19 dezembro 2007
18 dezembro 2007
Sobre a espiritualidade de Agostinho da Silva
"Como vimos, a espiritualidade e o ecumenismo agostinianos, paracléticos, cumprem-se não na formulação de uma nova religião, sincrética, que a todas reúna e amalgame, nem mesmo enquanto religião do Espírito Santo, enquanto centro unificador de toda a vida espiritual e religiosa, mas antes numa experiência do Espírito, do divino ou do absoluto – isso que designa como “metanóia” ou “samadhi” - , acessível por muitas vias, religiosas ou não, sendo assim compatível com a existência dessa pluralidade diferenciada de caminhos que só será em definitivo transcendida quando todos os homens e seres comungarem a mesma experiência, inaugurando a trans-histórica era do Espírito Santo ou “os tempos de ser Deus” visionária e profeticamente anunciados. Todavia, para aqueles que desde já antecipam essa pneumofania, para aqueles que acedem a essa experiência plena ou pelo menos ao seu vislumbre, e a partir daí consideram a pluralidade diferenciada das religiões e vias, esta torna-se extremamente relativa ou mesmo evanescente, como para o centro vazio da roda que pudesse observar os múltiplos raios que dele partem e nele convergem (conhecida imagem taoísta, usada por Agostinho) ou para o viajante que, havendo chegado ao cume da montanha, pudesse contemplar, a toda a volta, as múltiplas veredas que lá igualmente conduzem. É nesse sentido que nos parece que Agostinho da Silva confessa que, apesar de usar predominantemente a linguagem da via religiosa que começa por praticar, e na medida em que aprofunda essa prática, já não se limita a ser um praticante dessa religião, no caso o catolicismo cristão, sem que o passe a ser de outra. Aliás, optando pelo “Nada que é Tudo” como melhor expressão do divino e do absoluto, mostra encontrar nele a possibilidade de conciliar todas as formas, nomes e imagens divinas com a sua total ausência, negação ou superação. Como diz, em dois aforismos significativamente sucessivos de um texto ainda inédito: “Não sou inglês por falar inglês. Não passo a ser católico se uso a linguagem católica”; “Aviso aos que não concebem que sob o Deus católico possa haver o nada dos budistas” .
Todavia, se a experiência de Deus, do Espírito ou do absoluto é uma transcendência de todas as vias, religiosas ou não, ela converte-se, ao mesmo tempo, e por isso mesmo, no sentimento da sua plena e total integração e cumprimento, sem qualquer contradição, como não há contradição em considerar os raios da roda inseparáveis do seu centro vazio ou o cume da montanha inseparável de todos e cada um dos caminhos que de lá partem e lá conduzem. Daí, ainda sem contradição, outra afirmação: “Claro que sou cristão; e outras coisas, por exemplo budista, o que é, para tantos, ser ateísta; ou, outro exemplo, pagão. O que, tudo junto, dá português, na sua plena forma brasileira”.
- Paulo Borges, Tempos de Ser Deus. A espiritualidade ecuménica de Agostinho da Silva, Lisboa, Âncora Editora, 2006, pp.189-192.
Todavia, se a experiência de Deus, do Espírito ou do absoluto é uma transcendência de todas as vias, religiosas ou não, ela converte-se, ao mesmo tempo, e por isso mesmo, no sentimento da sua plena e total integração e cumprimento, sem qualquer contradição, como não há contradição em considerar os raios da roda inseparáveis do seu centro vazio ou o cume da montanha inseparável de todos e cada um dos caminhos que de lá partem e lá conduzem. Daí, ainda sem contradição, outra afirmação: “Claro que sou cristão; e outras coisas, por exemplo budista, o que é, para tantos, ser ateísta; ou, outro exemplo, pagão. O que, tudo junto, dá português, na sua plena forma brasileira”.
- Paulo Borges, Tempos de Ser Deus. A espiritualidade ecuménica de Agostinho da Silva, Lisboa, Âncora Editora, 2006, pp.189-192.
Imagens do Hubble
16 dezembro 2007
Platão às Terças
Na próxima terça-feira, dia 18 de Dezembro, às 18h00, na Associação Agostinhoda Silva, o Professor Trindade Santos, prestigiado especialista em Filosofia Antiga, antigo professor da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa,actualmente a leccionar na Universidade Federal da Paraíba (Brasil), realizaráum Conferência subordinada ao tema "Presença de Deus nos diálogos platónicos: A moldura mítico-religiosa da teoria das Formas".
Sinopse: Falar de Deus nos diálogos platónicos obriga a explicar previamente aperspectiva pela qual o tema será abordado. Chamarei Deus ao poder que insere ohomem numa realidade transcendente, da qual a sua vida recebe o sentido. A tudo o que o faz sair de si, sem que esse movimento se possa inteiramente explicar,ou justificar, pela presença nele de uma força íntima, que lhe seja própria. Se me for concedida essa liberdade, da qual poderei reclamar-me pelacircunstância de Platão e a cultura em que viveu não terem tido contacto comuma Verdade revelada, tentarei deixar claro a qualquer leitor de Platão que a presença de Deus nos diálogos se estende a tudo o que é dito, como condição,sentido e finalidade do próprio discurso.A concepção platónica do divino manifesta-se antes de tudo nas teorias do"Amor" e do "Saber". Mas é vão tentar abordá-las sem referir o tratamento que as noções de "Alma" e "Cidade", nas quais se acham inseridas, recebem nosdiálogos. É a estes quatro tópicos que prestarei atenção nesta primeira conferência.
Esta será a primeira de um ciclo de 3 conferências(as outras duas realizar-se-ão a 8 e 15 de Janeiro, também às terças, a partir da 18h00).
A entrada é livre.
Solicita-se a difusão desta mensagem
Programa completo: www.agostinhodasilva.pt
Para mais informações: 967044286 (Renato Epifânio)
--Associação Agostinho da Silva
Rua do Jasmim 11, r/c1200-228 LisboaTel: 213422783 / 967044286
Email: AgostinhodaSilva@mail.ptUrl: http://www.agostinhodasilva.pt
Sinopse: Falar de Deus nos diálogos platónicos obriga a explicar previamente aperspectiva pela qual o tema será abordado. Chamarei Deus ao poder que insere ohomem numa realidade transcendente, da qual a sua vida recebe o sentido. A tudo o que o faz sair de si, sem que esse movimento se possa inteiramente explicar,ou justificar, pela presença nele de uma força íntima, que lhe seja própria. Se me for concedida essa liberdade, da qual poderei reclamar-me pelacircunstância de Platão e a cultura em que viveu não terem tido contacto comuma Verdade revelada, tentarei deixar claro a qualquer leitor de Platão que a presença de Deus nos diálogos se estende a tudo o que é dito, como condição,sentido e finalidade do próprio discurso.A concepção platónica do divino manifesta-se antes de tudo nas teorias do"Amor" e do "Saber". Mas é vão tentar abordá-las sem referir o tratamento que as noções de "Alma" e "Cidade", nas quais se acham inseridas, recebem nosdiálogos. É a estes quatro tópicos que prestarei atenção nesta primeira conferência.
Esta será a primeira de um ciclo de 3 conferências(as outras duas realizar-se-ão a 8 e 15 de Janeiro, também às terças, a partir da 18h00).
A entrada é livre.
Solicita-se a difusão desta mensagem
Programa completo: www.agostinhodasilva.pt
Para mais informações: 967044286 (Renato Epifânio)
--Associação Agostinho da Silva
Rua do Jasmim 11, r/c1200-228 LisboaTel: 213422783 / 967044286
Email: AgostinhodaSilva@mail.ptUrl: http://www.agostinhodasilva.pt
15 dezembro 2007
14 dezembro 2007
Uma Língua de Fogo
17.
Iberia
Hubo un tiempo
en que peleámos
infantiles nos matámos uno al otro
Hubo mismo un tiempo
en el que exageradamiente me hiciste tuyo:
llegaste y reynaste, me tomando todo
hasta que de nuevo nos matámos uno al otro.
Esos tiempos cambiáran.
Hoy te quiero solamente amiga
y signo de eso mismo es hacer
de mi canto tu língua,
mostrar te que al meter me en tu piel
te quiero respectar como eres
como se de mi mismo se tratara,
te quiero plenamente comprender
y se necessario discordar,
pero desta vez ya en paz.
Al diante de hoy mano com mano
caminãremos.
a um anónimo António,
a Espanha!,
com os devidos agradecimentos ao Manuel João
que me conseguiu a tradução.
Iberia
Hubo un tiempo
en que peleámos
infantiles nos matámos uno al otro
Hubo mismo un tiempo
en el que exageradamiente me hiciste tuyo:
llegaste y reynaste, me tomando todo
hasta que de nuevo nos matámos uno al otro.
Esos tiempos cambiáran.
Hoy te quiero solamente amiga
y signo de eso mismo es hacer
de mi canto tu língua,
mostrar te que al meter me en tu piel
te quiero respectar como eres
como se de mi mismo se tratara,
te quiero plenamente comprender
y se necessario discordar,
pero desta vez ya en paz.
Al diante de hoy mano com mano
caminãremos.
a um anónimo António,
a Espanha!,
com os devidos agradecimentos ao Manuel João
que me conseguiu a tradução.
13 dezembro 2007
11 dezembro 2007
Relaxamento e Meditação
Olá :)
Informo que as aulas mensais de sábado são aulas abertas a todos os que estejam interessados em aprender técnicas simples de Relaxamento e Meditação, mesmo para aqueles que não podem comparecer nas aulas semanais de 4ª feira.
Assim, venha desfrutar de um momento único de relaxamento que lhe proporciona o encontro consigo próprio, seja através de exercícios respiratórios, da observação interna ou do encontro com o som suave das taças tibetanas!
A próxima aula é neste sábado, dia 15 de Dezembro, das 16h00 às 17h30.
Contribuição: 10 €
Material: roupa confortável, manta e 1 par de meias
Próximas datas:
5 de Janeiro de 2008
2 de Fevereiro de 2008
1 de Março de 2008
(o horário é das 16h00 às 17h30)
Agradeço a divulgação.
Abraço,
Paula Soveral
tlm: 93.6423440
www.paulasoveral.net
Informo que as aulas mensais de sábado são aulas abertas a todos os que estejam interessados em aprender técnicas simples de Relaxamento e Meditação, mesmo para aqueles que não podem comparecer nas aulas semanais de 4ª feira.
Assim, venha desfrutar de um momento único de relaxamento que lhe proporciona o encontro consigo próprio, seja através de exercícios respiratórios, da observação interna ou do encontro com o som suave das taças tibetanas!
A próxima aula é neste sábado, dia 15 de Dezembro, das 16h00 às 17h30.
Contribuição: 10 €
Material: roupa confortável, manta e 1 par de meias
Próximas datas:
5 de Janeiro de 2008
2 de Fevereiro de 2008
1 de Março de 2008
(o horário é das 16h00 às 17h30)
Agradeço a divulgação.
Abraço,
Paula Soveral
tlm: 93.6423440
www.paulasoveral.net
10 dezembro 2007
09 dezembro 2007
Bolo não cresce se você não agradece
Bolo não cresce se você não agradece —, Jaqueline costumava dizer quando me via batendo uma receita de bolo.
Acostumada com suas esquisitices, eu fingia não ouvir econtinuava o trabalho. Afinal, os meus bolos cresciam satisfatoriamente e havia tão poucas coisas a agradecer que se eu levasse o conselho a sério, estaria limitada a poucos bolos.
Com Jaqueline, eu pensava, não era diferente; sua vida estava mais para um mar de espinhos que de rosas. Conhecera o sofrimento de perto, de tão perto que o danado tomou-se de amores por ela. Romance sofrido, velado pelas granadas nazistas que pipocavam nos quintais de sua infância, pelas infiltrações no quartinho úmido de sua juventude em Londres, por um casamento “desgostoso”, como ela mesma dizia, e por uma velhice sustentada pelas aulas particulares de francês para alunos que aprendiam tão rápido (ela inventara um misteriosométodo) que em pouco tempo dispensavam as aulas.
O engraçado é que com quase nada para agradecer, ela agradecia. E seus bolos cresciam bem mais que os meus. Eram enormes, fofos por dentro e involucrados por uma fina crosta dourada que dissolvia na boca e dourava o coração.
Às vezes ela batia palmas no portão pela manhã, trazendo-me uma fatia embrulhada. Um cadeaux dourado, por vezes decorado e recheado. Chegava sempre exatamente no instante em que os obstáculos da vida ou a desilusão do viver enodoavam meu coração de ferrugem.
— Você não agradece, mas agradeço por você e o bolo cresce —, ela me dizia indiferente ao meu olhar trotskista.
Não, não seria eu que agradeceria por tudo aquilo que a vida me roubara, pelas humilhações, pelos bolsos sempre vazios, pelos ultrajes, pela má fé dos outros a interferir no sustento de minha família, e nem pelas noites insones à procura de soluções. Eu acreditava na revolução trotskista e, como Frida Kahlo, vislumbrava um mundo livre de opressões, onde não haveria espaço para a exploração do homem pelo próprio homem e para negociatas corruptas, injustiças sociais e empobrecimento da arte. Jaqueline sorria ao testemunhar meu coração rebelde e, invariavelmente, dizia:
— Coma o bolo porque existem dores que nenhuma revolução trotskista resolve. Sua amiga, Kahlo, soube muito bem disso.
O tempo passou, a revolução não aconteceu, o esqueleto de Frida Kahlo virou pó e meus bolos continuaram a crescer satisfatoriamente, enquanto os de Jaqueline, agradecidos pelas dádivas que só ela via, agigantavam-se nas formas.
Talvez pelo fracasso da revolução ou pela constatação de que somente a dor é socialista, deixei de perguntar a Jaqueline pelos motivos dos agradecimentos e me conformei com os bolos que eu fazia, sempre menores que os dela.
Quando Jaqueline atendeu a solicitação de Deus e me vi só, sem nenhuma concorrência para os meus bolos, acrescentei um item a mais em minha lista de desilusões. Não, não seria eu a agradecer pela minha alma vazia, pelo buraco que sua partida cavara em meu coração, pelo portão mudo de palmas. Não, se Jaqueline pensava que sua falta me faria agradecer, ela que se contentasse com bolos satisfatoriamente crescidos!
Algumas semanas se passaram até que pela saudade a dilacerar meu peito ou pela tênue esperança de que o aroma a trouxesse de volta, eu resolvi fazer o bolo que ela mais gostava, o bolo de chocolate com queijo. Logo que comecei a bater a massa, eu me vi inundada por uma avalanche de lembranças que estranhamente adocicavam o meu coração, retirando todo o amargor que nele condensava como um tumor. Já não havia espaço para reclamações, desgostos com Deus, ou para a incômoda sensação de ter sido esquecida por Ele; havia somente o desfile das boas lembranças dos instantes em que eu eJaqueline trocávamos receitas e livros, tomávamos café, alimentávamos sonhos, confidenciávamos segredos, chorávamos pelos projetos não realizados, ríamos dos mesmos projetos alguns anos depois, ouvíamos música, criticávamos desafetos e exaltávamos amigos.
Naquele instante em que a colher de pau formava as espirais na massa guardava-se a história de duas mulheres que sonhavam o mundo entre pitadas de sal e colheres de fermento. Agradeci do fundo do meu coração por esses momentos e pela dádiva de ter tido uma verdadeira amiga. O bolo cresceu de maneira espantosa e dentro de mim ouvi outra vez a voz de Jaqueline:
— Eu não disse que o bolo cresce quando se agradece!.
Desde então tenho reservado aos bolos os meus agradecimentos por tudo o que a vida tem me dado. E quando a desilusão e o amargor querem invadir minha alma, lembro de Che Guevara a dizer: “Há que endurecer, mas sem perder a ternura”.
Dentro de mim ecoa o riso franco de Jaqueline, enquanto ela me diz que descobriu na cozinha de Deus que Guevara é um grande cozinheiro!
Marcia Frazão
obs: este texto foi extraído de meu livro "A Cozinha Mágica de Marcia Frazão", editado pela Ediouro. A receita do Bolo de Chocolate está lá.
Acostumada com suas esquisitices, eu fingia não ouvir econtinuava o trabalho. Afinal, os meus bolos cresciam satisfatoriamente e havia tão poucas coisas a agradecer que se eu levasse o conselho a sério, estaria limitada a poucos bolos.
Com Jaqueline, eu pensava, não era diferente; sua vida estava mais para um mar de espinhos que de rosas. Conhecera o sofrimento de perto, de tão perto que o danado tomou-se de amores por ela. Romance sofrido, velado pelas granadas nazistas que pipocavam nos quintais de sua infância, pelas infiltrações no quartinho úmido de sua juventude em Londres, por um casamento “desgostoso”, como ela mesma dizia, e por uma velhice sustentada pelas aulas particulares de francês para alunos que aprendiam tão rápido (ela inventara um misteriosométodo) que em pouco tempo dispensavam as aulas.
O engraçado é que com quase nada para agradecer, ela agradecia. E seus bolos cresciam bem mais que os meus. Eram enormes, fofos por dentro e involucrados por uma fina crosta dourada que dissolvia na boca e dourava o coração.
Às vezes ela batia palmas no portão pela manhã, trazendo-me uma fatia embrulhada. Um cadeaux dourado, por vezes decorado e recheado. Chegava sempre exatamente no instante em que os obstáculos da vida ou a desilusão do viver enodoavam meu coração de ferrugem.
— Você não agradece, mas agradeço por você e o bolo cresce —, ela me dizia indiferente ao meu olhar trotskista.
Não, não seria eu que agradeceria por tudo aquilo que a vida me roubara, pelas humilhações, pelos bolsos sempre vazios, pelos ultrajes, pela má fé dos outros a interferir no sustento de minha família, e nem pelas noites insones à procura de soluções. Eu acreditava na revolução trotskista e, como Frida Kahlo, vislumbrava um mundo livre de opressões, onde não haveria espaço para a exploração do homem pelo próprio homem e para negociatas corruptas, injustiças sociais e empobrecimento da arte. Jaqueline sorria ao testemunhar meu coração rebelde e, invariavelmente, dizia:
— Coma o bolo porque existem dores que nenhuma revolução trotskista resolve. Sua amiga, Kahlo, soube muito bem disso.
O tempo passou, a revolução não aconteceu, o esqueleto de Frida Kahlo virou pó e meus bolos continuaram a crescer satisfatoriamente, enquanto os de Jaqueline, agradecidos pelas dádivas que só ela via, agigantavam-se nas formas.
Talvez pelo fracasso da revolução ou pela constatação de que somente a dor é socialista, deixei de perguntar a Jaqueline pelos motivos dos agradecimentos e me conformei com os bolos que eu fazia, sempre menores que os dela.
Quando Jaqueline atendeu a solicitação de Deus e me vi só, sem nenhuma concorrência para os meus bolos, acrescentei um item a mais em minha lista de desilusões. Não, não seria eu a agradecer pela minha alma vazia, pelo buraco que sua partida cavara em meu coração, pelo portão mudo de palmas. Não, se Jaqueline pensava que sua falta me faria agradecer, ela que se contentasse com bolos satisfatoriamente crescidos!
Algumas semanas se passaram até que pela saudade a dilacerar meu peito ou pela tênue esperança de que o aroma a trouxesse de volta, eu resolvi fazer o bolo que ela mais gostava, o bolo de chocolate com queijo. Logo que comecei a bater a massa, eu me vi inundada por uma avalanche de lembranças que estranhamente adocicavam o meu coração, retirando todo o amargor que nele condensava como um tumor. Já não havia espaço para reclamações, desgostos com Deus, ou para a incômoda sensação de ter sido esquecida por Ele; havia somente o desfile das boas lembranças dos instantes em que eu eJaqueline trocávamos receitas e livros, tomávamos café, alimentávamos sonhos, confidenciávamos segredos, chorávamos pelos projetos não realizados, ríamos dos mesmos projetos alguns anos depois, ouvíamos música, criticávamos desafetos e exaltávamos amigos.
Naquele instante em que a colher de pau formava as espirais na massa guardava-se a história de duas mulheres que sonhavam o mundo entre pitadas de sal e colheres de fermento. Agradeci do fundo do meu coração por esses momentos e pela dádiva de ter tido uma verdadeira amiga. O bolo cresceu de maneira espantosa e dentro de mim ouvi outra vez a voz de Jaqueline:
— Eu não disse que o bolo cresce quando se agradece!.
Desde então tenho reservado aos bolos os meus agradecimentos por tudo o que a vida tem me dado. E quando a desilusão e o amargor querem invadir minha alma, lembro de Che Guevara a dizer: “Há que endurecer, mas sem perder a ternura”.
Dentro de mim ecoa o riso franco de Jaqueline, enquanto ela me diz que descobriu na cozinha de Deus que Guevara é um grande cozinheiro!
Marcia Frazão
obs: este texto foi extraído de meu livro "A Cozinha Mágica de Marcia Frazão", editado pela Ediouro. A receita do Bolo de Chocolate está lá.
Silêncio: Vai-se dizer poesia
Ruy Belo, Ramos Rosa, Eugénio de Andrade, Sophia de Mell Breyner, Herberto Hélder. Para ouvir clicar aqui:
07 dezembro 2007
Uma Língua de Fogo
16.
Argonautas
Que não só já no mar
é na terra e no ar
que nós nos sentimos a navegar
Trocámos a bússola pelos sentidos
no lugar da vela latina pusémos o coração
abrimos o peito ao vento
e sentimo-nos a navegar no ar
Barco alado, velo de ouro
amarrado à terra
à volta das gentes
entre histórias de desencontros
e de lamúrios entre dentes
navegamos
em terra e no ar
que não só já no mar.
Argonautas
Que não só já no mar
é na terra e no ar
que nós nos sentimos a navegar
Trocámos a bússola pelos sentidos
no lugar da vela latina pusémos o coração
abrimos o peito ao vento
e sentimo-nos a navegar no ar
Barco alado, velo de ouro
amarrado à terra
à volta das gentes
entre histórias de desencontros
e de lamúrios entre dentes
navegamos
em terra e no ar
que não só já no mar.
06 dezembro 2007
05 dezembro 2007
MEL - Um Milagre pela Vida
Incomparável " FONTE " de vitalidade e energia, resultado de uma transformação do néctar retirado das flores pelas abelhas o mel transmite ao homem os princípios ativos contidos nos vegetais. Alimento excepcional contém vitaminas A, B1, B2, B6, C, E, K e PP, proteínas, minerais e ácidos reconhecidos por sua ação bacteriana, o que lhe confere as propriedades de antibiótico natural. Tudo em proporções bem dosadas.
Sem dúvida, o produto mais perfeito da natureza, indispensável para o equilíbrio biológico do nosso corpo. E o que acontece quando essa mistura de substâncias vitais chega ao nosso organismo? Uma EXPLOSÃO DE ENERGIA ! As abelhas fabricam o "MEL" com o mais fino material existente, que é o "néctar das flores", destinam-no às suas delicadas larvas.
É um alimento tão sensível que nunca deve ser fervido, para que não perca suas valiosas propriedades, quando muito apenas ligeiramente aquecido. Sua cristalização é garantia de pureza, pois esse processo natural não prejudica suas propriedades nutritivas.
As propriedades medicinais do mel são várias, de acordo com a planta que lhe deu origem. As mais comuns são: Mel da flor de laranjeira, Mel da flor de eucalyptus, Mel da flor de maçã, Mel da flor de assa-peixe, Mel da flor de cajú, Mel da flor de angico, e outros; são muitos tipos de floradas diferentes, de acordo com a época de floração e região. Alimento que não produz resíduos, pré-digerido pela abelha, contém açúcares de cadeia curta que vão direto para a corrente sangüínea, de fácil assimilação e digestão, é rápida e completa - mente absorvido pelo organismo, e, portanto, NÃO ENGORDA !!! O Mel como " FONTE " de energia excede a todos os alimentos naturais, é benéfico para todas as pessoas, desde recém-nascidos até idosos. Pode ser consumido à vontade. Adquirindo esse delicioso hábito poderemos suprir nosso organismo de todas as necessidades e manter a saúde sempre em dia, sem risco de doenças.
INDICAÇÃO: aparelho digestivo e respiratório, atletas, coração, cirurgias, controle renal, câimbras, contra microorganismos, tensão e depressão, fígado, para os olhos, rins, pele, pediatria, sistema nervoso e muito mais...
USO: Todos os dias e horas sem interrupção.
(este mail melado foi enviado por Sidnei Bispo Santos)
Sem dúvida, o produto mais perfeito da natureza, indispensável para o equilíbrio biológico do nosso corpo. E o que acontece quando essa mistura de substâncias vitais chega ao nosso organismo? Uma EXPLOSÃO DE ENERGIA ! As abelhas fabricam o "MEL" com o mais fino material existente, que é o "néctar das flores", destinam-no às suas delicadas larvas.
É um alimento tão sensível que nunca deve ser fervido, para que não perca suas valiosas propriedades, quando muito apenas ligeiramente aquecido. Sua cristalização é garantia de pureza, pois esse processo natural não prejudica suas propriedades nutritivas.
As propriedades medicinais do mel são várias, de acordo com a planta que lhe deu origem. As mais comuns são: Mel da flor de laranjeira, Mel da flor de eucalyptus, Mel da flor de maçã, Mel da flor de assa-peixe, Mel da flor de cajú, Mel da flor de angico, e outros; são muitos tipos de floradas diferentes, de acordo com a época de floração e região. Alimento que não produz resíduos, pré-digerido pela abelha, contém açúcares de cadeia curta que vão direto para a corrente sangüínea, de fácil assimilação e digestão, é rápida e completa - mente absorvido pelo organismo, e, portanto, NÃO ENGORDA !!! O Mel como " FONTE " de energia excede a todos os alimentos naturais, é benéfico para todas as pessoas, desde recém-nascidos até idosos. Pode ser consumido à vontade. Adquirindo esse delicioso hábito poderemos suprir nosso organismo de todas as necessidades e manter a saúde sempre em dia, sem risco de doenças.
INDICAÇÃO: aparelho digestivo e respiratório, atletas, coração, cirurgias, controle renal, câimbras, contra microorganismos, tensão e depressão, fígado, para os olhos, rins, pele, pediatria, sistema nervoso e muito mais...
USO: Todos os dias e horas sem interrupção.
(este mail melado foi enviado por Sidnei Bispo Santos)
04 dezembro 2007
Línguas e Dialectos...
A prof Graça Cravinho,Universidade Coimbra, escreveu-me: "Também em Trás-os-Montes há um português mesclado com o antigodialecto leonês (do antigo reino de Leão). Trata-se do "Mirandês"que,de dialecto, foi promovido a segunda língua portuguesa (e ensinado nas escolas da região).
E na zona fronteiriça leste, em Barrancos, há outro dialecto, fruto da fusão do português com o castelhano: o dialecto "barranquenho" (que é ensinado nas escolas da região).
Já em Minde (centro do país, na área de Leiria), há um linguajar que não é dialecto mas um "código" usado por feirantes (e, portanto,incompreensível para a restante população) que se transmitiu degeração em geração mas hoje pouco usado. Trata-se do "minderico".
Em dialogos_lusofonos@yahoogrupos.com.br, Margarida Castro
E na zona fronteiriça leste, em Barrancos, há outro dialecto, fruto da fusão do português com o castelhano: o dialecto "barranquenho" (que é ensinado nas escolas da região).
Já em Minde (centro do país, na área de Leiria), há um linguajar que não é dialecto mas um "código" usado por feirantes (e, portanto,incompreensível para a restante população) que se transmitiu degeração em geração mas hoje pouco usado. Trata-se do "minderico".
Em dialogos_lusofonos@yahoogrupos.com.br, Margarida Castro
03 dezembro 2007
"Acreditando Passivamente na Fé do Nada"
Não acredito em nada...
Mas sou supersticioso nato
Sou um permanente crente no aparente
Não passo de um mero viciado em complexas crendices
Não penso claramente em nada...
Mas imagino tudo como efémero
Sou um visionário fluente do idealismo puro
Não passo de um fantoche das evidentes circunstâncias
Não sou ninguém nem nada...
Mas vôo por cima de telhados de fragilidade vítrea
Sou um fantasma da própria concepção geral existêncial
Não passo para além desta ou de outras realidades virtualizadas
Não falo absolutamente de nada...
Mas emito sons guturais de quem grita e nada diz
Sou uma linha feita de sombreados contrastes da própria luz
Não passo de algo que nem o horizonte é capaz de afectar
Não vejo nada de nada daquilo a que designam como nada...
Mas verifico que é simplesmente um conceito como outro qualquer
Sou dos que comprova sem certezas concretas o que observa
abstractamente
Não passo de reflexo simplificado de coincidente aparência com a
Divina Consciência...
Escrito em Luanda, Angola, a 3 de Dezembro de 2007, por manuel de sousa, em Dedicação ao Povo Angolano, sobretudo às camadas mais desprotegidas e sofredoras da População, grande parte ainda a vivenciar as consequências da carência causada pela guerra, a qual ainda é reflectida grandemente nas mentes de muitos de nós, de uma ou de outra forma comportamental, moral e/ou sentimental...
Mas sou supersticioso nato
Sou um permanente crente no aparente
Não passo de um mero viciado em complexas crendices
Não penso claramente em nada...
Mas imagino tudo como efémero
Sou um visionário fluente do idealismo puro
Não passo de um fantoche das evidentes circunstâncias
Não sou ninguém nem nada...
Mas vôo por cima de telhados de fragilidade vítrea
Sou um fantasma da própria concepção geral existêncial
Não passo para além desta ou de outras realidades virtualizadas
Não falo absolutamente de nada...
Mas emito sons guturais de quem grita e nada diz
Sou uma linha feita de sombreados contrastes da própria luz
Não passo de algo que nem o horizonte é capaz de afectar
Não vejo nada de nada daquilo a que designam como nada...
Mas verifico que é simplesmente um conceito como outro qualquer
Sou dos que comprova sem certezas concretas o que observa
abstractamente
Não passo de reflexo simplificado de coincidente aparência com a
Divina Consciência...
Escrito em Luanda, Angola, a 3 de Dezembro de 2007, por manuel de sousa, em Dedicação ao Povo Angolano, sobretudo às camadas mais desprotegidas e sofredoras da População, grande parte ainda a vivenciar as consequências da carência causada pela guerra, a qual ainda é reflectida grandemente nas mentes de muitos de nós, de uma ou de outra forma comportamental, moral e/ou sentimental...
02 dezembro 2007
Grande lição de como se pode Ganhar a Vida, desenvolvendo força interior capaz de superar fortes adversidades.
http://uk.youtube.com/watch?v=LnLVRQCjh8c
http://uk.youtube.com/watch?v=LnLVRQCjh8c
30 novembro 2007
Uma Língua de Fogo
15.
Calor do Peito
É uma certa coisa
coisa incerta
uma seta que acerta
é um asceta que pede esmola
É uma rosa cor-de-rosa
uma cruz sem Cristo
onde o bispo lava as mãos
e é um tudo quase nada
É partir a correr à desfilada...
Calor do Peito
É uma certa coisa
coisa incerta
uma seta que acerta
é um asceta que pede esmola
É uma rosa cor-de-rosa
uma cruz sem Cristo
onde o bispo lava as mãos
e é um tudo quase nada
É partir a correr à desfilada...
Saudações Lusófonas
"a lusofonia não começou hoje. A nossa língua comum foi construída por laços antigos, tão antigos que por vezes lhes perdemos o rasto"
Mia Couto,escritor moçambicano
A lusofonia diz respeito " às oito nações lusófonas independentes, e às regiões que, pertencendo a outros Estados independentes, também se consideram lusófonas, sem prejuízo da sua outra identidade e fidelidade nacionais: Galiza, Goa e outros pequenos territórios da Índia, Macau, Casamansa...
Se a língua é o elemento aglutinador de pessoas, instituições e nações, e se não se preconiza a existência de uma só cultura e língua, pois são múltiplas as culturas e línguas até dentro de várias das nações lusófonas, há que reconhecer que o principal elo de ligação entre as oito é a língua que lhes é mais comum, a portuguesa. E que ela, não só não é substitutiva das outras línguas nacionais ou regionais, mas com elas convive, pois todas têm funções específicas diferentes. Aliás, uma coisa é a “língua de cultura” comum a toda a Lusofonia, e outras as diversas variantes e normas cultas dos vários países. "
(retirado de "Os três circulos da lusofonia" de Fernando Cristóvão, Professor catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, membro da Academia das Ciências de Lisboa, presidente da Associação de Cultura Lusófona (ACLUS). ciberduvidas.sapo.pt/php/portugues.php?id=27)
in, dialogos_lusofonos@yahoogrupos.com.br
Mia Couto,escritor moçambicano
A lusofonia diz respeito " às oito nações lusófonas independentes, e às regiões que, pertencendo a outros Estados independentes, também se consideram lusófonas, sem prejuízo da sua outra identidade e fidelidade nacionais: Galiza, Goa e outros pequenos territórios da Índia, Macau, Casamansa...
Se a língua é o elemento aglutinador de pessoas, instituições e nações, e se não se preconiza a existência de uma só cultura e língua, pois são múltiplas as culturas e línguas até dentro de várias das nações lusófonas, há que reconhecer que o principal elo de ligação entre as oito é a língua que lhes é mais comum, a portuguesa. E que ela, não só não é substitutiva das outras línguas nacionais ou regionais, mas com elas convive, pois todas têm funções específicas diferentes. Aliás, uma coisa é a “língua de cultura” comum a toda a Lusofonia, e outras as diversas variantes e normas cultas dos vários países. "
(retirado de "Os três circulos da lusofonia" de Fernando Cristóvão, Professor catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, membro da Academia das Ciências de Lisboa, presidente da Associação de Cultura Lusófona (ACLUS). ciberduvidas.sapo.pt/php/portugues.php?id=27)
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Imagens do Hubble
26 novembro 2007
25 novembro 2007
Tudo Isto é Fado...
VIA LÁCTEA
COSTUMAVA DIZER o professor Agostinho da Silva que somos estrelas de incomparável brilho. Que pena, termos tanta dificuldade em acreditar nisto. E, no entanto, o brilho vê-se nos olhos quando o peito arde sem constrangimentos.
Mas eis que se torna uma necessidade permanente avivar a chama, visitar o interior, varrer as cinzas e encher o lugar de alegria.
É no mais profundo do peito que nascem e morrem todos os sentimentos. As lágrimas podem lavá-los, mas também molham os bagos de amor que são os carvões da fogueira que nos permite brilhar, prejudicam a combustão, enchem de fumo o nosso entendimento e a tristeza vem e ofusca-nos o olhar.
Ver no outro o brilho verdadeiro que em nós imaginamos chama-se EUCARISTIA – palavra derivada do grego, com o significado etimológico de «o bem do amor» –, sendo que o amor não é nem nunca foi o que o homem pós-moderno diz, mas aquilo em que ele não quer acreditar. É por isso que fala de fazer amor, como se amor fosse artesanato, confundindo apelos da alma (que traz amordaçada) com ânsias da carne (que traz à rédea solta); dar-se ao outro pelo outro é-lhe completamente incompreensível. O TER infectou-o tanto por dentro que o SER, cada vez mais angustiado, se afasta cabisbaixo pela estrada da mágoa e da tristeza.
O amor – não uma sua qualquer particular manifestação menor – é a negação da morte, como se diz com mestria no soneto de Antero de Quental intitulado «Mors – Amor», quando o corcel negro diz «eu sou a morte» e o cavaleiro lhe responde: «eu sou o amor».
É certo que no preciso momento em que nascemos começamos a morrer e que em todos os dias desta nossa peregrinação nascemos e morremos continuamente. Afinal, viver talvez seja matar a morte de cada dia.
Quando as estrelas, em vez de brilharem, se ofuscam, tendem a colapsar sobre si mesmas. É isto que acontece ao homem preocupado apenas com o seu umbigo. Ávido de prazer, ele desconhece a alegria e julga poder afastar a dor; não pode, a dor é uma inevitabilidade, o que é opcional é o sofrimento, que é o carrasco da alegria.
Como imagem para o nosso colapso de estrelas que não ousam sê-lo, olhemos algo que se pôs de moda, fazer implodir velhos edifícios para dar lugar a outros, presumidamente melhores. O colapso do homem velho seria, nesta condição, uma coisa boa, isto é, se melhor construção viesse, mas enquanto vivermos de fora para dentro, tenhamos a certeza que nem aos caboucos meteremos ferro, antes veremos embargada a construção do homem novo, tão desejada em tempos de exaltação, tão tumular em tempos de apatia. A construção do homem novo, daquele que há-de viver de propósito e brilhar por condição, que viverá de dentro para fora, com o peito a arder, é uma promessa de vida e de futuro.
Podemos antever isso, sempre que em noite amena e estrelada nos deitemos em chão despido, extasiados com a Via Láctea, a que pertencemos.
Abdul Cadre
COSTUMAVA DIZER o professor Agostinho da Silva que somos estrelas de incomparável brilho. Que pena, termos tanta dificuldade em acreditar nisto. E, no entanto, o brilho vê-se nos olhos quando o peito arde sem constrangimentos.
Mas eis que se torna uma necessidade permanente avivar a chama, visitar o interior, varrer as cinzas e encher o lugar de alegria.
É no mais profundo do peito que nascem e morrem todos os sentimentos. As lágrimas podem lavá-los, mas também molham os bagos de amor que são os carvões da fogueira que nos permite brilhar, prejudicam a combustão, enchem de fumo o nosso entendimento e a tristeza vem e ofusca-nos o olhar.
Ver no outro o brilho verdadeiro que em nós imaginamos chama-se EUCARISTIA – palavra derivada do grego, com o significado etimológico de «o bem do amor» –, sendo que o amor não é nem nunca foi o que o homem pós-moderno diz, mas aquilo em que ele não quer acreditar. É por isso que fala de fazer amor, como se amor fosse artesanato, confundindo apelos da alma (que traz amordaçada) com ânsias da carne (que traz à rédea solta); dar-se ao outro pelo outro é-lhe completamente incompreensível. O TER infectou-o tanto por dentro que o SER, cada vez mais angustiado, se afasta cabisbaixo pela estrada da mágoa e da tristeza.
O amor – não uma sua qualquer particular manifestação menor – é a negação da morte, como se diz com mestria no soneto de Antero de Quental intitulado «Mors – Amor», quando o corcel negro diz «eu sou a morte» e o cavaleiro lhe responde: «eu sou o amor».
É certo que no preciso momento em que nascemos começamos a morrer e que em todos os dias desta nossa peregrinação nascemos e morremos continuamente. Afinal, viver talvez seja matar a morte de cada dia.
Quando as estrelas, em vez de brilharem, se ofuscam, tendem a colapsar sobre si mesmas. É isto que acontece ao homem preocupado apenas com o seu umbigo. Ávido de prazer, ele desconhece a alegria e julga poder afastar a dor; não pode, a dor é uma inevitabilidade, o que é opcional é o sofrimento, que é o carrasco da alegria.
Como imagem para o nosso colapso de estrelas que não ousam sê-lo, olhemos algo que se pôs de moda, fazer implodir velhos edifícios para dar lugar a outros, presumidamente melhores. O colapso do homem velho seria, nesta condição, uma coisa boa, isto é, se melhor construção viesse, mas enquanto vivermos de fora para dentro, tenhamos a certeza que nem aos caboucos meteremos ferro, antes veremos embargada a construção do homem novo, tão desejada em tempos de exaltação, tão tumular em tempos de apatia. A construção do homem novo, daquele que há-de viver de propósito e brilhar por condição, que viverá de dentro para fora, com o peito a arder, é uma promessa de vida e de futuro.
Podemos antever isso, sempre que em noite amena e estrelada nos deitemos em chão despido, extasiados com a Via Láctea, a que pertencemos.
Abdul Cadre
São Francisco Rico Rico
" Um dia, o lagarto e a Coruja, de cima de um tronco seco, nas barrancas do São Francisco, contemplavam o grande rio.
Êta rio bonito! - exclamou o Lagarto.
- E que bela história ele tem!
- disse a Coruja.
O Lagarto se interessou. Gostava de ouvir a Coruja contar histórias. Ela sabia de tudo.
(...) A Coruja, então, contou esta história ao Lagarto, que depois contou ao Tucano, que contou ao Papagaio e o Papagaio me contou e agora eu conto para vocês.
Tudo nasce neste mundo em algum lugar. Seja ave, seja peixe, seja bicho, seja árvore, gente ou rio. O Rio São Francisco nasce na Serra da Canastra, no Estado de Minas Gerais. De lá desce e cresce. É o mais brasileiro dos rios. Da nascente ao Atlântico percorre mais de três mil quilômetros, banhando os estados de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas. Por isso também é chamado de rio da unidade nacional. O rio ajudou os bandeirantes em suas entradas em nossa terra. Na proa dos barcos deles havia figuras de meter medo, chamadas carrancas que até hoje são vistas nas canoas de lá.
Como o rio lhes dava tudo, de beber e de comer, e os ajudava a viajar, os bandeirantes diziam:
- É um rio santo!
E de São Francisco ficou sendo.
Santo é de verdade, e faz muitos milagres. Nas regiões por onde passa, quase não chove e a terra é muito seca. Mas nas margens do São Francisco nasceram cidades e surgiram fazendas e campos de criação.
O rio leva e traz gente e mercadorias nas barcas de rodas gigantes, que são chamadas "gaiolas".
De Pirapora a Juazeiro, sobem e descem os "gaiolas" lentamente...é uma viagem encantada. (...)
- Êêê, boi! - gritam os vaqueiros, jogando seus laços. Vida rude de gente forte, a dos vaqueiros do São Francisco.
Antigamente o rio era livre e fazia tudo o que queria. Às vezes secava; outras, enchia demais. Isso era ruim para quem vivia perto dele e dele dependia. Foi preciso educar o rio.
Chegaram engenheiros e técnicos com milhares de trabalhadores. Represaram o rio. A barragem de Três Marias é coisa nunca vista. Quando vem a enchente, as águas são contidas e as inundações evitadas. Quando vem a seca, abrem-se as comportas e o rio continua cheio. Os engenheiros fizeram mais ainda. Aproveitaram a força fantástica da Cahoeira de Paulo Afonso e construíram uma hidroelétrica. E agora, obedecendo a vontade do homem, o rio faz girar turbinas que movimentam dínamos, criando eletricidade para iluminar campos, cidades e fazer trabalhar fábricas e usinas. E com a hidroelétrica do São Francisco o desenvolvimento e o progresso entraram por todo o Nordeste, tornando a vida melhor para milhões de brasileiros. (...)
Oranice Franco
c/ um abraço
Therezinha
Êta rio bonito! - exclamou o Lagarto.
- E que bela história ele tem!
- disse a Coruja.
O Lagarto se interessou. Gostava de ouvir a Coruja contar histórias. Ela sabia de tudo.
(...) A Coruja, então, contou esta história ao Lagarto, que depois contou ao Tucano, que contou ao Papagaio e o Papagaio me contou e agora eu conto para vocês.
Tudo nasce neste mundo em algum lugar. Seja ave, seja peixe, seja bicho, seja árvore, gente ou rio. O Rio São Francisco nasce na Serra da Canastra, no Estado de Minas Gerais. De lá desce e cresce. É o mais brasileiro dos rios. Da nascente ao Atlântico percorre mais de três mil quilômetros, banhando os estados de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas. Por isso também é chamado de rio da unidade nacional. O rio ajudou os bandeirantes em suas entradas em nossa terra. Na proa dos barcos deles havia figuras de meter medo, chamadas carrancas que até hoje são vistas nas canoas de lá.
Como o rio lhes dava tudo, de beber e de comer, e os ajudava a viajar, os bandeirantes diziam:
- É um rio santo!
E de São Francisco ficou sendo.
Santo é de verdade, e faz muitos milagres. Nas regiões por onde passa, quase não chove e a terra é muito seca. Mas nas margens do São Francisco nasceram cidades e surgiram fazendas e campos de criação.
O rio leva e traz gente e mercadorias nas barcas de rodas gigantes, que são chamadas "gaiolas".
De Pirapora a Juazeiro, sobem e descem os "gaiolas" lentamente...é uma viagem encantada. (...)
- Êêê, boi! - gritam os vaqueiros, jogando seus laços. Vida rude de gente forte, a dos vaqueiros do São Francisco.
Antigamente o rio era livre e fazia tudo o que queria. Às vezes secava; outras, enchia demais. Isso era ruim para quem vivia perto dele e dele dependia. Foi preciso educar o rio.
Chegaram engenheiros e técnicos com milhares de trabalhadores. Represaram o rio. A barragem de Três Marias é coisa nunca vista. Quando vem a enchente, as águas são contidas e as inundações evitadas. Quando vem a seca, abrem-se as comportas e o rio continua cheio. Os engenheiros fizeram mais ainda. Aproveitaram a força fantástica da Cahoeira de Paulo Afonso e construíram uma hidroelétrica. E agora, obedecendo a vontade do homem, o rio faz girar turbinas que movimentam dínamos, criando eletricidade para iluminar campos, cidades e fazer trabalhar fábricas e usinas. E com a hidroelétrica do São Francisco o desenvolvimento e o progresso entraram por todo o Nordeste, tornando a vida melhor para milhões de brasileiros. (...)
Oranice Franco
c/ um abraço
Therezinha
23 novembro 2007
Uma Língua de Fogo
14.
Alhos VedrosTive tempos de agricultor
fazedor de vinho e até pastor
salineiro, corticeiro e arrais...
Acabei por ficar professor
já é trabalho demais.
LUSA - A Matriz Portuguesa
Um sucesso sem precedentes: 250 mil visitantes no primeiro mês.
Segundo informam os organizadores, a exposição LUSA – A Matriz Portuguesa, actualmente no Rio de Janeiro, está a constituir um sucesso sem precedentes em matéria de afluxo de público.Em pouco mais de um mês desde a abertura foi percorrida por mais de 250 mil visitantes (253 508, para sermos exactos, entre 11 de Outubro e 15 de Novembro).
Este sucesso é devido à conjugação de vários factores: interesse pela mensagem apresentada, a qual revela pela primeira vez aos brasileiros a sua profunda raiz europeia, que está muito para além do Portugal de quinhentos; importância e ineditismo do acervo exposto; qualidade museográfica; centralidade e gratuitidade do Centro Cultural onde se encontra a exposição no qual funcionam também três salas de cinema e uma de teatro, para além de salão de chá, livraria, etc.
Depois do Rio de Janeiro a exposição será apresentada em Brasília.
Entretanto, o sucesso indicado leva a considerar a possibilidade da sua extensão a S. Paulo.
in, dialogos_lusofonos@yahoogrupos.com.br
Segundo informam os organizadores, a exposição LUSA – A Matriz Portuguesa, actualmente no Rio de Janeiro, está a constituir um sucesso sem precedentes em matéria de afluxo de público.Em pouco mais de um mês desde a abertura foi percorrida por mais de 250 mil visitantes (253 508, para sermos exactos, entre 11 de Outubro e 15 de Novembro).
Este sucesso é devido à conjugação de vários factores: interesse pela mensagem apresentada, a qual revela pela primeira vez aos brasileiros a sua profunda raiz europeia, que está muito para além do Portugal de quinhentos; importância e ineditismo do acervo exposto; qualidade museográfica; centralidade e gratuitidade do Centro Cultural onde se encontra a exposição no qual funcionam também três salas de cinema e uma de teatro, para além de salão de chá, livraria, etc.
Depois do Rio de Janeiro a exposição será apresentada em Brasília.
Entretanto, o sucesso indicado leva a considerar a possibilidade da sua extensão a S. Paulo.
in, dialogos_lusofonos@yahoogrupos.com.br
A cura pelo óleo de girassol
Achamos interessante transmitir a vocês esta pesquisa sobre o óleo de girassol, pois trata-se de uma alternativa simples e natural de mantermos nossa saúde e bem-estar!
Ela foi elaborada por um médico bacteriologista russo, Dr. Karach, e divulgada em 1991. Segundo ele, o procedimento é muito simples; Basta bochecharmos este óleo, sem engoli-lo. Desta forma estaremos promovendo dentro de nosso organismo, um verdadeiro processo de cura, onde é possível, de acordo com Karach, curar simultaneamente células, tecidos e órgãos de nosso corpo evitando a destruição da microflora.
Esta terapia atua, ao mesmo tempo, em todo o organismo de maneira preventiva, aumentando o nosso equilíbrio e curando-o também.
Esta prática é indicada para tratar problemas como dores de cabeça, bronquite, dor de dente, tromboses, artroses, eczemas, úlcera de estômago, problemas intestinais, cardíacos, renais, encefalite e diversas doenças da mulher. É possível também tonificar o sistema circulatório, nervoso, digestivo e respiratório, prevenindo doenças crônicas.
*Como fazer:*
• É necessário que o óleo vegetal utilizado, seja obtido com compressão a frio.
• A medida correta é no máximo uma colher de sopa e no mínimo uma colher de chá.
• Deve-se bochechar muito bem, fazendo com que o óleo se movimente por toda a boca, durante quinze a vinte minutos. Depois devemos cuspi-lo!!!
• No início, ao colocarmos o óleo na boca ele é grosso, mas conforme vamos bochechando-o, ele vai se tornando cada vez mais fluído. É nesse momento então, que devemos cuspi-lo.
• O líquido cuspido deve estar branco como o leite. Se ainda estiver amarelo, é sinal de que não bochechamos o tempo suficiente.
• Depois de cuspir o óleo, precisamos bochechar diversas vezes com água e limpar bem os dentes com a escova.
• Como o líquido cuspido é venenoso, (no líquido cuspido encontra-se grande quantidade de germes patogênicos e outras substâncias nocivas) precisamos limpar muito bem a pia!
• Quando estamos bochechando com o óleo na boca, nosso metabolismo se intensifica no organismo e nosso estado de saúde fica mais estável. Em relação aos dentes, ficam mais brancos e firmes e desaparecem sangramentos de gengiva.
*Freqüência:*
É melhor bochechar com óleo de girassol de manhã cedo, antes do desjejum. Para acelerar o processo de cura este método pode ser repetido três vezes ao dia, antes das refeições, com o estômago vazio.
É preciso continuar este tratamento até o organismo recuperar a sua força, sua vitalidade e um sono tranqüilo. Na hora de acordar não deve haver cansaço ou bolsas debaixo dos olhos. É preciso recuperar apetite sadio, sono profundo e boa memória.
Às vezes, é possível que ocorra aparente piora naquele doente que sofre de várias moléstias. Esta sensação de agravamento ocorre principalmente quando um foco de infecção começa a se desfazer, ou a influir no foco que no futuro provocaria doença grave.
Por isso, não há motivo para interromper o processo de cura, mesmo aparecendo febre. A piora é sinal de que o organismo está reagindo e se recuperando. A cura ocorre durante o bochecho com óleo, sendo que cada um deve sentir quantas vezes precisa repeti-lo. Problemas agudos costumam sarar em 2 a 4 dias, problemas crônicos precisam às vezes de um ano inteiro.
http://www.ahau.org/oleogirassol.0.html
Ela foi elaborada por um médico bacteriologista russo, Dr. Karach, e divulgada em 1991. Segundo ele, o procedimento é muito simples; Basta bochecharmos este óleo, sem engoli-lo. Desta forma estaremos promovendo dentro de nosso organismo, um verdadeiro processo de cura, onde é possível, de acordo com Karach, curar simultaneamente células, tecidos e órgãos de nosso corpo evitando a destruição da microflora.
Esta terapia atua, ao mesmo tempo, em todo o organismo de maneira preventiva, aumentando o nosso equilíbrio e curando-o também.
Esta prática é indicada para tratar problemas como dores de cabeça, bronquite, dor de dente, tromboses, artroses, eczemas, úlcera de estômago, problemas intestinais, cardíacos, renais, encefalite e diversas doenças da mulher. É possível também tonificar o sistema circulatório, nervoso, digestivo e respiratório, prevenindo doenças crônicas.
*Como fazer:*
• É necessário que o óleo vegetal utilizado, seja obtido com compressão a frio.
• A medida correta é no máximo uma colher de sopa e no mínimo uma colher de chá.
• Deve-se bochechar muito bem, fazendo com que o óleo se movimente por toda a boca, durante quinze a vinte minutos. Depois devemos cuspi-lo!!!
• No início, ao colocarmos o óleo na boca ele é grosso, mas conforme vamos bochechando-o, ele vai se tornando cada vez mais fluído. É nesse momento então, que devemos cuspi-lo.
• O líquido cuspido deve estar branco como o leite. Se ainda estiver amarelo, é sinal de que não bochechamos o tempo suficiente.
• Depois de cuspir o óleo, precisamos bochechar diversas vezes com água e limpar bem os dentes com a escova.
• Como o líquido cuspido é venenoso, (no líquido cuspido encontra-se grande quantidade de germes patogênicos e outras substâncias nocivas) precisamos limpar muito bem a pia!
• Quando estamos bochechando com o óleo na boca, nosso metabolismo se intensifica no organismo e nosso estado de saúde fica mais estável. Em relação aos dentes, ficam mais brancos e firmes e desaparecem sangramentos de gengiva.
*Freqüência:*
É melhor bochechar com óleo de girassol de manhã cedo, antes do desjejum. Para acelerar o processo de cura este método pode ser repetido três vezes ao dia, antes das refeições, com o estômago vazio.
É preciso continuar este tratamento até o organismo recuperar a sua força, sua vitalidade e um sono tranqüilo. Na hora de acordar não deve haver cansaço ou bolsas debaixo dos olhos. É preciso recuperar apetite sadio, sono profundo e boa memória.
Às vezes, é possível que ocorra aparente piora naquele doente que sofre de várias moléstias. Esta sensação de agravamento ocorre principalmente quando um foco de infecção começa a se desfazer, ou a influir no foco que no futuro provocaria doença grave.
Por isso, não há motivo para interromper o processo de cura, mesmo aparecendo febre. A piora é sinal de que o organismo está reagindo e se recuperando. A cura ocorre durante o bochecho com óleo, sendo que cada um deve sentir quantas vezes precisa repeti-lo. Problemas agudos costumam sarar em 2 a 4 dias, problemas crônicos precisam às vezes de um ano inteiro.
http://www.ahau.org/oleogirassol.0.html
Problemas na Galiza
Independentistas em Portugal suspeitos de pôr bomba na Galiza
PAULO JULIÃO, Viana do Castelo
A região da Galiza voltou, ontem, a ser alvo de um ataque bombista, que não causou vítimas, sendo já o terceiro caso registado naquela comunidade espanhola desde Maio, suspeitando as autoridades do envolvimento de um grupo independentista galego que opera a partir de Portugal.A explosão da madrugada de ontem (02.30, hora local) ocorrida no município de Cangas (Pontevedra), fez "numerosos danos materiais" nas instalações de uma imobiliária, que ficou "completamente destruída", anunciou a polícia espanhola. Tudo aponta para que se trate de um engenho composto por "quatro a cinco quilos de material explosivo", apesar de ainda se esperar a confirmação através do relatório final de peritagem. A explosão provocou ainda danos nos edifícios mais próximos, alguns dos quais foram evacuados, mas não foi recebido nenhum telefonema a reivindicar o atentado.A 25 de Setembro um outro artefacto explodiu na localidade de Mugardos, que provocou também avultados danos em várias vivendas próximas. A autoria desta acção foi reivindicada mais tarde através de um comunicado anónimo escrito em "galego luso", como descrevem as autoridades locais, mas sem especificar a autoria. Já a 09 de Maio, no município de Cangas, a Guardia Civil procedeu à detonação controlada de uma bomba, cuja autoria foi reivindicada pelo grupo independentista Resistência Galega, conhecido por operar a partir do norte de Portugal.Junto aos explosivos as autoridades encontraram panfletos reivindicativos do auto-denominado grupo "Resistencia Galega", onde se podia ler: "Os inimigos do noso povo non devem durmir tranquilos. Ningunha agressom sem resposta". Segundo um relatório da Europol, divulgado em Abril pelo DN, é crescente a actividade de grupos separatistas galegos no Norte de Portugal, e no Minho em concreto, alguns representando facções e dissidentes do núcleo de guerrilheiros inicial: O Exército Guerrilheiro do Povo Galego que, entre 1986 e 1991, espalhou o terror em nome da independência daquela região espanhola. O auto-intitulado GZ Resistência Galega é um dos "mais activos", reconhece a Polícia Judiciária, admitindo a sua operação em Portugal, sobretudo com a distribuição de propaganda em defesa da independência galega. Este mesmo grupo foi alvo de uma investigação, pela PJ, na sequência da detecção, a 16 de Setembro de 2006, de 26 bombas de fabrico caseiro, juntamente com panfletos de propaganda independentista, numa casa em Viera do Minho, distrito de Braga. A actividade do Resistência Galega é conhecida das autoridades espanholas.
dialogos_lusofonos@yahoogrupos.com.br
PAULO JULIÃO, Viana do Castelo
A região da Galiza voltou, ontem, a ser alvo de um ataque bombista, que não causou vítimas, sendo já o terceiro caso registado naquela comunidade espanhola desde Maio, suspeitando as autoridades do envolvimento de um grupo independentista galego que opera a partir de Portugal.A explosão da madrugada de ontem (02.30, hora local) ocorrida no município de Cangas (Pontevedra), fez "numerosos danos materiais" nas instalações de uma imobiliária, que ficou "completamente destruída", anunciou a polícia espanhola. Tudo aponta para que se trate de um engenho composto por "quatro a cinco quilos de material explosivo", apesar de ainda se esperar a confirmação através do relatório final de peritagem. A explosão provocou ainda danos nos edifícios mais próximos, alguns dos quais foram evacuados, mas não foi recebido nenhum telefonema a reivindicar o atentado.A 25 de Setembro um outro artefacto explodiu na localidade de Mugardos, que provocou também avultados danos em várias vivendas próximas. A autoria desta acção foi reivindicada mais tarde através de um comunicado anónimo escrito em "galego luso", como descrevem as autoridades locais, mas sem especificar a autoria. Já a 09 de Maio, no município de Cangas, a Guardia Civil procedeu à detonação controlada de uma bomba, cuja autoria foi reivindicada pelo grupo independentista Resistência Galega, conhecido por operar a partir do norte de Portugal.Junto aos explosivos as autoridades encontraram panfletos reivindicativos do auto-denominado grupo "Resistencia Galega", onde se podia ler: "Os inimigos do noso povo non devem durmir tranquilos. Ningunha agressom sem resposta". Segundo um relatório da Europol, divulgado em Abril pelo DN, é crescente a actividade de grupos separatistas galegos no Norte de Portugal, e no Minho em concreto, alguns representando facções e dissidentes do núcleo de guerrilheiros inicial: O Exército Guerrilheiro do Povo Galego que, entre 1986 e 1991, espalhou o terror em nome da independência daquela região espanhola. O auto-intitulado GZ Resistência Galega é um dos "mais activos", reconhece a Polícia Judiciária, admitindo a sua operação em Portugal, sobretudo com a distribuição de propaganda em defesa da independência galega. Este mesmo grupo foi alvo de uma investigação, pela PJ, na sequência da detecção, a 16 de Setembro de 2006, de 26 bombas de fabrico caseiro, juntamente com panfletos de propaganda independentista, numa casa em Viera do Minho, distrito de Braga. A actividade do Resistência Galega é conhecida das autoridades espanholas.
dialogos_lusofonos@yahoogrupos.com.br
22 novembro 2007
um filminho muito pequeno mas muito giro. vale a pena... http://www.globalcommunity.org/flash/wombat.shtml
(enviado pela amiga Paula Soveral)
(enviado pela amiga Paula Soveral)
20 novembro 2007
Encontro Inter-Religioso de Meditação
22 de Novembro - 18 h
Centro Nacional de Cultura - Rua António Maria Cardoso, 68 - Lisboa (Chiado)
A União Budista Portuguesa convoca toda a comunidade budista e não budista a associar-se a este primeiro encontro de praticantes de diferentes tradições e religiões para vivermos, em silêncio meditativo, a experiência da presença em comum perante o que para cada um for mais sagrado. Lembramos que este encontro - cuja feliz iniciativa partiu da Comunidade Mundial para a Meditação Cristã e que foi por nós e por todas as principais comunidades religiosas portuguesas entusiasticamente recebida - corresponde plenamente ao compromisso que a União Budista Portuguesa recentemente assumiu com Sua Santidade o Dalai Lama de tudo fazer para promover a harmonia inter-religiosa em Portugal, um dos próprios empenhos fundamentais de Sua Santidade. A recepção será feita às 18 h e o encontro começará com breves leituras de textos espirituais de cada comunidade, seguindo-se 25 minutos de meditação em silêncio. No final haverá um convívio informal. Contamos com a vossa presença e divulgação desta experiência pioneira em Portugal e que se visa tornar regular.
É importante que o diálogo inter-religioso se enraíze no silêncio inter e trans-religioso.
O Presidente da Direcção
Paulo Borges
Centro Nacional de Cultura - Rua António Maria Cardoso, 68 - Lisboa (Chiado)
A União Budista Portuguesa convoca toda a comunidade budista e não budista a associar-se a este primeiro encontro de praticantes de diferentes tradições e religiões para vivermos, em silêncio meditativo, a experiência da presença em comum perante o que para cada um for mais sagrado. Lembramos que este encontro - cuja feliz iniciativa partiu da Comunidade Mundial para a Meditação Cristã e que foi por nós e por todas as principais comunidades religiosas portuguesas entusiasticamente recebida - corresponde plenamente ao compromisso que a União Budista Portuguesa recentemente assumiu com Sua Santidade o Dalai Lama de tudo fazer para promover a harmonia inter-religiosa em Portugal, um dos próprios empenhos fundamentais de Sua Santidade. A recepção será feita às 18 h e o encontro começará com breves leituras de textos espirituais de cada comunidade, seguindo-se 25 minutos de meditação em silêncio. No final haverá um convívio informal. Contamos com a vossa presença e divulgação desta experiência pioneira em Portugal e que se visa tornar regular.
É importante que o diálogo inter-religioso se enraíze no silêncio inter e trans-religioso.
O Presidente da Direcção
Paulo Borges
19 novembro 2007
Uma Língua de Fogo
13.
Procuram as palavras o sentido
que não podem explicar.
Como se pode entender,
ao escrever,
Branca Luz Puríssima?
Procuram as palavras o sentido
que não podem explicar.
Como se pode entender,
ao escrever,
Branca Luz Puríssima?
17 novembro 2007
A diferença está nas coordenadas
Do Brasil, Francisco G. de Amorim
Depois de ter passado algumas semanas lá pelas bandas do Norte - indo até 52° N e 0° O, o que pressupõe ter estado em cima do meridiano de Greenwich! - e algumas horas depois desembarcar em 23° S e 43° O, o choque é violento.
Não foi a primeira vez que isto me aconteceu e gostaria que não fosse a última, apesar de cada vez mais a preparação psicológica para enfrentar este choque se torna mais difícil.
Depois de ter visto um trânsito de milhões de carros que flui em perfeita ordem, em cima de ruas sem buracos, sem congestionamentos nem ultrapassagens de sinais vermelhos, onde todos os pontos de ônibus tem placas, iluminadas à noite, indicando para onde vão as diversas linhas que aí passam e seu impecável horário, onde a polícia ou o socorro aparece escassos minutos após serem solicitados, ainda alguns se atrevem a respirar de saudosismo das suas terras de além mar!
No regresso, à saída ao aeroporto, logo somos ultrapassados por um cabeça chata que em carro velho nos obriga a atirar o nosso para cima do passeio para evitar uma colisão, aos sinais de trânsito poucos são os que obedecem depois que o sol se põe (e até durante o dia!) e, quando ao fim de alguns quilômetros e largas centenas de buracos, mesmo nas vias principais, chegamos ao lar doce lar, logo as “alegres novidades” nos caiem como enxurrada em cima da cabeça: “Não se pode gastar muita água, porque desde há 3 semanas que estamos a comprar água de caminhões!”, “As duas linhas de telefones estão mudas desde ontem”, e “Não adianta quererem sentar-se em frente da Tv porque a Net está fora do ar desde manhã, e a ligação à Internet também não está a funcionar!”
Manhã seguinte, saudoso ainda daquelas altas latitudes norte e suas organizações, o jornal da manhã vem ajudar a desmoralização: “O gás vai aumentar 25%”, “Os policiais que foram presos por ligações com traficantes, voltam a ser soltos, soltam fogos de artifício e têm à sua espera carros de luxo para os levar”, “A BRA, companhia aérea, nova, com dois anos, anuncia de sopetão que vai fechar amanhã e já despediu todos os 1.100 funcionários”, etc.
Não leio mais o jornal. Deixo-me ficar quieto, nem sei se meditando com vontade de chorar, e nesse silêncio desorientado começo a ser consolado pelo canto dos sabiás, dos bem-te-vis, a sentir o “silvo” dos beija flores e suas asas batendo e os gritos das maritacas que passam em casais ou em bando, e até dos tucanos que pousam no alto das árvores que (ainda) circundam a nossa casa. A seguir chegam os pequeninos sagüis com os seus guinchos pedindo a banana que lhes é dada como “imposto” diário, e as latitudes norte começam a esfumar-se...
De qualquer modo a comparação é triste, porque poderíamos viver com um mínimo de ordem, desde que por aqui houvesse também um mínimo de interesse dos políticos e governantes.
Parece que estes não existem. São ausentes, e o país navega ao sabor das conveniências de momento. Será a diferença das coordenadas?
Que nos salvem os bem-te-vis e os sabiás!
11 nov. 07
Depois de ter passado algumas semanas lá pelas bandas do Norte - indo até 52° N e 0° O, o que pressupõe ter estado em cima do meridiano de Greenwich! - e algumas horas depois desembarcar em 23° S e 43° O, o choque é violento.
Não foi a primeira vez que isto me aconteceu e gostaria que não fosse a última, apesar de cada vez mais a preparação psicológica para enfrentar este choque se torna mais difícil.
Depois de ter visto um trânsito de milhões de carros que flui em perfeita ordem, em cima de ruas sem buracos, sem congestionamentos nem ultrapassagens de sinais vermelhos, onde todos os pontos de ônibus tem placas, iluminadas à noite, indicando para onde vão as diversas linhas que aí passam e seu impecável horário, onde a polícia ou o socorro aparece escassos minutos após serem solicitados, ainda alguns se atrevem a respirar de saudosismo das suas terras de além mar!
No regresso, à saída ao aeroporto, logo somos ultrapassados por um cabeça chata que em carro velho nos obriga a atirar o nosso para cima do passeio para evitar uma colisão, aos sinais de trânsito poucos são os que obedecem depois que o sol se põe (e até durante o dia!) e, quando ao fim de alguns quilômetros e largas centenas de buracos, mesmo nas vias principais, chegamos ao lar doce lar, logo as “alegres novidades” nos caiem como enxurrada em cima da cabeça: “Não se pode gastar muita água, porque desde há 3 semanas que estamos a comprar água de caminhões!”, “As duas linhas de telefones estão mudas desde ontem”, e “Não adianta quererem sentar-se em frente da Tv porque a Net está fora do ar desde manhã, e a ligação à Internet também não está a funcionar!”
Manhã seguinte, saudoso ainda daquelas altas latitudes norte e suas organizações, o jornal da manhã vem ajudar a desmoralização: “O gás vai aumentar 25%”, “Os policiais que foram presos por ligações com traficantes, voltam a ser soltos, soltam fogos de artifício e têm à sua espera carros de luxo para os levar”, “A BRA, companhia aérea, nova, com dois anos, anuncia de sopetão que vai fechar amanhã e já despediu todos os 1.100 funcionários”, etc.
Não leio mais o jornal. Deixo-me ficar quieto, nem sei se meditando com vontade de chorar, e nesse silêncio desorientado começo a ser consolado pelo canto dos sabiás, dos bem-te-vis, a sentir o “silvo” dos beija flores e suas asas batendo e os gritos das maritacas que passam em casais ou em bando, e até dos tucanos que pousam no alto das árvores que (ainda) circundam a nossa casa. A seguir chegam os pequeninos sagüis com os seus guinchos pedindo a banana que lhes é dada como “imposto” diário, e as latitudes norte começam a esfumar-se...
De qualquer modo a comparação é triste, porque poderíamos viver com um mínimo de ordem, desde que por aqui houvesse também um mínimo de interesse dos políticos e governantes.
Parece que estes não existem. São ausentes, e o país navega ao sabor das conveniências de momento. Será a diferença das coordenadas?
Que nos salvem os bem-te-vis e os sabiás!
11 nov. 07
14 novembro 2007
Sabe mais que esta miúda de (quase) 2 anos?...
http://www.biertijd.com/mediaplayer/?itemid=4023
clique aqui e espante-se!
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13 novembro 2007
Amor se faz na cozinha
Pepinos Recheados
Ingredientes
4 pepinos (médios)
6 queijinhos cremosos
1 pote de iogurte natural
1 colher de café de páprica doce
1/2 colher de chá de suco de limão
salsa
cebolinha
sal
pimenta-do-reino
Modo de fazer:
Raspe cuidadosamente os pepinos, elimine as duas extremidades, divida-os em três pedaços iguais, retire o centro e polvilhe-os com sal a gosto. Pique a salsa e a cebolinha. Acrescente sucessivamente os queijinhos(devidamente amassados), o iogurte, a páprica, o suco de limão e os cheiros-verdes picados. Tempere com sal eimenta-do-reino a gosto e trabalhe tudo até obter uma pasta homogênea. Elimine a água dos pepinos e coloque-os numa travessa. Polvilhe a superfície com salsa picadinha.
Fonte: Amor se faz na cozinha/ Márcia Frazão - Rio de Janeiro
Editora Bertrand Brasil, pag 118 (adaptação de Luis Santos).
Ingredientes
4 pepinos (médios)
6 queijinhos cremosos
1 pote de iogurte natural
1 colher de café de páprica doce
1/2 colher de chá de suco de limão
salsa
cebolinha
sal
pimenta-do-reino
Modo de fazer:
Raspe cuidadosamente os pepinos, elimine as duas extremidades, divida-os em três pedaços iguais, retire o centro e polvilhe-os com sal a gosto. Pique a salsa e a cebolinha. Acrescente sucessivamente os queijinhos(devidamente amassados), o iogurte, a páprica, o suco de limão e os cheiros-verdes picados. Tempere com sal eimenta-do-reino a gosto e trabalhe tudo até obter uma pasta homogênea. Elimine a água dos pepinos e coloque-os numa travessa. Polvilhe a superfície com salsa picadinha.
Fonte: Amor se faz na cozinha/ Márcia Frazão - Rio de Janeiro
Editora Bertrand Brasil, pag 118 (adaptação de Luis Santos).
12 novembro 2007
Uma Língua de Fogo
12.
Oração
Diminuir o sofrimento
eliminar o sofrimento
ser eu
não ser nada
comunicar ao vento
receber o sol
pertencer ao sol?
Saber estar com os outros
aceitar os outros
ajudar os outros
aceitar dos outros
ser forte
ir perdendo o medo
não ter medo
não vacilar
criar.
Vencer a doença
deixar de ser doente
sempre.
Oração
Diminuir o sofrimento
eliminar o sofrimento
ser eu
não ser nada
comunicar ao vento
receber o sol
pertencer ao sol?
Saber estar com os outros
aceitar os outros
ajudar os outros
aceitar dos outros
ser forte
ir perdendo o medo
não ter medo
não vacilar
criar.
Vencer a doença
deixar de ser doente
sempre.
O Prior de Trancoso...
SENTENÇA PROFERIDA EM 1487 NO PROCESSO CONTRA O PRIOR DE TRANCOSO (Autos arquivados na Torre do Tombo, armário 5,maço 7)
"Padre Francisco da Costa, prior de Trancoso, de idade de sessenta e dois anos, será degredado de suas ordens e arrastado pelas ruas públicas nos rabos dos cavalos, esquartejado o seu corpo e postos os quartos, cabeça e mãos em diferentes distritos, pelo crime que foi arguido e que ele mesmo não contrariou, sendo acusado de ter dormido com vinte e nove afilhadas e tendo delas noventa e sete filhas e trinta e sete filhos; de cinco irmãs teve dezoito filhas; de nove comadres trinta e oito filhos e dezoito filhas; de sete amas teve vinte e nove filhos e cinco filhas; de duas escravas teve vinte e um filhos e sete filhas; dormiu com uma tia, chamada Ana da Cunha, de quem teve três filhas, da própria mãe teve dois filhos. Total: duzentos e noventa e nove, sendo duzentos e catorze do sexo feminino e oitenta e cinco do sexo masculino, tendo concebido em cinquenta e três mulheres".
"El-Rei D. João II lhe perdoou a morte e o mandou por em liberdade aos dezessete dias do mês de Março de 1487, com o fundamento de ajudar a povoar aquela região da Beira Alta, tão despovoada ao tempo e guardar no Real Arquivo esta sentença, devassa e mais papéis que formaram o processo."
in, dialogos_lusofonos@yahoogrupos.com.br
"Padre Francisco da Costa, prior de Trancoso, de idade de sessenta e dois anos, será degredado de suas ordens e arrastado pelas ruas públicas nos rabos dos cavalos, esquartejado o seu corpo e postos os quartos, cabeça e mãos em diferentes distritos, pelo crime que foi arguido e que ele mesmo não contrariou, sendo acusado de ter dormido com vinte e nove afilhadas e tendo delas noventa e sete filhas e trinta e sete filhos; de cinco irmãs teve dezoito filhas; de nove comadres trinta e oito filhos e dezoito filhas; de sete amas teve vinte e nove filhos e cinco filhas; de duas escravas teve vinte e um filhos e sete filhas; dormiu com uma tia, chamada Ana da Cunha, de quem teve três filhas, da própria mãe teve dois filhos. Total: duzentos e noventa e nove, sendo duzentos e catorze do sexo feminino e oitenta e cinco do sexo masculino, tendo concebido em cinquenta e três mulheres".
"El-Rei D. João II lhe perdoou a morte e o mandou por em liberdade aos dezessete dias do mês de Março de 1487, com o fundamento de ajudar a povoar aquela região da Beira Alta, tão despovoada ao tempo e guardar no Real Arquivo esta sentença, devassa e mais papéis que formaram o processo."
in, dialogos_lusofonos@yahoogrupos.com.br
10 novembro 2007
Imagens do Hubble
09 novembro 2007
Cúpula Ibero-Americana no Chile
Cúpula ibero-americana reúne no Chile chefes de Estado e de governo de 22 países. O presidente de Portugal, Cavaco Silva, é um dos participantes.
Santiago (Chile) - Chefes de Estado e de governo de 22 países de língua portuguesa e espanhola da América Latina e da Europa estarão reunidos de amanhã (8) a sábado (11) em Santiago do Chile, para debater políticas sociais que tornem as sociedades ibero-americanas mais justas e inclusivas. Esse será o foco da 17ª Cúpula Ibero-americana, que tem como tema neste ano Coesão Social.O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve chegar a Santiago amanhã para se encontrar com representantes da Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, El Salvador, Espanha, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Peru, Paraguai, Portugal, Principado de Andorra, República Dominicana, Uruguai e Venezuela. O presidente de Portugal, Cavaco Silva, é um dos participantes da cúpula ibero-americana.Também estarão presentes o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, e o secretário-geral ibero-americano, Enrique Iglesias, ex-presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).De acordo com o que foi negociado em reuniões ministeriais preparatórias, os líderes ibero-americanos devem firmar Convênio Ibero-americano de Seguridade Social, que beneficiará cerca de 5 milhões de trabalhadores imigrantes. Também ficou acertada a criação de um Observatório de Igualdade de Gênero. Como em todos os anos, ao final do encontro, os chefes de Estado e de governo adotarão uma declaração política e declarações sobre temas específicos. Em entrevista há duas semanas em Madri, o secretário-geral ibero-americano, Enrique Iglesias, antecipou que a Declaração Final deverá apontar, entre outras prioridades, a educação, a reforma fiscal, a luta contra a corrupção e um novo pacto social.A conferência ibero-americana foi lançada em 1991, por sugestão espanhola, como parte das comemorações pelos 500 anos do chamado "Encontro de Dois Mundos" - seu calendário inclui reuniões ministeriais preparatórias e uma cúpula anual de chefes de Estado e de governo. O objetivo central desta aproximação é impulsionar a cooperação, a coordenação de posições e a solidariedade entre as nações ibero-americanas. As informações são da Agência Brasil.
07/11/2007
http://www.portugaldigital.com.br/sis/noticia.kmf?noticia=6656121&canal=159
in, dialogos_lusofonos@yahoogrupos.com.br
Santiago (Chile) - Chefes de Estado e de governo de 22 países de língua portuguesa e espanhola da América Latina e da Europa estarão reunidos de amanhã (8) a sábado (11) em Santiago do Chile, para debater políticas sociais que tornem as sociedades ibero-americanas mais justas e inclusivas. Esse será o foco da 17ª Cúpula Ibero-americana, que tem como tema neste ano Coesão Social.O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve chegar a Santiago amanhã para se encontrar com representantes da Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, El Salvador, Espanha, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Peru, Paraguai, Portugal, Principado de Andorra, República Dominicana, Uruguai e Venezuela. O presidente de Portugal, Cavaco Silva, é um dos participantes da cúpula ibero-americana.Também estarão presentes o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, e o secretário-geral ibero-americano, Enrique Iglesias, ex-presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).De acordo com o que foi negociado em reuniões ministeriais preparatórias, os líderes ibero-americanos devem firmar Convênio Ibero-americano de Seguridade Social, que beneficiará cerca de 5 milhões de trabalhadores imigrantes. Também ficou acertada a criação de um Observatório de Igualdade de Gênero. Como em todos os anos, ao final do encontro, os chefes de Estado e de governo adotarão uma declaração política e declarações sobre temas específicos. Em entrevista há duas semanas em Madri, o secretário-geral ibero-americano, Enrique Iglesias, antecipou que a Declaração Final deverá apontar, entre outras prioridades, a educação, a reforma fiscal, a luta contra a corrupção e um novo pacto social.A conferência ibero-americana foi lançada em 1991, por sugestão espanhola, como parte das comemorações pelos 500 anos do chamado "Encontro de Dois Mundos" - seu calendário inclui reuniões ministeriais preparatórias e uma cúpula anual de chefes de Estado e de governo. O objetivo central desta aproximação é impulsionar a cooperação, a coordenação de posições e a solidariedade entre as nações ibero-americanas. As informações são da Agência Brasil.
07/11/2007
http://www.portugaldigital.com.br/sis/noticia.kmf?noticia=6656121&canal=159
in, dialogos_lusofonos@yahoogrupos.com.br
“Eterna Inteligente Residência Da Consciência”
Imaginei o Futuro...
Olhei para o Passado...
Vivo o Presente...
...E senti toda a Eternidade num instante
Vim do Futuro...
Recordei o Passado...
Viajo pelo Presente...
...E estarei por aqui por um efémero Momento...
Estou para sempre no Futuro...
Venho e vou ao Passado...
Usando o Presente como veículo...
...Porque a Matéria é o meio de locomoção e o Pensamento meu Templo...
...Sendo minha Residência permanente e infinita a Cósmica Alma Divina.
Escrito em Luanda, Angola, por manuel de sousa, a 6 de Novembro de 2007..., em Homenagem àqueles que já habitaram o Mundo Físico, aqui na Terra ou em outros locais do Universo, e que ora regressaram ao Ser Uno Consciente do Senhor Todo-O-Poderoso-Criador, e aos que ainda estão para vir do Plano Etérico da Existência Cósmica...
Olhei para o Passado...
Vivo o Presente...
...E senti toda a Eternidade num instante
Vim do Futuro...
Recordei o Passado...
Viajo pelo Presente...
...E estarei por aqui por um efémero Momento...
Estou para sempre no Futuro...
Venho e vou ao Passado...
Usando o Presente como veículo...
...Porque a Matéria é o meio de locomoção e o Pensamento meu Templo...
...Sendo minha Residência permanente e infinita a Cósmica Alma Divina.
Escrito em Luanda, Angola, por manuel de sousa, a 6 de Novembro de 2007..., em Homenagem àqueles que já habitaram o Mundo Físico, aqui na Terra ou em outros locais do Universo, e que ora regressaram ao Ser Uno Consciente do Senhor Todo-O-Poderoso-Criador, e aos que ainda estão para vir do Plano Etérico da Existência Cósmica...
05 novembro 2007
Uma Língua de Fogo
11.
O Verbo é o som
a vibração que produz o som
a respiração do Universo,
e que comanda a palavra e a música.
a vibração que produz o som
a respiração do Universo,
e que comanda a palavra e a música.
04 novembro 2007
Detectado buraco negro 33 vezes superior ao sol...
Cientistas descobriram um buraco negro 24 a 33 vezes maior que o Sol, tornando-se no maior já detectado a partir da morte de uma estrela e que põe em causa a teoria que explica a sua formação. “Parece que os buracos negros que se formam a partir de estrelas mortas são muito maiores do que pensávamos”, explicou Andrea Prestwich, da equipa da Harvard-Smithsonian Center de Astrofísica em Cambridge.
Segundo um artigo a publicar na edição de quinta-feira na Astrophysical Journal Letters, este buraco negro pertence à classe de objectos formados durante a morte de estrelas massivas e que são 10 vezes maiores que o Sol. O objecto está situado na galáxia anã IC10, a 1,8 milhões de anos-luz da Terra, na constelação de Cassiopéia.
Os buracos negros absorvem toda a matéria e luz que neles penetrem e não podem ser visto directamente, por isso os cientistas só os detectam através dos efeitos da gravitação noutros objectos ou pela radiação que emitem. Este buraco negro vem substituir o recorde atingido por outro objecto idêntico, encontrado há duas semanas, mas que era apenas 16 vezes maior que o Sol, localizado na galáxia M33.
in, Ciência Hoje, Revista Digital
http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=24237
Segundo um artigo a publicar na edição de quinta-feira na Astrophysical Journal Letters, este buraco negro pertence à classe de objectos formados durante a morte de estrelas massivas e que são 10 vezes maiores que o Sol. O objecto está situado na galáxia anã IC10, a 1,8 milhões de anos-luz da Terra, na constelação de Cassiopéia.
Os buracos negros absorvem toda a matéria e luz que neles penetrem e não podem ser visto directamente, por isso os cientistas só os detectam através dos efeitos da gravitação noutros objectos ou pela radiação que emitem. Este buraco negro vem substituir o recorde atingido por outro objecto idêntico, encontrado há duas semanas, mas que era apenas 16 vezes maior que o Sol, localizado na galáxia M33.
in, Ciência Hoje, Revista Digital
http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=24237
Into Great Silence
Para quem quiser conhecer a vida de um mosteiro, dia a dia, hora a hora, minuto a minuto:
http://br.youtube.com/watch?v=sgNj2Sf_mgo
http://br.youtube.com/watch?v=sgNj2Sf_mgo
03 novembro 2007
Imagens do Hubble
Tudo isto é Fado...
A LIBERDADE E O DESTINO
NÃO CONSIGO CRER de outra maneira: a serenidade e a lucidez, além de raras e preciosas de per si, dificilmente as encontremos de mãos dadas no mesmo sujeito.
NÃO CONSIGO CRER de outra maneira: a serenidade e a lucidez, além de raras e preciosas de per si, dificilmente as encontremos de mãos dadas no mesmo sujeito.
Todavia – privilégio meu – penso ter contemplado de perto esta raridade e retirei daí a convicção de que as pessoas serenas e lúcidas descobriram o segredo de fazer coincidir a liberdade com o destino. São muito poucas, essas pessoas!
Em contrapartida, abundam, para mal dos seus e dos nossos pecados, aquelas que nem lampejos de lucidez produzem, que nem vestígios de serenidade nos deixam vislumbrar, sempre infelizes e sempre lamentosas. Dê-se de barato que a algumas o destino parece apostado em fazer-lhes a vida negra, mas como regra, o que se nota sem sombra de dúvida é que é o infeliz que funda o seu próprio inferno, mantendo-o continuamente activo e permanentemente doloroso.
Paradoxalmente, se é que há paradoxo nisto, conheci gente que, apesar de a fortuna lhe sorrir e os fados se manterem invariavelmente favoráveis, sempre a lamúria jorrava pronta e abundante e a máscara sombria da infelicidade fazia ignorar o rosto que a natureza cuidara em dar-lhe.
Nestes, e também naqueles que conquanto não se queixassem do destino tinham igualmente um divórcio litigioso e evidente com a serenidade e uma incapacidade insanável de conquistar a lucidez, vi ou quis ver que a constante das suas vidas era invocarem a todo o momento a liberdade, que todavia desconheciam, assim se iludindo, deixando passar a vida sem terem mão no destino. A muitos de todos estes ouvi eu amiúde falar de livre-arbítrio, conceito sacerdotalmente demasiado abusado por quem da missa não sabe sequer o ámen…
Livre-arbítrio! E se, para além do sim e do não – ou do zero e do um, tratando-se de cibernética – pouco mais ficar à disposição do desejo que não conseguiu ser vontade?
Para iludir isto, há quem se ufane do talvez, mas tenho para comigo que isso do talvez é falta de coragem para dizer não ou timidez para pronunciar o sim. Esta timidez (ou cobardia) remete-nos de novo para o busílis, sem que nos alheemos que os portugueses, usando a cernelha ou a bolina, fogem ao regulamento com o proverbial «nim», característica muito nossa, que leva àquela anedota que diz que todos os computadores têm memória por virtude de não terem sido inventados por portugueses; se o tivessem sido, não teriam memória, mas apenas uma vaga ideia. É o vamos andando, pouco mais ou menos.
É o esperar que o capataz decida e o tempo faça o que o vento sopra. Ir à bruxa, esperar por um milagre, jogar no euromilhões. Tranquilamente, como se todo o tempo fosse de cesta; sem qualquer lucidez, porque a noite é certa; sem serenidade, porque a ideia é vaga; sem liberdade, porque o fato aperta.
Abdul Cadre
02 novembro 2007
01 novembro 2007
"Luar"
Singela donzela,
tomai nestas rosas
o suave cálice
deste meu amor
Brotando do fundo
da raíz da alma,
como néctar híbrido
de paixão e dor
E que a cor e o aroma
que lhe dão alento,
não feneçam nunca
no tempo ou idade
Sejam sentimento,
perene momento
duma eternidade
Eduardo P.
tomai nestas rosas
o suave cálice
deste meu amor
Brotando do fundo
da raíz da alma,
como néctar híbrido
de paixão e dor
E que a cor e o aroma
que lhe dão alento,
não feneçam nunca
no tempo ou idade
Sejam sentimento,
perene momento
duma eternidade
Eduardo P.
Música Curda
Lindo....Não sei porquê, mas estou muito sensibilizado com a nação Curda de 26 milhões, dividida por quatro países, gosto muito da música deles.
http://www.youtube.com/watch?v=xhQOFHZ7dOo
...PAZ
(enviado pelo amigo eduardo esp. santo)
http://www.youtube.com/watch?v=xhQOFHZ7dOo
...PAZ
(enviado pelo amigo eduardo esp. santo)
30 outubro 2007
Uma Língua de Fogo
10.
Depois de tanto tempo
à procura de mim,
até que enfim,
encontrei Portugal
Daqui a mais um tempo
talvez ache pouco, é normal
em vez de cantinho europeu
terei vínculo mundial
E se o pensamento tudo pode
é só mais um passo, afinal
apanho o comboio da Física
rumo à escala universal
Grande e pequeno, longe e perto
no fundo é tudo igual
logo sou de Alhos Vedros
que é a minha terra natal.
(Fim do 1º capítulo)
Depois de tanto tempo
à procura de mim,
até que enfim,
encontrei Portugal
Daqui a mais um tempo
talvez ache pouco, é normal
em vez de cantinho europeu
terei vínculo mundial
E se o pensamento tudo pode
é só mais um passo, afinal
apanho o comboio da Física
rumo à escala universal
Grande e pequeno, longe e perto
no fundo é tudo igual
logo sou de Alhos Vedros
que é a minha terra natal.
(Fim do 1º capítulo)
Os Anjos
Graças aos trabalhos de um teólogo místico do século VI, chamado Dionísio, o Areopagita, chegaram até nós os conhecimentos dos anjos. Seus livros, Hierarquia Celestial, Os Nomes Divinos e Dez Cartas, foram a base de toda a angelologia cristã.
in, http://www.meuanjo.com.br/miolo.php?page=descubra
in, http://www.meuanjo.com.br/miolo.php?page=descubra
29 outubro 2007
26 outubro 2007
"Do Eu Ao Canto Eterno Do Não Ser"
Do Nada virei Luz...
Do Quasi-Vazio das Trevas fiz-me Filosofia...
Do Pó fui moldado em Forma de Algo...
De Um Pedaço de Nada transformei-me em Vida...
De Molécula Oceânica evolui para Larva de Peixe...
De Minhoca passei a Mosca...
De Insecto acabei sendo Pássaro...
De Ser Rastejante Dinossaurico tornei-me Erectus...
Da Sebenta sou agora na Senda da Consciência Eterna...
Perto estou da mistura com o resto do Universo...
Escrito em Luanda, Angola, a 18.10.2007, por manuel de sousa, em Homenagem ao Pensamento que emana da Fonte da Una Consciência Universal...
Do Quasi-Vazio das Trevas fiz-me Filosofia...
Do Pó fui moldado em Forma de Algo...
De Um Pedaço de Nada transformei-me em Vida...
De Molécula Oceânica evolui para Larva de Peixe...
De Minhoca passei a Mosca...
De Insecto acabei sendo Pássaro...
De Ser Rastejante Dinossaurico tornei-me Erectus...
Da Sebenta sou agora na Senda da Consciência Eterna...
Perto estou da mistura com o resto do Universo...
Escrito em Luanda, Angola, a 18.10.2007, por manuel de sousa, em Homenagem ao Pensamento que emana da Fonte da Una Consciência Universal...
Imagens do Hubble
A Galáxia do Sombrero - distante 28 milhões de anos luz da Terra - foi eleita a melhor foto, captada pelo Hubble. As dimensões desta Galáxia, oficialmente denominada M104, tem uma aparência espetacular. Ela têm 800 bilhões de sois e um diâmetro de 50.000 anos luz (um ano luz tem 9.454.254.955.488 km de comprimento).
Uma Língua de Fogo
9.
E eu vou por meio das cores
falam de inimigos
eu só vislumbro amores
e renasço em amores esquecidos.
23 outubro 2007
Jantar Tertúlia "Agostinho da Silva"
No Sábado, dia 27 de Outubro, contaremos com mais um convidado para dar continuidade ao ciclo «Agostinho da Silva no Cafexperimental». Trata-se do investigador brasileiro Amon Pinho que nos virá falar sobre «Auto-exílio e novos rumos de pensamento: Agostinho da Silva e a Ibéria no espelho da Ibero-América».
Doutorado pela Universidade de São Paulo, com uma tese sobre o percurso teórico e político de Agostinho da Silva desde a sua juventude, Amon Pinho é actualmente membro dos Projectos “Agostinho da Silva: Estudo do Espólio” e “A Questão de Deus. História e Crítica”, ambos vinculados ao Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa.
Entre outros escritos, é autor de Hermenêutica e Materialismo Histórico na Encruzilhada da História: Leituras especulares de Gadamer e Benjamin; Notas sobre europeísmo e iberismo no pensamento de Agostinho da Silva; e de O Pensamento Político do Jovem Agostinho da Silva: da primeira Faculdade de Letras do Porto e da Renascença Portuguesa ao ingresso no grupo Seara Nova; É co-organizador do In Memoriam de Agostinho da Silva: 100 anos, 150 nomes. Corroios, Portugal: Zéfiro, 2006; e do Caderno de Lembranças, autobiografia de Agostinho da Silva, igualmente publicado pelas Edições Zéfiro
Data: Sábado, 27 de Outubro de 2007
Horário: a partir das 20h00
Local: Frei Agostinho da Cruz 34 – Setúbal
Informações: 265530087 ou 918267999
Contacto: cafexperimental@mail.telepac.pt
www.cafexperimental.pt
Ementa: Menu Vegetariano
Preço: 8 Euros
Marcação até ao dia 25 de Outubro 2007 . Obrigado!
Doutorado pela Universidade de São Paulo, com uma tese sobre o percurso teórico e político de Agostinho da Silva desde a sua juventude, Amon Pinho é actualmente membro dos Projectos “Agostinho da Silva: Estudo do Espólio” e “A Questão de Deus. História e Crítica”, ambos vinculados ao Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa.
Entre outros escritos, é autor de Hermenêutica e Materialismo Histórico na Encruzilhada da História: Leituras especulares de Gadamer e Benjamin; Notas sobre europeísmo e iberismo no pensamento de Agostinho da Silva; e de O Pensamento Político do Jovem Agostinho da Silva: da primeira Faculdade de Letras do Porto e da Renascença Portuguesa ao ingresso no grupo Seara Nova; É co-organizador do In Memoriam de Agostinho da Silva: 100 anos, 150 nomes. Corroios, Portugal: Zéfiro, 2006; e do Caderno de Lembranças, autobiografia de Agostinho da Silva, igualmente publicado pelas Edições Zéfiro
Data: Sábado, 27 de Outubro de 2007
Horário: a partir das 20h00
Local: Frei Agostinho da Cruz 34 – Setúbal
Informações: 265530087 ou 918267999
Contacto: cafexperimental@mail.telepac.pt
www.cafexperimental.pt
Ementa: Menu Vegetariano
Preço: 8 Euros
Marcação até ao dia 25 de Outubro 2007 . Obrigado!
22 outubro 2007
21 outubro 2007
Faleceu José Aparecido de Oliveira, um dos idealizadores da CPLP
O idealizador e um dos fundadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), José Aparecido de Oliveira, morreu sexta feira aos 78 anos em Belo Horizonte, devido a uma insuficiência respiratória.
Ex-embaixador do Brasil em Portugal, ex-ministro da Cultura e ex-governador do Distrito Federal, o político mineiro estava internado desde há 18 dias com um dos pulmões afectado por um cancro.
O corpo de José Aparecido está a ser velado no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, e será enterrado hoje na sua cidade natal, Conceição do Mato Dentro, a cerca de 160 quilómetros de Belo Horizonte.
No estado de Minas Gerais e no Distrito Federal foi decretado luto oficial por três dias.
José Aparecido de Oliveira começou a sua carreira política como secretário particular do ex-presidente Jânio Quadros, em 1962.
Nesse mesmo ano, foi eleito deputado federal pela União Democrática Nacional (UDN).
Em 1964, teve o mandato suspenso após o golpe militar, voltando à Câmara dos Deputados apenas em 1982.
No início da década de 1980, foi um dos principais parceiros do influente político Tancredo Neves, que mais tarde viria a ser Presidente, embora tenha morrido antes de tomar posse.
Essa proximidade com Tancredo fez com que José Aparecido fosse nomeado governador do Distrito Federal, entre 1985 e 1988.
Foi depois ministro da Cultura no governo do então Presidente José Sarney, de Setembro de 1988 a Março de 1990.
No governo do ex-Presidente Itamar Franco (1992-1994), Aparecido de Oliveira foi embaixador do Brasil em Portugal, ocasião em que impulsionou a criação da CPLP.
O seu último cargo político foi como assessor especial de Relações Internacionais na administração de Itamar Franco no governo de Minas Gerais (1999-2003).
Em nota divulgada à imprensa, o governo brasileiro lamentou profundamente a morte do embaixador José Aparecido de Oliveira.
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, está a representar o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva no velório em Belo Horizonte.
© 2007 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.
Ex-embaixador do Brasil em Portugal, ex-ministro da Cultura e ex-governador do Distrito Federal, o político mineiro estava internado desde há 18 dias com um dos pulmões afectado por um cancro.
O corpo de José Aparecido está a ser velado no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, e será enterrado hoje na sua cidade natal, Conceição do Mato Dentro, a cerca de 160 quilómetros de Belo Horizonte.
No estado de Minas Gerais e no Distrito Federal foi decretado luto oficial por três dias.
José Aparecido de Oliveira começou a sua carreira política como secretário particular do ex-presidente Jânio Quadros, em 1962.
Nesse mesmo ano, foi eleito deputado federal pela União Democrática Nacional (UDN).
Em 1964, teve o mandato suspenso após o golpe militar, voltando à Câmara dos Deputados apenas em 1982.
No início da década de 1980, foi um dos principais parceiros do influente político Tancredo Neves, que mais tarde viria a ser Presidente, embora tenha morrido antes de tomar posse.
Essa proximidade com Tancredo fez com que José Aparecido fosse nomeado governador do Distrito Federal, entre 1985 e 1988.
Foi depois ministro da Cultura no governo do então Presidente José Sarney, de Setembro de 1988 a Março de 1990.
No governo do ex-Presidente Itamar Franco (1992-1994), Aparecido de Oliveira foi embaixador do Brasil em Portugal, ocasião em que impulsionou a criação da CPLP.
O seu último cargo político foi como assessor especial de Relações Internacionais na administração de Itamar Franco no governo de Minas Gerais (1999-2003).
Em nota divulgada à imprensa, o governo brasileiro lamentou profundamente a morte do embaixador José Aparecido de Oliveira.
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, está a representar o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva no velório em Belo Horizonte.
© 2007 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.
Goa e Portugal: Ligados pelo Futebol
O esporte e a política não se devem misturar, mas apesar do que todos dizem, é a historia e política que fazem dos jogos Madrid - Barcelona ou EUA - Irã ou Índia - Paquistão, o grande apelo para serem vistos.
Por esta lógica, os indianos deveriam olhar com desprezo a equipe inglesa de futebol, o país que foi seu antigo colonizador. Mas pelo contrário, depois da equipe brasileira, os indianos admiram a armada Inglesa.
Em uma escala similar, está a ligação de Goa a Portugal. Goa é um dos menores estados da Índia, mais conhecido por suas belezas naturais e como um destino turístico famoso, mas foi com o futebol que Goa se sobressaiu na Índia.
É sabido bem, que em Goa, a paixão e a emoção pelo futebol, o transformou em esporte nacional. O futebol é indubitàvelmente o esporte mais popular em Goa e é enraizado na cultura de Goeses. A historia do jogo data a 1883, ano em que o esporte foi introduzido aqui por um padre inglês, muito antes de se transformar em paixão no estado.
O anúncio recente da imprensa de que o clube do futebol de Dempo fez um acordo de intercâmbio com os campeões FC Porto da liga de Portuguesa, para um programa de intercâmbio, veio sem nenhuma surpresa. Agora os jogadores do clube irão a Portugal e treinarão com os peritos lá e vice-versa.
Portugal governou Goa por 400 anos. Era uma colônia portuguesa desde os inícios do século 16, logo depois que Vasco-da-Gama transpôs o Cabo da Boa Esperança e descobriu a rota pelo mar, para Índia, em 1498. A administração portuguesa terminou 1961 quando o exército indiano entrou neste minúsculo enclave litoral com kilómetros de praias bonitas, e expulsou os portugueses.
Mas o Estado ainda tem um sabor português que o distingue. As camisetas de futebol portuguesas saem da prateleira sempre que há uma Copa do Mundo ou Campeonato Europeu. Os bares e pubs em todo o estado se preparam para transmitir os jogos em telas gigantes enquanto cerveja e o Feni, a bebida local do caju, vão sendo bebidas.
Você pode argumentar que, hoje em dia, esta cena é comum em toda parte da Índia, mas em Goa, realmente se detecta que os sentimentos são enraizados. Você teria que estar aqui, para ver a emoção que contagiou o Estado de Goa quando Portugal alcançou o final do Euro 2004. A maioria dos torcedores de futebol de Goa está ligado ao seu antigo colonizador. As bandeiras portuguesas podiam ser vistas em toda parte. Caras coloridas novas e velhas com as cores portuguesas. É realmente um caso de Goa. Assim, até a igreja da capital, Panjim, juntou-se à euforia, organizando uma reza especial para Portugal após o encontro de domingo. Acredite ou não!
Muitos dos clubes de futebol em Goa ainda têm nomes portugueses como Vasco esporte clube, Esporte clube de Goa, Clube de futebol de Fransa Pax (agora fechado) etc. Você pode também ver que outros nomes portugueses são ainda prevalecentes no Estado - em estradas, edifícios e sobrenomes.
Uma outra razão para esta afeição pode ser interpretada pelo fato que, após a administração portuguesa que terminou em 1961, muitos emigraram de Goa para Portugal. Ainda, a lei portuguesa da nacionalidade, dá a alguém nascido hoje, mas que teve um avô ou a avó nascido na Índia-portuguesa antes de 1961, o direito de pedir a nacionalidade portuguesa.
Assim há muitos que têm parentes espalhados em ambos os países. Se pode dizer, com segurança, que na última década ou assim, o ódio e os sentimentos negativos pela administração colonial, deram lugar a um amor sincero, ao menos quanto se trata de futebol.
O esporte registra a tendência de unir povos, pois os sentimentos amargos dos Goeses contra à administração colonial, parecem ter sido superados pela ponte que o futebol construiu. Goa pôde ter ganhado sua liberdade, há aproximadamente 46 anos, mas Portugal e sua equipe do futebol governam ainda os corações de muitos, neste paraíso no litoral da Índia.
Se algum de vocês ainda não experimentou esta surpreendente ligação entre Portugal e Goa, então já tem uma boa razão para reservar suas passagens para Goa para ver Euro 2008.
Chetan Bambolkar
in, dialogos_lusofonos@yahoogrupos.com.br
Por esta lógica, os indianos deveriam olhar com desprezo a equipe inglesa de futebol, o país que foi seu antigo colonizador. Mas pelo contrário, depois da equipe brasileira, os indianos admiram a armada Inglesa.
Em uma escala similar, está a ligação de Goa a Portugal. Goa é um dos menores estados da Índia, mais conhecido por suas belezas naturais e como um destino turístico famoso, mas foi com o futebol que Goa se sobressaiu na Índia.
É sabido bem, que em Goa, a paixão e a emoção pelo futebol, o transformou em esporte nacional. O futebol é indubitàvelmente o esporte mais popular em Goa e é enraizado na cultura de Goeses. A historia do jogo data a 1883, ano em que o esporte foi introduzido aqui por um padre inglês, muito antes de se transformar em paixão no estado.
O anúncio recente da imprensa de que o clube do futebol de Dempo fez um acordo de intercâmbio com os campeões FC Porto da liga de Portuguesa, para um programa de intercâmbio, veio sem nenhuma surpresa. Agora os jogadores do clube irão a Portugal e treinarão com os peritos lá e vice-versa.
Portugal governou Goa por 400 anos. Era uma colônia portuguesa desde os inícios do século 16, logo depois que Vasco-da-Gama transpôs o Cabo da Boa Esperança e descobriu a rota pelo mar, para Índia, em 1498. A administração portuguesa terminou 1961 quando o exército indiano entrou neste minúsculo enclave litoral com kilómetros de praias bonitas, e expulsou os portugueses.
Mas o Estado ainda tem um sabor português que o distingue. As camisetas de futebol portuguesas saem da prateleira sempre que há uma Copa do Mundo ou Campeonato Europeu. Os bares e pubs em todo o estado se preparam para transmitir os jogos em telas gigantes enquanto cerveja e o Feni, a bebida local do caju, vão sendo bebidas.
Você pode argumentar que, hoje em dia, esta cena é comum em toda parte da Índia, mas em Goa, realmente se detecta que os sentimentos são enraizados. Você teria que estar aqui, para ver a emoção que contagiou o Estado de Goa quando Portugal alcançou o final do Euro 2004. A maioria dos torcedores de futebol de Goa está ligado ao seu antigo colonizador. As bandeiras portuguesas podiam ser vistas em toda parte. Caras coloridas novas e velhas com as cores portuguesas. É realmente um caso de Goa. Assim, até a igreja da capital, Panjim, juntou-se à euforia, organizando uma reza especial para Portugal após o encontro de domingo. Acredite ou não!
Muitos dos clubes de futebol em Goa ainda têm nomes portugueses como Vasco esporte clube, Esporte clube de Goa, Clube de futebol de Fransa Pax (agora fechado) etc. Você pode também ver que outros nomes portugueses são ainda prevalecentes no Estado - em estradas, edifícios e sobrenomes.
Uma outra razão para esta afeição pode ser interpretada pelo fato que, após a administração portuguesa que terminou em 1961, muitos emigraram de Goa para Portugal. Ainda, a lei portuguesa da nacionalidade, dá a alguém nascido hoje, mas que teve um avô ou a avó nascido na Índia-portuguesa antes de 1961, o direito de pedir a nacionalidade portuguesa.
Assim há muitos que têm parentes espalhados em ambos os países. Se pode dizer, com segurança, que na última década ou assim, o ódio e os sentimentos negativos pela administração colonial, deram lugar a um amor sincero, ao menos quanto se trata de futebol.
O esporte registra a tendência de unir povos, pois os sentimentos amargos dos Goeses contra à administração colonial, parecem ter sido superados pela ponte que o futebol construiu. Goa pôde ter ganhado sua liberdade, há aproximadamente 46 anos, mas Portugal e sua equipe do futebol governam ainda os corações de muitos, neste paraíso no litoral da Índia.
Se algum de vocês ainda não experimentou esta surpreendente ligação entre Portugal e Goa, então já tem uma boa razão para reservar suas passagens para Goa para ver Euro 2008.
Chetan Bambolkar
in, dialogos_lusofonos@yahoogrupos.com.br
Significado de "holístico"
A palavra holístico significa «relativo a holismo; que busca um entendimento integral dos fenómenos; holista». Por sua vez, o holismo é a «abordagem, no campo das ciências humanas e naturais, que prioriza o entendimento integral dos fenómenos, em oposição ao procedimento analítico em que seus componentes são tomados isoladamente [Por ex., a abordagem sociológica que parte da sociedade global e não do indivíduo.]».
A Língua Portuguesa está em 7º Lugar
Os internautas que falam inglês são os que mais usam a rede, segundo pesquisa da Worldstats.com. Em segundo lugar estão os asiáticos. Dos atuais 1,2 bilhão de pessoas que usam a Internet no mundo, 31% (366 milhões) tem o inglês como sua língua materna.
Os chineses, por sua vez, estão em segundo, mas registram taxas significativas de crescimento, em sete anos o número de usuários aumentou cinco vezes. Atualmente, existem 184 milhões (15,7% do total) de internautas dessa origem.
Em terceiro colocado estão os 102 milhões de pessoas que falam espanhol (8,7% do total), seguido do japonês (com 86 milhões ou 7,4%), francês (com 5% ou 59 milhões). A sequência por idiomas fica nessa ordem: alemão (com 5%, 59 milhões), português (4% ou 47 milhões), coreano (2,9% ou 34 milhões), italiano (2,7% ou 31 milhões) e o árabe (2,5% ou 29 milhões).
Por região, a Ásia lidera na quantidade de internautas (437 milhões), mas com uma taxa de penetraçãode somente 12% da população, o que deixa uma enorme margem de crescimento. Da Europa estão contabilizados 322 milhões de internautas e entre os norte-americanos, 233 milhões, com uma taxa de penetração de 40% e 70%, respectivamente.
in, dialogos_lusofonos@yahoogrupos.com.br
Os chineses, por sua vez, estão em segundo, mas registram taxas significativas de crescimento, em sete anos o número de usuários aumentou cinco vezes. Atualmente, existem 184 milhões (15,7% do total) de internautas dessa origem.
Em terceiro colocado estão os 102 milhões de pessoas que falam espanhol (8,7% do total), seguido do japonês (com 86 milhões ou 7,4%), francês (com 5% ou 59 milhões). A sequência por idiomas fica nessa ordem: alemão (com 5%, 59 milhões), português (4% ou 47 milhões), coreano (2,9% ou 34 milhões), italiano (2,7% ou 31 milhões) e o árabe (2,5% ou 29 milhões).
Por região, a Ásia lidera na quantidade de internautas (437 milhões), mas com uma taxa de penetraçãode somente 12% da população, o que deixa uma enorme margem de crescimento. Da Europa estão contabilizados 322 milhões de internautas e entre os norte-americanos, 233 milhões, com uma taxa de penetração de 40% e 70%, respectivamente.
in, dialogos_lusofonos@yahoogrupos.com.br
19 outubro 2007
18 outubro 2007
Uma Língua de Fogo
8.
Um em Três
Deixem-me agora que lhes diga
que quase tudo o que escrevo
não sou eu, nem sei se devo
é o destino que me obriga
De facto,
tudo, ou quase tudo, o que faço
não sou eu, é o que passo
Sou até levado a pensar
que naquilo em que me vês
não é de uma pessoa só
é de, pelo menos, mais Três
E nas voltas do sem fim
se julgo o que a vida me deu
vejo afinal que tudo é deles, não meu
são só serviços que vão de mim
(como nos contou e com muito carinho
o bom amigo Agostinho).
16 outubro 2007
O Elmo de Mambrino
Eu tenho esta fotografia guardada há anos e ainda hoje não consigo deixar de olhar para ela.
Não esteja à espera que eu venha aqui com ironias mesquinhas sobre o facto de aquele jovem maoista e revolucionário de ar pensativo, ser hoje um liberal e presidente da Comissão Europeia. Acontece que eu olho, olho, olho e não consigo deixar de olhar. O que é que me fascina nesta fotografia?
Não é o prazer de imaginar um Durão Barroso anterior a Durão Barroso, vociferando contra a burguesia em nome da ditadura do proletariado. Muito antes de conhecer Heraclito, vi Rui Jordão a jogar no Sporting e Laranjeira a jogar no Benfica. Aprendi, desde então, que o caminho que se sobe é o mesmo que se desce.
O que me fascina é a convicção com que Durão Barroso estará a pensar no que estará a pensar. Poder ver o rosto de alguém que está absolutamente convicto do que está a pensar, sabendo-se que, hoje, está absolutamente convicto de que estava absolutamente enganado no que estava a pensar.
É um pouco como ver a imagem de Diana de Gales a sair pela porta giratória do hotel, minutos antes de morrer. Ver o rosto de alguém que sabemos que vai morrer sem saber que vai morrer.
Eu acho os mecanismos da convicção, espantosos. Para mim, a obra que melhor fala sobre a convicção chama-se D. Quixote de La Mancha. Foi escrita por Cervantes mas poderia ser escrita, fossem eles romancistas, por Platão, Montaigne, Descartes, Espinosa, Hume ou Nietzsche.
Tudo ali cheira a ilusão, a aparência, a falsidade, a mentira. Mas ilusão, aparência, falsidade e mentira, vividas com a maior das convicções.
D. Quixote olha para uma taberna e vê um castelo. Olha para uns pobres coitados e pensa que são fidalgos. Olha para um barbeiro com a sua tigela de metal na cabeça e julga tratar-se do mítico elmo de Mambrino. São mil e tal páginas cheias de ilusões.
Até aqui nada de anormal. D. Quixote é louco e os loucos são mesmo assim. Só que, ao mesmo tempo, D. Quixote está absolutamente convicto do que vê. E como prova ele tal convicção? Assim: " Tudo o que contei o vi com os meus próprios olhos e o toquei com estas minhas mãos".
Ora aqui está! Perguntassem a Durão Barroso, praguejando contra a democracia parlamentar, se estava convicto das suas ideias, que responderia ele? Que eram tão evidentes como se as visse com os seus próprios olhos e as tocasse com as suas próprias mãos.
É neste sentido que faz falta o saudável cepticismo dos filósofos. Gente que nem sempre vê o que os outros pensam que vêem, nem toca com as mãos o que outros pensam que tocam. E que vê com os seus olhos o que os outros nem sempre vêem e toca com as mãos o que os outros nem sempre tocam.
E não penso apenas nos alucinados Quixotes e Durões Barrosos deste mundo. Há alguém de quem nos esquecemos muito mas cuja "loucura" Cervantes passa o tempo a lembrar: Sancho Pança.
D. Quixote é louco com as suas convicções. Mas Sancho Pança está convicto da convicção de D. Quixote. D. Quixote é louco mas Sancho Pança vive na sombra da loucura do amo. D. Quixote, o louco, promete a Sancho torná-lo governador. Sancho vive na esperança de ser tornado governador por D. Quixote.
No final da obra, após um longo sono, Quixote acorda curado: "Já não sou D. Quixote de La Mancha, mas Alonso Quixano". E nega convictamente tudo aquilo em que convictamente acreditou.
Eu nunca morri por isso não sei bem o que se pensa quando se morre. Mas se calhar é como aconteceu a Quixote. Olha-se para trás e tudo em que acreditámos parece ilusório. E perdemos todas as convicções.
Talvez, nesse momento, todos os elmos que vimos ao longo da vida se transformem em simples tigelas de barbeiro.
Não esteja à espera que eu venha aqui com ironias mesquinhas sobre o facto de aquele jovem maoista e revolucionário de ar pensativo, ser hoje um liberal e presidente da Comissão Europeia. Acontece que eu olho, olho, olho e não consigo deixar de olhar. O que é que me fascina nesta fotografia?
Não é o prazer de imaginar um Durão Barroso anterior a Durão Barroso, vociferando contra a burguesia em nome da ditadura do proletariado. Muito antes de conhecer Heraclito, vi Rui Jordão a jogar no Sporting e Laranjeira a jogar no Benfica. Aprendi, desde então, que o caminho que se sobe é o mesmo que se desce.
O que me fascina é a convicção com que Durão Barroso estará a pensar no que estará a pensar. Poder ver o rosto de alguém que está absolutamente convicto do que está a pensar, sabendo-se que, hoje, está absolutamente convicto de que estava absolutamente enganado no que estava a pensar.
É um pouco como ver a imagem de Diana de Gales a sair pela porta giratória do hotel, minutos antes de morrer. Ver o rosto de alguém que sabemos que vai morrer sem saber que vai morrer.
Eu acho os mecanismos da convicção, espantosos. Para mim, a obra que melhor fala sobre a convicção chama-se D. Quixote de La Mancha. Foi escrita por Cervantes mas poderia ser escrita, fossem eles romancistas, por Platão, Montaigne, Descartes, Espinosa, Hume ou Nietzsche.
Tudo ali cheira a ilusão, a aparência, a falsidade, a mentira. Mas ilusão, aparência, falsidade e mentira, vividas com a maior das convicções.
D. Quixote olha para uma taberna e vê um castelo. Olha para uns pobres coitados e pensa que são fidalgos. Olha para um barbeiro com a sua tigela de metal na cabeça e julga tratar-se do mítico elmo de Mambrino. São mil e tal páginas cheias de ilusões.
Até aqui nada de anormal. D. Quixote é louco e os loucos são mesmo assim. Só que, ao mesmo tempo, D. Quixote está absolutamente convicto do que vê. E como prova ele tal convicção? Assim: " Tudo o que contei o vi com os meus próprios olhos e o toquei com estas minhas mãos".
Ora aqui está! Perguntassem a Durão Barroso, praguejando contra a democracia parlamentar, se estava convicto das suas ideias, que responderia ele? Que eram tão evidentes como se as visse com os seus próprios olhos e as tocasse com as suas próprias mãos.
É neste sentido que faz falta o saudável cepticismo dos filósofos. Gente que nem sempre vê o que os outros pensam que vêem, nem toca com as mãos o que outros pensam que tocam. E que vê com os seus olhos o que os outros nem sempre vêem e toca com as mãos o que os outros nem sempre tocam.
E não penso apenas nos alucinados Quixotes e Durões Barrosos deste mundo. Há alguém de quem nos esquecemos muito mas cuja "loucura" Cervantes passa o tempo a lembrar: Sancho Pança.
D. Quixote é louco com as suas convicções. Mas Sancho Pança está convicto da convicção de D. Quixote. D. Quixote é louco mas Sancho Pança vive na sombra da loucura do amo. D. Quixote, o louco, promete a Sancho torná-lo governador. Sancho vive na esperança de ser tornado governador por D. Quixote.
No final da obra, após um longo sono, Quixote acorda curado: "Já não sou D. Quixote de La Mancha, mas Alonso Quixano". E nega convictamente tudo aquilo em que convictamente acreditou.
Eu nunca morri por isso não sei bem o que se pensa quando se morre. Mas se calhar é como aconteceu a Quixote. Olha-se para trás e tudo em que acreditámos parece ilusório. E perdemos todas as convicções.
Talvez, nesse momento, todos os elmos que vimos ao longo da vida se transformem em simples tigelas de barbeiro.
José Ricardo Costa
jr_costa@clix.pt
jr_costa@clix.pt
in, dialogos_lusofonos@yahoogrupos.com.br
Puxa, que pobreza cultural...
Pelo que vi e ouvi em recente "tour" pelo norte de Portugal, guias turísticos falando castelhano para um grupo majoritariamente de língua portuguesa, apesar de estarem em território português, faz-me suspeitar que em breve a lingua portuguesa só será falada no Brasil!
Ficamos abismados quando um dos guias nos disse que era orientação do chefe do grupo turístico a que pertencia, falar preferencialmente a lingua espanhola. Até numa das Caves do Vinho do Porto, agora de propriedade espanhola, as guias ( portuguesas) só falavam em lingua de Espanha.
Para muitos, parece que o argumento de que portugueses e espanhóis são geneticamente iguais, que fazem parte da península Ibérica, que tem história e cultura interligadas, e de que Portugal está comercialmente nas mãos dos espanhóis, é o suficiente para esquecer quase 900 anos de lutas e história de um povo!
Eduarda
in, dialogos_lusofonos@yahoogrupos.com.br
Ficamos abismados quando um dos guias nos disse que era orientação do chefe do grupo turístico a que pertencia, falar preferencialmente a lingua espanhola. Até numa das Caves do Vinho do Porto, agora de propriedade espanhola, as guias ( portuguesas) só falavam em lingua de Espanha.
Para muitos, parece que o argumento de que portugueses e espanhóis são geneticamente iguais, que fazem parte da península Ibérica, que tem história e cultura interligadas, e de que Portugal está comercialmente nas mãos dos espanhóis, é o suficiente para esquecer quase 900 anos de lutas e história de um povo!
Eduarda
in, dialogos_lusofonos@yahoogrupos.com.br
12 outubro 2007
Laranja (falo mesmo só de fruta, porque felizmente não tenho nada partido...)
No século XIII surgiram os primeiros citrinos, dados a conhecer pelos Árabes. Eram de sabor amargo. Teriam chegado ao Norte de África vindos da Ásia, da Índia e da Pèrsia. No século XVI os portugueses trouxeram do Oriente as laranjas doces.
É fato histórico que os elefantes há centenas de anos gostam de laranjas.Em Espanha diz-se naranja que é a palavra persa, por sua vez uma redução do sânscrito. Nesta língua era nâgaranja, cujo significado justifica a referência aos proboscídeos: a palavra traduzir-se-ia por « amores do elefante», isto é, a laranja seria o fruto predilecto desse animal.
Mas na Grécia e na Itália, no século XVI, a laranja era apregoada Portogallo! Portogalli! Portokalli! , confirmando o papel português na disseminação do fruto.
Fonte: Dicionário da origem das palavras Orlando Neves Notícias Editorial, 1 ª edição 2001
in, dialogos_lusofonos@yahoogrupos.com.br
É fato histórico que os elefantes há centenas de anos gostam de laranjas.Em Espanha diz-se naranja que é a palavra persa, por sua vez uma redução do sânscrito. Nesta língua era nâgaranja, cujo significado justifica a referência aos proboscídeos: a palavra traduzir-se-ia por « amores do elefante», isto é, a laranja seria o fruto predilecto desse animal.
Mas na Grécia e na Itália, no século XVI, a laranja era apregoada Portogallo! Portogalli! Portokalli! , confirmando o papel português na disseminação do fruto.
Fonte: Dicionário da origem das palavras Orlando Neves Notícias Editorial, 1 ª edição 2001
in, dialogos_lusofonos@yahoogrupos.com.br
11 outubro 2007
10 outubro 2007
Uma Língua de Fogo
7.
Tão depressa agora se muda
o que durou e perdurou por anos e anos
por muitos e muitos anos,
aqui o que era e ainda é
afinal já não é,
lá se vão num repente
os legados dos nossos antepassados,
é uma velha ordem que vai
e da velha ordem
há uma nova ordem que sai
É um pequeno brinquinho a mais
por baixo de cabelos ás cores,
é um casa e descasa
por baixo dos cobertores
e a cultura local mistura-se
com a cultura universal,
mas é ainda o ouro que reina
a lei da pistola contra a fome
a inveja por se achar de direito,
e o homem caminha às avessas
apressado, magoado e desconfiado
E da velha ordem que vai
há uma nova ordem que sai,
mas ainda uma ordem tão fraca
tal e qual do tamanho do homem
de tão pouca ambição
de tão pouco querer
que no lugar da eternidade
antes prefere morrer
quase ainda acabado de nascer.
Tão depressa agora se muda
o que durou e perdurou por anos e anos
por muitos e muitos anos,
aqui o que era e ainda é
afinal já não é,
lá se vão num repente
os legados dos nossos antepassados,
é uma velha ordem que vai
e da velha ordem
há uma nova ordem que sai
É um pequeno brinquinho a mais
por baixo de cabelos ás cores,
é um casa e descasa
por baixo dos cobertores
e a cultura local mistura-se
com a cultura universal,
mas é ainda o ouro que reina
a lei da pistola contra a fome
a inveja por se achar de direito,
e o homem caminha às avessas
apressado, magoado e desconfiado
E da velha ordem que vai
há uma nova ordem que sai,
mas ainda uma ordem tão fraca
tal e qual do tamanho do homem
de tão pouca ambição
de tão pouco querer
que no lugar da eternidade
antes prefere morrer
quase ainda acabado de nascer.
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