29 dezembro 2006
Os Portugueses e a Abissínia
O Preste João, segundo uma gravura veneziana di século XVI.
As primeiras notícias sobre o Prestes João chegaram à Europa no ano de 1145, quando Hugo de Gebel, Bispo de uma colónia cristã no Líbano, informou o Papa da existência de um reino cristão situado "para lá da Pérsia e da Arménia", governado por um rei-sacerdote denominado Iohannes Presbyter (João, o Presbítero, i.e. sacerdote ou ancião) e que seria descendente de um dos Reis Magos.
Este soberano teria derrotado recentemente os reis dos Medos e dos Persas e avançado com o seu exército, a fim de levar auxílio a Jerusalém, ameaçada pelos muçulmanos, tendo, contudo, esbarrado no rio Tigre, por falta de embarcações para a travessia e, por fim, sido forçado a regressar ao seu país.
Estas notícias lançaram grande entusiasmo na corte papal e causaram sensação entre os líderes europeus que, informados pela mesma via da queda de Edessa em poder dos muçulmanos, se preparavam para ir em socorro dos reinos cristãos no Oriente, no que viria a ser a 2ª Cruzada. Aquela expedição acabou, porém, num rotundo fracasso, não tendo sido registada a chegada de qualquer providencial auxílio aos cruzados.
Durante algum tempo não mais se ouviu falar no misterioso monarca, até que em 1165, chegou às mãos do Papa e dos imperadores Manuel Comneno, de Constantinopla, e Frederico Barba-Ruiva, da Alemanha (os três maiores governantes da cristandade), uma carta dirigida simultaneamente aos imperadores romanos do Ocidente e do Oriente, cujo remetente se intitulava "João, Presbítero, pela Omnipotência Divina e pelo poder de Nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor dos Senhores".
Proclamava-se o autor da carta "Senhor das Três Índias" (no conceito geográfico medieval, as Três Índias subdividiam-se em Próxima Índia, Extrema Índia e Média Índia, correspondendo respectivamente às partes Norte e Sul do subcontinente indiano e à região africana hoje denominada Etiópia) e vangloriava-se de ser "superior em virtude, riquezas e poder a todos os que caminham sob os Céus", habitando um palácio de ébano e cristal com tecto de pedras preciosas e colunas de ouro, sendo servido por reis e por bispos. Os seus guerreiros percorriam os céus cavalgando dragões selados e uma fonte da juventude estava acessível a todos os seus súbditos, contando, já, o rei 562 provectos anos. Afirmava ainda que o seu reino era povoado, entre outras espécies, por "homens com cornos, homens com um só olho, homens com olhos à frente e atrás, centauros, faunos, sátiros, pigmeus, gigantes de 40 côvados de altura, ciclopes machos e fêmeas, o pássaro chamado Fénix e quase todas as espécies de animais que vivem sob o Sol".
(...)
A lenda do Prestes João foi alimentada pela existência de dois grandes grupos cristãos primitivos isolados da cristandade ocidental e jamais submetidos à autoridade papal: os coptas, na região da Abissínia (a actual Etiópia, cristianizada desde o século IV) e os nestorianos que se implantaram na Ásia, atingindo algumas zonas da Índia (os famosos "cristãos de S. Tomé", da costa do Malabar, cujas comunidades teriam, segundo a lenda, sido fundadas por aquele apóstolo) e da Tartária, onde foram convertidos os turcos Kereitas e algumas tribos mongóis. Em todas estas regiões o lendário rei foi procurado, tendo sido, na verdade, encontrado um pouco por todas elas.
(...)
Mas, tendo sido real ou um mero produto da imaginação medieval, o rei-sacerdote acabou por ser um verdadeiro aliado da cristandade, pois a busca do seu reino foi, sem dúvida, um incentivo e um catalizador da expansão europeia para Oriente.
Jorge Manuel Moreira Silva
(texto enviado por Chrys CHRYSTELLO,
dialogos_lusofonos@yhaoogrupos.com.br )
A Queda da Índia Portuguesa
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No conturbado ano 1961 um acontecimento entre muitos outros vem abalar profundamente as fundações do regime salazarista: a invasão do Estado da Índia pelas tropas da União Indiana, a 17 de Dezembro. Ao longo de 14 anos, desde a primeira vez que os indianos reivindicaram Goa, a tensão cresce entre Portugal e a União Indiana, apesar da mediação da ONU e de outras instâncias internacionais. Na crença de que Nehru, o "pacifista", não usaria da força contra o "solo sagrado" da pátria portuguesa, Salazar fica profundamente abalado com o ataque. Uma força de 50 000 homens com equipamentos modernos cercaram as colónias portuguesas de Goa, Damão e Diu defendidas apenas por um efectivo de 3 500 militares portugueses. |
27 dezembro 2006
25 dezembro 2006
Recordamos com muito carinho e saudade a passagem do Musidanças pelo Moinho de Maré, de Alhos Vedros, então na sua 4ª edição. Agora, de novo em Lisboa, assinalamos de bom grado a sua realização pelo 6º ano consecutivo e com promessa de novas edições. É obra. Parabéns Firmino.
22 dezembro 2006
(...) Há jornalismo livre em Portugal?
Costumamos ouvir dizer que a comunicação social é o 4º poder, logo a seguir ao governo, ao parlamento e aos tribunais. Se é o 4º ou não, não tem muito interesse, mas lá que tem muito poder é verdade. Ou não vivessemos nós numa sociedade cada vez mais globalizada, onde a informação e a comunicação tem uma importância decisiva para vários tipos de sucesso: político, económico, religioso, desportivo, em que muitas vezes os interesses particulares se sobrepõem aos interesses colectivos.
Portanto, não deixa de ser uma prática corrente, habitual, a utilização da comunicação social para a consecução de determinados fins. Legais e ilegais. Na política, na economia, na religião, no desporto...
Pode o jornalismo ser livre quando se tentam atingir interesses particulares que muitas vezes são lesivos dos interesses colectivos? Claro que sim. No mundo democrata liberal, capitalista, não somos todos iguais, nem temos todos os mesmos direitos, não é verdade? Mas será isso desejável?
(...)
rodrigues dos santos
in, http://lagra.blogspot.com/
IMPREVISÍVEL É... A DESCOBERTA
'A montanha vista num sonho apenas parece existir no tempo e no espaço. Não ocupa nenhum espaço, nem leva qualquer tempo para aparecer e desaparecer. Também assim é o caso do mundo' (Grande Sábio Vashistha).
'A nossa mente olha o Eterno e o faz Tempo'(...) 'A nossa mente olha o Vazio e o faz Espaço' (Grande Sábio Agostinho da Silva).
Enamoramento aos Mestres e um Natal em ILUMINAÇÃO
eduardo espírito santo (gualdim)
bjis
Qualquer alma farão segura e forte,
Porém, fortuna, caso, tempo e sorte
Têm do confuso mundo o regimento.
Efeitos mil revolve o pensamento,
E não sabe a que causa se reporta;
Mas sabe que o que é mais que vida e morte
Que não o alcança humano entendimento.
Doutos varões darão razões subidas
Mas são experiências mais provadas,
E por isto é melhor ter muito visto.
Coisas há que passam sem ser cridas,
E coisas cridas há sem ser passadas
Mas o melhor de tudo é crer em Cristo.
(Luís de Camões)
15 dezembro 2006
"Dobrando Pedaços De Tanto e Tão Pouco"
Viro esquinas
Revolvo lixo
Devolvo sorrisos
Relevo aspectos
Revelo mistérios
Busco verdades
Procuro sentidos
Chuto bolas
Restauro memórias
Relembro detalhes
Recordo pormenores
Ligo casos
Fico atento
Ganho juízo
Perco algo
Resolvo assuntos
Embrulho preocupações
Afasto problemas
Detesto terror
Desgosto horrores
Lamento medos
Desejo positividades
Anseio sonhos
Necessito olhar
Preciso ver
Venho fresco
Repleto de coragem
Cheio de tormentas findas
Carregado de esperanças renovadas
Completo com mil retalhos de vidas passadas e futuros
Ocupado com mil pensamentos que me assolam o eterno presente...
Escrito por manuel de sousa, em Luanda, Angola, a 14 de Dezembro de 2006, saído das brumas Poeirentas do Tempo Intemporal e regressado à Luz do Sol da Mente Cósmica...num processo constante de movimento rodopiante e de vai-e-vem helicoidal ascensional permanente e continuamente infinito..., em Homenagem a todos os Seres que existem ao nosso redor, mas que nossa vista material-física não enxerga, e que eventualmente nos apoiam e guiam em nossa ascensão à Inteligente Central Luz Maior...da Consciência Criadora...
Novo Restaurante Vegetariano em Setúbal
Av Luísa Todi, 123 -2900 Setúbal
Telef.: 265233482
RTPi e a Língua Portuguesa
Os canais internacionais da emissora lusa RTP (RTP Internacional e RTP África) vão transmitir, a partir de sábado (16) o primeiro curso de português para televisão com o objetivo de "ensinar, promover e divulgar a língua portuguesa", divulgou a RTP nesta terça-feira.
O programa "Falamos Português", uma co-produção com a Universidade Aberta (instituição pública de ensino a distância), será constituído, em uma primeira fase, por 25 programas de 25 minutos que serão adaptados para transmitir também na RDP Internacional e RDP África.
Os conteúdos vão ser disponibilizados, de forma gratuita, para os distribuidores do Canadá e dos Estados Unidos que pretendam colocar o formato em Video On Demand (VOD).
Com este projeto, a RTP pretende contribuir "para o ensino do português à distância e para a satisfação das necessidades educativas e culturais" do grande universo de falantes em língua portuguesa, diz o grupo em comunicado. A emissora destaca, neste universo, os emigrantes portugueses, os luso-descendentes, os telespectadores dos Palop (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa) e do Timor Leste, além de um crescente número de estudantes de outras nacionalidades.
A RTP foi a responsável pelo conceito, desenho e gravações do curso, enquanto à Universidade Aberta coube a orientação científica do projeto, a produção em estúdio, a pós-produção e a disponibilizaçã o de conteúdos pedagógicos.
Actualmente, cerca de 30 milhões de lares em um total aproximado de 100 milhões de pessoas recebem, através de assinatura mensal, a RTPi através das diferentes plataformas de cabo e DTH em todo o mundo.Neste número não estão contabilizados os milhões de antenas apontadas aos seis satélites da rede de distribuição da RTPi, também em todo o mundo, em sinal aberto.
Segundo estimativas da Asiasat, cerca de 96 milhões de casas têm antenas do Asiasat 2, o satélite que a RTP utiliza para difusão do seu sinal internacional na Ásia Oceânia, totalizando aproximadamente 360 milhões de pessoas.
in, dialogos_lusofonos@yahoogrupos.com.br
Baixa Mortalidade Infantil em Portugal
De acordo com o relatório «Situação da Infância 2007», do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Portugal é o 13º país (em mais de 180) com a mais baixa taxa de mortalidade infantil.
Suíça, Eslovénia, Finlândia, Itália, Japão, Liechtenstein, Noruega, República Checa, Suécia, Andorra, Singapura, Islândia e San Marino são os países que aprestam uma taxa de mortalidade infantil mais baixa do que Portugal.
Segundo o documento da UNICEF, em 1990 registaram-se em Portugal 14 mortes por cada mil crianças, enquanto em 2005 o número de mortes desceu para cinco em cada mil.
O mesmo relatório indica ainda que em 2005 nasceram em Portugal 111 mil bebés e morreram mil crianças até aos cinco anos de idade.
O documento acrescenta ainda que nesse ano, oito por cento dos bebés em Portugal tinham baixo peso (menos de 2,5 quilos) quando nasceram.
A UNICEF destaca que a taxa de natalidade no país tem vindo a diminuir, tendo-se apenas registado um aumento de 0,3% da população entre 1990 e 2005.
O relatório indica igualmente que Portugal é um dos países do mundo com a esperança média de vida mais elevada, 78 anos.
A esperança média de vida só é mais alta na Suíça, Suécia, Noruega, Nova Zelândia, Finlândia, Holanda, Islândia, Itália, Israel e Luxemburgo.
O relatório da UNICEF refere ainda que em Portugal há um maior número de raparigas matriculadas no ensino secundário do que rapazes.
De acordo com o documento, menos de dois por cento da população portuguesa vive com menos de um dólar por dia (cerca de 80 cêntimos).
Diário Digital / Lusa
10-12-2006
11 dezembro 2006
08 dezembro 2006
O aborto em referendo
Em princípio, pela despenalização - SIM!
Mas votar Sim pela despenalização não é equivalente a votar a favor da prática do aborto. O referendo a que vamos ser chamados é sobre a questão da despenalização criminal e não sobre a legitimidade da prática do aborto.Existem casos em que se poderá compreender muito bem a decisão de abortar como serão o caso das violações, grandes degenerações genéticas verificadas no feto em tempo útil, etc. Nestes casos a decisão, parece-me, deve caber unicamente aos próprios.De resto, tenho dificuldade em julgar alguém que em consciência própria, esclarecida, se decida por fazer um aborto. Por isso estou inclinado a votar pelo SIM à despenalização, embora esteja aberto a ser convencido do contrário.
Se der para fazer uma lista extensa de casos em que seja razoável aceitar a prática do aborto e outra em que a questão deixa de ser admissível, então aí, talvez possa mudar o sentido do meu voto.Também acho que não é só a questão da despenalização que deve ser debatida. O problema deve ser aberto a um debate o mais amplo possível, mais que não seja para se perceber melhor os prós e os contras.
Mas nitidamente me parece que um debate sobre a prática do aborto não poderá deixar de passar pela primazia da defesa da Vida.
Enfim, satisfaz-me pensar que a emancipação cívica face aos poderes partidários instituídos está a passar por aqui. Bem hajam.
cf., Carlos, A Despenalização do Aborto em Debate, http://pauga.blogspot.com , Dez. 2006.
O Microcrédito e o Prémio Nobel da Paz
Esta distinção é também o reconhecimento da importância que o microcrédito granjeou em todo o mundo, tanto em países do Terceiro Mundo como em países desenvolvidos. Para as organizações, como a ANDC, que desenvolve a sua actividade na área do microcrédito este é um momento de grande estímulo e, simultaneamente, de incentivo a continuarem na procura de soluções que possam contribuir para a erradicação da pobreza e uma maior justiça económica e social.
A Associação Nacional de Direito ao Crédito, fundada em Dezembro 1998 e tendo iniciado a sua actividade de microcrédito em Abril 1999, quis associar-se ao evento promovendo várias iniciativas, entre as quais se destaca a realização de uma sessão/debate subordinada ao tema: «Microcrédito, Justiça, Paz e Desenvolvimento», na qual serão intervenientes o Dr. Fernando Medina (Secretário de Estado do Emprego e Formação Profissional), o Prof. Mário Murteira e a Profª Manuela Silva. O debate terá lugar no dia 14 de Dezembro, às 21h 30mn, no ISCTE - Auditório Afonso de Barros.
contactos:
José Centeio
Secretário-geral
Tel. 21 315 52 71
j.centeio@microcredito.com.pt
MICROCRÉDITO
www.microcredito.com.pt
Associação Nacional de Direito ao Crédito
Praça José Fontana, 4 – 5º, 1050-129 LISBOA
Tel. 21 315 62 00. Fax. 21 315 62 02
microcredito@microcredito.com.pt
Poema de Natal
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos
Por isso precisamos velar,
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez, de amor
Uma prece por quem se vai
Mas que essa hora não esqueça
E que por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.
(Vinicius de Morais)
dialogos_lusofonos@yahoogrupos.com.br
O silêncio dos bons...
Martin Luther King
Há muito que desliguei os canais de recepção do ruído político nacional ou regional e dedico-me, apenas, a viver os anos que me restam devolvendo à sociedade parte daquilo que aprendi. Não posso, porém, deixar passar em branco que - mais do que nunca - é preciso emular a célebre frase de John Fitzgerald Kennedy “Não perguntes o que o teu país pode fazer por ti, mas o que podes fazer pelo teu país”. E que vejo eu senão deputados, administradores de bancos e outras empresas públicas com reformas chorudas e pouquíssimos anos de descontos para a reforma? Que vejo senão lucros exorbitantes de todos os bancos portugueses e das grandes empresas onde os seus administradores (na maioria ex-ministros, ex-deputados, ex-qualquer coisa) recebem dividendos ainda mais desmedidos? As frotas ao dispor dos ministérios são renovadas assiduamente, os motoristas fardados especializados em quebrar todas as barreiras de velocidade, continuam a proliferar. Os professores foram escolhidos para bode expiatório da crise e têm as carreiras congeladas, mas então, todos os outros podem prosseguir nas suas carreiras? Os alunos – esses não precisam de estudar ou aprender – porque lhes garantem a passagem automática para não estragar as estatísticas em Bruxelas. As pontes caem mas a culpa é do Divino ou da Mãe-Natureza, as estradas ficam cortadas com as primeiras chuvas porque nunca ninguém se preocupou em arranjá-las (ah! Que saudade dos cantoneiros da minha infância!) ou mantê-las. Como eu gostava de ver políticos a pensarem no verdadeiro país e não no bem-estar futuro deles e dos seus correligionários, capazes de criarem um parlamento com uma centena ou menos de deputados, capazes de legislarem, de simplificarem a burocracia (essa teia invisível que tolhe toda a iniciativa) e de pensarem no progresso da Nação sem equacionarem esse progresso com betão ou alcatrão. Sonhei um dia que o centro do país tinha deixado de ser Lisboa, e lá apenas estava a sede do governo, nada mais, mas depressa vi que isso nunca seria possível a menos que houvesse um novo terramoto como o de 1755. Sonhei com as aldeias cheias de crianças e as escolas reactivadas, os campos de novo cultivados e os mais idosos a aproveitarem os últimos anos de vida. Gostava de ver os senhores todos poderosos que mandam no povo a estarem horas à espera em qualquer hospital, repartição pública, tribunal, como os comuns mortais. A apanharem os péssimos transportes públicos colectivos em vez de serem conduzidos aos seus gabinetes almofadados e condicionados, a tirarem o seu número na fila para isto ou para aquilo, sem privilégios nem mordomias. Ah! Como eu gostava de os ver abastecerem as suas viaturas na bomba de gasolina e de gasóleo e insurgirem-se com o excesso de impostos que sobre aqueles produtos recaem. A viverem sem um médico de família como não sei quantos milhões de portugueses. Gostava, por último de os ver a falar português (em vez de os escutar no seu novo-riquismo saloio a provarem que falam línguas) e a fazerem férias em Portugal. Foi, então, que entendi porque é que uma recente sondagem dizia que havia gente a querer unir-se à Espanha à revelia de todos os nossos antepassados, o que eles querem é a vida fácil e sem esforço, que as vantagens de uma união traria, sem terem de se esforçar ou trabalhar, pois sabem que os subsídios de Bruxelas já não são o que eram e para isso troca-se a nacionalidade e novecentos anos de história por umas esmolas do país vizinho. Uma boa solução dentro da politica nacional do desenrascanço. Por isso tudo, não posso continuar silente e tenho de erguer aqui o meu grito de revolta porque aquilo que todos ouvimos é apenas o grito dos violentos, dos corruptos, dos desonestos, dos sem-carácter, dos sem-ética.
Chrys CHRYSTELLO, 03-12-2006
ACL Mentor (Information Technology Research Institute), University of Brighton, UK.
Reviewer Helsinki University (Translation Studies Department Publications) Finland
Jornalista [International Press Card AU 0306, Australian Journalists' Association – MEEA, member 2977131]
Preside aos Comités Executivos dos Colóquios da Lusofonia e dos Encontros Açorianos da Lusofonia
chryschrystello@journalist.com
02 dezembro 2006
um altar em construção
que inventaste uma nova religião
nunca foste a uma missa, nunca fizeste comunhão
depressa largaste a lei do Tao
a pureza matemática macrobiótica,
meditação transcendental, o Induismo, os Vedas
a primeira abandonaste, os outros nunca tentaste.
Arreda Satanás,
É verdade que te ligaste aos espíritos antepassados
aos mortos que continuam vivos
princípios gerais de primitivos animismos
vagueiam-te pelos pensamentos
elementos simples de livres budismos,
tu amante de diárias leituras cristãs
que tal como todos os jurados caminhos
de místicos, profetas e videntes, em ascensão
procuram as portas da libertação, da carne
anúncios de uma outra proeminência.
Arreda Satanás,
Sentes-te um Português de longe, não é?
conquistador, navegante, templário
de cruz vermelha em manto branco ao peito,
combatente não activo de Dinis
militante pacifista universal
de um lugar para a Língua Portuguesa,
um mensageiro de Isabel
que te trouxe a coroa de Rei dos Judeus
a coroa dos eleitos, do Espírito Santo
a lembrar as insígnias no alto da cruz,
um cavaleiro de Jorge
um vencedor de dragões
um sinaleiro de pombas.
Arreda Satanás,
Agora que todos juntaste é verdade ou não
que temos uma nova religião?
A religião das religiões.
Assente em rudimentar filosofia, é certo
numa pretensão de ser tudo
aprendiz de Deus entre deuses
quando se é pouco mais que nada
de fracos poderes entre os vivos
entre firmes pilares de limitados horizontes
todavia, um ser nada que não é vazio
um nada absoluto sedento de liberdade
troca-tintas de exercícios orientais, físicos e mentais
praticante de preces locais
com poderes especiais no jogo da vida
De uma Vida que em si é tudo
em curtes vegetarianas a meio tempo
curioso de práticas reikianas
buscador de apostólicas energias de cura
de revelados óleos essenciais
ou de naturais essências
que também vêm através das ciências
e do que mais estará por vir
porque tudo isto é tanto muito pouco
Luis Santos
01 dezembro 2006
MUSIDANÇAS 2006
As terças-feiras em Lisboa nunca mais serão as mesmas
Convidamo-vos a estarem presentes no MUSIDANÇAS 2006
no ONDAJAZZ , Rua Arco de Jesus, 7 ao Campo das Cebolas,
Programação em www.musidancas.com
PROGRAMA PARA ESTA TERÇA-FEIRA
entrada 6 €
5 Dezembro – LINDU MONA – Angola
FRANCISCO NAIA – Portugal
FOTOGRAFIA - de 5 DEZEMBRO A 19 DEZEMBRO com Pedro Silva
VENDA DE CD COMPILAÇÃO “MUSIDANÇAS 2006” no local
e no site www.musidancas.com com músicas de vários artistas presentes no Festival
Bilhetes á venda no local ou pelo número 218873064 ou bar@ondajazz.com
Captação e Edição de Som – Cláudio Silva
Realização de Imagem – Ricardo Pastor
Som – Ondajazz e Musidanças
Apoio logístico – Ondajazz
Design Gráfico – escaja.design
Jorge, de Caetano Veloso
http://www.breastfeedingfortheworld.net/Denise/Salve%20Jorge.mp3
Jorge sentou praça na cavalaria
e eu estou feliz porque eu tambem sou da sua companhia
eu estou vestido com as roupas e as armas de Jorge
para que meus inimigos tenham pés, mas não me alcancem
para que meus inimigos tenham mãos e não me toquem
para que meus inimigos tenham olhos, e nao me vejam
e nem mesmo um pensamento eles possam ter para me fazerem mal
armas de fogo, meu corpo nao alcançarão
facas e espadas se quebrem, sem o meu corpo tocar
cordas, correntes arrebentem, sem o meu corpo amarrar
pois eu estou vestido com as roupas e as armas de Jorge
Jorge é de Capadócia,
salve Jorge, salve Jorge!
salve Jorge, salve Jorge!
salve Jorge, salve Jorge!
Culto de São Jorge
O culto a S Jorge no Brasil
representa um dos elos mais fortes entre Brasil e Portugal
Das capelas da realeza para o catolicismo do povo, sobre o corcel, matando o dragão, o culto a São Jorge revela sua vitalidade. Poucos santos representam tão bem quanto ele os laços entre Brasil e Portugal. No Brasil ele está presente nos altares das Igrejas, nos gongás de Umbanda, nos nichos domésticos, na fachada das lojas, nas oficinas mecânicas.São Jorge conquistou os reis portugueses, desde a fundação de Portugal, seus suditos mais humildes e com eles atravessou o Atlântico.A partir do reinado de D João I , século XIV, São Jorge passou a representar o compromisso de Portugal com a fé católica. Mas foi a introdução do Santo na procissão do Corpo de Cristo, em 1837, a grande causa de o santo se ter tornado uma figura popular.
A devoção a S Jorge junto com a festa do Corpo de Cristo é uma das mais tradicionais festas do Brasil e é comemorada no país desde a chegada dos portugueses.
Também a confeção de tapetes de rua é uma manifestação de arte popular que tem origem na comemoração do Corpo de Cristo. A tradição de enfeitar as ruas surgiu em Ouro Preto, cidade histórica do interior de Minas Gerais
Tapete para receber a procissão de Corpus Christi na cidade de Ouro Fino - MG Foto de Dorival Junior Em Portugal continental e insular ocorrem várias formas de comemorar o Corpo de Deus. Em Monção, Portugal continental, no Norte, no dia do Corpo de Deus, a festa inclui um pitoresco «combate» ritual entre São Jorge e o dragão. in, |
entre nós e as palavras
para mário cesariny no dia da sua morte
um dia
entre os meus dedos frios
saberei segurar um cigarro com o amor
com que deixavas refulgente no éter
a rosa imensa do poema ou da pintura
(tanto faz)
um dia – (já)
o amor que perdeste
esse homem – esse único ser que amaste
voltará para os teus braços
e todos os poemas terão valido a pena
todas as rosas respirarão ao alto
e a chuva escorrerá entre os dedos amantes
ainda possíveis
um dia
os meus dedos serão como os teus
amarelos de um fumo construtor
:o teu amor
um dia
o mar não terá navios
nem espelhos
nem mastros
nem corações desfeitos
esta noite o teu corpo gastou-se
mas não se esgotou
corre o perfume do teu olhar
como um pássaro de asas imensas
e garras ferozes – hoje
mário
poderás ver-nos de cima
e rir de tudo voando só cabeça
enquanto o corpo se aninha na pele
amorosa do homem-luz que há tanto esperavas
26 de Novembro de 2006
Frederico Mira George
http://saudadesdeantero.blogspot.com/