosismo, uma proposta de interpretação da Saudade. Um programa de acção para Portugal...
Raul Brandão (1867-1930), amigo de Pascoaes, é o pensador da dor. É a dor que nos empurra para a frente. Só sofrendo se abre cada vez mais a consciência...
Teixeira de Pascoaes (1877-1952), o autor do Saudosismo, uma proposta de interpretação da Saudade. Um programa de acção para Portugal...
Sampaio Bruno (1857-1915)
"Nós vivemos num mundo, onde se parte do Mal, da fealdade, do erro. O pecado original é de Deus, não do homem. Existência é dor, padecimento. Estado normal é doença."
"A Saudade é o movimento em que tudo participa para uma reabsorção em Deus. A partir de uma diferenciação inicial, há sempre desejo de regresso. A vontade de viver destina-se ao regresso à consciência pura, à unidade primordial."
"Adepto de um vegetarianismo que pudesse até poupar as plantas - alimentção química. Não matar para viver. As alterações psico-fisiológicas trariam um Super-Homem no futuro."
"O Homem está no mundo para procurar a evolução de si e de todas as coisas. A alma embora não se possa conhecer plenamente, sempre se pode ir conhecendo mais um pouco."
"Crítico de todas as ideias antropocêntricas, não vê a Humanidade como o fim último da criação"
in,
- Sampaio Bruno, A Ideia de Deus (1902)
- Apontamentos das aulas de Filosofia em Portugal I, Prof. Paulo Borges
10 junho 2009
O materialismo idealista, de Antero de Quental
"A Filosofia é eterna, tal como o pensamento humano. Uma potência infinita e um acto limitado."
"Divino e real ao mesmo tempo, o Universo manifesta a si próprio a sua essência prodigiosa, desde as forças elementares e puramente mecânicas, ao instinto que sonha, à inteligência que observa e compara, à razão que ordena, ao sentimento que fecunda, até à contemplação e virtude dos sábios e santos."
"O acesso à libertação é atingido por um esforço de santificação. Do investimento que cada homem individual fizer depende a sua evolução. O animal evolui necessariamente, mas o homem pode regredir."
"A união da alma com Deus é, simplesmente, a chegada do eu à sua plena realização."
in,
- Antero de Quental, As Tendências Gerais da Filosofia na 2ª metade do século XIX, Ed.?
- Apontamentos Filosóficos das aulas de Filosofia em Portugal I, Prof. Paulo Borges.
"Divino e real ao mesmo tempo, o Universo manifesta a si próprio a sua essência prodigiosa, desde as forças elementares e puramente mecânicas, ao instinto que sonha, à inteligência que observa e compara, à razão que ordena, ao sentimento que fecunda, até à contemplação e virtude dos sábios e santos."
"O acesso à libertação é atingido por um esforço de santificação. Do investimento que cada homem individual fizer depende a sua evolução. O animal evolui necessariamente, mas o homem pode regredir."
"A união da alma com Deus é, simplesmente, a chegada do eu à sua plena realização."
in,
- Antero de Quental, As Tendências Gerais da Filosofia na 2ª metade do século XIX, Ed.?
- Apontamentos Filosóficos das aulas de Filosofia em Portugal I, Prof. Paulo Borges.
06 junho 2009
Deus, em Antero de Quental (1842-1890)
Há um Deus misterioso que só parcelarmente se revela a quem o quer estudar:
Sócrates - Dentro do homem está um Deus desconhecido
Cristo - Dentro do homem está o Reino dos Céus
Lutero - Dentro do homem está Deus. O Homem é um Deus que se ignora.
Robespierre - Revelação de Deus através de valores humanistas.
Hegel - Revelação de Deus através da ideia.
Moisés, Maomé, Cristo - Profetas que revelam Deus, mas todos revelam apenas um aspecto parcelar do Absoluto
O homem, ele próprio, está mais perto do divino do que as formas através das quais O representa. Em vez de procurar Deus nos céus, o homem deve procurá-lo no seu interior.
A Existência humana é privilegiada porque é nela que mais se manifesta a essência divina.
A Saudade é uma aspiração a uma relação mais plena com o deus desconhecido que cada um trás em si.
No fundo da consciência está aquilo que procuramos fora. Dormitando, em movimento mudo, mas murmurando sempre. Jeová, Brama, Sabaoth, Alá, Cristo. O homem não deseja mais do que aquilo que já há em si.
A santificação é a plena realização do indivíduo. É um Deus que se revela permanentemente, como se fosse um progresso constante, sem que nunca mais esse progresso acabe. O homem como o descobridor dos mundos encobertos do espírito.
As revoluções, os cultos, os mitos, tudo são apenas manifestações do princípio interior essencial. Civilizações e Impérios se fazem para sermos Homem um pouco mais.
in,
- Antero de Quental, Filosofia, Univ. dos Açores: Editorial Comunicação.
- Apontamentos das aulas de Filosofia em Portugal I, Prof. Paulo Borges.
Sócrates - Dentro do homem está um Deus desconhecido
Cristo - Dentro do homem está o Reino dos Céus
Lutero - Dentro do homem está Deus. O Homem é um Deus que se ignora.
Robespierre - Revelação de Deus através de valores humanistas.
Hegel - Revelação de Deus através da ideia.
Moisés, Maomé, Cristo - Profetas que revelam Deus, mas todos revelam apenas um aspecto parcelar do Absoluto
O homem, ele próprio, está mais perto do divino do que as formas através das quais O representa. Em vez de procurar Deus nos céus, o homem deve procurá-lo no seu interior.
A Existência humana é privilegiada porque é nela que mais se manifesta a essência divina.
A Saudade é uma aspiração a uma relação mais plena com o deus desconhecido que cada um trás em si.
No fundo da consciência está aquilo que procuramos fora. Dormitando, em movimento mudo, mas murmurando sempre. Jeová, Brama, Sabaoth, Alá, Cristo. O homem não deseja mais do que aquilo que já há em si.
A santificação é a plena realização do indivíduo. É um Deus que se revela permanentemente, como se fosse um progresso constante, sem que nunca mais esse progresso acabe. O homem como o descobridor dos mundos encobertos do espírito.
As revoluções, os cultos, os mitos, tudo são apenas manifestações do princípio interior essencial. Civilizações e Impérios se fazem para sermos Homem um pouco mais.
in,
- Antero de Quental, Filosofia, Univ. dos Açores: Editorial Comunicação.
- Apontamentos das aulas de Filosofia em Portugal I, Prof. Paulo Borges.
03 junho 2009
Agostinho da Cruz (1540-1619)
Vivia na corte.
Decide renunciar a tudo e entra para a Ordem Monástica do Convento dos Capuchos, em Sintra. Viveu ermitariamente no Convento da Serra da Arrábida, os últimos 15 anos de vida (1604-1619).
Renúncia ao mundo. Busca dos lugares ermos, dos lugares saudosos. Isolando-se do convívio humano acede-se com mais facilidade aos desígneos divinos. Saudade vertical.
Segredos e Elegias, Ed. Hiena
Harmonizada a dualidade entre os contrários pela quietação, o pensamento é anulado: a morte em vida, a união com Deus, conforme a mística cristã.
idem
Para Agostinho da Cruz, só morrendo para o mundo dos homens é possível a libertação:
"Assi com cousas mudas conversando
Com mais quietação dellas aprendo
Que outras que ha, ensinar querem fallando".
Apontamentos das aulas de Filosofia em Portugal I, Prof. Paulo Borges
Decide renunciar a tudo e entra para a Ordem Monástica do Convento dos Capuchos, em Sintra. Viveu ermitariamente no Convento da Serra da Arrábida, os últimos 15 anos de vida (1604-1619).
Renúncia ao mundo. Busca dos lugares ermos, dos lugares saudosos. Isolando-se do convívio humano acede-se com mais facilidade aos desígneos divinos. Saudade vertical.
Segredos e Elegias, Ed. Hiena
Harmonizada a dualidade entre os contrários pela quietação, o pensamento é anulado: a morte em vida, a união com Deus, conforme a mística cristã.
idem
Para Agostinho da Cruz, só morrendo para o mundo dos homens é possível a libertação:
"Assi com cousas mudas conversando
Com mais quietação dellas aprendo
Que outras que ha, ensinar querem fallando".
Apontamentos das aulas de Filosofia em Portugal I, Prof. Paulo Borges
31 maio 2009
Luís Vaz de Camões (1524?-1580)
"Conforme o amor que tiverdes, assim o entendimento dos meus versos."
"Em Camões existe uma ambiguidade: Amor a uma mulher que é simultaneamente divina. A mulher é tratada como semidiva. A mulher como mediadora para uma experiência do divino. A mulher como aquilo que do plano divino desce ao plano humano."
"Encontra-se também em Camões, um amor mais fino que não quer encontrar o objecto do desejo: o desejado sem consumação é sempre mais perfeito - o amor saudoso".
"A Mulher, o Amor e a Saudade são os objectos da poesia camoneana."
Apontamentos das aulas de Filosofia em Portugal I, Prof. Paulo Borges.
"Em Camões existe uma ambiguidade: Amor a uma mulher que é simultaneamente divina. A mulher é tratada como semidiva. A mulher como mediadora para uma experiência do divino. A mulher como aquilo que do plano divino desce ao plano humano."
"Encontra-se também em Camões, um amor mais fino que não quer encontrar o objecto do desejo: o desejado sem consumação é sempre mais perfeito - o amor saudoso".
"A Mulher, o Amor e a Saudade são os objectos da poesia camoneana."
Apontamentos das aulas de Filosofia em Portugal I, Prof. Paulo Borges.
27 maio 2009
Cantigas de Amigo
Uma experiência do mundo como uma unidade amorosa, onde a música, o canto e a dança surgem associados às próprias poesias, num ritmo de sístole e de diástole, movimento do coração. Aqui se revela o tormento da ausência e a alegria do amor.
António José Saraiva
Aqui, a cultura medieval portuguesa é retratada como uma religião do Amor. Mundo paradisíaco porque Deus é bom para quem tem amor. Uma religião do imanente em oposição a uma religião do transcendente.
Afonso Botelho
É esta religião do amor que vamos encontrar em Camões, com centramento da experiência erótica, fortemente acentuada na Ilha dos Amores.
Paulo Borges
Apontamentos das aulas de Filosofia em Portugal I, Prof. Paulo Borges.
António José Saraiva
Aqui, a cultura medieval portuguesa é retratada como uma religião do Amor. Mundo paradisíaco porque Deus é bom para quem tem amor. Uma religião do imanente em oposição a uma religião do transcendente.
Afonso Botelho
É esta religião do amor que vamos encontrar em Camões, com centramento da experiência erótica, fortemente acentuada na Ilha dos Amores.
Paulo Borges
Apontamentos das aulas de Filosofia em Portugal I, Prof. Paulo Borges.
21 maio 2009
Apontamentos Filosóficos 2
"Os Portugueses são mais saudosos que outros povos, o que permite um sentimento único de Amor e Ausência - os pais da Saudade."
D. Francisco Manuel de Melo
"A saudade provém do coração, não provém do entendimento. É um bem que se padece e um mal que se deseja. Amarga e doce, triste e alegre. Na saudade fundem-se os contrários."
D. Duarte
"Elemento fundamental da saudade portuguesa são as cantigas de amigo, poesia galaico-portuguesa, anterior à poesia provençal. O pensar como se se fosse a coisa amada."
Paulo Borges
D. Francisco Manuel de Melo
"A saudade provém do coração, não provém do entendimento. É um bem que se padece e um mal que se deseja. Amarga e doce, triste e alegre. Na saudade fundem-se os contrários."
D. Duarte
"Elemento fundamental da saudade portuguesa são as cantigas de amigo, poesia galaico-portuguesa, anterior à poesia provençal. O pensar como se se fosse a coisa amada."
Paulo Borges
17 maio 2009
Apontamentos Filosóficos
" Desterrado dos deuses também eu agora faço parte deste mundo por ter mantido a discórdia..." (Péricles)
"A alma não é humana. A humanização é permitida a uma alma que observou a verdade de uma forma mais demorada" (Platão)
" Há uma despotenciação ontológica nos que se afastam da natureza. A grande virtude não é viver na separação, mas no regresso à natureza (ao estado primordial)" (Empédocles)
(pequenos excertos que vêm da Grécia Antiga)
"A alma não é humana. A humanização é permitida a uma alma que observou a verdade de uma forma mais demorada" (Platão)
" Há uma despotenciação ontológica nos que se afastam da natureza. A grande virtude não é viver na separação, mas no regresso à natureza (ao estado primordial)" (Empédocles)
(pequenos excertos que vêm da Grécia Antiga)
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