31 março 2006

Agostinho da Silva - Carta VIII


Amigos

Estamos ainda bem longe, talvez a séculos, de que tal suceda, mas um dia se verificará que, depois de tanto tempo, de tanta geração de colonialismos, quer os de potências europeias, quer os de força islâmica, quer os de internacionais entidades americanas, foi a África restituida a si própria pela obstinada, calma, paciente e exigente influência do Brasil e da China, com alguma velha semente ibérica deixada num ponto ou noutro do Magrebe, sobretudo, diria eu, no Marrocos ou naquela embaixada que no Cairo pensava em expedições etíopes, e com o Brasil do lado de Angola, a meditar das varandas de São Tomé, no redesenho dos mapas latinos ou germânicos da distribuição pelos novos donos da infinda pluralidade étnica daquelas novas terras, e a China das bandas de Moçambique, aí com a tarefa algum tanto facilitada, ou guiada, pela tradição do acertado império do Monomotapa. E quando diremos que a África será reentregue a si mesma?

Quando se ouvir ou se souber de algum africano que propôs acrescentos a Einstein ou reprovou Kant na língua que em pequeno falava com sua mãe, sem ter feito o esforço antibiológico de ter de se exprimir noutra língua, de preferência numa do domínio indoheuropeu. E na dita língua materna ensinando ao resto do mundo muita coisa que ainda precisa de aprender, com ligação a um correcto comportamento social e solidário. E livre. Mas qual a atitude enquanto se espera? Pois a de achar que ainda se está distante e, ao mesmo tempo, que tudo já aconteceu. O trabalho vai ser o de, sem falta alguma, que ainda está distante o que já aconteceu, juntar a face do adquirido com a face do ambicionado. Querem um exemplo? Pois lembro o que acontecia com os Portugueses que, desrespeitando Tordesilhas e a pontifícia autoridade, iam fazendo mapa falso sôbre mapa falso, sabendo que ainda tinham muito que andar, mas, simultâneamente que já descansavam à beira do Pacífico que sempre se lhes negou. Mas o Brasil lá chegará e com inteira obediência à lei com que tôdos os Povos estejam de acôrdo. Sabeis o resumo? Ser e não ser são a chave do ser.

Minguante de Maio. Maio de 93. Ou de qualquer ano em que a tal se volte.


Página das Odes Breves

Ode Breve a Isabel
a mulher de Dom Dinis
que sendo serva de Deus
fez na terra quanto quis
trouxe logo de Aragão
um saber italiano
por ser Dom Pedro seu Pai
da Calábria soberano
aprendeu de Joaquim
que Deus também tem idade
doutros amigos que Assis
exige fidelidade
levou Afonso seu filho
que era de má catadura
a ter respeito a seu pai
a dar-lhe a ela ternura
quando via seu marido
pela praia a meditar
creio lhe inspirou Brasil
e Timor além do mar
e repartiu bem certinha
esta Ibéria que era sua
com minguantes e crescentes
como ela via na lua
morreu ela em santidade
como irmã de Santa Clara
não para lhe darem ordens
mas para ter de nós todos
uma obediência rara
e penso de quando em quando
que ela dá seu sermão
mas com humor e carinho
porque tão bem o conhece
a este incerto Agostinho

Operacionalizar-mos?

Há um provérbio húngaro que diz: "É por sua língua que um país vive". É muitas vezes num certo culto da língua nacional e de vários outros elementos do patrimônio nacional e do folclore que a consciência patriótica vai buscar as razões da sua sobrevivência e de sua grandeza. (Correio da Unesco, Maiode 1986, pág.23).

De muitos pensadores saem outras verdades que os milênios de vida do homem tem confirmado serem verdades básicas, tais como "povo que perde ou renuncia às suas raízes está condenado a perder a sua identidade. "Aqui no Brasil estes pensamentos e estas verdades parecem, muitas vezes estar invertidas, o que não é muito para admirar visto estarmos no hemisfério sul, sempre representado na parte inferior do globo, sem que ninguém saiba qual a parte deste que está por cima. Mas enfim.

Na Tv brasileira passam filmes legendados com um linguajar ou escrevinhar do tipo "vc ax bm q ç pass? - Traduzindo: Você acha bem o que se passa? Qual a intenção da emissora de Tv? Destruir o patrimônio nacional que é anossa língua? E porque o ministério da cultura não interfere? Liberdade jornalística? Ou... incapacidade e quem sabe se cumplicidade?

Há dias um hotel de 5 estrelas mandou um orçamento para um jantar, caríssimo, que tinha algumas preciosidades semânticas: começava por oferecer um Jantar privativo empratado! Jantar empratado! Uma delícia! E por fim, depois de apresentar um cardápio caricato, com termos franceses e ingleses, quase todos mal escritos, pede uma resposta rápida para operacionalizar-mos o pedido! Fiquei imaginando o pessoal do hotel: uns a operacionalizarem-se com o pedido e os cozinheiros a empratarem a comida dos hóspedes.

Não chega a ser uma vergonha. É uma tristeza. Mas como não há-de ser assim se até um indivíduo que encontrei não faz muito tempo, de sobrenome Silva, afirma a pés juntos que não é descendente de portugueses, mas sim de celtas! Logo de celtas! Ninguém sabe como ele terá montado a sua árvore genealógica para chegar a tão longínquas raízes, mas...em vez de árvore não será "um molho de capim genealógico"... para burros? Empratando a operacionalização, quem sabe se algum dia se vai ensinar melhor nas escolas, sobretudo nas oficiais!

U q vc ax?

(Francisco G. Amorim - Rio de Janeiro)

30 março 2006

29 março 2006

Algo de Fernando Pessoa

Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço que a minha vida é a maior empresa do mundo, e que posso evitar que ela vá à falência.

Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.

Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e tornar-se um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.

Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um "não".
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.

Pedras no caminho?... Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."

(enviado por Carlos Vardasca)

O Negócio do Medo

Extracto do editorial do nº 18 (Abril 2006) da revista DSALUD (www.dsalud.com)

Sabia que o vírus da gripe das aves foi descoberto há 9 anos no Vietnam?
Sabia que desde então morreram apenas 100 pessoas em todo o mundo durante estes 9 anos (menos do que com qualquer outra doença conhecida)?
Sabia que os americanos foram quem informou da eficácia do TAMIFLU (antiviral humano) como preventivo?
Sabia que o TAMIFLU apenas alivia alguns sintomas da gripe comum?
Sabia que a sua eficácia no tratamento da gripe comum está a ser questionada por grande parte da comunidade científica?
Sabia que perante um suposto vírus mutante como o H5N1 o TAMIFLU apenas aliviará alguns sintomas?
Sabia que a gripe das aves até ao momento apenas afecta as aves e seres humanos em contacto muito directo e continuado com elas?
Sabia que quem comercializa o TAMIFLU são os Laboratórios ROCHE?
Sabia que a ROCHE comprou em 1996 a patente do TAMIFLU à GILEAD SCIENCES INC.?
Sabia que o presidente da GILEAD SCIENCES INC. e seu principal accionista era DONALD RAMSFELD?
Sabia que DONALD RAMSFELD é o actual Secretário da Defesa norte americana?
Sabia que a principal base do TAMIFLU é o anis estrelado?
Sabia que quem detém 90% da produção desta árvore é a ROCHE?
Sabia que as vendas do TAMIFLU passaram de 254 milhões em 2004 para mais de 1.000 milhões em 2005?
Sabe quantos milhões mais pode ganhar a ROCHE e os mercenários da administração Bush nos próximos meses se continuar este negócio do medo?

Ou seja, o resumo do negócio é o seguinte: os amigos do sr. Bush decidem que um fármaco como o TAMIFLU é a solução para uma pandemia que ainda não ocorreu e que causou 100 mortos no mundo inteiro desde há 9 anos. Este fármaco não cura nem sequer a gripe comum. O vírus actual não afecta o ser humano em condições normais. Ramsfeld vende a patente do TAMIFLU à ROCHE e esta paga-lhe uma verdadeira fortuna. A ROCHE adquire 90% da produção do anis estrelado que é a base do antiviral. Os governos de todo o mundo ameaçam com uma pandemia e compram à ROCHE quantidades industriais desse produto. Nós acabamos por pagar o medicamento e Ramsfeld, Cheney e Bush fazem um belo negócio...

ESTAMOS LOUCOS, OU SOMOS TODOS IDIOTAS?

25 março 2006


...que bem canta o pintassilgo!

23 março 2006



A Emancipação Sexual ainda não é do conhecimento geral.

22 março 2006

TV Portuguesa reclamada na Galiza

Segundo notícia do "Diário de Notícias" desta segunda-feira, dia 20, um grupo de galegos, preocupado com o avanço da língua e da cultura castelhanas, defende a recepção das televisões portuguesas na Galiza, em sinal aberto, «o mais rápido possível», para equilibrar essa situação. A proposta é apresentada amanhã, em Braga, em nome da preservação do idioma desta região vizinha de Porugal.

(texto enviado por Margarida Castro
Dialogos_Lusofonos@yahoogrupos.com.br )

16 março 2006

Agostinho da Silva - Carta VII

Queridos Amigos

Ouçam então, que a história é simples. Há uns quinhentos ou seiscentos anos fomos expulsos de Portugal, por desagradarmos a Reis mais interessados na Europa do que na Península e a Papas para os quais o que ia importar era o movimento das descobertas, que fomos expulsos e proibidos de voltar, dizia eu, todos os que éramos felizes com a idéa de que no futuro, o da Era do Espírito Santo, da plenitude de Deus, em sua fusão com o que criara, estaríamos em êxtase diante do Divino que em tudo de concreto íamos ver, sem que, no entanto, deixasse seu outro reino do abstracto. Todos os Meninos seriam então os primeiros dos homens verdadeiramente inspirados, dedicados ao mundo, como aquele que, na Trindade que Cabral levou ao Brasil, a de Belmonte, está no braço da Criatividade Suprema, dando de comer a pomba, isto é, ajudando à sacralização do Universo. A vida ficaria gratuita, com símbolo na comida gratuita do dia da Festa. Finalmente desapareceriam as prisões e estariam libertos seus presos e seus guardas. Só que aquela extraordinária linha de costa que definia Portugal, não uma simples praia para um mar, mas inteiro litoral para um interminável oceano, era o ponto donde partir à conquista do que não tomara no período clássico aquele Império Romano que teria, portanto, de abordar tôdas as terras. Navegação esta que foi proeza dos Portugueses, mas não a que teria sido mais importante, a daqueles que, como missionários, teriam implantado em todo o mundo o Reino do Espírito Santo.

Entretanto, guardados no Brasil para o futuro, tinham feito tôdas as tentativas para chegarem ao Pacífico, mas não como Magalhães, demasiado servidor da Europa. Até Pedro Teixeira o quis, mas já era tarde, com a força espanhola instalada nos planaltos. O tempo dessa navegação, última e perfeita, chegou agora e de alguma parte dela talvez nos traga informe alguma destas Folhinhas para que tendes paciência.

Lua Luar dum Maio do 93.



POETAS DE FORA EM LINGUAGEM DE DENTRO

Alemanha


Heinrich Heine 1797-1856

Quando olho para os teus olhos
dor e tristeza se vão
e quando beijo teus lábios
fico sempre mais que são.

Quando me encosto a teu peito
entra em mim a luz do céu,
mas quando dizes: “Eu te amo!”
choro eu à larga e sem véu.



Nicolas Lenau 1802-1850

Passa a lua devagar
por sobre as águas do lago
ao verde canavial
junta rosas luar mago

Erguem ao céu grandes olhos
os veados na colina,
às vezes um bater de asas
às ternas canas inclina.

Meus olhos ficam chorando
e bem dentro da minha alma
o ter saudades de ti
é prece na noite calma


Eduard Morike 1804-1875

Na verde terra de estio
há juncos perto do rio.
Que inocência de menino
ao colo dela com tino,
dela, a Virgem sua mãe,
no carinho que o retém.
Mas bem perto, em doce luz,
já na árvore cresce a cruz.

Exposição Luso-Galaica

O concelho de Gaia foi escolhido por unanimidade do Eixo Atlântico para albergar a Bienal de Pintura. De 28 de Abril a 25 de Maio estarão expostas por toda a cidade obras dos 40 maiores artistas da euro-região compreendida entre a Galiza e o Norte de Portugal. Os objectivos passam por divulgar de forma vincada todos os tesouros patrimoniais e sociológicos da região luso-galaica.O Eixo Atlântico abarca 18 municípios divididos nos dois países: Gaia, Porto, Régua, Vila Real, Braga, Guimarães, Viana do Castelo, Chaves,Bragança, Orense, Vigo, Pontevedra, Villagaria de Arosa, Monforte de Lemos, Lugo, Compostela, Ferrol e La Coruña.

(in, dialogos_lusofonos@yahoogrupos.com.br)

15 março 2006



“Se Poeta Fôr!...”

Quem me dera ser poeta de mão cheia
Escrever em qualquer lado
A qualquer hora
Nas paredes
Ao luar...

Ai, quem me deixa dedicar-lhe uma poesia
Escrever-lhe umas duas ou três linhas
Com igual numero de dizeres
Significando algo
Para ti aí...

Ai, se eu soubesse poetar suficientemente
Escrever-te-ia uma dúzia de palavras
Sairiam cantadas e timbradas
Poderiam não rimar
Ao soar no ar...

Ai, quando eu fôr consagrado ao poema
Escreverei sem parar nem para olhar
Senão só para imaginar
Visualizando-te
Facialmente...

Quem me dera saber sorrir a declamar
Escreveria como que a pintar
Desenharia belas letras
Mesmo musicadas
Para tu ouvires...

...e sonhares em deslumbre...

Escrito por manuel de sousa, em Luanda, Angola, ,a 11 de Março de 2006, em Homenagem aos Elementos Naturais, sobretudo àqueles de natureza feminina, que têm inspirado pintores, músicos, escritores-poetas em suas criações.


13 março 2006

Teatro



Autoria – Laura Moura
Encenação – Paula Perdigão
Elenco – Alexandra Viegas
Isa Araújo
Laura Moura
Daniel Martins

Quinta-feira, 30 de Março
21h30 – Centro Cultural Juvenil Santo Amaro, Laranjeiro (Casa Amarela)
Sábado, 1 de Abril
21h30 – Cinema S.Vicente, Paio Pires

12 março 2006

Semana da Galiza em Braga

No blog de estudante português na Suécia http://uniupp.blogspot.com/2006/02/semana-da-galiza.html li:

Semana da Galiza em Braga
um evento organizado pelo núcleo de Braga da ATTAC-Potugal com a participação da
Associação de Amizade Galiza-Portugal e do Movimento de Defesa da Língua e que propõe revigorar os laços entre o povo galego e os portugueses.

Diz o criador do Blog que

Apesar do que os devaneios franquistas em Espanha e o políticamente correcto em Portugal possam levar a pensar, a verdade é que os portugueses e os galegos, mais do que irmãos, são povos gémeos. Isto porque a ascensão do Condado Portucalense à categoria de reino independente em 1143 foi o culminar de um processo de autonomização daquilo que era na prática a Galiza sul. Por outras palavras, os portugueses nasceram como galegos que constituiram a sua própria autonomia. De tal modo que a língua falada dos dois lados do rio Minho era o galego-português, a língua comum usada pelo povo, feita idioma oficial do reino por D. Dinis e na qual ele próprio escreveu, uma língua distinta do leonês (hoje também conhecido como mirandês) e do castelhano.Malgrado o que o nacionalismo espanhol e a falta de vontade em Portugal possam ter feito, os laços que nos unem à Galiza continuam vivos - incluindo o uso do galego-português moderno a norte do rio Minho - mas são laços que precisam de ser nutridos, revigorados e mantidos pelo trabalho tanto dos galegos, como dos portugueses. Entre os dias 18 e 26 de Março, vai ter lugar em Braga algo que contribui para esse esforço: a Semana da Galiza!


Margarida Castro
dialogos_lusofonos@yahoogrupos.com.br

11 março 2006

"Mar D´Além Alma"

No mar de versos da minha Alma
Remo eu um barco feito de papel
Levando na mão uma pena com que rabisco...
...O horizonte do resto do Mundo Além...

(manuel de sousa
Luanda - Angola
06/03/2006)
Caros Amigos,

Envio informação sobre 3 cursos de culinária vegetariana, todos a realizar nas instalações da S.P.N. - Sociedade Portuguesa de Naturalogia, na Rua do Alecrim, nº 38 - 3º, em Lisboa (Metro Baixa-Chiado).

O 3º curso anunciado, dado pela Isabel Queiroz, será em Abril e em breve anunciaremos a data certa.

Para mais informações e consultas, aqui vai o link da SPN:
Site SPN:
http://web.mac.com/spn.alecrim

Agradecemos a divulgação.
Abraços e Saudações naturistas :)
Paula Soveral

09 março 2006

bird effects

Se uma fala não é mais bonita que o silêncio, então é preferível não dizer nada.
Esta é uma grande verdade sobre a qual os grandes líderes deste mundo deveriam meditar um pouco. Quanto mais o coração é grande e generoso menos palavras são usadas.

(autor desconhecido - texto enviado por Jorge Angelino)

06 março 2006

O Território de Olivença continua a ser Português?



Soberania ameaçada: O Território de Olivença continua a ser português?

1709 - Na sequência da Guerra de Sucessão de Espanha, a Ponte de Olivença, ou de Nossa Senhora da Ajuda, é destruída por forças espanholas, assim permanecendo até hoje.


(enviado por Margarida Castro)

04 março 2006

Mézinhas Caseiras

O sumo de agrião, em tempos, era muito usado na cura da tubercolose.

Hoje, o sumo de agrião, com um pouco de água e açúcar amarelo, dá um xarope que é bom para curar a rouquidão e a tosse.

Já os espinafres que têm muito ferro e muitas utilizações em enfermidades várias não devem ser consumidos por quem tem problemas os ossos ou ossos partidos.

(cf. Guilhermia Dias na Mercearia do Toninho)