10 setembro 2005
Crítica Elegante
Controlei também a alimentação. Como a única coisa que tenho comido, depois do Fome Zero, é minha patroa, não tem perigo: Ela é a coisinha mais sem sal deste lado do mundo. Para piorar, acho que tô ficando meio esquizofrênico. Sério! Não sei mais o que é Real. Principalmente quando abro a carteira ou pego extrato no banco. Não tem mais um real.
Sem falar na minha esclerose precoce. Comecei a esquecer as coisas: Sabe aquele carro? Esquece! Aquela viagem? Esquece! Tudo o que o barbudo prometeu? Esquece! Podem dizer que sou hipocondríaco, mas acho que tô igual ao flamengo: nas últimas. Bem, carioca é assim mesmo, já nem liga mais para bala perdida. Entra por um ouvido e sai pelo outro!!!!!
LUIS FERNANDO VERÍSSIMO
Lusofonia
O caminho dos rios

Toda a conformação das águas, toda a coerência do rio vem-lhe das margens. É por estas que sabemos que o rio não é o mar e que este lhe é destino.
Margens e rio são dois opostos que mutuamente se justificam na irredutibilidade de duas inércias de sinal contrário: a do movimento e a da imobilidade. Movessem-se as margens e era o caos; parasse o rio e era o pântano...
Mas há margens e margens! Há as de areia, onde qualquer rio se esvai e esgota; há as de rocha firme, a empurrar as águas sempre mais além; e há até — tantas vezes! — apelos de ir ou de vir em aberturas de novos rios, sempre inventados pelas margens em que os nossos olhos acreditam. Mas no fim surge sempre a imensidão líquida de um destino comum de margens muito para além de todos os limites do olhar, aconchegando o anseio supremo de todos os rios cansados de serpentear.
Tomemos tudo isso como analogia para as sociedades humanas, cujo caudal segue, dada a aparente inércia do movimento, as rotas repetidas da conformação, enquanto as suas franjas, as suas margens, os seus marginais e toda a água que se afasta da corrente ousam caminhos outros — de areia ou rocha, pouco importa — com que a mole se horroriza, de que a plebe escarnece, como esconjuro para o medo de quanto contraria a rotina dos dias, que é o pântano insalubre das inércias consentidas.
Que incómodos são os profetas, as prostitutas, os sonhadores, os drogados, os poetas, os loucos, os sábios e tudo o mais que perturba a sonolência e não deixa que as águas se aquietem!
Para o bem e para o mal, é da água que transborda da corrente que se faz a cheia que rompe as margens, galga os diques e leva, muitas vezes, o rio a escolher um novo leito, onde mais uma vez as águas se conformam na coerência de novas margens e de novas inércias.
Todavia, a paisagem não voltará jamais a ser a mesma.
ABDUL CADRE
06 setembro 2005
Respeitar a Natureza
"A evolução de um ser mede-se pela sua capacidade de se inclinar com humildade diante das leis da Natureza, que são leis divinas; ele reconhece a superioridade das entidades que determinaram essas leis, harmoniza-se com elas e executa a sua vontade.E a evolução de um ser mede-se também pela sua capacidade de ter em conta os outros, esforçando-se por ter uma influência benéfica sobre eles.
De um tal ser, pode-se esperar tudo o que é melhor e mais belo. Mesmo que ele não consiga manifestar-se como um poeta ou um músico, está já no caminho da poesia e da música, porque age segundo as leis da harmonia, em sintonia com o mundo divino.
Quanto àqueles que não têm qualquer escrúpulo em criar desordens, podemos dizer que eles estão ainda muito em baixo na escala da evolução. Sim, um anarquista não é um ser evoluído. O homem evoluído, o homem inteligente, tem sempre a preocupação de respeitar uma ordem que o ultrapassa."
Omraam Mikhaël Aïvanhov
05 setembro 2005
Metroplitano do Verbo Original
Na estação central da Alma
Apanho o metro cósmico
Corro as Estrelas
Uma a uma
Reforçando a energia espiritual que me impulsiona
Como alguém atravessando um riacho
Pulando de pedra em pedra
Indo de margem em margem
De Galáxia em Galáxia
Até à estação do Sol
Que me alimenta a Vida
Emprestando-me o fato espacial circunstancial
Perfeito em essência e forma
Moldado nas lamas efervescentes e nas águas minerais
Cimentado pelos elementos da Natureza
Feito estrutura física
Designado “Homem”...
Emprestado pela Terra
Tendo o final do dia como meta para o seguinte
Na expectativa do regresso
Ao seio gerador do Verbo Original
Lá para o Centro Inteligente da Alma do Criador
No fim Divino...de um outro Princípio renascido
...E renascido...
Vezes sem conta...
Em Homenagem à Longa Viagem Eterna da Una Alma pela Matéria Psíquica e Física deste meio de transporte que é a Vida, que aqui comparamos a uma linha de Metropolitano Urbano, que se locomove e nos transporta, de estação em estação...entre princípios, fins e recomeços sem conta...
Escrito por manuel de sousa, em Luanda, Angola, a 4 de Setembro de 2005, em Homenagem à Imensa Tragédia Natural e Humana que se abateu sobre o Povo Norte Americano dos Estados do Sul dos Estados Unidos, mostrando que, perante o Poder do Criador Divino e a força dos Elementos Naturais de Sua Criação, a Vida e Poder Humanos, são deveras frágeis...seja lá nas Nações consideradas mais potentes e avançadas, como nas mais pobres e carentes...
As Forças da Natureza , tudo podem alterar de um dia para outro, não havendo nada, mas nada, que nós, os Homens e Mulheres da Humanidade, possamos fazer para evitar, restando-nos esperar e orar para que aquelas, se aplaquem e acalmem...
Dhammapada
Ele diz: "O que tu és agora é o resultado do que foste. O que serás amanhã é resultado do que és hoje. As consequências de uma mente maléfica seguir-te-ão como a carroça segue o boi que a puxa; as de uma mente pura seguir-te-ão como a tua própria sombra. Ninguém pode fazer mais por ti do que a tua própria mente pura - nem pai, nem mãe, nenhum parente, nenhum amigo, ninguém. Uma mente bem disciplinada traz felicidade."
A meditação tem como objectivo purificar a mente. Ela limpa o processo do pensamento daquilo que pode ser chamado de irritantes psíquicos, coisas como cobiça, ódio e ciúmes que te mantêm enredado numa escravidão emocional. Ela traz a mente a um estado de tranquilidade e consciência, um estado de concentração e visão clara. [...]
revelação da amiga Paula Soveral
04 setembro 2005
Amor é
Folclore
"Defeitos não fazem mal, quando há vontade e poder de os corrigir"
Machado de Assis
O Dia Mundial do Folclore é comemorado, em quase todos os povos do mundo, no dia 22 de Agosto.
Mas o dia 22 de Agosto não foi escolhido por acaso. Nesta data, em 1846, um arqueólogo inglês chamado Willian John Thoms criou a palavra "folclore" e sugeriu a uma revista de Londres, na Inglaterra, que a usasse quando fosse falar dos cantos, histórias e costumes dos povos.
Em inglês, folk, significa povo, e Iore, estudo. Estudo das tradições, aquilo que nasceu do povo de forma natural, espontânea.
O folclore é a ciência que se ocupa de pesquisar, cultivar e revelar as nossas mais legítimas raízes culturais, aquelas que são mantidas pelo povo e passadas de mão em mão, de ouvido a ouvido, tornando-se, ao longo dos tempos, uma propriedade deste mesmo povo.
O folclore é a expressão de uma cultura. É a soma da cultura material, dos costumes e tradições de um povo expressos de diversas maneiras (oralmente, por escrito ou encenados).
Todos os povos têm folclore. Conhecê-lo e estudá-lo significa contribuir para que se mantenha vivo e, consequentemente, através da sua preservação é possível perpetuar cada cultura.
Muitas vezes é preciso estudar o folclore para verdadeiramente entender a história de um povo.
Clube de Jovens Folcloristas Portugueses em França
Flamingos

Bem perto de mim, a uma distância de cinquenta metros, nas suas fogueantes cores, brilhantes, entre os brancos e os rosas, um bando de doze, calmamente ia estando, sem que revelassem medo da presença humana. De muita calma se tratava, de facto, porque devia estar fora da hora da refeição. Até parece que em repouso meditavam. Pareciam anjos.
(...)
in,
Luis Carlos dos Santos
O Espírito dos Pássaros
(livro de contos, no prelo)
Pintura em aguarela, Flamingos, Fancisco Amorim, Rio de Janeiro, Brasil.
02 setembro 2005
01 setembro 2005
sem título
que te passa para o outro lado
Conheço as asas que suam nas estrelas
Conheço os gases etéreos
As estrelas sorridistantes
Caminhos infinitos
passos nas escadas
Os saltos entre as ameias dos castelos
E os olhos viajantes em oiro
Conheço o barco que te passa para o nosso lado
A profundidade do fumo
E a raiz do rio
eduardo espírito santo
in,
Título - Sem Título
Edição do Autor
"Autoria" - Eduardo Espírito Santo
Data - 4/04/1997
Moita
30 agosto 2005
Voltou outra vez...

O Pintor e o Pássaro Azul
Numa doce manhã
um suave regresso
qualquer coisa que há no ar,
um passarinho azul
está pairando, esvoaçando
a cantarolar, dá uma volta
uma volta e meia
e quando volteia pousa no seu olhar
No coração que meigo e terno bate
está uma ideia
feita uma aguarela, amarela
que volteia na tela
e do meio do branco vazio
que era nada
um passarinho azul que sai
correndo através da manhã
Feito um pedacinho de lã
vai voando, cantarolando
da fantasia que foi um dia
da saudade de partir, do regresso
até que de novo encontra um papel
um outro olhar
uma ideia feita um arco íris
qualquer coisa que está no ar
P.S.: Este Pássaro azul, bem real, usufrui de uma constante capacidade de mutação. Primeiro pássaro verdadeiro, depois poema e música, um outro poema a seguir que o tranforma na tela, e de novo bem real vem comer milhos à mão. Está inscrito num livro de contos, de seu nome "O Espírito dos Pássaros", que tem uns meses de acabado e, talvez, acabe publicado um destes dias, provavelmente, pela Editorial CÊAV. Aguardemos. Para já está disponível em word e será gentilmente cedido a quem por ele se interessar.
A pintura é do António Tapadinhas e o poema é do Luis carlos dos Santos.